sábado, 18 de julho de 2009

Andando na Luz - Resumo Semanal - 18/07/2009 a 18/07/2009

ANDANDO NA LUZ – Abandonando o pecado
Resumo Semanal - 12/07/2009 a 18/07/2009


José Carlos Ramos – D. Min

O título da lição desta semana é duplo, mas aponta para uma única experiência. Andar na luz é simultâneo com abandonar o pecado e vice-versa. É uma grande incoerência alguém pretender uma coisa descartando a outra, pois não é possível andar na luz e viver no pecado ao mesmo tempo. Esse era o caso dos dissidentes gnósticos que perturbavam a igreja nos dias do ministério pastoral do apóstolo João na Ásia Menor. Eles alegavam uma coisa e viviam outra. João chamou a atenção para o fato de que eles não sustentavam a verdade, não a demonstravam por seus atos. Sobre isso, Jesus já havia dito: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:16). O pecado tem que ser banido.

Assim, a partir do verso 5 do primeiro capítulo da epístola (com possível antecipação para o 4), o apóstolo entrou para valer no combate à heresia. Como já foi afirmado, ele o fez indiretamente, enfatizando a verdade e contrastando-a com o erro e suas consequências. E com isso, as exortações dirigidas à sua comunidade se tornam preciosas admoestações para nós hoje.

Uma das peculiaridades que caracterizam o quarto Evangelho, também se faz presente na primeira Epístola. Expressões positivas são confirmadas ou complementadas com negativas do mesmo teor, para enfatizar determinados pontos, salientando seu caráter crucial e conclusivo e deixando o leitor numa verdadeira “crise de decisão”.

Nota-se esse detalhe nos versos selecionados para estudo nesta semana, especialmente entre 5 e 10 do primeiro capítulo. Vamos conferir:

Texto Expressão Positiva Expressão Negativa


1:5 Deus é luz... ...e nEle não há trevas

1:6 Se dissermos que mantemos comunhão ...e não praticamos a verdade
com Ele, e andarmos nas trevas, mentimos...

1:8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, ...e a verdade não está em nós
a nós mesmos nos enganamos,...

1:10 Se dissermos que não temos cometido ...e a Sua palavra não está em nós
pecado, fazemo-Lo mentiroso...


Este meio de expressão continua nos versos seguintes. É o recurso de que João se vale para admoestar os leitores a não se deixarem demover do caminho em que foram instruídos a palmilhar, e no qual deviam permanecer firmes até o fim.

Domingo, 12 de julho
A luz (1Jo 1:5)

Afirmando que Deus é luz, João não estava simplesmente enunciando uma abstração filosófica sobre Ele, embora o termo se prestasse para isso (os filósofos apreciavam divagar sobre a luz, seus efeitos e implicações). Suas considerações são de ordem prática: têm que ver com a ética cristã ― o estilo de vida esperado dos seguidores de Jesus.

É verdade que, para os filósofos, o tema da luz também envolvia aspectos morais. Por exemplo, os gnósticos em geral presumiam que luz e trevas refletiam o conflito entre o bem e o mal numa paridade de forças. Para o cristianismo, todavia, a luz raiou em Jesus para superar as trevas (veja Jo 1:5), implicando que o seguidor de Cristo não nutrirá nenhum comprometimento com elas (veja 1Co 6:14-7:1).

De fato, Jesus, a luz do mundo (Jo 8:12), foi claro em afirmar que ser luz do mundo é igualmente a missão de Sua igreja (Mt 5:14). Os cristãos não são “homens da carverna”; seguem a “luz” e por isso não andam “em trevas” (Jo 8:12). A esse respeito, Paulo lembra-os com estas palavras: “... outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz... e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor” (Ef 5:8, 10, NVI).

Eis algumas virtudes da luz: pureza, transparência, calor, clareza (ou iluminação), penetração, revelação (ou visão), e fator de vida e crescimento. Deus é tudo isso! Ele não Se compromete um milímetro sequer com as trevas. Assim, ao dizer que Ele é luz, João faz uma significativa alusão ao Seu caráter – Sua santidade é colocada em evidência. A lição destaca esse ponto afirmando que “Deus é pura santidade, pura bondade, pura justiça. Ele é, de certo modo, tão oposto ao pecado quanto as trevas são à luz.”

Segunda, 13 de julho
O problema do pecado (1Jo 1:6, 8, 10)

Isso, naturalmente, deveria refletir na conduta geral dos que se dizem cristãos. Daí as colocações juaninas registradas nos versos seguintes da epístola. Não se pode manter comunhão com Deus e ao mesmo tempo andar nas trevas (v. 6). Uma vivência na luz, porém, se espelhará na comunhão recíproca dos crentes, e na repulsa a uma vida de pecado (v 7-10; 2:1-4). O apóstolo chega ao clímax de sua argumentação com as palavras de 2:6: “Aquele que diz que permanece nEle, esse deve andar assim como Ele andou.”

A conclusão é que aqueles cristãos dissidentes, gnósticos como eram, não viviam em consonância com a fé genuína. A própria atitude deles em conspirar contra a unidade da igreja comprovava esse fato. Eles contribuíam para dividir a igreja e, assim, interromper a comunhão dos membros entre si (v. 7), e isso era pecado. Não é esse o fruto de qualquer dissidência que se levanta contra a verdade?

E o que era pior: o gnosticismo iludia seus adeptos com a idéia de que não eram pecadores. É triste, mas é verdade! Quanto mais nas trevas, menos se dintingue o caráter infiltrante e impregnante do pecado, e menos o pecador se reconhece como tal.

Havia o conceito de que a posse da gnōsis, o conhecimento das coisas relacionadas com a Divindade, conferia ao possuidor um tipo de imunização contra o mal, mesmo que ele o praticasse. Os iniciados, aqueles que se submetiam ao processo de admissão ao sistema, julgavam-se, não importando como viviam, acima de qualquer coisa relacionada com o mundo da matéria, e o pecado era uma destas coisas. Pretendiam que nada poderia atingi-los nem contaminá-los. Sentiam-se illuminati (os iluminados).

O apóstolo se opôs a tudo isso em suas considerações quanto à luz e as trevas, à verdade e ao engano, à santidade e ao pecado. Como poderiam ser os iluminados se viviam em trevas?! Ele foi claro em afirmar que os que assim se imaginavam estavam enganando a outros e a si mesmos, e fazendo Deus passar por mentiroso (v. 6, 8, 10), pois já as páginas do Antigo Testamento haviam declarado que não há um só dentre os seres humanos que não peque (Ec 7:20; Sl 14:2, 3 [53:2, 3]; 142:2); e no Novo Testamento, o assunto se tornou ainda mais definido, principalmente com as colocações de Paulo em Romanos 3:20-23.

De maneira que é parte preponderante da mensagem cristã a universalidade do pecado. Como a lição afirma, a não pecabilidade é “ensino contrário à mais básica doutrina cristã.” Ai dos perfeccionistas que imaginam poder alcançar uma condição sem pecado antes daquele ditoso momento em que Cristo “transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo de Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (Fp 3:21; veja também 1Jo 3:2). Antes desse momento, dizer alguém que está sem pecado será sempre uma mentira insolente, um pretensioso desdém àquilo que Deus, em Cristo, fez pelo pecador. Como alguém escreveu a um amigo: “hoje completam 45 dias que não peco.” Triste ilusão! Ellen G. White vai ao ponto quando diz: “O que me foi mostrado é que quem afirma triunfalmente que não peca mais, pela sua própria ostentação demonstra quão longe está desse estado” (Life Sketches, p. 84).

A lição observa também que há, aqui, uma progressão, um crescendo de seriedade no que respeita à presunção de alguém declarar não ser pecador. “No verso 6, as pessoas estão mentindo. No verso 8, elas se enganam a si mesmas. No verso 10, elas tornam Deus um mentiroso.”

Assim, João foi demolindo, uma a uma, as pilastras do perfeccionismo gnóstico (e pernóstico). Aliás, qualquer forma de perfeccionismo inevitavelmente conduz a conclusões condenadas pelo apóstolo. E para deixar bem claro que tudo aquilo era, de fato, condenável, ele falou, sem rodeios, da condição humana sob o poder do pecado.

Praticamos o pecado porque somos pecadores, e somos pecadores porque, antes de tudo, o pecado reside em nós; e reside em nós desde nove meses antes do nosso nascimento. Essa verdade provém igualmente das páginas do Antigo Testamento. Davi declarou em profunda consternação pelos terríveis pecados que havia cometido: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51:5). Assim, somos pecadores antes mesmo de praticarmos o pecado.

João não ignora essa triste realidade. Antes que ele afirmasse categoricamente: “Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-Lo mentiroso e Sua palavra não está em nós” (1Jo 1:10), ele já havia declarado: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (v. 8). Isso é ainda mais significativo. Não se refere, como no verso 10, a atos pecaminosos específicos, mas ao sentido essencial do pecado, como algo inerente a nós.

Em seu princípio básico, o pecado reside em nós, tenhamo-lo já cometido ou não. A terminologia juanina equivale a: “Se dissermos que não possuímos pecado nenhum...”. Antes de cometermos atos pecaminosos, temos uma natureza pecaminosa, e isso distingue pecaminosidade ativa de pecaminosidade passiva. A lição toca esse ponto ao declarar: “Como seres caídos, afundados no pecado, os seres humanos pertencem por natureza à esfera das trevas, e não ao reino da luz... Embora João fale contra a prática do pecado, ele é muito claro sobre a realidade desse mal em nossa vida.” Negar isso é tola altivez.

Terça, 14 de julho
Respostas para o problema do pecado (1Jo 1:7, 9; 2:2)

Alguém disse que “pecado é a vontade de fazer o que Deus não quer, de conhecer o que Deus não reconhece, de amar o que Ele não ama”. Em outras palavras, é tudo o que não se harmoniza com o caráter e a vontade de Deus.

Pecado é também rebelião contra Ele. Como Plínio Salgado definiu, “é a subversão da ordem estabelecida por Deus”. Isso é subentendido na definição juanina de pecado exarada em 3:4: “...pecado é a transgressão da Lei.” O termo original, vertido “transgressão” em nossas Bíblias, anomía,aponta para além de um simples ato contrário ao que a Lei de Deus determina; envolve a ideia de condição. A prática do pecado evidencia uma condição de rebelião, de ilegalidade (o sentido de anomía).

É por isso que não pode haver algo pior que viver no pecado, pois este gera a morte (Rm 6:23; Tg 1:15). A lição se refere a esse fato quando diz: “...uma coisa é certa: O pecado é real e, a menos que seja tratado, nos destruirá.”

Graças a Deus, há solução para o mais terrível problema do Universo, e tratamento para o pior dos males. O grande pregador Charles Haldon Spurgeon costumava dizer: “O pecado é soberano até que a graça o destrone.” João, que realçou devidamente a seriedade do pecado (como observado no comentário de ontem), foi suficientemente claro a esse respeito; ele nos oferece a única receita eficaz para curar esse terrível mal.

Para começar, e não poderia ser diferente, ele lembra a seus leitores que Jesus “é a propiciação para os nossos pecados” (2:2 – “expiação”, em lugar de “propiciação”, seria mais próprio nesse texto). Como a lição afirma, “o perdão dos pecados se tornou possível graças à morte de Cristo na cruz, ao derramamento de Seu sangue como sacrifício. Porque transgredimos a lei e, portanto, merecemos a morte, Ele morreu em nosso lugar e nos libertou da condenação eterna que, de outra forma, nossa transgressão traria.” Isso define fundamentalmente a solução para o pecado.

João toca também em outras implicações da morte de Jesus; ela não somente nos provê perdão, mas igualmente a necessária purificação (1:7), já que o pecado infecta, conspurca, corrompe, degrada, avilta. Ele ainda acrescenta o que se espera que o ser humano faça – reagir favoravelmente ao que Deus proveu para ele na pessoa de Jesus. Essa reação favorável efetivará nele a solução para o pecado que a cruz proveu.

Costumamos dizer que o arrependimento é o primeiro passo em direção ao perdão, e, de certa forma, isso é verdade. Mas um gesto preliminar, sem o qual o arrependimento se torna impossível, tem sua razão de ser: o reconhecimento de que sou pecador. Por que eu iria ao médico se não estou convencido de que estou doente? Como irei me arrepender do pecado, se nem pecador me sinto?

Foi por isso que João teve de insistir na impropriedade de alguém negar sua pecaminosidade, quer passiva, quer ativa, como se viu no comentário de ontem. Tal negação é fatal porque impede o arrependimento; e, faltando este, o pecador terá que assumir totalmente as consequências do pecado.

Só se chega à convicção do pecado pela operação do Espírito Santo na consciência humana (Jo 16:8). A lei de Deus é o instrumento por Ele empregado com tal objetivo, pois é por ela que “vem o pleno conhecimento do pecado”, e que este se mostra “sobremaneira maligno” (Rm 3:20; 7:13). Vendo-se perdido e, consequentemente, necessitado de salvação, o pecador, através do Evangelho, descobre o quanto deve ao Deus que lhe proveu o Salvador; tocado pela bondade divina, ele é conduzido ao arrependimento (2:4).

É verdade que João não fala explicitamente do arrependimento, mas este está subentendido no ato da confissão, para ele imperativo para que o perdão divino seja outorgado e para que o pecador seja purificado (1Jo 1:9). Assim, a convicção do pecado leva ao arrependimento, e este, à confissão que resulta no perdão e purificação. Tudo isso significa rompimento com o pecado (veja Pv 28:13).

É curioso que o apóstolo afirme que Deus “é fiel e justo” para perdoar. Esperaríamos que fosse “fiel e misericordioso”, pois o perdão se liga naturalmente à misericórdia. Mas aqui o perdão provém da fidelidade e da justiça de Deus. Como entendê-lo?

Bem, Sua fidelidade evoca o fato de que Ele é o Deus do concerto, que, em Jesus, tornou-se nova aliança; Ele é fiel no cumprimento das provisões do concerto feito em nosso favor, e uma delas é o perdão. Perdoar é também um ato da justiça divina, pois ao morrer por nós, Jesus pagou nossa dívida para com a justiça. Ficamos isentos dela pelo perdão outorgado, e esse é conferido como um ato de justiça da parte de Deus, como é justo que uma dívida paga não s eja cobrada a segunda vez.

E com isso, a solução do problema do pecado se consuma.

Quarta, 15 de julho
O alvo do cristão (1Jo 2:1)

A partir de 2:1, João estreita ainda mais a maneira de se dirigir àqueles a quem escreve. O tratamento indica um relacionamento bastante íntimo do escritor com os leitores, o que seria próprio de um pastor com aqueles sob sua responsabilidade: “filhinhos” (aqui e nos versos 12, 14, 18 e 28; e em 3:7, 18; 4:4; e 5:21), e “amados” (em 2:7; 3:2, 21; 4:1, 7, 11). Indica também sua afeição por eles e interesse por seu bem-estar.

Neste ponto, João demonstra preocupação com o risco de ser mal interpretado. Tudo o que ele falou condenando a atitude perfeccionista dos dissidentes, algo como o erro de se declarar isento de pecado, etc., poderia levá-los à conclusão de que, para o apóstolo, o pecado seria coisa de somenos, e que ele até esperava que os leitores o cometessem, desde que o confessassem para obter perdão; que viessem a considerar o pecar como uma ocorrência regular na vida cristã.

Portanto, suas declarações poderiam ser tomadas como licença para pecar, o que seria uma tremenda impropriedade. Assim, o escritor se apressa em fechar a porta a qualquer ideia distorcida que o tomasse como um transigente liberal. O desejo de Deus de salvar o pecador nunca pode ser interpretado como indulgência com o pecado. O perfeccionismo e o legalismo são tão repulsivos a Deus quanto o liberalismo e o relapsismo.

João então esclarece que uma das razões porque lhes escreveu é que não pecassem. “Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis...” (2:1). Ou como a lição o apresenta, que eles deveriam “renunciar completamente ao pecado.” Ué! Será que o apóstolo, de repente, tornou-se perfeccionista? Não! Ele não estava contradizendo aquilo que ele mesmo acabara de afirmar: que não podemos dizer que não pecamos (1:10); muito menos desejando para seus leitores aquilo que tão veementemente condenara. A lição continua: “Ao fazer isso, ele não está sugerindo que é possível uma existência completamente sem pecado, mas está pedindo que os cristãos se afastem de todo ato definido de pecado... O alvo de um discípulo de Cristo é não pecar. Os cristãos devem admitir que são pecadores, mas devem procurar viver sem pecado.”

Assim, João lhes lembra o propósito de Deus de, por meio de Jesus Cristo, resgatá-los completamente do pecado. Ele lhes fala em termos do grande ideal divino, de se tornarem semelhantes ao Filho de Deus (v. 6); uma atitude de confiança própria que leve à reinvindicação de impecabilidade é totalmente incompatível com esse ideal.

Uma coisa é alguém simplesmente professar impecabilidade; outra, exatamente oposta, é ele lutar contra o pecado para superá-lo pelo poder da graça. Era isso o que o escritor almejava para seus leitores, conforme eles avançam na experiência da comunhão com Deus, o que podemos chamar de processo da santificação. Como Marshall diz, “o pecado não confessado é incompatível com a comunhão com Deus. O ideal de João, portanto, era que seus leitores tanto reconhecessem seu pecado e o confessassem, quanto procurassem viver sem pecado” (I. Howard Marshall, The Epistles of John, p. 116). Quanto a isso, veja sua admoestação em 3:6, 9.

Que João continua se opondo ao perfeccionismo fica evidente quando ele diz que “se, todavia, alguém pecar...”. Ele via o pecado como uma eventualidade na vida cristã.

Quinta, 16 de julho
O conforto dos cristãos (1Jo 2:1, 2)

João expôs seu anelo pelos os crentes para que não pecassem. Mas ele estava consciente do poder sedutor do pecado, e então, lhes assegurou que, no caso de virem a pecar, não precisavam ficar aflitos e sem esperança. Deus tem tomado providência a esse respeito também. “Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo.”

Esse é um dos textos mais alentadores do Novo Testamento. Assegura-nos que não estamos sozinhos na batalha da fé. Um que jamais conheceu derrota atua em nosso favor, e isto junto à Fonte de todo poder e bênção. Consideremos três preciosos ingredientes do texto:

“Advogado” é versão do grego paráklētos, vertido “Consolador” em João 14:16, 26; 15:26; 16:7, em referência ao Espírito Santo, identificado como “outro Consolador” no primeiro destes textos, o que pressupõe um Consolador prévio ― o próprio Jesus. Portanto, parákletos pode ser legitimamente aplicado a Ele. Etimologicamente, o termo significa chamado para estar ao lado de para apoiar, confortar, orientar, defender, etc.

No contexto do que João estava afirmando, a melhor versão para o termo é mesmo “Advogado” como consta em nossas Bíblias. Mas permanece o fato de que, embora junto ao Pai, Jesus é parákletos, aquele que veio para Se colocar ao nosso lado, como Ele mesmo prometeu: “...estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28:20). Isto se torna possível através do outro parákletos, que, segundo a promessa de Jesus, veio para estar conosco “para sempre” (Jo 14:16). Em verdade, Jesus está pessoalmente junto ao Pai, e essencialmente, através do Espírito, junto a nós.

Por Sua vez, o Espírito Santo, como parákletos, também intercede por nós (Rm 8:26, 27), mas “junto a nós”, enquanto Jesus, também como parákletos, intercede por nós, mas junto ao Pai.

“Junto ao Pai” significa nenhum véu, muito menos parede ou muro, separatórios entre Ele e Deus. Por meio dEle temos direto acesso “ao Pai em um Espírito” (Ef 2:18). Foi por isso que Ele disse: “Ninguém vem ao Pai senão por Mim” (Jo 14:6). João confirma tudo isso no encerramento de sua epístola: “Estamos no Verdadeiro [o Pai], [estando] em Seu Filho Jesus Cristo” (5:20).

Vale lembrar também que a intercessão de Jesus junto ao Pai não é para convencê-Lo a nos amar. Todo o processo, do qual Ele, Seu amado Filho e o Espírito Santo participam, e pelo qual podemos nos achegar “confiadamente ao trono da graça a fim de recebermos misericórdia” (Hb 4:16) foi provido por Seu amor por nós (veja Jo 16:26, 27). A esse respeito, Ellen G. White diz: “A expiação não foi realizada por Cristo para induzir o Pai a amar àqueles que, doutra maneira, Ele odiava; também não teve o objetivo de criar um amor que antes não existia; mas como manifestação do amor que já estava no coração do Pai” (Signs of the Times, 30 de maio de 1895).

Como a lição afirma: “Jesus não precisa apaziguar o Pai. Ao contrário, foi o Pai que revelou, em Jesus, Seu desejo de nos salvar.”

“Jesus Cristo, o justo” evoca-nos o meio pelo qual fomos aceitos como filhos e, como tais, herdeiros de todas as coisas: a Sua justiça. Com efeito, justificação pela fé é o único método de salvação.

Junto a um Deus “justo” (1:9), só um Advogado “justo” poderia atuar eficazmente em nosso favor. Em outros termos, a eficácia do ministério celestial de Jesus tem Sua justiça como razão de ser. Por Sua justiça, Ele nos endossa o perdão e todo o auxílio necessário para prosseguirmos fiéis; e finalmente, ter direito à entrada em Seu reino.

Pode haver algo mais confortador que tudo isso que o Céu nos apresenta? Sabermos que, não importando quão falhos somos e quantas vezes caímos, Deus está aí para nos amparar, fortalecer e restaurar? Que Sua mão nunca se retrai negando-nos uma calorosa acolhida?

“Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo, e Deus nosso Pai que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça console os vossos corações...” (2Ts 2:16, 17).

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Andando na Luz - 17/07/2009 a 18/07/2009

Sexta, 17 de julho

Opinião

A abordagem em três etapas


Alguns cristãos acreditam que confessar seus pecados é suficiente. Mas Cristo nos encoraja a abandoná-los também. A teoria é mais fácil que a prática? Não, na verdade. Sim, isso requer esforço, mas nada que valha a pena ser alcançado vem com facilidade.

Toda pessoa que é amada deseja ser conquistada e sentir-se como a menina dos olhos de seu (sua) pretendente. A pessoa deseja saber que seu (sua) pretendente está disposto(a) a andar uma milha extra para deixá-la feliz e satisfeita. Esse é o tipo de dedicação que Cristo deseja que tenhamos por Ele. Não diga simplesmente que O ama. Demonstre-o.

Para fazer isso precisamos seguir três regras: Primeiro, pratique as palavras de João 8:12, e siga a Cristo. Durante Sua estada aqui na Terra, Ele nunca pecou. Realizou esse feito aparentemente impossível confiando em Seu Pai para todas as Suas necessidades. Ao ser tentado por Satanás no deserto, Ele orou. Ao alimentar os cinco mil, Ele orou. Ao enfrentar Seus executores, Ele orou. 1 Tessalonicenses 5:17 nos aconselha a orar sem cessar.

A segunda regra está em Lucas 17:5. “Os apóstolos pediram ao Senhor: Aumente a nossa fé.” A fé não é tangível, e embora definida na Bíblia, ainda é um conceito com o qual muitos lutam. É difícil compreender como a fé opera e como captar sua realidade de difícil compreensão, mas sem ela “é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6). Há numerosos relatos bíblicos de pessoas que expressaram fé. Quando Deus disse a Gideão que lutasse contra os filisteus com apenas 300 homens, ele descansou na fé. Quando Deus disse a Moisés que ele, um pastor de ovelhas, de voz vacilante, devia tirar os filhos de Israel do cativeiro do Egito, ele seguiu avante com fé. Quando o tio de Ester lhe disse que fosse perante o rei sem ser convidada, ela demonstrou fé.

Depois de você ter orado pelo que deseja, e depois de ter expressado sua fé em Deus, aja de acordo com ela. Essa é a terceira regra. Não fique sentado esperando que Deus carregue você. Levante-se e se mexa! Envolva-se. Trabalhe para o Mestre. Demonstre o quanto você O ama fazendo o que é necessário para abandonar o pecado. Isso pode exigir mudanças em seus hábitos e alterações em seu estilo de vida, mas no fim valerá a pena.

Mãos à obra


1. Pense em maneiras práticas através das quais você pode iluminar a escuridão ao seu redor com a luz do amor de Deus.
2. Escreva um poema sobre como a luz de Jesus afeta seu coração e o mundo ao seu redor.
3. Parafraseie Mateus 5:14-16 usando figuras modernas.
4. Examine seu coração à luz de 1 João 1:9.
5. Pesquise como a mente interpreta o que os olhos vêem. Pense sobre o que isso lhe diz a respeito do Criador e quais aplicações espirituais que você descobriu.

Carla Fider | Loma Linda, EUA

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Andando na Luz - 16/07/2009 a 18/07/2009

Quinta, 16 de julho

Aplicação

Andando em direção à Luz!


Quando algumas pessoas têm uma experiência de quase-morte, elas creem ver uma luz brilhante, e creem que se escolherem ir para longe da luz irão viver, mas se escolherem andar em direção à luz, a cena seguinte será seu funeral. Contudo, a verdade é esta: devemos seguir a Cristo, a Luz do mundo. Neste caso, precisamos andar em direção à luz a fim de viver. O que significa seguir a Cristo na prática?

Mantenha seus olhos nEle. Você já seguiu o carro de um amigo para um lugar desconhecido? Você precisou manter os olhos fixos no carro dele. Quando ele virava, você virava. Quando ele parava, você parava. Você fez isso porque não queria se perder. Da mesma forma, estamos seguindo nosso caminho neste mundo. Não queremos nos perder, por isso precisamos manter os olhos em Cristo (Jo 8:12).

Mantenha-se ligado a Ele.
É difícil seguir alguém em quem você não confia. Da mesma forma, se não temos um relacionamento real com Cristo, não podemos nos sentir seguros ao segui-Lo. Precisamos nos manter ligados a Ele ao passar tempo com Ele cada dia. Josué 1:8 fala sobre meditar na Palavra de Deus dia e noite. É assim que chegamos a conhecer a Cristo, a Luz em direção à qual estamos andando.

Despache sua bagagem. Se você já viajou de avião, pode apreciar a satisfação de ter todas as bolsas despachadas. Você não tem que ficar fazendo esforço para tirar suas malas do bagageiro acima do banco quando chega ao seu destino, e você não tem que se preocupar em ficar arrastando suas malas pesadas pelo aeroporto. Quando seguimos a Cristo, Ele nos chama a depor nossos fardos. Podemos ser livres se tomarmos Seu jugo. Pense em quão mais fácil e mais rápido podemos nos locomover quando não estamos carregando pesos. Jesus está nos convidando a despachar nossas malas com Ele e viajarmos livremente (Mt 11:29, 30).

Não desista. Como cristãos, estamos intimamente familiarizados com a luta. Experimentamos fracassos e derrotas. Apesar de tudo isso, precisamos perseverar. Provérbios 24:16 declara que os justos são distintos dos injustos em sua reação à calamidade. Os justos se levantarão ainda que caiam sete vezes. Nosso Deus é tão gracioso que, quando caímos, Ele nos levanta e nos ajuda a começar novamente.

Mãos à Bíblia

Jesus é nosso justo advogado, e intervém em nosso favor. A justiça foi atribuída a Deus o Pai em 1 João 1:9 (leia). É atribuída ao Filho em 1 João 2:1 (leia também), e é por causa de Seu caráter justo que Ele pode interceder por nós. Nosso perdão está garantido porque, por meio de Sua morte sacrifical, Jesus efetuou propiciação, ou expiação. Isso significa que Ele pagou a dívida que tínhamos e que jamais poderíamos pagar. João também descreve Jesus como sacrifício e intercessor. No contexto do testemunho do Novo Testamento, isso significa que Jesus viveu entre nós sem pecado, morreu na cruz, ressuscitou e ascendeu ao Céu, onde intercede em nosso favor.

Kimone A. Powell | Loma Linda, EUA

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Andando na Luz - 15/07/2009 a 18/07/2009

Quarta, 15 de julho

Evidência

O discurso de João sobre a Luz


A primeira epístola de João foi originalmente escrita em grego antigo pelo mesmo apóstolo que escreveu o evangelho de João. Primeira João foi escrita para refutar a heresia que declarava que Jesus não veio “em carne” (1Jo 1:1), mas como um “espírito”. Primeira João também define como os cristãos devem discernir os verdadeiros mestres: por sua ética, sua proclamação de Jesus em carne, e por seu amor. Primeira João 1 começa declarando que Cristo é a luz e nosso antídoto para o pecado.

Em vários lugares do Antigo Testamento, Deus é comparado à luz (Sl 27:1; 36:9). Além disso, o tema da luz/escuridão está presente em vários lugares em todo o Novo Testamento (Ef 5:8; 2Co 6:14). Quando João diz que não há escuridão nenhuma em Deus (1Jo 1:5), está sendo mais do que poético. Está apresentando um argumento teológico e filosófico, e este argumento é o seguinte: neste mundo encontramos o bem e o mal, a escuridão e a luz. Assim como não podemos remover a escuridão sem acrescentar luz, não podemos remover o mal sem fazer o bem.

João nota que não há comunhão na escuridão (1Jo 1:7). Isso ocorre porque as pessoas na escuridão não podem ver umas às outras. Se você andar na escuridão, você é sua própria autoridade, e tudo o que você faz é beneficiar a si mesmo. Aqueles que andam na escuridão estão inerentemente encerrados em si mesmos. Não é possível que pessoas egoístas construam uma comunidade, porque o egoísmo e a comunidade são conceitos contraditórios.

Quando andamos na luz, representamos a Deus no mundo. Qualquer comunidade que confesse uma coisa e aja de maneira contrária está enganando a si mesma. Se as pessoas sabem que Deus é luz, mas agem de maneira escura, minam a própria verdade da qual testificam. João insiste neste assunto construindo uma série de declarações paralelas começadas por “se nós”. Se, por exemplo, dizemos que temos comunhão enquanto andamos nas trevas, estamos mentindo. Essa linguagem direta aponta para a falta de sinceridade e hipocrisia entre os membros da comunidade. Como comunidade de Deus, precisamos nos lembrar de que a luz e a escuridão não têm nada a ver uma com a outra. As duas coisas não se sobrepõem; não podemos nos apegar a nosso pecado e também andar com Deus.

Mãos à Bíblia

6. Em 1 João 2:1, o apóstolo pede que não pequemos. Como devemos entender essa advertência?

João se dirige aos crentes com carinho e intimidade, chamando-os de “filhinhos” e contando-lhes uma razão para escrever sua epístola: Eles devem renunciar completamente ao pecado. Ao fazer isso, ele não está sugerindo que é possível uma existência completamente sem pecado, mas está pedindo que os cristãos se afastem de qualquer ato definido de pecado.

7. Por que João equilibra a advertência para não pecar com a frase “Se... alguém pecar”? Veja também 1Rs 8:46; Rm 3:10-20; 1Tm 1:15.

Esse é um claro reconhecimento da realidade do pecado na vida dos cristãos. Até mesmo cristãos consagrados e sinceros podem cometer pecados.

Carlene O. Fider | Loma Linda, EUA

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terça-feira, 14 de julho de 2009

Andando na Luz - 14/07/2009 a 18/07/2009

Terça, 14 de julho

Testemunho

"Para Sua maravilhosa luz"


“Na manifestação de Deus a Seu povo, a luz fora sempre um símbolo de Sua presença. ... Deus é luz; e nas palavras: ‘Eu sou a luz do mundo’, Cristo declarou Sua unidade com Deus e Sua relação para com toda a família humana. Fora Ele que, no princípio, fizera com que ‘das trevas resplandecesse a luz.’ 2 Co 4:6. Ele é a luz do Sol, e da Lua, e das estrelas. Era Ele a luz espiritual que, em símbolo e tipo e profecia, brilhara sobre Israel. Mas não somente para a nação judaica fora dada essa luz. Como os raios solares penetram até aos mais afastados recantos da Terra, assim a luz do Sol da Justiça resplandece sobre toda alma. ‘Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo.’ ... ‘A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus’” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 464).

“Cristo não encontra súditos já habilitados para o Seu reino, mas Ele os qualifica pelo Seu divino poder. Os que morreram [estavam mortos – N.T.] em ofensas e pecados são revividos para a vida espiritual. ... Cristo atrai-os para Si mediante invisível poder. Ele é a luz da vida, e os inspira com o Seu Espírito. Ao serem atraídos para dentro da atmosfera espiritual, veem que eles têm sido feitos o divertido objeto das tentações de Satanás, e que têm estado sob o seu domínio; mas quebraram o jugo das concupiscências carnais, e recusaram ser servos do pecado. ... Contemplando a Jesus, obedecendo as Suas ordens, cresceram no conhecimento de Deus e de Jesus Cristo a quem Ele enviou. Assim tornam-se mudados em sua imagem de caráter para caráter, até que ficam distintos do mundo, e deles pode ser escrito: ‘Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz...’. 1 Pe 2:9 e 10” (Ellen G. White, Maravilhosa Graça [MM 1974], p. 50).

Mãos à Bíblia

De acordo com 1 João 5:17, o pecado é injustiça ou mau procedimento. É o afastamento da vontade de Deus. E esse afastamento leva à morte espiritual.

5. 1 João 1:7 e 9 contém promessas divinas a respeito da solução para o problema do pecado. Quais são elas e como podemos torná-las uma realidade em nossa vida?

O perdão dos pecados se tornou possível graças à morte de Cristo. Porque transgredimos a lei e, portanto, merecemos a morte, Ele morreu em nosso lugar e nos libertou da condenação eterna. Ainda mais, Seu sangue nos purifica de todo pecado. Porém, do nosso lado, a confissão dos pecados é necessária. A palavra confessar, em 1 João 1:9, pode significar admitir e também reconhecer. O texto não menciona a quem os pecados precisam ser confessados. Certamente, Deus está envolvido, porque na parte seguinte do verso, ouvimos que se os pecados forem confessados, Deus é fiel e justo e perdoará nossos pecados.

Anikah H. Salim | Loma Linda, EUA

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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Andando na Luz - 13/07/2009 a 18/07/2009

Segunda, 13 de julho

Exposição
Deixe a luz dEle b
rilhar!

Aversão à luz (Jo 3:19; 8:12). É um fato científico e biológico que, quando você permanece no escuro por muito tempo, seus olhos se acostumam a ele. Torna-se fácil locomover-se na escuridão e fazer as coisas nas sombras. É também um fato espiritual que quando você permanece em escuridão espiritual por muito tempo, torna-se completamente acostumado a agir de maneira menos que piedosa. Toda a humanidade nasceu na escuridão do pecado. Davi declarou: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51:5). Essa é uma declaração sobre a realidade essencial de toda a humanidade.

Todos nascemos debaixo da escura cobertura do pecado, e nos é quase impossível reconhecer, e muito menos apreciar, a “luz da justiça”. Isso pode explicar por que os judeus da época de Jesus e todos nós, hoje, achamos difícil apreciar o fato de que Deus nos enviou a Luz, que é Seu Filho, Jesus Cristo. Amamos a escuridão porque ela é tudo o que sempre conhecemos. Mas o perfeito amor não quis nos deixar viver na escuridão! O Pai nos enviou Seu filho, a Luz, para que pudéssemos ver como estamos vivendo e como poderíamos estar vivendo (Jo 8:12). Jesus veio para nos salvar da escuridão do perpétuo e eterno pecado e para nos levar a um novo modo de vida. Ele veio para acender a “luz”, a fim de que pudéssemos vê-Lo como Ele realmente é.

A luz do amor (Jo 3:17, 19). Um dos maiores desafios que temos é aceitar a luz do amor de Deus. Na compreensão de João, a razão pela qual nosso Pai celestial enviou a Luz foi por causa de Seu amor por nós. Esse amor radical desafia nosso raciocínio humano. Lutamos para acreditar que a Luz não foi dada para nos condenar. Contudo, as Escrituras nos dizem que Deus nos enviou a Luz não para nos condenar, mas para nos salvar (Jo 3:17). A única condenação que recebemos é a que trazemos sobre nós mesmos ao amar nossas más obras mais do que amamos Aquele que veio salvar-nos delas (Jo 3:19). O que nos coloca em perigo é tanto nosso pecado quanto nossa resistência a Cristo. A razão pela qual os judeus do tempo de Jesus O rejeitaram é a mesma pela qual frequentemente rejeitamos Seu amor hoje. Mas a Luz de Deus nunca pode ser apagada. Seu amor e misericórdia estão à disposição de todos os que quiserem crer nEle. Nenhuma obra má pode vencer Seu Amor.

A luz da confissão (Rm 3:10-20; 1Tm 1:15; 1Jo 1:5-2:2). A escuridão do pecado nos engana e nos faz pensar que estamos vivendo melhor do que realmente estamos. Se você esteve na escuridão por tempo suficiente, pode locomover-se com algum grau de sucesso. Mas quando as luzes são acesas, você pode ver coisas que não podia ver antes. A verdade é que todos pecamos e continuamos a pecar (Rm 3:10-20). Jesus nos ajudou a ver nossa necessidade dEle quando veio a este mundo e nos mostrou Seu exemplo sem pecado e Seu perfeito amor.

A confissão e o arrependimento são a maneira como aceitamos Jesus e Seu perdão. A palavra “confessar”, no grego, significa “concordar”. Portanto, João está dizendo em 1 João 1:9 que se concordarmos com Deus que pecamos e que Ele é quem pode nos purificar, Ele nos perdoará. A confissão não é só uma declaração dos pecados que você cometeu. É concordar que você precisa de um Salvador e que Cristo é o único que pode purificar você de seus pecados e rebelião. Paulo confessou a Timóteo que ainda era um pecador (1Tm 1:15). Essa humilde confissão indicava sua compreensão da necessidade de confissão e arrependimento consistentes. Nunca podemos abandonar o pecado até acendermos a Luz sobre ele e reivindicarmos a Luz em quem e o que ela é. Jesus nos promete, através de Seu servo João que, se confessarmos, Ele nos perdoará e purificará. Afinal de contas, foi isso que Ele veio fazer.

A luz e a lei (Rm 3:19, 20; 1Jo 2:1, 2). A lei nos mostra como evitar andar na escuridão. Mostra como uma pessoa que está em Cristo deve aspirar a viver. Deus nos deu a lei para nos dar conhecimento de nosso pecado, mas nunca podemos ser justificados pela lei. E a lei também não deve ser o foco de nossa atenção. Toda vez que tivermos fixação por seus requisitos ficaremos desanimados por não conseguir guardá-la. Abandonar a escuridão do pecado não é um legalismo fanático que deixa a pessoa obcecada por cumprir a lei. Lembre-se: nossa justiça é como trapos imundos (Is 64:6). Mas, se confiarmos no Salvador, nossa vida será redimida da morte eterna, e brilharemos como a luz do caráter de Cristo, que é exemplificada na lei. Não podemos satisfazer às exigências da justiça, mas graças a Deus temos um Advogado que nos defende e que brilha mais que nosso pecado. Aceite Seu amor. Confie em Seu caráter. Ele é a luz do mundo!

Mãos à Bíblia

3. Quais são algumas das afirmações que João, nos versos 6, 8 e 10, tenta contradizer? Que falsas declarações estavam sendo feitas, e o que tinham em comum?

Muitas pessoas afirmam manter comunhão com Deus, mas, em realidade, andam nas trevas. Em contraste (v. 7), andar na luz traz consigo a verdadeira comunhão. Andar nas trevas significa viver em pecado. No verso 8, ele parece estar lidando com a crença de que os seres humanos não são pecadores, ensino contrário à mais básica doutrina cristã.

4. Por que a declaração de João, no verso 10, é tão importante? Quais são as implicações se dissermos que “não pecamos”?

Note a progressão nestes versos. No verso 6, as pessoas estão mentindo. No verso 8, elas tornam Deus um mentiroso. Obviamente, João entende a realidade e a seriedade do problema do pecado para a humanidade.

C. Wesley Knight | Riverside, EUA

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domingo, 12 de julho de 2009

Andando na Luz - 12/07/2009 a 18/07/2009

ANDANDO NA LUZ


“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9).

Prévia da semana: Só existe uma solução para o problema do pecado, e essa é Jesus. Ele é capaz e está disposto a nos perdoar, tão-somente se estivermos dispostos a confessar os pecados.

Leitura adicional: O Maior Discurso de Cristo, capítulo 4

Domingo, 12 de julho

Introdução
A verdadeira luz


É incrível como me acho em Teu favor. Embora injustamente abandonada, e depois de todos os erros tolos que cometi, e do fato de que, ocasionalmente, acho conforto na sombra do pecado, ainda me queres como Tua filha. Eu pouco entendia que Teus olhos ainda estão sobre mim, mesmo quando estou andando cegamente em meio às circunstâncias que desejarias que eu evitasse. E, muitas vezes, através daquele vácuo de trevas chego à luz. Pois realização é só tornar a verdade real e a verdade é quem e o que Tu és. Portanto, quando finalmente encontro a estrada iluminada, sei que não estou sozinha, pois ando na verdade, ando na Luz. E tudo isso inevitavelmente significa que ando Contigo.

Você já se viu tão envolvido numa conversa enquanto dirigia ou andava, que acabou num local totalmente desconhecido? Isso já me aconteceu várias vezes. O que torna essa situação irônica é que pode ocorrer não só no sentido literal, mas também no espiritual. Quantas vezes nos vemos no caminho errado, longe da luz de Deus, bem em frente ao pecado, sem entender ou perceber como chegamos lá?

É tão fácil sentir-se à vontade na escuridão e permanecer lá, mas como 1 João 1:5 diz, “Deus é luz, e não há nEle nenhuma escuridão”. Então como voltamos para a Luz e, subsequentemente, para a Verdade que se encontra nessa Luz? Em João 8:12, Jesus afirma: “Eu sou a luz do mundo; quem Me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida.” Ah, se tomássemos nosso sistema de GPS celestial (a Bíblia) e seguíssemos a Jesus em nossa mente e coração de volta até a estrada da verdade e da luz! Só então teremos uma compreensão melhor do que significa andar na luz e nos desviar da escuridão do pecado.

Mãos à Bíblia


1. Que lição João quis ensinar ao dizer que “Deus é luz”? 1Jo 1:5. Veja também Sl 27:1; 36:9; Mt 4:16; Jo 3:19; 8:12; 12:46; 1Tm 6:16.

A palavra luz é usada em referência tanto a Jesus como ao Pai. A luz é a glória de Deus, e aponta para Ele como aquele que traz salvação. A imagem enfatiza também o conceito de verdade e revelação. E, especialmente em nosso contexto imediato, destaca Suas qualidades morais de justiça, santidade e perfeição (veja também 1 João 2:9).

2. Por que João não se contenta em dizer que Deus é “luz”, mas acrescenta que “não há nEle treva nenhuma”?

Acrescentando essa frase, o apóstolo destaca a perfeição de Deus nos termos mais fortes possíveis e Sua separação do pecado. Deus é pura santidade, bondade e justiça. Ele é, de certo modo, tão oposto ao pecado quanto as trevas são à luz.

Aiyana Davison | Loma Linda, EUA

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