sábado, 11 de julho de 2009

Experimentando a Palavra da Vida - 11/07/2009 a 11/07/2009

Experimentando a Palavra da Vida
Resumo Semanal - 04/07/2009 a 11/07/2009


José Carlos Ramos – D.Min

Bastam os quatro primeiros versos de 1 João para entendermos como e porque ele combateu de forma tão contundente e irretorquível o falso ensino sobre Jesus, conforme comentei na lição anterior. Enquanto os dissidentes gnósticos expunham o que imaginavam ser uma teoria sobre a vida eterna, sobre o conhecimento de Deus e comunhão com Ele e, em especial, sobre Cristo e Sua obra, João falava de sua própria experiência, seu testemunho pessoal daquilo que ele havia ouvido, visto, contemplado e tocado. Ele falava em termos de experiência pessoal, e não do que simplesmente presumia. A afirmação da experiência é irreplicável, porque “contra fatos não há argumentos”.

Assim, com segurança e autoridade, João depôs contra o erro, exaltando a verdade como ninguém mais poderia fazê-lo.

Domingo, 5 de julho
1. Introdução à primeira epístola de João (1Jo 1:1-4)

A introdução à primeira epístola de João nos brinda com algumas declarações simplesmente singulares, consideradas no transcurso da lição. Entre estas, sobressai a declaração apostólica de João quanto ao seu testemunho ocular dos fatos ligados a Jesus e Sua obra. Todos conconcordamos que, antes de poder dar testemunho sobre algum fato, o testemunhador tem que ser, de fato, uma testemunha. Ele jamais poderá dar um autêntico testemunho se o que tiver a falar simplesmenete se restringir ao que ouviu dizer. Meras informações recebidas de terceiros podem ter alguma importância, mas não irão além de retransmissão quando passadas adiante.

João não afirma estar sendo fiel ao que lhe contaram sobre Jesus. Seu testemunho é fundamentado em bases mais sólidas. Fala do que ele mesmo ouviu, viu, contemplou e tocou; fatores mais que suficientes para tornar seu testemunho não apenas fidedigno mas, primeiro de tudo, incontestável! Afinal, ouvir, ver, contemplar e tocar definem situações que efetivam a validade de um testemunho.

João tinha ouvido o Mestre em discursos e sermões arrebatadores sobre Si e sobre o reino de Deus. Suas palavras transformavam pessoas (e João era, ele mesmo, uma prova desse fato) não só porque comunicavam o sentido de uma nova vida, mas porque eram a própria vida (Jo 6:63, 68). E não podiam ser menos que isso, pois eram as palavras do próprio Deus (Jo 3:34; 8:26, 28, 38, 40; 12:49, 50; 14:24; 17:8, 14). João também ouvira a solene declaração de Jesus a respeito de Seu ensino: “Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se Eu falo por Mim mesmo” (7:17). Visto que João queria fazer a vontade divina, convencera-se de que não havia como não crer que, de fato, o ensino de Cristo era de Deus.

João tinha visto Jesus e Suas obras maravilhosas de cura e de libertação; vira-O multiplicar pães, ressuscitar mortos e acalmar a tempestade. Atônito, unira-se aos companheiros de discipulado na exclamação: “Quem é Este que até o vento e o mar Lhe obedecem?!” (Mt 8:27). Suas obras não eram meramente humanas; eram as obras do próprio Deus (Jo 14:10).

Mas, além de ter visto, João contemplara Jesus. Existe uma sutil diferença entre ver e contemplar. Ver é mais que olhar, da mesma forma que contemplar é mais que ver; significa ver com atenção, compenetradamente, até conduzir aquele que vê à compreensão do que está vendo; é uma forma transcendente de ver, que vai além das aparências, que busca e encontra o significado último do objeto da visão.

Pelo que contemplou em Jesus, João entendeu com clareza que Ele era Deus revestido em carne humana e presente entre nós (1:14).

Finalmente, ele O tocara, apalpara-O. Essa experiência deve ter ocorrido em várias ocasiões durante o ministério de Jesus. Mas, em especial, ela se aplica ao Cristo ressurreto (ver Lc 24:39). Se assim é, temos aqui, ainda que indireta, uma alusão à ressurreição de Jesus em 1 João.

Tudo o que João declarou na introdução de sua obra não é para ser encarado como algo utópico, longe de ser alcançado, já que, ao contrário dele, os destinatários da epístola não desfrutaram o privilégio de ter sido também testemunhas oculares daquelas maravilhas. Não! (E, nesse ponto, somos iguais a eles). O que o apóstolo diz não é fruto exclusivo de seu pietismo pessoal. Seu cuidado pastoral é para ser notado já aqui. Ele deseja partilhar com os crentes o senso de alegria e segurança por ele desfrutado: “O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo” (1Jo 1:3).

Como diz a lição: “Em tudo isso, o objetivo de João parece ter sido que conhecêssemos, por nós mesmos, a realidade de Deus que ele próprio havia experimentado em Jesus. Ele queria que conhecêssemos por nós mesmos a vida eterna, a comunhão e a alegria que podemos ter em Jesus, o mesmo Jesus que ele próprio ouviu, viu e tocou.” Isso se torna possível se, pela fé, nos ligamos a Jesus, e permitimos que Ele repita em nós a vida que viveu há dois mil anos na Palestina.

Segunda, 6 de julho
II. João 1 e 1 João 1

O que fundamentalmente é dito na abertura do Evangelho reaparece na abertura da Epístola. Nesta, as principais palavras são: princípio, Verbo e vida, igualmente presentes naquela. A primeira delas, todavia, pode sugerir, na Epístola, mais de uma acepção (ver abaixo item [1] em Dessemelhanças); no Evangelho, “princípio” significa, com toda a certeza, o início da criação.
A lição fala de “coisas comuns” (semelhanças) e não comuns (dessemelhanças) entre as duas seções. Vejamos:

Semelhanças

Evangelho de João 1

1 João 1

(1) O verbo ser foi empregado no imperfeito do indicativo, “era”: “No princípio era o Verbo” (v. 1).


(1) O mesmo emprego: “O que era desde o princípio ...” (v. 1).

Obs. – Os estudiosos têm notado que o verbo ser, no prólogo do quarto Evangelho, aponta para a natureza divina de Jesus. Em 1 João, isso deve também ser verdade, já que, no fim da Epístola, o escritor declara explicitamente a divindade de Jesus (veja 5:20).

(2) É-nos dito que “a vida estava [era] nEle [no Verbo], e que ela “era a luz dos homens” (v. 4).


(2) É-nos dito que o Verbo é a própria vida (fim do v. 1 e início do v. 2), e que Deus é luz, razão por que não podemos andar nas trevas (v 5, 6).

Obs. – Na Epístola, Jesus é sinônimo de vida, e Deus é sinônimo de luz; no Evangelho, tanto luz como vida são sinônimos de Jesus (veja 8:12; 11:25 e 14:6). Entendo que, mais uma vez, está implícita a divindade plena de Jesus.

(3) O companheirismo do Verbo com Deus: “O Verbo estava [era] com Deus” (v. 1).


(3) O companheirismo da Vida com o Pai: “a vida eterna... estava [era] com o Pai” (v. 2).

Obs. – “Com” é a tradução da preposição grega prós. Na forma como é empregada tanto no Evangelho como na Epístola, ela indica companheirismo íntimo entre iguais; ou seja: em João, o Verbo mantém igualdade com Deus e, em 1 João, a Vida Eterna (o Verbo = o Filho) mantém igualdade com o Pai. Esta pode ser, portanto, uma terceira implicação da divindade de Jesus na introdução da Epístola.

(4) Os que têm Jesus como Senhor e Salvador desfrutam de um companheirismo com Ele e com o Pai, segundo o modelo do companheirismo de Deus Pai com Deus Filho (v 12, 18; veja 13:25).

(4) Tal experiência aguarda os crentes (v. 3).

Obs. – João 1:18 define a íntima comunhão entre o Pai e o Filho com as palavras “o Deus unigênito... está no seio do Pai” (1:18). Nesse texto, “seio” é a tradução do grego kólpos, “peito”, reempregada em 13:25 em referência ao companheirismo entre o discípulo amado e o Mestre. A mesma relação de amor que une Cristo ao Pai une o discípulo amado a Cristo, de maneira que, como Ele disse, “Eu e o Pai somos um” (10:30), aquele também pode dizer: “eu e o Mestre somos um” (cf. a experiência de Paulo em Gálatas 2:20, e o que ele afirmou sobre a unidade entre Cristo e a igreja, ilustrada pelo casamento [marido e mulher são uma só carne], em Efésios 5:31, 32). Em sua primeira epístola, João insistiu com os crentes para que não permitissem que essa prazerosa comunhão com Cristo, e, através dEle, com Deus, fosse quebrada por qualquer coisa deste mundo, por mais atraente que se mostrasse. Nas entrelinhas, o que ele adiante trata abertamente, está o falso ensino como fator de apostasia, ou desvio da verdade. Já se nota esse empenho apostólico, nos versos imediatamente seguintes à introdução da Epístola (veja os v 5-10, estudados na próxima lição).

Dessemelhanças

Evangelho de João 1

1 João 1

(1) “Princípio” (v 1) – o início da criação. Dois significados básicos do termo: (1) começo, origem (o sentido aqui), e causa eficiente ou razão de ser, o sentido de Apocalipse 3:14, onde é dito ser Cristo o princípio, a razão de todas as coisas (veja João 1:3). O sentido em 1:1, 2 é duplo: temporal, o ponto em que tudo começou; e qualitativo, antes deste ponto existe apenas a esfera divina. Em outros termos, João afirma que, quando a primeira coisa foi criada, não importa se viva ou não, Cristo já estava lá.


(1) “Princípio” (v. 1) tem mais de uma acepção: Pode ser (1) o início da criação (como no Evangelho); ou (2) o início da história da salvação, especificamente o evento de Gênesis 3, com especial referência ao verso 15; ou (3) o ínicio da vida terrestre de Jesus (em outras palavras, o evento da encarnação); ou (4) o início do ministério terrestre de Jesus com o evento do batismo.

Obs. – Observe que também em sua Epístola, João empregou o verbo ser no imperfeito – “era” (veja item [1] de “semelhanças”. Este tempo verbal, expressando a presença de Cristo, indica existênciacontínua, nãotemporal. Embora, no que respeita às acepções (3) e (4) do termo “princípio” em 1João, Cristo, como ser humano que Se tornou, tenha assumido a esfera da criação e, portanto, haja Se submetido aos limites do tempo e do espaço, não podemos esquecer que Ele nunca deixou de ser Deus no sentido mais elevado.

(2) A divindade de Jesus é declarada de maneira explícita, principalmente com o emprego do termo “Deus” a Ele aplicado (v. 1).

(2) A divindade de Jesus está implícita, como já observado.

Obs. – Embora a divindade de Jesus na introdução de 1 João não seja explícita como no prólogo do quarto Evangelho, a implicação da divindade é plena. No transcurso da Epístola, ela continua implícita, pois, como a primeira lição observa no estudo do dia 2 de julho, “a salvação por meio de Jesus depende da natureza divino-humana de Jesus”, e se há algo bastante claro na Epístola é que Jesus é o Salvador (4:14, entre outros textos). Finalmente, a declaração da divindade de Jesus se torna explícita no encerramento da Epístola (5:20).

(3) Jesus é referido como Criador (v. 3).

(3) Mesmo no restante da epístola, não há uma referência a esse respeito.

Obs. – Mas não podemos esquecer que se a Epístola afirma a divindade plena de Jesus, então está nela implícita a realidade de Seu poder criador.

(4) No prólogo do Evangelho é feita quase de passagem uma referência ao testemunho ocular (veja o v 14).

(4) Na introdução de sua primeira epístola, João insiste no testemunho ocular (v 1-3).

Obs. – Já sabemos por que isso ocorreu. Embora, na leitura do quarto Evangelho, se sinta que o escritor procura impugnar o gnosticismo, é em sua primeira Epístola que ele o contesta de frente, obviamente pela natureza de sua obra, uma exortação pastoral no empenho por salvaguardar os crentes, sob seu encargo, dos efeitos deletérios da propagação do falso ensino. Assim, sua insistência foi oportuna e eficaz ao seu propósito de contestar as falsas teorias por meio do poderoso argumento da experiência pessoal.

Terça, 7 de julho
III. A Palavra da vida

A fórmula “Palavra da vida”, ou “Verbo da vida”, registrada ao fim do primeiro verso da Epístola, é uma construção genitiva com possíveis diferentes conotações, segundo a espécie do genitivo em vista. Aqui são viáveis pelo menos quatro espécies: (1) genitivo epexegético, isto é, de oposiçãoou contraposição. É aquele em que o termo principal está em paralelo com o outro, ou é equivalente a este: o sentido seria “a Palavra que é vida”; (2) genitivo qualificativo, aquele em que o termo secundário exprime uma qualidade do termo principal: o sentido seria “a Palavra é vivificante, comunica vida”; (3) genitivo subjetivo, aquele em que o termo principal se traduz no segundo: o sentido seria “a Palavra é expressada na vida, ou pela vida”; e (4) genitivo objetivo, aquele em que o termo principal encontra no segundo o seu próprio tema: o sentido seria “a Palavra é sobre a vida.”

Qualquer desses sentidos é perfeitamente próprio de Jesus, a Palavra encarnada. A Palavra é a própria vida, como o v. 2a deixa claro; e, em sua trajetória terrestre, Ele mesmo declarou ser a vida (Jo 14:6; 11:25). Igualmente, Jesus é a Palavra encarnada e vivificante, como ficou provado diante da sepultura de Lázaro (v 43, 44). Ao mesmo tempo, a vida que Jesus viveu é, sem dúvida, a maior expressão da Palavra de Deus; em Sua vida a própria Palavra se tornou viva. Finalmente, a vida é o grande tema da Palavra encarnada. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10). Por Seu próprio exemplo de vida, por tudo aquilo que fez e tudo o que ensinou, Jesus desdobrou diante de todos o grande tema da vida. Ele é a Palavra, o pensamento tornado visível e audível, a expressão do propósito de Deus, dAquele que disse: “Não tenho prazer na morte de ninguém” (Ez 18:32; veja também 33:11; 2Pe 3:9).

A grande questão é: O que faremos com o dom da vida, graciosamente outorgado a nós na pessoa do Filho de Deus? (Veja Dt 30:19).

Quarta, 8 de julho
IV. Testemunhas oculares

Observe que, na introdução de sua primeira epístola, João se expressa na forma plural: “Temos ouvido... temos visto com os nossos próprios olhos...”, etc. Alguns acham que o apóstolo o fez por modéstia. Todavia, no transcurso da epístola, ele continua usando a forma plural, alternando algumas vezes o tratamento com a forma singular (veja 2:12-14, 21; 5:13).

É evidente que, na maior parte de sua obra, o escritor se expressa no plural porque inclui sua própria comunidade no que afirma, como por exemplo quando diz: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus...” (3:1). Em sua introdução, todavia, não poderia João fazê-lo, pelo simples fato de que os membros de sua irmandade não tinham sido testemunhas oculares, como ele.

Alguns pensam que ele incluiu o testemunho de seu secretário, o amanuense que lhe escrevia os textos. Isso é muito improvável pelo fato de que seria praticamente impossível que esse secretário fosse também uma testemunha ocular como João.

A melhor hipótese é aquela que considera a possibilidade de João estar incluindo outros que haviam conhecido pessoalmente Jesus e dado, igualmente com poder, seu testemunho. Penso aqui nos colegas de apostolado de João. Embora já tivessem descansado de suas labutas, o testemunho que haviam dado de alguma forma ainda permanecia, ou pela palavra oral proveniente daqueles que se haviam convertido pela pregação deles, ou principalmente pela palavra escrita que haviam deixado. Por exemplo, podemos falar de Tomé, que havia requerido uma prova palpável do Cristo ressurreto. Jesus concedeu essa prova, não somente a ele, mas a outros que ainda mantinham dúvida a respeito (veja Jo 20:25-27; Lc 24:37-40). Podemos imaginar a força da argumentação de Tomé e dos demais em favor da ressurreiçao de Jesus, no testemunho que deram a partir daquele célebre Penteconstes que marcou o início da pregação apostólica! “Testificamos que Ele ressuscitou porque nós mesmos O tocamos” (cf. At 2:32; 3:15; 5:32; 10:39-41; 13:30, 31).

Pedro também afirma categoricamente: “...não vos demos a conhecer o poder de Deus e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da Sua majestade” (2Pe 1:16).

João, portanto, não estava sozinho em seu testemunho pessoal de Jesus. Outra questão, todavia, é: nós, que vivemos dois mil anos depois dos fatos que marcaram a trajetória de Jesus por este mundo, se temos condição de unir nosso próprio testemunho ao daqueles que estiveram pessoalmente com Jesus, e testemunharmos com o mesmo ímpeto e com o mesmo poder. Ditosamente, sim!

Isso tem que ver com a maneira de definir o verdadeiro testemunho daquele que não é uma testemunha ocular de Jesus e Seu ministério. Podemos não ter ouvido, nem visto, contemplado, nem tocado o Cristo histórico; mas temos que ser objetos da Sua salvação, a qual não conhece fronteira, seja de tempo, de espaço, ou qualquer outra. O testemunho daquilo que Jesus realizou em nossa vida, através do evangelho, nos dará condição de, quando falarmos dEle aos outros, não nos referirmos a uma simples teoria, mas a algo que tem que ver com nossa própria experiência, assim como ocorreu com João. Um testemunho assim não admite contestação. Apenas duas atitudes evidenciarão o efeito do mesmo sobre os que o ouvirem: aceitação ou rejeição.

Quinta, 9 de julho
V. Comunhão dos santos

O que João assevera na introdução de sua primeira epístola tinha um propósito definido: “...para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo” (v. 3).

A palavra chave aqui é comunhão. O termo grego mais frequentemente assim vertido em nossa Bíblia é koinōnia (em 1Jo 1:3 inclusive), de koinós, algo comum, pertencente a várias pessoas. Em seu sentido habitual, esse termo significa companheirismo, participação, parceria. Envolve a ideia de um agrupamento de pessoas que receberam a mesma dádiva (aliás, koinōnia também significa ajuda, contribuição, dádiva, etc.), e que, portanto, partilham de um bem comum.

À luz do Novo Testamento, particularmente dos escritos joaninos, a grande dádiva que os crentes, em comum, receberam de Deus, foi o dom maravilhoso de Seu Filho Jesus Cristo (Jo 3:16). De acordo com a primeira epístola, desta dádiva decorrem outras não menos esplêndidas e relevantes: Seu Filho nos foi dado para que, Ele mesmo nos desse Sua vida (3:16); o dom da vida eterna foi-nos franqueado na pessoa de Seu Filho (5:11); o Espírito Santo é-nos dado como evidência de que Deus permanece em nós e nós permanecemos nEle (3:24; 4:13), e essa permanência recíproca é garantida àquele “que confessar que Jesus é o Filho Deus” (v. 15).

Este grande dom de Deus na pessoa de Seu Filho é pressuposto nas palavras introdutórias de 1 João como a bênção outorgada indistintamente a todos os crentes; daí o propósito do escritor em relembrá-los dela, “para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco” (1:3b). Em comunhão com o escritor, eles estariam em comunhão com o Pai e o Filho, pois era com Estes que ele mantinha comunhão. “Ora, a nossa comunhão é com o Pai e o Filho” (v. 3c). Quão triste, portanto, é que este vínculo maravilhoso: Pai → Filho → João → Crentes (igreja), viesse a ser quebrado por se dar guarida aos falsos ensinos de dissidentes, que estavam sendo propagados!

O que temos a aprender com tudo isto? Para nós, hoje, essa corrente poderia ser assim especificada: Pai → Filho → Liderança → Corpo geral de membros, ou igreja (local e/ou mundial). Como a lição coloca, “a proclamação de Jesus e do evangelho leva as pessoas à comunhão não só com o Pai e com o Filho, mas também com os outros crentes. Existe uma conexão não apenas celestial e invisível mas também uma conexão muito real e visível entre esses crentes. Os cristãos são abençoados pelo fato de que não têm que viver sozinhos ou isolados dos outros, mas se tornam parte da comunidade e família de Cristo na Terra.” Em outros termos, a comunhão cristã é tanto vertical (com o Pai e Seu Filho Jesus, mediante o Espírito Santo ― 3:24; 4:13), e horizontal (uns com os outros ― 1:7).

Bem, nós também fomos agraciados com todas aquelas bênçãos referidas pelo discípulo amado: Cristo e todas as dádivas dEle decorrentes nos foram outorgados tanto quanto a eles naquele final do primeiro século; Deus também nos ministrou Seus preciosos ensinamentos, como havia ministrado também a eles (2:27), para que nós, a exemplo deles, que pertenceram à verdade (3:19), saibamos distinguir entre o espírito da verdade e o espírito do erro (4:6).

Deus nos ajude a ter consciência e reconhecimento dos bens comuns espirituais que usufruímos por doação divina, e não permitamos que nenhum espírito maligno, que se esconde por trás de toda dissidência, que se levanta contra a verdade, venha romper os elos fraternais de amor e desvelo que, como igreja, nos unem numa grande família.

Talvez o apelo de Paulo a uma congregação que o diabo tentava fragmentar, a igreja de Corinto, seja oportuna também para nós: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões; antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1Co 1:10).

Isso também é koinōnia; isso também é comunhão. “Para que a nossa alegria seja completa” (1Jo 1:4).

Amém!

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Experimentando a Palavra da Vida - 09/07/2009 a 11/07/2009

Quinta, 9 de julho

Aplicação
Conservando-a real


É óbvio, a partir de 1 João 1:1-5, que João deseja que seus leitores partilhem da alegria que ele sente por conhecer Jesus de maneira real. Como podemos vencer as barreiras do tempo, do idioma, da cultura e de já ter ouvido tudo isso antes, a fim de partilhar da alegria de João e conservá-la real?

Compare. Voltar atrás para ver como uma tradução mais antiga expressou determinada idéia pode acrescentar um ângulo diferente. As traduções mais novas podem ajudar porque usam palavras conhecidas, tornando a mensagem mais relevante. Isso também pode nos ajudar a usar linguagem “normal” quando estamos falando de Cristo a outros.

Contextualize. Aprenda o que você pode fazer sobre o contexto de uma passagem bíblica. Comparar os diferentes relatos da ressurreição de Jesus pode criar um quadro mais amplo de como os eventos ocorreram. Outras fontes podem ajudar a completar o quadro, podem proporcionar verificação independente, ou acrescentar significado às ideias que estão sendo discutidas. Por exemplo, compreender como eram as cidades que Paulo visitou pode nos ajudar a entender melhor seus escritos.

Desafie. Clichês podem ser uma forma de taquigrafia útil. Mas também podem nos impedir de pensar de maneiras novas ou de maneira mais profunda. Também podem ser uma barreira aos nos comunicarmos com outros. Pergunte: “Como eu explicaria isso a alguém que nunca ouviu falar disso antes?” Alguns músicos e outros artistas são capazes de expressar sua fé de maneira não tradicional e, como resultado, conseguir uma audiência maior com seu trabalho. Temos algo em comum com a maioria das outras denominações. Achar esse terreno comum pode ser uma ótima forma de iniciar uma conversa da qual todos os envolvidos possam se beneficiar.

Crie. Repensar as histórias, personagens ou ideias bíblicas de maneira a encaixá-las no mundo em que você vive pode fazer com que elas criem vida. Que pessoa no mundo de hoje pode ser comparada ao rei Davi? Quem são “os órfãos e as viúvas” de nossos dias? (Tg 1:27). Expressar isso numa forma diferente de arte pode ser um ato de adoração, e talvez até uma inspiração para mais alguém. Adicione expressões práticas a nossas crenças, encontrando maneiras criativas e significativas de servir a outros em nossas igrejas e comunidades.

Mãos à Bíblia

A experiência cristã não é hereditária. Precisamos, pessoalmente, tomar a decisão de seguir Jesus. Outra pessoa não pode fazer isso por nós, assim como ninguém pode respirar em nosso lugar.

9. De acordo com 1 João 1:3, quais são as dimensões dessa comunhão?

A proclamação de Jesus e do evangelho leva as pessoas à comunhão não só com a Divindade, mas também com os outros crentes.

10. Como o Novo Testamento descreve a comunhão cristã em sua forma ideal? Veja At 2:42-47; Rm 12:3-17.

Daniel Brown | Brisbane, Austrália

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Experimentando a Palavra da Vida - 08/07/2009 a 11/07/2009

Quarta, 8 de julho

Testemunho

Do livro para o seu coração


Como experimentamos a Palavra da vida em nossa vida hoje? Tomar a Palavra da vida e aplicá-la à nossa vida – é aqui que a fé se encontra com a prática. A menos que descubramos maneiras de levar os conceitos a serem aplicados, o que estamos realmente fazendo? Embora seja verdade que há facetas em nossa fé e na Bíblia que nossa mente humana não pode compreender plenamente, talvez o momento-chave que aclara a confusão seja quando vamos a nosso Salvador pedindo que nos ajude a fazer as conexões entre um conceito e outro. Ele nunca deixa de socorrer uma pessoa que esteja lutando para encontrá-Lo, e Sua Palavra delineia apropriadamente o caminho a tomar.

“A Bíblia revela a verdade de maneira tão simples, e com tão perfeita adaptação às necessidades e anseios do coração humano, que tem inspirado admiração e encanto aos espíritos mais cultos, ao mesmo tempo que habilita o humilde e ignorante a discernir o caminho da salvação. Não obstante, essas verdades singelamente declaradas se prendem a assuntos tão elevados, de tão vasto alcance, tão infinitamente além da capacidade de compreensão humana, que não as podemos aceitar senão por haverem sido declaradas por Deus. Assim se nos expõe o plano da salvação, de maneira que toda pessoa possa ver os passos que lhe cumpre dar em arrependimento para com Deus e fé para com nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de salvar-se pela maneira indicada por Deus” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 107).

“O grande celeiro da verdade é a Palavra de Deus – a Palavra escrita, o livro da natureza e o livro da experiência no trato de Deus para com a vida humana. Eis os tesouros, de que os coobreiros de Cristo devem prover-se. Na pesquisa da verdade devem confiar em Deus e não na inteligência dos grandes homens, cuja sabedoria é loucura para Deus. O Senhor comunicará ao inquiridor o conhecimento de Si mesmo, pelos canais por Ele prescritos.

“Se o seguidor de Cristo crer em Sua Palavra e praticá-la, não haverá Ciência no mundo natural, que não possa compreender nem apreciar. Nada há que não lhe forneça meio de partilhar a verdade com outros. A história natural é um tesouro de conhecimentos em que todo estudante na escola de Cristo pode obter” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 125).

Mãos à Bíblia

Os apóstolos foram testemunhas oculares da vida, morte e ressurreição de Cristo. Sua vida os influenciou de tal maneira que eles não conseguiam deixar de comunicá-la aos outros. O mesmo aconteceu com João. Em 1 João 1:1-4, ele afirma ter sido testemunha ocular da vida de Jesus. Ele diz que não só viu Jesus, mas também O tocou e O ouviu.

8. João não é o único escritor bíblico a fazer poderosas afirmações sobre eventos de que foi testemunha ocular. Que outras testemunhas afirmaram ter visto coisas maravilhosas? Dt 4:1-9; At 4:20; 1Co 15:4-8

Hoje podemos ser testemunhas de Cristo. Em um mundo pós-moderno, nosso próprio depoimento como “testemunhas oculares” pode ser um testemunho mais poderoso sobre a realidade e bondade de Deus do que os eventos históricos descritos na Bíblia.

Wilona Karimabadi | Ellicott City, EUA

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terça-feira, 7 de julho de 2009

Experimentando a Palavra da Vida - 07/07/2009 a 11/07/2009

Terça, 7 de julho

Exposição

Experimentando a Palavra da vida


A obediência cria a vida (Dt 4:1-4). O tema da Bíblia, desde o princípio, é o chamado de Deus para que os seres humanos ouçam Sua voz e palavra, e obedeçam a elas (Gn 2:15-17). O segredo de Deus para a verdadeira vida, prosperidade, saúde e felicidade se encontra na obediência a Suas leis e cooperação com elas (Dt 28). Até as leis da natureza na Terra e no espaço revelam a importância da coesão sob o governo de Deus para que tenham estabilidade e funcionem. Deus falou e o Universo veio à existência, e Ele estabeleceu leis para manter a ordem (Gn 1:1-31; Jô 38:1-42:6).

Obediência é a essência dos relacionamentos. Como desenvolvemos relacionamentos, temos que aprender a respeitar uns aos outros.

A ressurreição de Cristo não perdeu hoje sua vitalidade espiritual doadora de vida (1Co 15:1-8). Quando Cristo veio a este planeta perdido, demonstrou que era a Palavra de Deus (Jo 1:1-16). Tudo que Seu Pai falava, Cristo fazia (Jo 4:33-35; 6:38, 39). Nós também podemos experimentar Cristo como a Palavra da vida, assim como Ele a experimentou em relação a Seu Pai celestial. Seu Pai é nosso Pai, e somos chamados a encontrar intimidade e unidade – a obediência do amor e da adoração – com nosso Pai celestial (Jo 17).

Paulo achava que Cristo era tão real para ele como tinha sido para Seus discípulos, muito embora Paulo não tivesse visto a Cristo na carne da mesma forma que eles. A demonstração e poder da ressurreição de Cristo deram a Paulo confiança para que ele também experimentasse o poder transformador da presença de Cristo (1Co 15:3-8; 9:1). Quando Paulo obedecia às Escrituras, ele estava em essência experimentando a Palavra da vida (Jo 17:6; 1Jo 2:5). Essa pode ser nossa experiência também.

A Palavra da vida Se encarna em nós (1Jo 1:1-5). A maior lei da vida e da felicidade é a lei do dar (Jo 3:16). Quando recebemos motivação, inspiração e instrução da Palavra de Deus, nós a assimilamos crendo e agindo com base nessa crença. Isso é o que chamamos fé. Contemplando a Jesus em Sua Palavra nos tornamos semelhantes a Ele em pensamento, palavra e ação. É somente quando obedecemos pela fé que experimentamos a semelhança de Cristo em nós (Rm 16:25, 26). Quando desobedecemos, tornamo-nos espiritualmente desiludidos e desorientados (Tg 1:8; 4:8).

Experimentar a Palavra da vida é conhecer a Jesus experimentalmente (Jo 17:3). E quando Cristo encontra lugar no coração, a Palavra de Deus se torna uma poderosa influência na vida do crente (1Ts 2:13; Ef 2:1-7). Então essa influência se torna contagiante e atraente para os outros (2Co 2:14-17; 3:3).

Cristo, a Palavra de Deus, é a fonte da vida espiritual (Ap 19:13).
Cristo é o poder de Deus para a salvação (Rm 1:16; 1Co 1:24).
Cristo é o coração do evangelho eterno (Ap 14:6).
Cristo é o tesouro e o conhecimento de Deus (Cl 2:1-3).
Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6).

Em essência, a vida, morte e ressurreição de Cristo pavimentaram o caminho para que experimentássemos Sua plenitude (Ef 1:18-20). Seu amor abnegado é a fonte de nossa motivação para obedecer e amar abnegadamente (Gl 2:20). Lemos a Palavra. Obedecemos à Palavra. Vivemos a Palavra. Comunicamos a Palavra; e aguardamos a vinda da Palavra uma segunda vez (At 17:28). Isso é experimentar a Cristo – a Palavra da vida – ao máximo (Jo 10:10). O ato de darmos Cristo aos outros cada dia por meio de nossas palavras e atos amáveis os ajuda a ter uma amostra da alegria que podem ter neste mundo e na eternidade.

“O reino de Deus não vem com aparência exterior. Vem mediante a suavidade da inspiração de Sua Palavra, pela operação interior de Seu Espírito, a comunhão da alma com Ele que é sua vida. A maior manifestação de Seu poder se observa na natureza humana levada à perfeição do caráter de Cristo” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 36).

Mãos à Bíblia


5. Que significa a expressão “Palavra da vida”? Por que ela é tão apropriada para Jesus?

1 João 1:1 menciona o “Verbo da vida”. O “Verbo” também é encontrado em João 1:1-3, e se refere especificamente a Jesus. Em Apocalipse 19, o cavaleiro no cavalo branco é chamado “O Verbo de Deus” (Ap 19:13), e também se refere a Jesus. Nos escritos de João, a palavra verbo, em certos contextos, pode se referir a Jesus. O mesmo acontece com a palavra vida. Jesus é “o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14:6). Assim, vida, em 1 João 1:2, seguramente se refere a Cristo.

6. Que outra evidência mostra que, nesses versos, João estava se referindo a Jesus, quando usou a expressão “Palavra da vida”?

Alguns acham que a expressão “Palavra da vida” significa a proclamação do evangelho. É possível ouvir o evangelho de Jesus com os “próprios ouvidos”, contudo é mais difícil vê-lo “com os próprios olhos”. Ouvir, ver e tocar uma pessoa faz mais sentido que ouvir, ver e tocar o evangelho.

7. O que significa aceitar Jesus como a “Palavra da vida”? Examine cada parte da frase: palavra e vida. Como os textos seguintes nos ajudam a entender melhor essa expressão? Gn 1:14; Dn 5:23; Mt 8:8; João 1-4; At 17:28

Robert Stankovic | Cooranbong, Austrália

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Experimentando a Palavra da Vida - 10/07/2009 a 11/07/2009

Sexta, 10 de julho

Opinião

Testemunhas do século 21


Os discípulos desfrutaram da comunhão com a Palavra da vida – o caráter de Deus revelado à humanidade. Alguns de nós podemos estar lutando para descobrir como, estando tão afastados do evento histórico da vida de Cristo na Terra, podemos experimentar um relacionamento genuíno com Cristo que seja tão poderoso que se reflita em nossa vida. Podemos nos tornar testemunhas oculares da verdade para que outros a vejam?

O darwinista Richard Dawkins disse que vivemos num Universo que “não tem desígnio, nem propósito, nem mal, nem bem; nada, a não ser impiedosa indiferença.”* E ele está certo, se simplesmente virmos a extensão de nossa vida como os “setenta anos” (Sl 90:10) que não têm sentido. O que mais devemos fazer, então, senão criar nosso próprio significado e felicidade? Podemos colocar muitas coisas em nossa vida em busca de propósito e, contudo, no fim, nos acharmos completamente insatisfeitos. Sem o poder da Palavra da vida não há verdadeiro poder nem segunda chance.

Já tomamos posse do poder da palavra de Deus para que possamos viver uma vida radicalmente transformada, que aponte a um poder maior que nós mesmos? Como testemunhas de Cristo, precisamos ter uma experiência viva com Ele através do Espírito Santo. Nutrir relacionamento íntimo com Deus, meditando consistentemente na Palavra, estudando a vida de Cristo na Terra e vivendo pela fé e para a glória de Deus, nos transformará de cristãos que estão confortavelmente sentados na poltrona, em testemunhas vivas que tocam os outros. Seremos desafiados a viver como cristãos eficientes – glorificando a Deus por meio de preocupação ativa com o bem-estar de nosso próximo, tomando posição pela verdade, justiça e misericórdia, e tomando consciência de todos os dons de Deus, assim como Jesus fazia quando esteve na Terra.

Através de Cristo, João o amado experimentou a essência do que Deus é: um amor esmagador e inextinguível. É esse mesmo amor que Deus tem por nós. Quando essa verdade se transforma numa realidade profundamente sentida, o desejo de suster um relacionamento verdadeiro com o único Deus se torna irresistível. A verdade já não é escondida. Desejamos partilhar essa incrível realidade com outros. Nosso coração é transformado e os frutos do Espírito (Gl 5:22, 23) se tornam traços de caráter novos e reconhecíveis. Isso é que é realmente uma experiência pessoal, viva e real!

*Richard Dawkins, “God’s Utility Function”, Scientific American, nov. 1995, p. 85.

Mãos à obra

1. Entreviste alguém que você não conhece bem. Reflita nos tipos de perguntas que você fez e como elas o ajudaram a compreender melhor aquela pessoa. Aplique o que você aprendeu dessa entrevista a seu relacionamento com Jesus para ajudá-lo a conhecê-Lo melhor.
2. Anote as perguntas que você tem para Jesus num diário e documente como Ele dá as respostas ao longo do tempo. Ore para que Deus ajude você a fazer as perguntas certas.
3. Escreva o nome de Jesus no centro de uma folha de papel. Use então os espaços em branco na folha para escrever palavras que descrevam Jesus a partir de sua própria experiência com Ele.

Corilda LeRossignol-Grant | Sydney, Austrália

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Experimentando a Palavra da Vida - 06/07/2009 a 11/07/2009

Segunda, 6 de julho

Evidência
A Palavra


O termo grego logos é interpretado em português como “palavra”. Significa “uma conta”, “um cômputo”, “uma razão”, “um pensamento”. Usamo-lo para designar áreas de estudo em palavras como teologia, psicologia, biologia, etc.

Contudo, os filósofos gregos vieram a entender o logos como um princípio lógico que deu ordem ao Universo. Portanto, ele foi igualado à ideia de Deus. Quando a Bíblia hebraica foi traduzida para a Septuaginta grega, logos foi usado para verter o termo hebraico dabar, que significa “uma palavra”, “uma coisa” ou “um evento”. Dabar era um vocábulo vibrante, usado para retratar a transmissão da comunicação de Deus a Seu povo, especialmente os profetas.

João é o único que dá a Jesus o título de “Palavra”. Ele o usa em três ocasiões diferentes: João 1:1, 1 João 1:1 e Apocalipse 19:13. A pessoa de Jesus e Sua vida foram a comunicação direta de Deus. Foi Deus transmitindo a Si mesmo, não apenas para as pessoas da época de Jesus, mas também a cada um de nós.

João 1:1-5 e 1 João 1:1-5 são paralelos em suas ideias. No princípio, Jesus era. Ele estava com Deus, Ele era Deus, e nEle estava a vida. Primeira João leva o tema adiante, dizendo que Jesus é a Palavra da vida. Ele veio em carne como uma vida, mas é eterno, e é também Aquele através de quem obtemos a vida eterna. João queria garantir, desde sua primeira declaração, que essa verdade sobre Jesus estivesse no centro do que os cristãos deveriam crer. Declarando que Jesus é a Palavra da vida, ele estava esclarecendo qualquer incerteza que pudesse ter existido sobre como obter a vida eterna. Ela podia ser encontrada na pessoa de Jesus Cristo. E só para o caso de haver pessoas que não cressem nEle, João comprovou isso pelo que havia experimentado através de seus sentidos.

Se Jesus é alguém sobre quem sabemos muita coisa e de quem somos capazes de falar com êxito, mas com quem não temos um relacionamento pessoal, nosso testemunho a outros é vazio. Mas quando O experimentamos pessoalmente em nossa vida, nosso testemunho é poderoso.

Mãos à obra


3. Que semelhanças existem entre 1 João 1:1-5 e João 1:1-5? O que têm em comum?

As duas passagens apontam para um tempo no passado, usando o “princípio”, aparente referência a Gênesis 1:1, e à Criação. As duas fazem diferença entre Deus o Pai e a Palavra, e as duas Os apresentam em íntimo relacionamento. As duas seções usam também a imagem de vida e luz. Além desses pontos em comum entre as seções, também existem diferenças.

4. Que ênfases presentes em João 1:1-5 não são vistas em 1 João 1:1-5?

Kelly Fry | Cooranbong, Austrália

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domingo, 5 de julho de 2009

Experimentando a Palavra da Vida - 05/07/2009 a 11/07/2009

Experimentando a Palavra da Vida


“Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo” (1Jo 1:3, NVI).

Prévia da semana:
A alegria e a comunhão pessoal com Jesus são experiências contagiantes. Abrem nossos olhos para as possibilidades de desfrutar plena alegria em nossos dias.

Leitura adicional: Caminho a Cristo

Domingo, 5 de julho

Introdução
Cestos de fardos


Todos os cristãos experimentam a Deus pelo menos uma vez na vida. Pode ser uma pequena experiência, mas ela está lá. John T. Faris deve ter experimentado Jesus de maneira especial para contar esta história tão bem: “Um pai estava carregando um pesado cesto e seu filho pediu para ajudá-lo. O pai cortou uma vara e passou-a pelas alças do cesto, de forma que a extremidade do lado do menino fosse três ou quatro vezes maior. Cada um pegou em sua extremidade, e o cesto foi levantado e facilmente carregado. O filho estava levando o fardo com o pai, mas achou seu trabalho fácil e leve porque o pai carregava a extremidade da vara onde se concentrava o peso. O mesmo acontece quando tomamos o jugo de Cristo; Ele Se certifica de que o fardo colocado sobre nós seja leve, e Ele leva a extremidade pesada.”*

Todos os dias Deus carrega cestos de fardos para muitas pessoas. Um exemplo é a história de uma adolescente. Mary nasceu numa família cristã pobre em Myanmar. Um dia, uma amiga lhe disse que ela poderia ir à Tailândia e ganhar um bom dinheiro. Então, com a ajuda da amiga, Mary viajou para lá. Ela seguiu a amiga até um grande edifício, e lhe foi dito que entrasse para conversar com seu gerente. Mary nunca mais viu a amiga. Tinha sido vendida para a prostituição.

Mary pediu a Deus que a ajudasse a escapar. Ela orou e chorou o dia todo. Naquela noite, a porta se abriu, e entrou um homem tailandês. Mary contou seus problemas ao homem. Quando terminou, ele disse: “Não se preocupe, irmã. Vou ajudar você.”

Toda noite o homem vinha ao quarto dela para deixar um lençol. Certa noite, ele disse a ela: “Você está pronta para escapar? Acho que esta corda é longa o suficiente para chegar até o chão!” O homem ajudou Mary a escapar, e os dois agora são casados.

Quando acho as coisas difíceis, lembro-me das histórias de John Farris e de Mary. Deus sempre nos ajuda a carregar nossos cestos de fardos. Portanto, quando um denso nevoeiro de dúvidas está ao nosso redor, ainda podemos continuar andando, confiantes de que nosso Pai está carregando os fardos para nós. Ao estudarmos esta semana sobre Jesus, a Palavra, que possamos sentir que nossos fardos estão sendo levantados.

*J. T. Faris, His Yoke Is Easy (Williamsport, Penn.: The Coslett Publishing Company, 1938), p. 13.


Mãos à Bíblia


1. Que certeza João transmite na introdução de sua primeira epístola? Que esperança você pode tirar dessas palavras? 1Jo 1:1-4

João começa assinalando que, juntamente com outros, ele é testemunha ocular da “Palavra da vida”.

2.
Que duas coisas João diz que virão como resultado de sua declaração sobre a “Palavra da vida?”

O objetivo de João parece ter sido que conheçamos, por nós mesmos, a realidade de Deus que ele próprio havia experimentado em Jesus. Ele queria que conhecêssemos a vida eterna, a comunhão e a alegria que podemos ter em Jesus.

Peempahn Henley | Sydney, Austrália

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