sábado, 27 de novembro de 2010

Rispa - Resumo Semanal - 27/11/2010 a 27/11/2010

RISPA, A INFLUÊNCIA DA FIDELIDADE
Resumo Semanal - 22/11/2010 a 27/11/2010


Ivanaudo Barbosa

Objetivo deste estudo: Mostrar que, mesmo em silêncio, Rispa falou alto.
Verdade central: Atos falam mais alto que palavras.

INTRODUÇÃO

Nesta apresentação, mencionamos quatro personagens: Rispa, que é a principal figura em nosso estudo, e as demais grandiosas estrelas como Davi, Isbosete e Abner, que, paradoxalmente, são apresentadas como coadjuvantes no enredo. Para construir todo o enredo, apresentamos os atores e seus papéis para formamos o quadro completo:


Davi – Este já é conhecido nos dramas anteriores e não necessita de mais apresentação. Os papéis de Davi neste estudo são os seguintes: Saul e Jônatas foram mortos, e Abner, o general do exército de Saul, aclamou Isbosete, o filho sobrevivente de Saul, rei em lugar do pai. A sede do governo de Isbosete foi transferida para Manain, no lado leste do rio Jordão. Davi foi eleito rei de Judá, no sul do país. Como era de se esperar, teve lugar uma guerra entre os dois reinos. Enquanto Davi ia se fortalecendo, as coisas não andavam bem para Isbosete, filho de Saul.


Abner – Aqui entra a figura do general Abner. Ele era um brilhante defensor da continuidade do reino de Saul com Isbosete, embora soubesse que Deus havia prometido o reino de todo o Israel a Davi. Certo dia, o rei Isbosete acusou Abner de ter adulterado com Rispa, a concubina de Saul, seu pai. Não sabemos se isso ocorreu ou não, porque o texto bíblico não esclarece. O fato de alguém manter relações com a mulher ou as concubinas de um rei indicava sua intenção de usurpar o trono. Essa acusação deixou Abner transtornado, e ele decidiu abandonar o barco de Isbosete e unir todas as tribos de Israel em torno de Davi.


Isbosete – Conforme já mencionado acima, Isbosete era fraco na administração e liderança e não tinha como sobreviver se fosse abandonado por Abner. Ele foi assassinado por dois de seus servos, e todo o Israel passou a seguir Davi. A breve dinastia de Saul terminou com a morte de seu filho Isbosete.


Rispa – Os papéis de Rispa são secundários e, até certo ponto, passivos. Ela não aparece como uma mulher ativa, com uma participação romântica e explícita com Abner. O autor bíblico simplesmente menciona seu nome no drama entre os dois figurões – Isbosete e Abner. Mas a simples menção do episódio provoca uma mudança de rumo na história de Israel. Isbosete foi assassinado por seus servos, e Abner foi friamente assassinado por Joabe. Formalmente, Davi unificou o reino, mas o espírito de amargura, mal-estar e suspeitas permaneceu por longo período.


Então, novamente aparece a figura de Rispa dando proteção aos corpos de seus dois filhos e mais cinco netos de Saul, mortos pelos gibeonitas como acerto de contas. Após esse ato de dedicação, amor e fidelidade, Davi enterrou com dignidade os sete corpos e mais os corpos de Saul e Jônatas. Esse ato de Davi trouxe finalmente tranquilidade e aceitação aos descendentes de Saul. Com o envolvimento silencioso de Rispa nesses dois episódios, a história de Israel foi mudada.


I. Uma apresentação de Rispa

Rispa era filha de “Aiá”. A menção do nome de seu pai sugere que a família dela deve ter sido importante e que ela não era uma simples es crava. Seu nome significa: “brasa viva”. Rispa foi concubina do rei Saul e teve dois filhos com ele – Armoni e Mefibosete. Após a morte de Saul, Rispa ficou viúva com dois filhos para criar. Como Isbosete perdeu o reino e foi morto, tudo indicava que a vida de Rispa não lhe oferecia nenhuma perspectiva alvissareira. Diante desse quadro desolador, a dor dela aumentou quando Davi mandou entregar seus dois filhos aos gibeonitas, os quais os enforcaram. Rispa, viúva, acusada de ter tido um caso com o general Abner, agora estava sem filhos e parecia totalmente abandonada. Diante desse quadro, seria normal que ela se julgasse vítima. Mas sua atitude foi nobre e elevada. Ela não reclamou, não se queixou, mas agiu. Construiu uma barraca improvisada com panos pretos e, por muitas semanas, cuidou dos sete corpos em decomposição para que as aves de rapina e animais selvagens não os devorassem, até Davi ordenar que eles fossem sepultados com dignidade. Aqui cabe mencionar algumas características dessa nobre mulher:


1. Rispa deixou nos registros da história uma atitude proativa.
2. Poucas de suas ações podem ser consideradas grandes atos. Mas ela “é”. O ponto forte aqui é SER.
3. Ao acusar Abner de adultério com Rispa, Isbosete nem sequer mencionou o nome dela. Disse apenas: “Por que possuíste a concubina de meu pai? (2Sm 3:7) E Abner, insensível e indignado, respondeu: “Você está me acusando pela maldade de uma mulher” (2Sm 3:8). Embora fosse tão desconsiderada pelos homens, a simples menção dela mudou a história de Israel.
4. Ela foi uma mulher perseverante. Viveu com desconforto por um longo período ao ar livre, suportando sereno e sol, dia e noite, até que seus amados fossem tratados com respeito e dignidade.
5. Rispa não era uma pessoa pronta a reclamar de tudo e de todos. Viveu em silêncio. Mas falou muito alto.
6. Ela manifestou amor e paixão pela vida. 7. Mãe digna de honra.8. Mãe dedicada e fiel.


LIÇÃO – Comente com seus alunos a seguinte frase: “Pessoas simples podem praticar atos poderosos que mudam a história.” Mencione outros exemplos de pessoas simples que marcaram a história e afetaram positivamente sua vida.



II. O que era uma concubina?

“Modernamente, o concubinato é um termo jurídico que especifica uma união não formalizada pelo casamento civil.” Sendo que a sociedade ocidental em que o Brasil se enquadra é baseada no princípio monogâmico do casamento, como sociedade e como Igreja, não aceitamos o concubinato como praticado nos tempos da monarquia em Israel e arredores. O autor da lição resume o formato da concubina nas seguintes palavras: “Frequentemente, as concubinas eram tiradas de entre as servas ou empregadas de uma família. Seu propósito expresso era produzir herdeiros e, se produziam descendentes masculinos, seu status e posição social eram semelhantes aos das esposas legítimas. Os homens eram considerados maridos de suas concubinas (Jz 20:4). Seus filhos apareciam nas genealogias (Gn 22:24) e recebiam parte da herança (Gn 25:5, 6).


É interessante notar que as concubinas apareciam principalmente no período patriarcal. “Durante a primeira monarquia, as concubinas estavam relacionadas com as casas reais” (Lição da Escola Sabatina, 21 de novembro de 2010). Nos tempos bíblicos, uma concubina não era simplesmente escrava ou, pior, escrava sexual. Ela era esposa com direitos legais. No caso de Rispa, ela era concubina do rei Saul. Era uma mãe dedicada e vivia no palácio real. Entretanto, com os rumos políticos tomados após a morte de Saul, “Rispa não tinha segurança. Seu destino parecia totalmente fora de suas mãos, determinado por forças e circunstâncias além de sua autoridade ou controle.”



III. Atos falam mais que palavras

Houve três anos de fome em Israel. Foi um tempo difícil e com grandes perdas para o povo e a nação. Então, o rei Davi consultou ao Senhor e veio a resposta divina: “Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas” (2Sm 21:1). Davi chamou os gibeonitas e lhes perguntou: “O que quereis que vos faça? E que resgate vos darei, para que abençoeis a herança do Senhor?” E a sua resposta foi: “Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel [...] Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel, de seus filhos se nos deem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor, em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor...” (2Sm 21:3-6). Nestes versos, notamos dois pensamentos distintos:


1. O delito que envolve vidas humanas não pode ser pago com dinheiro.Como os gibeonitas eram servos, e não cidadãos, não tinham direito legal de executar ninguém. Daí a interferência do monarca Davi, que tomou a decisão irrevogável, entregando sete homens da família de Saul para serem executados.
2. Nesse quadro desolador, aparece a figura silenciosa, mas atuante de Rispa. Além da viuvez e perda de status social, ela foi obrigada a entregar seus dois filhos para ser imolados como sacrifício pelos crimes de Saul. Rispa aceitou tudo com resignação e, em silêncio, manifestou sua atitude de carinho e respeito pelos mortos. Essa atitude mudou o rumo da história. Leia a sequência do comentário.


DISCUTA COM SEUS ALUNOS: Muitas vezes, parece que somos impotentes e não temos escolha em nossas dificuldades. O que podemos aprender de uma mulher como Rispa, que, apesar das circunstâncias, agiu tão fielmente diante do Senhor?



IV. A influência de Rispa na unificação do reino
A história de Rispa está marcada por apenas dois incidentes:


1. No primeiro, ela não teve participação ativa e envolvente. Mas se tornou figura decisiva. Simplesmente, ela foi o motivo que levou Abner a abandonar seu posto de general de Isbosete e debandar para o reino de Davi, abrindo caminho para que todo Israel seguisse o filho de Jessé. Rispa foi a causa silenciosa. Pessoalmente, creio que Abner estava procurando um pretexto para fazer o que fez. E viu na acusação de Isbosete a áurea oportunidade que procurava. Embora Rispa não tivesse parte ativa, ela foi decisiva no novo rumo que a história de Israel tomou. Gerald Klingbeil diz: “Foi realmente a menção do nome de Rispa que provocou essa mudança. Embora Rispa não seja ativa no relato, ela é altamente significativa” (Lição, 22 de novembro de 2010). Rispa ficou no meio do “tiroteio” entre Isbosete e Abner. Ambos saíram perdendo e foram mortos. E ela ganhou a guerra sem dar nenhum “tiro”.


2. No segundo incidente, a participação de Rispa é silenciosa mas ativa e participativa. Depois de terem sido enforcados os sete homens da família de Saul, incluindo seus dois filhos, os executores gibeonitas os abandonaram ao ar livre, expostos às aves de rapina e animais selvagens. Não tendo permissão para sepultar com dignidade seus queridos, nem tendo a quem recorrer, Rispa fez o que podia. O relato sagrado diz: "Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício e estendeu-lho sobre uma penha, desde o princípio da colheita, até que a água do céu caiu sobre eles. Ela não deixou as aves do céu pousarem sobre eles durante o dia, nem os animais do campo durante a noite" (2Sam 21:10). Alguns comentaristas dizem que essa vigília de Rispa durou dois meses. Outros chegam a mencionar seis meses (Chantal y Gerald Klingbeil - Histórias Poco Contadas, p. 98). Não importa quanto tempo ela ficou ali. O que nos impressiona é o idealismo, a garra, a constância e a espera de Rispa. Cuidando noite e dia dos restos mortais de seus amados e enxotando os animais e as aves. É interessante notar que a chuva, como resposta de Deus, não caiu após a execução dos sete descendentes de Saul. Mas somente após Davi ordenar o sepultamento deles com dignidade. Alguns rabinos dizem que Davi fez uma grande procissão pelos territórios de Israel para sepultar esses mortos (Chantal y Gerald Klingbeil - Histórias Poco Contadas, p. 98).


Não temos prova disso pelos relatos bíblicos, mas podemos comprovar alguns resultados importantes que a ação de Rispa gerou:



1. O que entendemos pelo relato bíblico é que, após o ato do sepultamento, toda a nação parecia estar satisfeita. Era como se esse ato de Davi fosse um gesto de perdão e reconciliação com a família de Saul.

2. Sobre a reposta divina, acrescentamos: “Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto, Deus Se tornou favorável para com a terra” (2Sm 21:14).

3. “Rispa desempenhou um papel sutil mas incrivelmente importante para reunir as tribos e facções.”

4. “Esse enterro [...] foi muito significativo, pois marcou o fim das lutas entre as tribos e lançou o fundamento de um Israel unido.”

5. Um ato silencioso que mudou a história de Israel.

6. O amor de uma mãe sofredora é capaz de gerar uma reação em cadeia positiva.



PERGUNTE A SEUS ALUNOS: Na sepultura de Rispa, posso escrever a frase: “Seus atos falaram mais alto que palavras”. O que vão escrever na minha, quando eu morrer?



Conclusão

Ao estudar a vida de Rispa, chegamos a algumas conclusões. Gostaria de partilhar com você algumas delas. Comente-as com seu grupo.
1. As circunstâncias não devem pautar nossa vida, impedindo nossa participação, envolvimento e crescimento. Rispa nos mostrou que, apesar de estar cercada pelas mais difíceis circunstâncias, foi capaz de legar um exemplo que pode mudar a história.
2. Tenha em mente que a miséria do mundo não é causada somente pelas ações perversas dos maus, mas pela indiferença dos bons. É comum alguém dizer: “Não posso fazer nada”. Outro sentencia: “Se tivesse poder ou dinheiro, eu mudaria as coisas”. Alguns são mais específicos em seu pessimismo ao afirmar: “Que diferença fará se eu ajudar apenas um?” Rispa não pensou assim. Ela fez o que estava ao seu alcance. E isso mudou a história. Pense no que você pode fazer e não no que não pode mudar.
3. Como mulher, e ainda concubina, Rispa nem sempre teve o direito e a oportunidade de fazer escolhas. Mas, quando pôde escolher, escolheu fazer algo que ficasse marcado para toda a eternidade.
4. Rispa foi uma reconciliadora. Refletiu a imagem de Jesus, que foi o maior reconciliador, e nós somos chamados para isso também. “Foi missão de Jesus reconciliar os homens com Deus, e assim, uns com os outros” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 47).


Ivanaudo Barbosa Oliveira é Secretário e Ministerial da União Nordeste-Brasileira.

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rispa - 26/11/2010 a 27/11/2010

Sexta, 26 de novembro

Opinião
Vingança ou reconciliação?


A história de Rispa parece estranha, e seu papel nela não parece fazer sentido. Era vontade de Deus que seus filhos morressem para pagar pelo pecado do pai? Não parece certo que Rispa devesse ter sofrido a perda deles, sendo que não era deles a culpa pelo que aconteceu com os gibeonitas. O que essa história diz sobre o caráter de Deus? Contudo, enquanto estudava a história dela, encontrei algumas respostas.

Davi não ficou perambulando triste, pensando o que as pessoas iam fazer sem colheitas ou pastos para alimentar suas ovelhas e seu gado. Ele foi a Deus perguntar por que a fome estava acontecendo. Quando não entendemos o que está acontecendo em nossa vida, devemos buscar o conselho de Deus. Mas não devemos parar de buscar Seu conselho como Davi o fez. “Ao ceder aos gibeonitas, Davi não consultou a Jeová sobre o que deveria fazer... embora em geral seu caráter fosse justo e reto, se ele tivesse consultado a Jeová, algum modo mais feliz de ser justo poderia ter sido encontrado.”* Pelo fato de Davi não buscar o conselho de Deus em tudo, acabou reparando a brecha com os gibeonitas de uma forma que não honrou a Deus e a Seu caráter.

Depois de ele ter entregado os descendentes de Saul aos gibeonitas, Rispa poderia ter vingado a morte deles. Em vez disso, cumpriu seu dever de mãe ao proteger os corpos da desonra. Quando Davi ouviu falar de sua bravura, decidiu seguir o exemplo dela, honrando Saul, Jônatas e os enforcados com um sepultamento honroso. Foi quando isso foi feito que a fome terminou.

Não sabemos o que teria acontecido se Davi tivesse consultado a Deus uma segunda vez em vez de consultar apenas os gibeonitas. Mesmo assim, acho que podemos ver que a reconciliação com Deus foi alcançada quando foi mostrada misericórdia, não vingança. Isso não se aplica apenas a Rispa e Davi, mas a cada um de nós. A vingança nunca é a resposta. Se você deseja ser como Cristo, siga o exemplo de Rispa. Busque Sua paz e reconciliação. “No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz com todas as pessoas” (Rm 12:18). Ao fazê-lo, refletimos o caráter de Deus.

*John Darby’s Synopsis. http://www.ewordtoday.com/comments/2samuel/darby/2samuel21.htm (acessado em 20 de agosto de 2009).

Mãos à obra

1. Considere a história de 2 Samuel 21:1-14 à luz do segundo mandamento – os pecados do pai são visitados sobre a segunda e terceira gerações.
2. Procure no dicionário o significado de fidelidade, dedicação e firmeza. Como elas são definidas e que exemplos delas você tem observado?

Bianca Acosta | Rancho Cucamonga, EUA

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Rispa - 25/11/2010 a 27/11/2010

Quinta, 25 de novembro

Aplicação

Fiel em meio aos obstáculos


Muitos de nós achamos que porque não somos tão “santos” ou tão “importantes” como outros membros de nossa igreja, não precisamos ser fiéis em todos os momentos e em todas as coisas. Afinal de contas, as pessoas já pensam o pior de nós; então por que devemos lutar para permanecer fiéis quando ninguém acredita em nossa sinceridade? Imagino que deve ter sido assim que Rispa se sentiu quando seus filhos foram entregues aos gibeonitas para ser enforcados. Por que devia ela se importar em vigiar os corpos dos filhos quando ninguém se importaria o suficiente para enterrá-los? Por que Davi deveria se importar com uma concubina de seu inimigo derrotado? Rispa protegeu fielmente os corpos de seus filhos por meses a fio, até que Davi lhes deu um sepultamento adequado. A fidelidade da concubina deu à luz a misericórdia do rei.

Como podemos alcançar a fidelidade que persevera em meio a todos os obstáculos? Como se alcança uma fé que vence uma reputação machada? Creio que tal fé pode ser alcançada se fizermos três coisas:

Parar de achar que o cristão tem vida fácil. Em Marcos 13:13, Jesus disse a Seus discípulos: “Todos odiarão vocês por Minha causa; mas aquele que perseverar até o fim será salvo”. Aqui aprendemos que precisamos permanecer fiéis até o fim, e assim seremos salvos. Se isso fosse fácil, Ele não teria usado a palavra “perseverar”. Portanto, paremos de achar que, porque somos filhos de Deus, nossa vida será um passeio no parque.

Pedir a Deus que nos conserve fiéis. Precisamos ser como o pai fiel de Marcos 9:14-29 que clama a Jesus: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!”.

Compreender que temos uma reputação cristã a zelar. Somente quando nos lembramos que, “sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8), Deus nos amou o suficiente para enviar Seu Filho para morrer por nós, podemos compreender que o mais importante é permanecermos fiéis a Ele. Pertencemos a Ele, e por isso não podemos trazer vergonha ao Seu nome e à Sua igreja.

Mãos à Bíblia

O exemplo de fidelidade de Rispa chamou a atenção de Davi. O fato de ela estar na montanha “perante o Senhor”, perto dos sete corpos, parece ter motivado Davi a considerar isso um ato muito importante: o sepultamento apropriado de Saul, de Jônatas e dos descendentes de Saul.

7. Como Davi foi afetado pelas ações de Rispa? 2Sm 21:11-14

8. De acordo com o texto de hoje, o que causou o fim da fome? 2Sm 21:1-14

A fome não terminou assim que os sete descendentes de Saul foram executados. Deus respondeu ao apelo em favor da terra só depois que Davi proveu um lugar respeitável de descanso para os restos de Saul e seus descendentes. O exemplo de Rispa promoveu reconciliação, resultando em um Israel preparado para começar a curar as feridas da guerra entre as tribos.

Trufosa Mochache | Cedar Hill, EUA

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Rispa - 24/11/2010 a 27/11/2010

Quarta, 24 de novembro

Evidência
Fiéis para sempre

O livro de 2 Samuel é sobre um homem que estava tentando desesperadamente ser um grande líder, enquanto continuava sendo um homem de Deus. Infelizmente, ele era muitas vezes sabotado por sua humanidade falha. Personagens de apoio como Rispa fornecem paralelos convincentes, embora muitas vezes ignorados, com o personagem principal, Davi, que, apesar de seus pecados, permaneceu um homem segundo o coração de Deus – penitente, apaixonado e determinado. É provável que 2 Samuel tenha sido escrito por Natã, o profeta, e Gade, o vidente (1Cr 29:29). Além dessas, informações de outra fonte chamada “o livro de Jasar” podem ter sido incluídas (2Sm 1:18). Os eventos descritos em 2 Samuel ocorreram em 1004 e 971 a.C. E então, será que podemos aprender algo desses antigos eventos sobre um reino que o próprio Deus disse que iria durar para sempre?

Leia as palavras que Deus falou para o novo rei de Israel: “‘Você sempre terá descendentes, e eu farei com que o seu reino dure para sempre. E a sua descendência real nunca terminará’ ” (2Sm 7:16). Davi morreu, e nenhum rei está reinando agora em Israel. Então o que durou para sempre? A Bíblia muitas vezes se refere a Jesus como o filho de Davi. As promessas são para sempre em Jesus Cristo. Jesus, o filho de Davi, por Sua morte e ressurreição, construiu um reino que durará para sempre. Pela fé podemos ser parte deste reino. Através de relatos como o de Rispa, que mostram pessoas comuns exercendo inabalável dedicação e fé, somos desafiados a devotar nossa vida a Jesus, o fundador do reino.

Através da vida aparentemente sem importância de Rispa, percebemos que nós também devemos viver nossa vida, por mais sem importância que pareça no grande esquema das coisas, com dedicação e força moral. Quando desafiados por circunstâncias desagradáveis, devemos extrair encorajamento de histórias tais como a de Rispa. Precisamos nos lembrar de que devemos perseverar até o fim para podermos viver para sempre no reino de Deus (Mc 13:13). Segundo Samuel nos lembra que Deus sempre cumpre Suas promessas. Nenhum pecado pode mudar isso. Cristo reinará por toda a eternidade – agora, em nosso coração, e por fim num novo Céu e numa nova Terra. Permanecendo fiéis a Ele, estamos escolhendo a vida – agora e para sempre (Dt 30:19).

Mãos à Bíblia

Davi consultou a Deus, e Ele lhe informou que a falta de chuva se devia à tentativa de genocídio dos gibeonitas, por Saul, quebrando uma aliança feita por Josué, que protegia os gibeonitas. É aqui que encontramos Rispa novamente. Seus dois filhos com o rei Saul estavam entre os selecionados para serem mortos, para que fosse alcançada a “expiação”. Embora seja difícil compreender isso, pelo menos podemos entender como Deus considera sérias Suas alianças. A morte dos descendentes de Saul foi também um juízo divino.

5. Que outros exemplos de coisas que não entendemos completamente encontramos na Bíblia? Apesar de não compreendermos, precisamos confiar na bondade e misericórdia de Deus, ainda assim?

6. O que Rispa fez quando seus filhos foram mortos? O que isso nos diz sobre ela? 2Sm 21:9, 10

Enock Mochache (auxiliado por Barbra e Josene) | Calhoun, EUA

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Rispa - 23/11/2010 a 27/11/2010

Terça, 23 de novembro

Testemunho

Pano de saco e paixão


Rispa queria dar uma mensagem, e era esta: “Aqui estão meus filhos, tirados de mim, envergonhados e entregues para corrigir os pecados de seu pai. Mas embora eles estejam mortos, ainda guardo no coração o vínculo que nos unia”. Ela estava determinada a mostrar sua paixão sob o abrigo de pano de saco – não por uma hora ou duas, um dia ou dois, ou uma semana ou duas – mas desde a primavera até o outono. Ela não enviou uma mensagem expressando o clamor de seu coração. Simplesmente viveu sua dedicação do princípio da colheita até que a chuva caiu. Foi assim que sua influência foi sentida. Foi assim que ela conseguiu influenciar o rei Davi. Será que temos essa paixão? “É nosso caráter e experiência que determinam nossa influência sobre o próximo. A fim de convencer os outros acerca do poder da graça de Cristo, devemos ter experimentado o Seu poder em nosso próprio coração e vida. ... Só por uma fé viva em Cristo como Salvador pessoal é que se torna possível fazer sentir nossa influência num mundo incrédulo” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 469).

Embora pudesse ter parecido inútil guardar os corpos de seus filhos, Rispa foi fiel ao que ela achava ser a coisa certa a ser feita, e o mesmo devemos fazer. “Ninguém pode saber qual haja de ser o propósito de Deus em Sua disciplina; mas todos podem estar certos de que a fidelidade nas pequenas coisas é a evidência do preparo para maiores responsabilidades” (Ellen G. White, Educação, p. 61).

A influência de sua paixão levou o rei a agir. Quer ela soubesse ou não, seus atos levaram a um ato maior. Assim, “centenas e milhares são ajudados pela nossa influência por nós despercebida. O verdadeiro seguidor de Cristo fortalece os bons propósitos de todos aqueles com quem entra em contato” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 348).

Mãos à Bíblia

Houve uma terrível fome em Israel, e Davi consultou ao Senhor. Não sabemos por que meios ele recebeu a resposta de Deus, mas seu conteúdo é muito claro: “Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa” (2Sm 21:1).

4. Leia 2 Samuel 21:1-6. Por que os descendentes de Saul deveriam sofrer pela culpa de seu antepassado? Isso não contradiz Deuteronômio 24:16, Jeremias 31:29, 30 e Ezequiel 18:1-4?

O texto destaca que, embora a salvação dependa de nossas decisões, nossas ações e escolhas afetam muitos ao nosso redor e nunca ocorrem em isolamento. Quando reis fiéis reinavam em Jerusalém, todo o reino era favorecido; por outro lado, reis infiéis derrubavam muitos em Israel.

Elvis Mogoi | Wilmington, EUA

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Rispa - 22/11/2010 a 27/11/2010

Segunda, 22 de novembro

Exposição
Fidelidade inspira fidelidade


“Agora escolham a vida” (Dt 30:19). Todas as decisões que tomamos têm consequências que afetam a outros. Todas as decisões fiéis não só trazem bênçãos para os fiéis e seus descendentes, mas também inspiram fidelidade em seus descendentes. Isso é o que Deuteronômio 30:19 revela ao nos exortar a escolher a vida.

A História nos ensina que futuras gerações muitas vezes colhem os frutos cultivados por seus ancestrais. Se um povo tem sido corrupto e imoral, as consequências de seus atos não só os afetam, mas também aos que virão depois deles. Se um povo tem sido firme e fiel, suas futuras gerações também serão abençoadas pela fidelidade. Este é muitas vezes o caso, mesmo no que diz respeito à influência dos pais sobre seus filhos. Falando de divórcio, o Dr. Kenneth Bateman escreve que “as crianças também podem ser muito prejudicadas pelo mau casamento de seus pais; seu rendimento na escola pode ser afetado, bem como sua autoestima, aumento de ira, depressão, autocondenação, conflitos com a autoridade e sua própria capacidade de ter um bom casamento (modelos de papéis e sistemas familiares)”.1 Por outro lado, quando “escolhemos a vida” e tomamos decisões certas, encorajamos aqueles que estão dentro de nossa esfera de influência a serem fiéis também.

Não é de admirar que Jesus tenha vindo a este mundo não apenas para morrer por nossos pecados, mas para viver entre nós a fim de revelar de maneiras práticas o que significa ser fiel. Sem diminuir a importância da morte de Jesus para nossa salvação, notemos que esta parte do plano divino de salvação ocorreu durante um período de três dias. Por outro lado, Jesus investiu 33 anos vivendo entre pessoas comuns para que elas aspirassem à fidelidade. Portanto, nossa fidelidade a Deus não tem apenas a ver conosco. Tem a ver com outras pessoas também, algumas das quais talvez nem conheçamos.

A fidelidade atrai a atenção (2Sm 3:6-11; 21:1-14). Rispa, cujo nome significa “uma brasa ou uma pedra quente”,2 vivia à altura do significado de seu nome de maneira extraordinária. Como resposta às exigências do gibeonitas e também provavelmente por suas próprias razões políticas, Davi lhes entregou sete filhos da casa de Saul para serem mortos como retaliação por Saul ter matado a maioria dos gibeonitas. Entre esses homens estavam dois filhos de Rispa. Esses filhos eram possíveis herdeiros do reinado de Saul, uma vez que seus três irmãos mais velhos haviam sido mortos em combate e o jovem Is-Bosete havia sido assassinado (1 Samuel 14; 2 Samuel 4).3

Que trágico dia deve ter sido aquele para Rispa. Ela poderia ter-se vingado. Em vez disso, ficou vigiando o corpo suspenso de seus filhos (2Sm 21:9), para evitar que fossem devorados por animais e aves de rapina. “Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite” (2Sm 21:10). Isso indica “que a devotada vigilância de Rispa foi de longa duração”.4

Quando Davi ouviu falar da devoção de Rispa, foi até a rocha, desceu os corpos e mandou enterrá-los.

A fidelidade é custosa (Mc 13:13). A fidelidade nem sempre traz experiências agradáveis. A verdadeira fidelidade muitas vezes tem um custo. Em Marcos 13:13 Jesus dá um claro relato de como os que estão do lado de Deus serão odiados por todos. Muito embora o contexto deste verso diga respeito aos eventos finais, muitos verdadeiros cristãos já experimentaram esse ódio. As pessoas muitas vezes são rápidas para acusar aqueles que seguem a Cristo, porque sabem em seu coração o que está certo, mas preferem não mudar. Nossa fidelidade, portanto, as deixa desconfortáveis.

Paulo compreendeu isso quando disse: “Para estes somos cheiro de morte; para aqueles fragrância de vida” (2Co 2:16). Portanto, não fiquemos desanimados em nossas tentativas de ser fiéis em meio à indiferença de outras pessoas. Em vez disso, usemos a indiferença delas como uma confirmação de que Deus “realmente” está entre nós! (1Co 14:25).

1. Dr. Kenneth Bateman. Amber University. http://www.alicebaland.com/ALSCResources/REMADivorceFacts.htm (acessado em 4 de junho de 2009).
2. Eastons Bible Dictionary. http://www.bible-history.com/eastons/R/Rizpah (acessado em 8 de junho de 2009).
3. Diana Edelman. Jewish Women: A Comprehensive Encyclopedia
http://jwa.org/encyclopedia/article/rizpah-bible (acessado em 19 de agosto de 2009).
4. The SDA Bible Commentary, v. 2, p. 697.

Mãos à Bíblia

Como vimos (2Sm 3:7-10), Isbosete, que significa “homem de vergonha”, acusou seu general, Abner, de ter dormido com a concubina de seu pai, Saul. A julgar pela forte reação de Abner, essa foi uma ofensa muito séria.

3. Leia os versos seguintes e explique o que significava dormir com a esposa ou concubina de um homem poderoso nos tempos do Antigo Testamento. 2Sm 16:21, 22; 20:3; 1Rs 2:21, 22

O texto bíblico não esclarece se Abner realmente dormiu com Rispa a fim de tentar usurpar o trono. O fato de que ele mudou tão depressa de lado sugere que esse tenha sido só um boato que circulou na improvisada corte real em Manaém.

Obed Soire | Okinawa, Japão

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domingo, 21 de novembro de 2010

Rispa - 21/11/2010 a 27/11/2010

RISPA


“Ele o cobrirá com as Suas penas, e sob as Suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dEle será o seu escudo protetor” (Sl 91:4).

Prévia da semana:
Rispa foi um modelo de fidelidade, perseverança e fé.

Leitura adicional: 2 Samuel 3:6-11; 21:1-14

Domingo, 21 de novembro

Introdução

Ser ou não famoso


Alguns anos atrás, me imaginei participando de um desses programas de TV onde os participantes respondem a perguntas. Na minha vez, tive a sorte de escolher meu tema favorito: “exploração espacial”. Imaginei-me de frente para o apresentador do programa, o qual não tinha a mínima ideia de quem ele estava enfrentando. Prossegui para a primeira pergunta com uma atitude de “pode vir que eu estou preparado”. Ele então perguntou: “Quem foi o primeiro homem a ir ao espaço?” “O astronauta russo Yuri Gagarin”, respondi, antes de pedir rapidamente que ele fizesse a segunda pergunta. “Quem foi o primeiro homem a pisar na lua, e qual o nome da missão?” Fácil. O astronauta americano Neil Armstrong e a missão Apolo 11. “Qual era o nome da agência espacial americana e quem a chefiou durante os anos da ‘corrida espacial?”” A agência era a NASA, e foi chefiada pelo famoso cientista de foguetes, Werner von Braun.

“Qual foi o primeiro satélite lançado ao espaço?” Certo, esta definitivamente desafiou meu conhecimento do programa espacial soviético. Metodicamente expliquei que a Rússia foi a primeira a lançar um satélite chamado Sputnik 1 em 4 de outubro de 1957. Quando eu estava para dar os parabéns a mim mesmo, o apresentador rapidamente continuou com: “Quem foi Sergei Korolev”? Passaram-se um segundo, dois, três... mas minha mente estava completamente em branco.

Tóóóóóóóónnnnnnnn! Apitou o cronômetro, enquanto eu perdia a chance de ganhar o prêmio. Por quê? Só por causa de um nome? Alguém de quem eu nunca tinha ouvido falar e a quem não tinha dado importância em meu estudo de história espacial? Obviamente Korolev não era uma das pessoas famosas que eu conhecia em conexão com a exploração espacial. Mais tarde, descobri que Korolev não era famoso por causa do segredo que envolvia o programa espacial russo. O grande cérebro responsável pelo início do sucesso russo só era mencionado como o “Projetista-Chefe”.

Poucos sabiam alguma coisa sobre ele até muitos anos depois de sua morte. Quão terrível deve ter sido para Korolev ver toda a atenção da mídia voltada para seu equivalente nos Estados Unidos – Werner von Braun – enquanto ele jazia em obscuridade. Da mesma forma, na Bíblia, há muitas pessoas que ajudaram a moldar a história bíblica, mas às quais muitos de nós nunca prestamos atenção. Nesta semana estudaremos sobre Rispa – uma mulher comum que passou por circunstâncias extraordinárias. Sua vontade forte, perseverança e coragem, captaram a atenção do rei Davi, e espero que, durante esta semana, também a nossa.

Mãos à Bíblia

1. No Antigo Testamento, existem muitas referências a concubinas. Que podemos aprender sobre elas? Gn 25:5, 6; Jz 8:30, 31; 2Sm 5:13-16; 1Rs 11:2, 3

2. Que podemos aprender sobre Rispa e sobre suas circunstâncias naquele tempo específico? 2Sm 3:6-11

Joshua Mochache | Cedar Hill, EUA

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