sábado, 3 de julho de 2010

Paulo e Roma - Resumo Semanal - 03/07/2010 a 03/07/2010

PAULO E ROMA
Resumo Semanal - 27/06/2010 a 03/07/2010

José Carlos Ramos

Como não poderia deixar de ser, a primeira lição do trimestre é de caráter introdutório à epístola aos Romanos. A introdução a um livro ou epístola da Bíblia envolve seu fundo histórico e atende a questões do tipo:

* quem escreveu o documento em consideração?
* quando escreveu?
* de onde e a quem escreveu?
* quão íntimos do autor eram os destinatários?
* que circunstâncias marcavam o dia a dia do autor e dos destinatários?, e, finalmente,
* que propósito tinha o escritor em mente ao escrever o que escreveu?

Quem escreveu aos Romanos é por demais sabido; só mesmo teólogos da linha ultrarradical do liberalismo teológico colocam em dúvida a autoria paulina da epístola. Na verdade, negar a Paulo a autoria de Romanos é negar-lhe a autoria de qualquer outro documento do Novo Testamento. Esta foi a posição adotada por van Manen, teólogo holandês do princípio do século 20.

Todas as evidências externas e internas da epístola apontam Paulo como autor. Nas palavras de F. W. Beare, “existem claras evidências de seu uso por outros escritores cristãos antes do fim do primeiro século e na primeira metade do segundo...; e antes do fim do segundo século é alistada e citada sob o nome de Paulo. Cada listagem das Escrituras cristãs que tem chegado até nós inclui Romanos entre as cartas de Paulo. A evidência externa de autenticidade não poderia ser mais forte, e a evidência interna suporta plenamente a tradição. A carta pertence à primeira geração da igreja, e existe muito nela que não poderia ser razoavelmente relacionado a nenhuma situação posterior; a linguagem inclui grupos de palavras e frases que são caracteristicamente do vocabulário de Paulo; e não existe nada que sugira a mentalidade ou o treino de um escritor que não pudesse ser identificado com o apóstolo” (The Interpreter’s Dictionary of the Bible, 4:112).

As outras questões são respondidas nas lições de domingo e segunda; as seguintes abordam algo mais sobre o autor e destinatários.

I. Data e lugar

Reforçando o que a lição afirma, exponho o seguinte:

Algumas evidências internas de Romanos deixam claro onde Paulo se encontrava ao escrever a epístola:

(1) ele estava para ir a Jerusalém com as ofertas para os pobres da igreja (15:25, 26).
(2) as ofertas eram da Macedônia e Acaia, ou Grécia. Paulo deveria estar nas proximidades desses locais.
(3) ele cita Cencreia, a região do porto de Corinto, recomendando a Febe, diaconisa daquela igreja e possível portadora da epístola (16:1).
(4) Gaio era o anfitrião de Paulo (16:23); o apóstolo o batizara em Corinto (1Co 1:14).

Concluímos que Paulo escreveu aos Romanos da casa de Gaio em Cencreia.

Quanto à ocasião, devemos lembrar que Paulo visitou Corinto em sua segunda viagem, ali permanecendo por um ano e meio (At 18:11).

Voltou a Corinto na terceira viagem, dessa vez permanecendo ali 3 meses (At 20:2, 3). Viajou, então, para Jerusalém, passando pela Macedônia (Filipos), de onde partiu depois dos pães asmos (At 20:6). Teria, portanto, saído de Corinto mais ou menos em março.

Paulo diz que ia a Jerusalém para levar as ofertas trazidas desde a Macedônia e Acaia (At 24:17), item referido em Romanos. Somos levados a crer que a epístola emergiu entre janeiro e março. De que ano? Entre 55 e 58 a.D., com preferência para 58.

Foi em sua terceira viagem, antes de voltar a Corinto, que Paulo passou pela Galácia onde tomou conhecimento do problema do legalismo que abalava a estrutura espiritual das igrejas daquela região. Por obra de elementos cristãos/judaizantes, o autêntico evangelho de Cristo estava sendo suplantado por outros de qualidade espúria. Paulo chamou esse evangelho de anátema, maldição, pois as obras concorrentes para o mérito humano estavam sendo impostas como meio de salvação, em lugar da fé.

A lição observa que Paulo deve ter temido que esses elementos chegassem a Roma antes dele e contaminassem com suas heresias a igreja naquela cidade. Daí ter escrito aos cristãos romanos uma epístola tratando do mesmo assunto da epístola aos Gálatas: justificação pela fé. Para isso concorre a ideia de que Paulo teria escrito aos Gálatas do mesmo local e na mesma época de onde e quando escreveu aos Romanos.

Em que pese a importância de toda essa situação corrente naqueles dias, em minha humilde opinião, o propósito da epístola aos Romanos se prendeu apenas indiretamente ao que vinha acontecendo e tinha acontecido particularmente na Galácia, e abrange mais que o tratamento de alguma problemática teológica entre os cristãos em Roma; em outras palavras, o propósito de Romanos difere daquele de Gálatas. Tratarei desse ponto no comentário à lição de amanhã.

II. Toque pessoal


Veremos agora o propósito da epístola aos Romanos: por que Paulo lhes escreveu? Entendo que esse propósito é vinculado ao plano do apóstolo de visitar os cristãos daquela cidade e o texto da pergunta 2, Rm 15:20-27, é fundamental para que dele nos apercebamos.

Para tanto, é requerida atenção especial ao v. 24: “... espero que, de passagem, estarei convosco e que para lá [ele se referia à Espanha] seja por vós encaminhado...” Paulo contava com o apoio daqueles cristãos para avançar com a pregação do evangelho também no Ocidente.

Assim, a razão porque Paulo escreveu aos crentes romanos difere daquela que motivou outras de suas epístolas. Gálatas e 1 Coríntios, por exemplo, foram escritas para defrontar problemas existentes nas respectivas igrejas, a primeira de cunho mais pastoral, e a segunda, de cunho mais teológico. Paulo não escreveu Romanos com esse objetivo, embora não ignorasse a existência de problemas de menor grandeza entre aqueles crentes e lhes apresentasse seu aconselhamento apostólico (ver o capítulo 14).

O propósito de lhes escrever, como acima aludido, fundamentou-se em sua perspectiva missionária. Ele entendeu que havia praticamente encerrado seu plano de trabalho na Ásia Menor e na região egeana (Grécia e Macedônia, 15:23), e agora alimentava a expectativa de penetrar em território virgem, principalmente em direção ao ocidente mais distante. A Espanha, a província ocidental romana mais afastada, era vista por ele com especial interesse (v. 24). Ele considerava Roma não um fim em si mesmo, mas um meio de cumprir as novas aspirações missionárias, o trampolim ideal de onde poderia saltar para as novas conquistas de seu ministério.

Ele sabia quão decisivo seria o apoio dos crentes de Roma para a consecução de seu ideal. Ele nunca havia estado na capital do império, pelo menos como pregador, e não conhecia a maior parte dos cristãos ali residentes. Uma carta proveria a necessária aproximação do apóstolo a esses crentes, e os induziria a compartilhar seu interesse, preparando-os para recebê-lo e apoiá-lo em seu projeto.

Mas por que Paulo abordou justamente nessa epístola, e da maneira como o fez, o tema da justificação pela fé? Como se relaciona isso com sua projetada missão?

Devemos observar como Paulo, em Romanos, se defende ciosamente de acusações infundadas da parte de falsos irmãos, seus adversários (3:8, 31; 6:1). Mediante distorcidas interpretações de seu ensino, engendravam conclusões absurdas que, atribuídas a ele, certamente resultavam em mal-entendidos e o colocavam em situação desfavorável junto aos companheiros de fé.

É provável que Paulo temesse que comentários negativos acerca de sua mensagem e pessoa estivessem sendo veiculados em Roma, e que ele estivesse sendo vítima de elementos maledicentes, que queriam prejudicar seu trabalho, como mais tarde ele verificou estar acontecendo entre os crentes de Jerusalém (ver At 21:20, 21). Como, então, poderia contar com o desejado apoio daqueles irmãos, muitos dos quais eram judeus? Eles tinham que ser esclarecidos.

Escreveu-lhes, portanto, expondo da maneira mais detalhada possível sua principal mensagem, precisamente aquela que mais controvérsia suscitava, levando-os a conhecer por sua própria voz e punho a substância do seu ensino, contestando à altura as acusações que lhe eram feitas, e deixando ver que ele apenas cumpria a missão que o próprio Senhor lhe havia confiado (Rm 15:15-21).

Ele não era um traidor de seus compatriotas, muito menos da fé. Bem ao contrário, amava-os a ponto de estar disposto a abrir mão da salvação, se isso fosse de algum benefício para eles (9:1-3). Como prova adicional de seu interesse pelos judeus, mencionou estar indo a Jerusalém portando uma oferta arrecadada entre os gentios por sua iniciativa, para fazer face às necessidades deles (15:25-27).

Ademais, esclareceu que sua mensagem não era incompatível com o plano que Deus sempre teve com Israel (caps. 9-11).

Levando tudo isso em conta, é provável também que Paulo olhasse para Roma como uma posterior central evangelística, de onde a mensagem pudesse alcançar os rincões mais distantes do mundo.

III. Paulo chega a Roma


A chegada do apóstolo à capital do império foi um tanto diversa daquela que ele inicialmente planejara ao escrever aos romanos: Foi levado para lá acorrentado, para ser julgado por César. A lição recorda que, às vezes, a maneira de Deus conduzir os acontecimentos é inesperada e não coincide com o que pretendíamos, mesmo com os bons propósitos que tínhamos em vista. Em qualquer eventualidade, sempre a melhor atitude é deixar-se dominar pela disposição de Paulo: “... em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20:24).

Fatos ocorridos no transcurso de uns cinco ou seis duros anos para Paulo antes de ser levado para Roma: foi agredido e preso em Jerusalém (21:27-32), apresentou sua defesa diante de multidão desvairada (22:1-21) e então, perante o Sinédrio (23:1-10), daí, como proteção de uma cilada armada pelos judeus, foi levado para o cárcere em Cesareia (v. 12-30), onde, finalmente, se submeteu a um julgamento preliminar, inicialmente perante Félix (24:1-21), e depois, perante Festo e Agripa (caps. 25, 26), sendo finalmente encaminhado a Roma para ser julgado pelo próprio imperador (caps. 27, 28).

Nada disso, porém, abateu o ânimo e espírito missionário de Paulo. Ele tinha plena convicção de que a forma pela qual Deus conduzia as coisas concorreria para que ele cumprisse cabalmente sua missão, e era isso o que importava (ver Fl 1:12-14). Agora, as circunstâncias lhe haviam oferecido o ensejo de testemunhar de sua fé perante os próprios governantes do império, e ele não hesitou em apelar para o tribunal de César, um direito que lhe cabia por sua cidadania romana (25:10-12). O resultado foi que vários da “casa de César” se converteram (Fl 4:21, 22).

Nos primeiros parágrafos do capítulo 40 de Atos dos Apóstolos,Ellen G. White oferece emocionante descrição de como os cristãos de Roma (muitos dos quais haviam sido ganhos por Paulo em suas viagens missionárias) manifestaram seu carinho e apreço pelo encanecido e aprisionado apóstolo, mesmo antes de ele chegar à grande metrópole. Destaco apenas estas palavras:

“Desde que receberam a epístola de Paulo aos Romanos, os cristãos da Itália tinham avidamente desejado uma visita do apóstolo. Não haviam imaginado vê-lo como prisioneiro, mas seus sofrimentos apenas o tornaram mais querido deles...

“Os amantes discípulos ansiosamente afluem ao redor de seu pai no evangelho, obrigando todo o cortejo a parar... Na face macerada e batida pela dor, os discípulos viram refletida a imagem de Cristo. Asseguraram a Paulo que nunca o esqueceram nem deixaram de amá-lo; que lhe eram devedores pela feliz esperança que lhes animava a vida, e lhes dava paz para com Deus. Na ardência de seu amor, o levariam nos ombros todo o caminho até à cidade, fosse-lhes dado esse privilégio” (p. 447-449).

IV. Chamados para ser santos

O verbo chamar, identificando um ato soberano de Deus objetivando a salvação, tem sido ponto de controvérsia entre os que estudam a Bíblia. Existem aqueles que imaginam que Deus não chama a todos porque não tem destinado a todos para ser salvos. Isso é grave equívoco que põe em cheque o amor e a fidelidade de Deus para com a raça perdida. A Bíblia afirma categoricamente que Deus deseja a salvação de todos (1Tm 2:4; 2Pe 3:9). Então, como a lição afirma, “todos foram chamados para ser salvos nEle [em Jesus], ‘chamados para serem santos’ mesmo antes da fundação do mundo.”

Todavia, embora Deus anseie pela salvação de cada ser humano, nem todos se salvarão. Por quê? Porque nem todos atenderão ao chamado de Deus. A salvação só é conferida a quem decide por ela, a quem a deseja. Deus ama a todos, ímpios e justos, mas os primeiros não correspondem ao amor divino e, quando não correspondido, “o amor é limitado em sua expressão mais plena”, isto é, ele não alcança tudo o que poderia.

“Chamados para serem santos” – Aqui vemos não somente a iniciativa de Deus (“chamados”), mas igualmente Seu propósito (“serem santos”). Deus nunca age sem um objetivo. “Para serdes santos” significa para alcançar a semelhança com Seu Filho, Jesus, o ideal mais elevando que pode ser colocado diante de alguém.

Aqui temos um processo de causa e efeito: porque somos chamados, nos tornaremos santos, desde que aceitemos, é claro, o chamado. Santo tem o sentido primário de separado para ser santo. O grande propósito de Deus para com o pecador ao chamá-lo através do evangelho que justifica é que ele seja santo, isto é, que finalmente reflita em sua vida a semelhança com Cristo. Neste ponto, devemos lembrar que a justificação pela fé, o grande tema da epístola, traz em seu bojo a experiência da santificação, e que uma coisa não pode ser desvinculada da outra, como não se pode pensar separadamente em uma árvore e seus frutos.

V. Reputação mundial


A lição observa que não é sabido como foi fundada a congregação de Roma. Aqui há três hipóteses, a terceira sendo a mais plausível:
(1) Uma antiga tradição atribui a Barnabé o privilégio da primeira pregação em Roma.

(2) Outra tradição alude a uma viagem de Pedro a Roma em 42, e que ele, então, teria fundado a congregação. Por motivos óbvios, essa tradição é muito apreciada pelo catolicismo.

(3) O mais provável, todavia, é que nem Pedro, nem outro apóstolo, nem algum antigo pregador de destaque, e muito menos Paulo, tenha sido o fundador daquela congregação. Ambrósio, comentarista latino do 4º século, lembra que os romanos “sem verem qualquer milagre, ou qualquer dos apóstolos, aceitaram a fé em Cristo.”

Seus primeiros membros foram, com toda a probabilidade, os judeus conversos do dia do Pentecostes (At 2:10).

“Sou grato a meu Deus, mediante Jesus Cristo, por todos vocês...” – Determinado número de membros daquela congregação havia sido ganho por Paulo, mas ele não agradece a Deus só por esses membros, mas “por todos [eles]”; ele era grato a Deus também por aqueles conversos do trabalho de outros pregadores, e, sem dúvida, orava por eles.

Paulo não foi exclusivista. Aos crentes de Corinto ele afirmou: “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus” (1Co 3:6).

Para ele, a eficácia da pregação, feita por quem quer que fosse, ficava inteiramente na dependência da ação divina. O pregador era apenas um instrumento (v. 5); a glória e o louvor deveriam ser tributados a apenas um Ser: Deus. “De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (v. 7).

Para Paulo, o que importava era que Cristo fosse anunciado, de uma forma ou outra. Mais tarde, preso em Roma, ele afirmou: “Alguns efetivamente proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor... aqueles, contudo, ... por discórdia, insinceramente... Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado...” (Fl 1:15-18).

“...em todo o mundo está sendo anunciada a fé que vocês têm” (Rm 1:8). O sentido é objetivo e não subjetivo. Paulo não estava dizendo que a fé cristã era proclamada em todo o mundo, mas que a qualidade de fé dos cristãos romanos era avaliada positivamente e admirada por todos. A gratidão de Paulo pela fé dos romanos demonstra que esta é um dom de Deus.

O fato de os cristãos romanos não terem presenciado nenhum milagre, nem visto nenhum dos apóstolos, e terem crido do jeito que criam, valorizava ainda mais a fé revelada por eles.

Rm 15:14 é referido pela lição como contendo três ingredientes essenciais de uma igreja plena de fé, zelosa e fiel: (1) os membros são “possuídos de bondade”; (2) são “cheios de todo o conhecimento” (estão preparados para dizer não às heresias e aos dissidentes); e (3) são aptos para a admoestação mútua (claro, movidos pelo primeiro item, a “bondade”). Essa modalidade de admoestação é muito útil para o crescimento espiritual.

Assim, aquela congregação não apenas possuía fé autêntica e admirável, mas se encontrava em constante progresso. É uma tremenda ironia da história que, mais tarde, aquela metrópole viesse a comportar a sede da apostasia cristã. O inimigo é astuto, e aos crentes cumpre uma vigilância incansável, inflexível, mesmo obstinada!

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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Paulo e Roma - 02/07/2010 a 03/07/2010

Sexta, 2 de julho

Opinião
De graça...


Algumas denominações cristãs advogam que, para ir para o Céu, as pessoas precisam fazer penitência por seus pecados. Da mesma forma, os judeus do tempo de Jesus acreditavam que a observância de seus costumes e da lei poderia conquistar o Céu para eles. Essa concepção errônea os impedia de ver a lei como uma lei de amor que serve apenas para revelar a condição moral do homem, e não salvá-lo. A lei é como um espelho que nos ajuda a ver como estamos diante de Deus. Quando vemos na lei que somos pecadores, sentimos a necessidade de um Salvador. Somente Cristo pode nos perdoar e libertar do pecado.

Em Romanos, Paulo dá a todos um quadro claro do que significa ser salvo. Ele declara que é impossível apagarmos nossos pecados guardando a lei (Rm 3:9-11; 27-28). Somente a justiça de Cristo pode nos libertar da condenação e do poder do pecado (Rm 3:21-26).

É importante que nos entreguemos à direção de Deus cada dia. A salvação só pode ser obtida através da fé no sacrifício de Cristo por nós.

As leis e os costumes sociais também impediram muitos judeus de receberem a Cristo como Salvador, pois acreditavam que, como nação escolhida, eram os únicos que tinham direito à salvação. Consequentemente, olhavam com desprezo para todas as outras pessoas. Nós também podemos ser desviados dessa forma.

Devemos aceitar a todos os que vêm à igreja procurando algo mais profundo. Devemos mostrar-lhes o verdadeiro amor e perdão que Deus concede a cada um de nós. Precisamos ter cuidado para não julgá-los por sua aparência, formação ou passado. Devemos nos lembrar de que a salvação é de graça para todos os que aceitarem a Cristo.

Mãos à obra

1. Organize um sopão para os sem-teto. Peça ao Espírito Santo que o ajude a iniciar uma conversa em que você possa partilhar seu amor por Jesus com alguém ali.

2. Observe em um jornal impresso ou da internet a que tipo de pauta o editor dá mais espaço. São as pautas sobre como as pessoas estão trabalhando juntas, ou sobre como as pessoas estão lutando umas com as outras? Tente encontrar uma matéria positiva sobre pessoas trabalhando juntas por uma causa.

3. Entreviste cinco pessoas, pedindo-lhes que definam a unidade. Partilhe os resultados com sua família ou sua classe da escola sabatina. Elabore sua própria definição no contexto de Romanos 15:1-7.

Aleksandra Marek – Sydney, Austrália

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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Paulo e Roma - 01/07/2010 a 03/07/2010

Quinta, 1º de julho

Aplicação
Fé iluminada


Neste trimestre, aprenderemos que Paulo tinha uma fé que enxergava longe. Se a fé é “a prova das coisas que não vemos” (Hb 11:1), como a tornamos conhecida? Jesus disse: “Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” (Mt 5:14-16).

Você já saiu de casa numa noite escura e viu de longe o brilho de uma luz à distância? Como essa luz fez você se sentir? De que forma você gostaria de ser tão convidativo como a quente luz de uma fogueira numa noite escura e fria? Eis aqui pelo menos três maneiras de você deixar sua luz brilhar e colocar sua fé em ação:

Dê graças. Leia Romanos 1:8. Uma vida de fé é crer que Deus, através de Sua graça, providencia todas as suas necessidades (Fp 4:19). Algumas das riquezas que a graça de Jesus proporcionou são a vida eterna, o amor, a paz e a vitória sobre o pecado. Podemos verdadeiramente entregar nossas preocupações e dor a Ele e agradecer-Lhe a todo momento pelo que Ele já nos proporcionou e pelo que ainda vai proporcionar.

Partilhe sua fé. Quando Martinho Lutero descobriu o remédio para a culpa que o dominava, nada podia conter seu fervor. O fato de ele falar ousadamente das riquezas da graça de Deus significava que a centelha da fé em seu coração tinha se tornado um fogo de reavivamento que incendiou o mundo. Uma fé descoberta é uma fé partilhada. Peça a Deus que ajude você a compartilhar as bênçãos recebidas com as pessoas ao seu redor.

Conheça o lugar apropriado da lei. A lei nos mostra o quanto precisamos da graça de Deus. Contudo, seguir a lei nunca nos salvará. É somente através da habitação do Espírito Santo em nós que podemos seguir a lei. Leia o que Paulo escreveu sobre isso em Efésios 2:8, 9. Sem julgar os outros (Mt 7:1, 2), devemos ensinar-lhes que ter fé em Jesus pode salvá-los, e que Ele restaurará neles Sua imagem.

Mãos à Bíblia


10. Como Paulo descreve a igreja de Roma? Rm 15:14

Primeiro: eles eram “cheios de bondade” – as pessoas diriam isso de nossa experiência? Segundo: “plenamente instruídos” – os cristãos são aconselhados a estudar a Bíblia e estar bem informados sobre seus ensinos. Terceiro: “capazes de aconselhar-se uns com os outros” – precisamos ser capazes de aconselhar os outros e, ao mesmo tempo, ser aconselhados.

Leesa Fletcher – Taylors Hill, Austrália

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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Paulo e Roma - 28/06/2010 a 03/07/2010

Quarta, 30 de junho

Evidência
Mensagem que transforma


Em Romanos, Paulo descreve a si mesmo como “servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus” (Rm 1:1). E ele era isso mesmo. Nasceu em Tarso, cidade próxima à costa do que agora é a Síria, o Líbano e Israel.1 Essa cidade era um centro de comércio com várias culturas misturadas dentro de suas fronteiras, um lugar “cujas instituições melhor e mais completamente uniam as características oriental e ocidental.”2 Nesse contexto, Paulo foi exposto a várias culturas e visões do mundo. Falava grego, aramaico e latim. Foi educado pelo fariseu e erudito judaico Gamaliel (At 22:3). Paulo era zeloso da fé judaica, e sua avidez e mente rápida lhe proporcionavam um conhecimento das Escrituras que ia além de sua idade. Assim, mesmo antes de sua conversão dramática (Atos 9), ele foi escolhido e preparado por Jesus para propagar o evangelho a pessoas de todas as profissões, culturas e classes sociais.

Após sua conversão, Paulo se tornou plenamente devotado a partilhar o evangelho com qualquer outra pessoa com quem entrasse em contato. Era enorme a dedicação que esse servo de Cristo tinha pelo cristianismo e o impacto que causava nos que o cercavam.

1. Thomas A. Davis, Romans for the Everyday Man (Washington DC: Review and Herald, 1971), p.11.
2. William M. Ramsay, The Cities of St. Paul (Grand Rapids: Baker Book House, 1949), p.88.

Mãos à Bíblia


8. “A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos: a vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Rm 1:7). Que princípios de verdade, de teologia e fé podemos tirar das palavras de Paulo nesse texto?

Amados de Deus – Embora seja verdade que Deus ama o mundo, em sentido especial, Deus ama aqueles que O escolheram, aqueles que responderam ao Seu amor. Chamados para serdes santos – “Santo” significa “dedicado”. Santo é a pessoa que escolheu Cristo como Senhor, e isso a assinala como santa no significado bíblico da palavra.

9. Paulo diz que eles foram “chamados para ser santos”. Isso significa que algumas pessoas não são chamadas? Ef 1:4, Hb 2:9 e 2 Pd 3:9

A grande notícia do evangelho é que a morte de Cristo foi por todos os seres humanos. O fogo da destruição final foi preparado só para o diabo e seus anjos (Mt 25:41), e não para nós. Portanto, em Cristo, podemos ser salvos da morte eterna!

Monique Owen – Kalamunda, Austrália

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terça-feira, 29 de junho de 2010

Paulo e Roma - 29/06/2010 a 03/07/2010

Terça, 29 de junho

Testemunho

O milagre da liberdade


“Golfinhos presos não sorriem”. Esse foi o título do artigo publicado em março deste ano no site da CNN, por Fisher Stevens. O autor escreveu após a comoção gerada pela trágica história de Dawn Brancheau, que tinha o que ela considerava como “emprego dos sonhos”: treinar baleias no Sea World, em Orlando, EUA. Dawn, que estava fora da piscina, foi atacada por uma baleia e não resistiu aos ferimentos. No texto o autor argumenta que golfinhos e baleias, feitos para oceanos, não suportam viver em piscinas. Eles não são felizes com isso e sofrem uma série de doenças por causa da vida em cativeiro. Stevens escreve que é essa a razão por que ocorrem tragédias, e por isso o “emprego dos sonhos” de Dawn não deveria existir.

Assim como os animais dessa história, o ser humano está preso à “piscina” ou “jaula” do pecado. Em Romanos 8:1-17, Paulo fala sobre a libertação do poder do pecado, pois temos nossa tendência para o mal e não conseguimos guardar a lei de Deus. Somente a morte de Cristo por nós e a atuação do Espírito Santo em nós é que podemos vencer na vida cristã. A grande questão é aceitar a Cristo como Salvador e permitir a atuação do Espírito na vida.

“Quando Cristo reina no coração, há pureza e libertação do pecado. A glória, a plenitude, a perfeição do plano do evangelho são cumpridas na vida. A aceitação do Salvador traz paz perfeita, perfeito amor, segurança perfeita” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 420). Essa “segurança perfeita” é outro benefício resultante de deixarmos Jesus assumir o controle de nossa vida; e, enquanto Ele permanecer em nós, o poder da natureza pecaminosa é enfraquecido. Não estamos “sob a ira de Deus; não há condenação sobre nós”.* O terceiro benefício é que somos adotados na família de Deus (Rm 8:14-17).

* D. Martin Lloyd-Jones, Romans: An Exposition of Chapter 7:1–8:4. The Law – Its Functions and Limits. (Edimburgo: Banner of Truth, 1995), p. 260.

Mãos à Bíblia


6. Como Paulo finalmente chegou a Roma? At 28:16 Que lição podemos tirar sobre as coisas inesperadas e indesejadas que frequentemente interferem em nossos planos?

Depois de ser mantido prisioneiro por dois anos em Cesareia, Paulo pediu para ser julgado por César. Um ano depois, ele chegou a Roma, onde seria condenado à morte por Nero, após algum tempo.

7. O que podemos aprender sobre a permanência de Paulo em Roma? Que lição podemos aprender de sua atividade? At 28:17-31

Andrew Opis – Sydney, Austrália

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Paulo e Roma - 28/06/2010 a 03/07/2010

Segunda

Toque pessoal


Uma carta é uma coisa, outra coisa é uma visita pessoal. Foi por isso que Paulo, embora houvesse escrito aos romanos, anunciou na carta que tinha a intenção de vê-los pessoalmente. Ele queria que eles soubessem que iria, e por quê.

2. Que razões Paulo deu para não ter visitado Roma mais cedo? Por que ele decidiu visitar Roma naquela ocasião? Que declaração ele fez sobre a relação entre os gentios e os judeus? Rm 15:20-27

O grande missionário aos gentios sentia-se constantemente impelido a levar o evangelho a áreas ainda não atingidas, deixando que outros trabalhassem em áreas em que o evangelho já havia sido estabelecido. Nos dias em que o cristianismo era jovem, e havia poucos obreiros, teria sido um desperdício do valioso potencial missionário que Paulo trabalhasse em áreas já penetradas. Ele disse: “Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro”, e assim, “o entenderão aqueles que não o haviam escutado” (Rm 15:20, 21, NVI).

Não era propósito de Paulo acomodar-se em Roma. Era seu objetivo evangelizar a Espanha. Ele esperava conseguir o apoio dos cristãos em Roma para essa aventura.

3. Que princípio importante sobre a missão podemos tirar do fato de que Paulo buscou ajuda de uma igreja estabelecida para evangelizar uma nova área?

Leia novamente Romanos 15:20-27. Note quanto Paulo desejava servir; isto é, seu grande desejo era ministrar e servir. Qual é o motivo para suas ações?

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domingo, 27 de junho de 2010

Paulo e Roma - 27/06/2010 a 03/07/2010

PAULO E ROMA

Sábado à tarde

Verso para memorizar: "Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé" (romanos 1:8).

Leituras da semana: At 28:17-31; Rm 1:7; 15:14, 20-27; Ef 1; Fp 1:12

Idealmente, depois de estudarmos o fundo histórico do livro de Romanos, deveríamos começar com Romanos 1:1 e então, avançar através do livro inteiro, verso por verso. Mas, visto que só nos foi reservado um trimestre para o estudo do livro, tivemos que ser seletivos a respeito das partes a estudar. O livro poderia facilmente tomar quatro trimestres, e não apenas um. Consequentemente, só serão cobertos os capítulos-chave, nos quais está contida a mensagem básica.

Para o estudante do livro de Romanos, é extremamente importante entender seu fundo histórico. Sem essa ajuda, seria difícil saber o que Paulo estava dizendo. Paulo escreveu para um grupo específico de cristãos em um tempo específico e por uma razão específica; conhecendo, tanto quanto possível, essa razão, seremos muito beneficiados em nosso estudo.

Em nossa imaginação, devemos voltar no tempo, transportar-nos a Roma, tornar-nos membros daquela congregação e, então, como membros da igreja do primeiro século, ouvir Paulo e as palavras que o Espírito Santo lhe deu naquele tempo.

Incrivelmente, embora tenha sido escrito há tanto tempo e em um contexto inteiramente diferente, o livro tem mensagens relevantes para o povo de Deus hoje, em cada terra e para quase qualquer situação. Consequentemente, precisamos ouvir em oração as palavras escritas aqui e aplicá-las à nossa vida.

Domingo

Data e lugar


Romanos 16:1, 2 indica que Paulo provavelmente tenha escrito essa epístola na cidade de Cencreia, que estava próxima ao porto oriental de Corinto, na Grécia. Paulo menciona Febe, residente da grande Corinto, o que estabelece esse como o lugar mais provável em que foi escrita a carta aos Romanos.

Um dos propósitos de determinar a cidade de origem das epístolas do Novo Testamento é confirmar a data em que a carta foi escrita. Paulo viajava muito, e se soubermos onde ele estava em uma ocasião particular, teremos uma pista para a data.

Paulo fundou a igreja de Corinto em sua segunda jornada missionária, em 49-52 d.C. (veja At 18:1-18). Na terceira jornada, 53-58 d.C., ele visitou novamente a Grécia (At 20:2, 3) e recebeu uma oferta para os santos em Jerusalém, perto do fim de sua jornada (Rm 15:25, 26). Portanto, a Epístola aos Romanos foi escrita provavelmente nos primeiros meses de 58 d.C.

1. Que outras igrejas importantes Paulo visitou em sua terceira viagem missionária? At 18:23

Visitando as igrejas da Galácia, Paulo descobriu que, durante sua ausência, falsos mestres haviam convencido os membros a se submeter à circuncisão e guardar outros preceitos da lei de Moisés. Temendo que seus oponentes chegassem a Roma antes dele, Paulo lhes escreveu uma carta (Romanos) para evitar que a mesma tragédia ocorresse ali. Acredita-se que a Epístola aos Gálatas também tenha sido escrita de Corinto durante a estadia de três meses de Paulo na terceira jornada missionária, talvez logo depois de sua chegada.

“Em sua epístola aos romanos, Paulo expôs os grandes princípios do evangelho. Ele afirmava a sua posição nas questões que estavam agitando as igrejas judaicas e gentílicas, e mostrava que as esperanças e promessas que haviam pertencido outrora aos judeus especialmente, eram agora oferecidas também aos gentios” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 373).

Como dissemos, no estudo de qualquer livro da Bíblia, é importante saber por que foi escrito; isto é, de que situação ele estava tratando. Consequentemente, para compreendermos a Epístola aos Romanos, é importante saber quais eram as questões que agitavam as igrejas judaicas e gentílicas. A lição da próxima semana vai tratar dessas perguntas.

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