sábado, 31 de julho de 2010

A justificação e a lei - Resumo Semanal - 31/07/2010 a 31/07/2010

JUSTIFICAÇÃO E A LEI
Resumo Semanal - 25/07/2010 a 31/07/2010


José Carlos Ramos

Nesta semana estudaremos Romanos 4 com prévia atenção a 3:31 (domingo). Paulo continua sua exposição da justificação pela fé mostrando, dessa vez, que nunca houve outro recurso de salvação senão aquele provido por Deus. A esse respeito o Antigo Testamento deu seu testemunho claro e irretorquível. Isso fica evidente da experiência de Abraão e Davi, dois vultos memoráveis da história de Israel, por demais estimados por toda a nação. De fato, desde a entrada do pecado neste mundo, justificação pela fé sempre foi o método de salvação. Os judeus acabaram enveredando para outro caminho por pura desatenção às Escrituras.

Infelizmente, ainda hoje permanece o falso conceito de dois caminhos de salvação. Já ouvi pessoas que se diziam conhecedoras da Bíblia afirmarem, com certa pretensão, que, antes de Jesus, a salvação era pela lei e que, depois passou a ser pela graça. Mas pergunto:

houvesse outro meio possível de salvação, haveria necessidade de Jesus vir a este mundo, sofrer tudo o que sofreu e amargar a terrível morte de cruz? Tudo para nos salvar, quando, realmente, não precisávamos de tanto sacrifício? Como a lição demonstra já em sua abertura, a cruz é a maior evidência de que a lei não pode salvar, ao mesmo tempo em que não poderia ser alterada nem cancelada.

Com efeito, nem a lei no Antigo Testamento foi contrária à graça, nem a graça no Novo Testamento é contrária à lei.

I. A lei confirmada

É próprio considerar o texto de Romanos 3:27-31 um sumário das conclusões inferidas por Paulo daquilo que expôs nos versos 21-26:

(1) A jactância foi excluída (v. 27);

(2) A justificação é exclusivamente pela fé (v. 28);

(3) A salvação está disponível a toda a humanidade – judeus e gentios, no pensamento paulino (v. 29, 30); e finalmente,
(4) Pelo plano divino de salvação, a lei é confirmada (v. 31). “Anulamos , pois, a lei, pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei.”

Esse texto é interpretado de duas maneiras:

(1) “Lei” significa todo o Antigo Testamento. Justificação pela fé foi anunciada antes da cruz, na forma de promessa. O capítulo 4 comprova esse fato mais uma vez, já que a citação de Habacuque aparece em 1:17. Nesse caso, o v. 31 abre caminho para o argumento de Romanos 4, o que significaria que esse verso é um prólogo, ou ligação a esse capítulo. Essa hipótese remove a aparente digressão do capítulo 3 para o 4. Princípio exarado nesta interpretação: em lugar do Antigo Testamento ser anulado pelo Evangelho, é confirmado por ele. Em geral, os evangélicos adotam essa interpretação.

(2) O verso expressa um ataque, por parte de Paulo, ao antinomismo (conceito de que os requerimentos da lei não mais incidem sobre os crentes). Lei aqui teria o sentido da expressão da vontade de Deus, como expressa, por exemplo, nos Dez Mandamentos. Essa é, naturalmente, a posição adotada pelos ASDs.

Depois de falar tudo o que Paulo expôs sobre lei e justificação, alguém poderia raciocinar que a lei não mais teria lugar no plano de Deus. Paulo se apressa em contrariar esse raciocínio. Suas palavras rechaçam falsas inferências tiradas de sua teologia pelos que a ela se opõem. Ele já o fizera no v. 8.

Cremos que esta é a melhor interpretação, pelo menos por dois pontos principais:

(1) O verso 31 mantém uma relação lógica com o que Paulo apresentou antes. Muito natural seria a pergunta: então, o que aconteceu com a lei? Qual é sua situação atual? O que a fé fez com ela? Excluiu-a como fez com a jactância (v. 27)? Aboliu-a?

(2) A estrutura do verso 31 combina mais com o que precede e não com o que vem em seguida: “Anulamos, pois [isto é, em vista do que acabamos de expor], a lei pela fé?...” Realmente Romanos 4 não necessita desse tipo de introdução, porque a digressão ali é apenas aparente, e não real. O 1º verso do capítulo 4 é transicional, não inferencial. A esta altura, seria mais que apropriado para Paulo defrontar o argumento judaico da filiação abraâmica e a questão da circuncisão, agora dentro de sua exposição do plano divino de salvação.

Bem analisada, a ideia de que a fé confirma o Antigo Testamento não é o que o apóstolo tem afirmado, e sim exatamente o contrário: é o Antigo Testamento que confirma a fé, e isso ele desdobra no capítulo 4.

A pergunta 2 nos remete aos versos 1-8 desse capítulo. Pelo que considerei anteriormente, ficou claro que não há diferença nenhuma entre os métodos de salvação num e noutro Testamento. Acrescento que em Romanos 4, Paulo substancia esse fato provando que a justificação pela fé não é uma verdade nova; que ela é exposta no Antigo Testamento, o apóstolo já afirmara no princípio da epístola (1:2, e o faz também ao final dela. Ver 16:25, 26), e com um texto específico ao introduzir seu tema (1:17). Então, ele se vale da experiência de Abraão, aquele a quem os judeus chamavam de pai e por cuja linhagem se sentiam os eleitos de Deus; e, de passagem, menciona também Davi (versos 6-8, a lição de amanhã), outro vulto ilustre dos hebreus, da descendência de quem esperavam o Messias.

II. Graça ou dívida


A lição de ontem menciona como Abraão e Davi encontraram na graça o recurso para ser vencedores. Embora o primeiro, vez ou outra, tenha agido inadequadamente, Gênesis 26:5 afirma que ele foi obediente aos mandamentos de Deus. Também sabemos que ele aguardou com fé o cumprimento da promessa que Deus lhe fizera. Contudo, as “obras” de Abraão não foram imputadas a ele “para justiça” mas, sim, sua fé (15:16). Davi, por sua vez, pecou vergonhosamente no caso de Urias e Bate-Seba, mas, exclusivamente pela graça, alcançou plena restauração. Tudo o que Abraão e Davi obtiveram da parte de Deus lhes veio na forma de dom imerecido, indébito, fruto exclusivo da misericórdia. Nada do que Deus fez a eles foi como pagamento de dívida, porque Deus nada deve a quem quer que seja.

Quanto à maneira de Paulo expandir seu tema (v. 6-13), acrescento o seguinte em resposta à pergunta 3:

Paulo toca no controvertido tema da circuncisão, muito valorizada pelos judeus em termos de eleição e salvação. A abordagem da circuncisão é feita em decorrência do que ele fala acerca de Abraão.

Considerando a maneira pela qual o patriarca foi justificado, Paulo deixa claro que a circuncisão não pode ser tomada como condição para a justificação: Abraão foi justificado antes de ser circuncidado (v. 10); isto é decisivo na argumentação do apóstolo. A fé, portanto, antecedeu a circuncisão, tanto quanto Gênesis 15:6 antecede 17:10-14. É impróprio mesmo afirmar que a fé substituiu a circuncisão a partir da cruz. A fé foi sempre o meio da justificação.

Assim, Paulo usa o exemplo de Abraão para mostrar que a circuncisão veio apenas para confirmar o que já era uma realidade através da fé. E isso foi providencial para que o patriarca fosse considerado o pai de todos aqueles que creem, não importando se gentios ou judeus. O apóstolo conseguiu divisar um significado teológico para o fato de ter sido Abraão circuncidado depois de ter sido justificado:

sendo justificado antes da circuncisão, ele adquire qualidades que o tornam o pai dos que, sem ser circuncidados, creem em Jesus. Ter sido posteriormente circuncidado o torna pai daqueles que, circuncidados, também creem em Jesus. Em outras palavras, a circuncisão não é nem condição nem impedimento para que alguém seja justificado.

Os cristãos judeus não haviam entendido esse importante detalhe quando Deus, no princípio, estendera o evangelho aos gentios. Começaram a exigir que estes fossem circuncidados (At 15:1, 5). É possível também que alguns gentios já começassem a supor que a circuncisão fosse um obstáculo para que os judeus desfrutassem plenamente a salvação em Cristo. Nada disso, todavia, tinha sentido.

Unicamente a fé era condição sine qua non para uma salvação disponível a circuncidados e incircuncisos (ver Gl 5:6; 6:15; 1Co 7:19). Por isso, Paulo afirmou: “Foi alguém chamado estando circunciso? Não desfaça a circuncisão. Foi alguém chamado estando incircunciso? Não se faça circuncidar” (1Co 7:18). Acho isso normativo para a evangelização de judeus hoje.

III. Promessa e lei

Nesta altura, Paulo adiciona outro ponto de consideração em seus argumentos. Estabelecido que Abraão foi justificado pela fé sem a colaboração da circuncisão, não há como sustentar que a promessa feita a ele e a seus descendentes, promessa que antecedeu mesmo a fé, haja sido com base nas obras da lei, uma vez que esta, na forma de um código, entrou em cena bem depois da própria circuncisão.

Não foi a justiça humana, auferida com base no cumprimento do direito, o fator determinante da promessa feita a Abraão, mas a justiça que decorre “da fé”. Como a promessa feita a Abraão define em última instância a salvação anunciada no evangelho, conclui-se mais uma vez que a justificação não ocorre segundo o ideal judaico, isto é, através das obras da lei, mas segundo o ideal evangélico, isto é, exclusivamente pela fé.

Para o grande apóstolo, portanto, permanece o fato de que Abraão foi justificado exclusivamente pela fé, e foi com base na justiça daí oriunda que a promessa de ser herdeiro do mundo lhe foi assegurada.

No verso 14, Paulo fala em termos de hipótese, e não de possibilidade, caso contrário, sua palavras não teriam sentido: “se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa.” Em outras palavras: não havendo fé, não há promessa. Mas não havendo promessa não há herdeiros, porque não há uma herança a ser recebida. Uma coisa resulta na outra. Nesse caso, os que são da lei seriam herdeiros de quê? Esta é uma forma bem impressiva de Paulo repetir o que afirmou em 3:20: “ninguém será justificado diante dEle por obras da lei...” Seu argumento aqui é praticamente o mesmo de Gálatas 2:21: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.” E sabemos que, se Cristo morreu em vão todos estamos igualmente perdidos.

IV. Lei e fé


Para Paulo, o papel da lei no processo da salvação é claro: ela suscita a ira divina face ao pecado (v. 15), de forma a salientar a situação extremamente desesperadora do pecador e realçar ainda mais a necessidade da graça. Esse detalhe (a lei suscitar a ira) substancia o que o apóstolo vem afirmando: “essa é a razão porque provém da fé, para que seja segundo a graça” (v. 16), porque se provier da lei, tudo estará perdido; não estará operando a graça e sim a ira. Embora a lei não seja contra a fé, ela combina com ira, enquanto fé combina com graça. Tem que ser pela fé, caso contrário não será por forma alguma.

É maravilhoso observar como, no raciocínio de Paulo, sua maneira de argumentar, ou de desenvolver seu tema, vai colocando as coisas em seu devido lugar. Ele demonstra que justificação pela fé não é simplesmente o meio mais seguro de salvação; é o único meio.

Não podemos esquecer que salvação começa aqui e agora. E a salvação não é no pecado, no sentido de que o crente vive agora assim como vivia antes ― uma existência voltada e votada ao pecado. A quem justifica, Deus torna justo. É por isso que o legalista jamais poderá desfrutar a alegria de cumprir a vontade de Deus como deve ser feita; ele simplesmente não tem condição de fazê-lo, pois não conta com o recurso da graça, o único poder que pode transformá-lo num autêntico filho de Deus.

É por isso também que Ellen G. White declara, como registrado na lição: “O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras... está na base de toda religião pagã. ... Onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado.” Então, simplesmente não podem ser obedientes à lei de Deus.

Em Gálatas 3:21-23 (e eu estenderia a leitura do texto até o v. 29), a exemplo do que transparece na mensagem total dessa epístola, o apóstolo afirma que a lei não é contrária às promessas de Deus (o que significa não ser contrária à fé), embora não possa conceder vida.
Pode parecer ironia, mas, na verdade, é precisamente porque a lei determina morte para o transgressor, que acaba sendo favorável à fé e às promessas; pois aí é realçada a necessidade do Salvador provido pelo glorioso plano divino de redenção. Em Jesus e por Jesus as promessas, aceitas inicialmente pela fé, alcançam cumprimento, sendo concedidas a todos os que creem (v. 22). Isso é possível porque Jesus é o verdadeiro “Filho de Abraão”, o centro motivador e realizador de tudo o que Deus prometeu ao grande patriarca. Daí Paulo chegar ao clímax de sua análise nesse ponto da epístola, ao afirmar: “... se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa” (v. 29). Louvado seja o Senhor!

V. Lei e pecado

A relação entre a lei e o pecado é definida em 1 João 3:4: “O pecado é a transgressão da lei”. A guarda dos mandamentos é a maior evidência de que uma pessoa deu as costas para o pecado, e agora conhece Jesus como resultado de íntima comunhão com Ele (2:3-6) motivada pelo intenso desejo de ser igual ao Mestre: “Aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como Ele andou” (v. 6).

Na realidade, de três maneiras a lei se relaciona com o pecado, tudo de acordo com sua tríplice função:

(1) Condenar o pecador – Quem tenta salvação pela lei só conseguirá uma coisa: a perdição, porque nenhuma de suas três funções é salvar. Muito ao contrário, como estamos vendo, ela incrementa a seriedade do pecado e fortalece seu poder destruidor (Rm 3:20; 4:15; 5:13, 20; 7:7, 8, 10, 11, 13; 1Co 15:56; Gl 3:10, 19). Em suma, ela condena o pecador à morte.

É verdade que o homem, por intuição, sabe que é pecador, e não precisa da lei para se conscientizar disso. Mas agora, atentando à lei, ele vê quão desesperadora é sua situação. Aliás, sem o conhecimento dos reclamos da lei, o pecador poderá até nutrir a ilusão de que está bem. “Outrora, sem a lei [isto é, sem um adequado conhecimento do que ela requer de mim] eu vivia...”, disse Paulo (7:9).

Antes de se encontrar com Cristo, o fariseu se imaginava cumpridor da lei, irrepreensível “quanto à justiça que há na lei...” (Fp 4:6). Mas quando ele entendeu os reclamos da lei à luz da própria vida de Jesus Cristo, o único que, diante dela, foi totalmente irrepreensível, ele sentiu quão desesperador era seu estado. Ele já havia dito que “... sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri” (v. 9). Nesse sentido, a lei incrementa o pecado: “...a fim de que, pelo mandamento, o pecado se mostrasse sobremaneira maligno” (v. 13).

É-nos dito também que a lei foi dada “por causa das transgressões” (Gl 3:19), ou seja, para desdobrar o pecado em atos específicos que a infringem. Antes de tudo, o pecado deve ser compreendido como condição pecaminosa. Com a lei, todavia, aquilo que é apenas condição, passa a ser também comportamento. Em outras palavras, a lei caracteriza o pecado como transgressão, e o pecador como transgressor. Isso, claro, amplia o conceito de pecado.

(2) Conduzir a Cristo – Nesta segunda função, a lei funciona como espelho (Tg 1:23, 24). Se alguém se olha nele e nota o rosto manchado, sente logo o desejo de se lavar (salvo se quiser continuar sujo). Não é o espelho o agente purificador, mas a água. Pode-se dizer, porém, que ele conduziu (ou induziu) a pessoa à água, quando lhe ressaltou a necessidade desta para se limpar. Desta forma age a lei. Ela condena o pecador mostrando-lhe os pecados (Rm 3:20; 7:7). Automaticamente, ele é despertado para a necessidade de um Salvador.

É mais ou menos como alguém que se julga são e vai ao médico. Lá, descobre que está gravemente enfermo. Devemos, então, ajuntar que o mesmo médico o induz à cura, por lhe indicar o remédio que o restabelecerá. Estritamente falando, não é o médico quem o cura, mas o medicamento que toma, ou o tratamento que faz; agora, seja o medicamento, seja o tratamento, a indicação é do médico. É precisamente isto o que ocorre também na vida espiritual em relação à lei, o pecador e a salvação. Primeiramente, a lei demonstra que ele está “gravemente enfermo”, e em seguida lhe prescreve o meio de cura ― Jesus. Assim, o pecador é induzido a ir a Cristo (Gl 3:24), onde encontra a solução para seu problema.

Esse fato é o mesmo referido na lição. Esta enfatiza que é o evangelho que indica o remédio, a solução para o pecado ― Jesus. Mas, de toda maneira, a lei continua exercendo sua função de ressaltar a necessidade de um Salvador. Como a própria lição afirma, “se não houvesse lei, não haveria pecado, e então, de que seríamos salvos?”

Em outras palavras, em lugar de ser contra o evangelho, a lei trabalha a serviço dele. Essa é sua segunda função.

(3) Servir de padrão moral – Recebido e salvo por Jesus, o pecador passa a ser nova criatura. Sua vida atual é bem diferente da antiga. Antes vivia no pecado, isto é, transgredindo a lei. Agora, ele está morto para o pecado (Rm 6:1 e 2), ou seja, para a transgressão, e Cristo está vivendo nele (Gl 2:20), de maneira que a vida obediente de Cristo passa a ser a do pecador. Como Cristo regeu Sua vida pelos princípios do governo de Deus, assim também ele se deixará reger por esses princípios.

Portanto, a lei de Deus passa a ser sua norma de vida. Ela ainda serve de espelho, mas não para lhe mostrar as velhas manchas do pecado (dos quais ele foi lavado no sangue de Cristo), mas para lhe revelar se ainda continua “com o rosto limpo”, isto é, no estado de inocência e pureza em que se viu envolvido quando Jesus o justificou pela fé. Voltando à ilustração do médico, o paciente descobriu que está seriamente enfermo, ficou bom ao tomar o remédio que o médico lhe indicou, e então retorna a este para saber se continua bem.

E é claro, esta terceira função a lei cumpre quando ela é considerada não apenas como um código de ética (um dos problemas dos judeus no tempo de Paulo), mas como ela é em Jesus, avaliada pela vida que Jesus viveu. Falando noutros termos, nosso autêntico padrão é Cristo e não meramente um código de ética.

É verdade que a pessoa salva pela fé continua pecadora e continuará a ter seus momentos de fraqueza, seus lapsos e “delitos”. Mas ela estará sempre se valendo dos recursos da graça (ver 1Jo 2:1), e, assim, avançará em sua experiência cristã, rumo à semelhança com Seu Salvador. E isso é o que Deus propõe a cada um de Seus filhos.

José Carlos Ramos é pastor e professor do SALT ora jubilado. Engenheiro Coelho, SP

Marcadores: , , , ,

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A justificação e a lei - 30/07/2010 a 31/07/2010

Sexta, 30 de julho

Opinião

O espelho


O espelho é um ótimo exemplo da função da lei. Um espelho não pode mudar nossa aparência. Ele não tem opiniões. Sua função é simplesmente mostrar as coisas como são. Quando você precisa se arrumar para sair, é preciso olhar-se em um espelho. Olhando-se no espelho, você considera sua aparência, reflete sobre seu porte e pensa sobre a maneira com que outros irão vê-lo(a). Olhado-se no espelho, você reconhece que, a fim de ter a melhor aparência possível, certas mudanças devem ser feitas. Aqui é que começa a dificuldade, pois cobrimos nossos defeitos, escondemos nossas imperfeições e nos preocupamos com o que as pessoas iriam pensar se nos vissem como realmente somos.

Às vezes, ocorre exatamente o mesmo com o espelho de Deus. Desejamos genuinamente ser o que Ele quer para nós, mas, depois de nos enxergar no espelho de Sua lei, muitas vezes ficamos desanimados por não estarmos à altura de Seu padrão. Tentamos nos limpar sem Jesus, mas não conseguimos. Tentamos mascarar nossas deficiências, mas as dificuldades da vida sempre as revelam. Olhando no espelho, compreendemos o que verdadeiramente somos: pecadores em desesperada necessidade de um Salvador.

Então, surge a beleza do evangelho. Cristo está disposto a fazer por nós o que não podemos fazer por nós mesmos. Ele tem o poder de nos justificar, de nos fazer novas criaturas.

Por outro lado, o espelho da lei de Deus não nos mostra apenas o que realmente somos, mas o que podemos ser pela graça de Cristo. A lei de Deus é um reflexo de Seu caráter misericordioso, perdoador, gracioso, paciente e rico em bondade e verdade. Por isso, ela é um modelo para nossa vida (Êx 34:6, 7). Como cristãos, precisamos nos olhar no espelho de Deus, não no nosso.

Mãos à obra


1. Leia os capítulos 3 e 4 de Romanos. Anote todas as coisas que podemos fazer para estar na condição ideal para com Deus. Quantas você encontrou? Quais são elas? Que características Deus descreveu como pertencendo a todos nós?

2. Descreva sua experiência pessoal de encontro com Cristo e início de relacionamento com Ele e como esse relacionamento influencia você e é expresso em sua vida.

Julian Paul Wesley Thompson – Reading, Inglaterra

Marcadores: , , ,

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A justificação e a lei - 29/07/2010 a 31/07/2010

Quinta, 29 de julho

Aplicação
Aprovado no teste


Testes de desempenho. Avaliações. Exames. Nosso valor parece ser determinado pelo tanto que podemos alcançar, fazer, transmitir e realizar. Seria diferente em relação a Deus? É verdade que Deus espera que Seu povo produza “resultados”. De fato, Ele nos comissionou a ir e fazer discípulos em todo o mundo. Mas é isso nos dá valor diante dEle?

Como seria fazer um teste de desempenho para Deus? Talvez descubramos que há somente uma pergunta que precisamos responder: você crê que foi Deus Quem escolheu você, e não você que escolheu a Deus? (Jo 15:16). Uma resposta positiva muda tudo. Você já não é aquele que tem de conquistar o amor de Deus, mas apenas precisa saber que Ele ama você e ponto final. Finalmente, você reconhece que não são suas realizações que têm alguma coisa a ver com isso, mas as realizações de Deus.

Então, como você pode viver uma vida que reflita isso? Pode ser útil fazer essas perguntas: Quantos amigos não cristãos você tem? Jesus estava circundado por pessoas que não eram consideradas religiosas. Podemos dizer o mesmo de nosso círculo social? Você faz amizade com as pessoas só para convertê-las? O evangelismo pela amizade está-se tornando popular, mas se seus amigos não estão interessados em Deus, você se livra deles e segue em frente? Jesus estendeu Sua amizade a Judas sabendo que ele O trairia. Você dá o mesmo exemplo em suas amizades? Você julga os outros e o relacionamento que eles têm com Deus, com base em suas próprias expectativas? A igreja primitiva discutiu o que as pessoas têm de fazer para ser verdadeiras seguidoras de Jesus. Geralmente, isso era baseado em suas próprias expectativas, em vez do amor e graça de Deus. Somos rápidos em julgar os outros por nossos padrões, em vez de considerar os padrões de Deus?

Mãos à Bíblia


Frequentemente, ouvimos pessoas dizendo que a lei foi abolida na Nova Aliança. Contudo, a lógica e a teologia por trás da declaração não são sólidas.

9. Qual é a relação entre a lei e o pecado? 1Jo 2:3-6; 3:4; Rm 3:2; 4:15

Se a lei de Deus tivesse sido abolida, por que ainda é pecado mentir, matar e roubar? Se a lei de Deus tivesse sido mudada, a definição de pecado também deveria ser mudada. Ou, se a lei de Deus tivesse perdido o valor, o pecado também deveria ter desaparecido. Quem acredita nisso? (veja também 1Jo 1:7-10; Tg 1:14, 15).

10. Como adventistas do sétimo dia, podemos ser tentados a usar a lei para excluir as pessoas. Como podemos evitar isso? Rm 2:11; Gl 3:28

Murray Harvey – Londres, Inglaterra

Marcadores: , , ,

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A justificação e a lei - 28/07/2010 a 31/07/2010

Quarta, 28 de julho

Evidência

Fé e obediência


Dentro do cristianismo parece haver um “cabo de guerra” entre a salvação através da fé e a salvação através da lei. Muitos argumentam que a lei foi pregada na cruz e que somos salvos somente pela graça. Isso é visto no fato de que muitos cristãos já não adoram a Deus no sábado, mas no domingo. Porém, há pessoas tão envolvidas com a lei que perdem de vista a necessidade da graça de Deus.

A Bíblia é nossa fonte primária de evidências sobre esta questão, e em Romanos 3:21-31, ela declara que somos justificados pela fé em Cristo. Afirma também que, embora sejamos salvos pela fé, a lei ainda é válida.

Evidências adicionais de que a lei e a fé vão juntas se encontram em João 3:16. Tome tempo para ler esse verso agora. Ele tem sido chamado por muitos de “a passagem para o Céu”, porque declara a única coisa que devemos fazer para ser salvos.

Ao longo da Bíblia, a lei estabelece a necessidade da graça; mas agora, em nossa vida, através de nossa fé, estabelecemos a lei guardando-a. “Se vocês me amam, obedecerão aos Meus mandamentos” (João 14:15). Precisamos viver nossa fé mostrando nosso amor por Deus através de nossos atos.

Mãos à Bíblia


6. “O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras está na base de toda religião pagã. [...] Onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 35, 36). O que isso significa? Por que a ideia de que podemos salvar a nós mesmos mediante nossas obras nos deixa tão expostos ao pecado?

7. Como Paulo explicou a relação entre a lei e a fé em Gálatas? Gl 3:21-23

8. O que significa o fato de que Jesus cumpriu a lei? Mt 5:17-19; Hb 9:9-12; Cl 2:14

Há pelo menos dois sentidos para a palavra “cumprir” em relação a Cristo e a lei. Primeiro: Jesus cumpriu (obedeceu) a lei de Deus e por isso viveu sem pecado. Segundo: Jesus cumpriu uma série de exigências da lei cerimonial e moral (vida sem pecado, não ter os ossos quebrados, etc) para oferecer um sacrifício sem defeito pelos pecados da humanidade. Nesse caso, cumprir significa que os cerimoniais, que eram apenas símbolos de Cristo, foram substituídos pela realidade de Seu sacrifício. Isso também envolveu o cumprimento de dezenas de profecias referentes a Seu nascimento, vida, morte e ressurreição.

Ross James Maidment – Senghenydd, País de Gales

Marcadores: , , ,

terça-feira, 27 de julho de 2010

A justificação e a lei - 27/07/2010 a 31/07/2010

Terça, 27 de julho

Testemunho
Como se nunca houvéssemos pecado


“Se o homem pudesse salvar-se por suas obras, teria ele algo em si mesmo, pelo qual se alegrar. ... Tudo que o homem pode fazer sem Cristo é poluído pelo egoísmo e pecado; mas aquilo que é operado pela fé é aceitável a Deus” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 364).

“Sem a lei os homens não têm uma concepção justa da pureza e santidade de Deus, ou da culpa e impureza deles mesmos. Não têm verdadeira convicção do pecado, e não sentem necessidade de arrependimento. ... A esperança de salvação é aceita sem a mudança radical do coração ou reforma da vida. São assim abundantes as conversões superficiais, e unem-se às igrejas multidões que nunca se uniram a Cristo” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 468). Como resultado, “muitos procuram quebrar o espelho que lhes revela os defeitos, anular a lei que lhes aponta as manchas da vida e do caráter” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 219).

Ao não contemplarmos plenamente a lei (que é o próprio caráter de Deus), nós a anulamos. Anular significa tirar a força legal da lei. Se anulamos a lei, rejeitamos tudo o que a salvação nos oferece: o amor de Deus, Sua graça, justificação e a justiça de Jesus.

“A lei e o evangelho estão em perfeita harmonia. Um sustenta o outro. Em toda a sua majestade a lei confronta a consciência, levando o pecador a sentir sua necessidade de Cristo como propiciação do pecado” (Ibid, p. 240, 241).

“Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 25).

Mãos à Bíblia


A aceitação ou justificação vieram a Abraão sem que ele tivesse guardado a lei previamente (Rm 4:13). Pelo contrário, a aliança com Abraão foi baseada na graça de Deus contida na promessa de que ele seria “herdeiro do mundo”. Abraão creu nessa promessa, e Deus o aceitou e operou através dele para salvar o mundo.

4. Que argumentos usa Paulo para demonstrar que a salvação pela fé é um ponto central do Antigo Testamento? Rm 4:14-17. Veja também Gl 3:7-9.

5.
Por que a justificação pela fé requer que contemplemos plenamente a lei? Rm 3:19-21

Clarissa Lewis e Indirah Job – Manchester, Inglaterra, e Rotterdam, Países Baixos

Marcadores: , , ,

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A justificação e a lei - 26/07/2010 a 31/07/2010

Segunda, 26 de julho

Exposição
A justiça de Deus por nós

Durante os tempos bíblicos, era evidente que um cidadão rico e importante não seria tratado numa corte de justiça da mesma forma que uma pessoa insignificante. Isso às vezes era escrito nos estatutos. Por exemplo, o antigo Código de Hamurábi declarava que, se um cidadão quebrasse um dente de outro cidadão, seu próprio dente deveria ser quebrado. Porém, se a vítima fosse um vassalo, bastava pagar uma pequena multa. Ninguém esperava justiça estrita em tribunais humanos, mas os escritores bíblicos estavam seguros de que Deus é um Deus de justiça. Ao longo de toda a Bíblia, a justiça é uma categoria de importância fundamental.1

O problema (Rm 3:24). Em toda religião o problema é: “Como pessoas pecaminosas podem ser justas (justificadas) diante de um Deus santo?” De acordo com o Dicionário Bíblico de Easton, justificação é um “termo forense [jurídico] oposto a condenação. No que diz respeito a sua natureza, é o ato judicial de Deus, pelo qual Ele perdoa todos os pecados daqueles que creem em Cristo, e os considera, aceita e trata como justos perante a lei, isto é, em conformidade com todas as suas exigências. Além do perdão do pecado, a justificação declara que todas as reivindicações da lei estão satisfeitas com relação ao justificado. É o ato de um juiz e não de um soberano. A lei não é relaxada nem posta de lado, mas é declarada cumprida no mais rigoroso sentido; e assim, declara-se que a pessoa justificada tem direito a todas as vantagens e recompensas decorrentes da perfeita obediência à lei (Rm 5:1-10).”2

Solução fiel (Rm 3:24-28; 4:2-4). Os primeiros três capítulos de Romanos argumentam que todas as pessoas são culpadas diante de Deus. Ninguém que confie em sua observância da lei será declarado justo no tribunal divino. A lei, como uma revelação moral de justiça, não oferece esperança; testifica contra nós, de forma que “toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus” (Rm 3:19, 20).

Contudo, a análise de nossa circunstância humana termina com uma nota de esperança. Paulo insiste que as pessoas não são justificadas pelo que elas próprias fazem (Rm 3:21, 22, 28). Ele aponta para o exemplo de Abraão, o grande antepassado da nação judaica, como alguém que não foi justificado pelas obras (Rm 4:2, 3). E, é claro, se Abraão não foi justificado por obras, então quem o poderia ser? Paulo diz explicitamente: “Ninguém é justificado pela prática da lei”; na verdade, “diante de Deus ninguém é justificado pela lei” (Gl 2:16; 3:11).

A solução de Deus e a condição da promessa (Rm 4:1-17). “A fé é a condição sob a qual Deus escolheu prometer perdão aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual se mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos de Cristo, o remédio provido para o pecado. A fé pode apresentar a perfeita obediência de Cristo em lugar da transgressão e rebeldia do pecador. Quando o pecador crê que Cristo é seu Salvador pessoal, então, de acordo com Suas promessas infalíveis, Deus lhe perdoa o pecado e o justifica livremente” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 366, 367).

A lei em seu legítimo lugar (Rm 3:31). Paulo é rápido em lembrar-nos de que, só por sermos justificados pela fé, não podemos pensar em eliminar a guarda dos Dez Mandamentos (a lei). Na verdade, é porque agora somos justos diante de Deus (justificados) e estamos mais do que dispostos a viver de acordo com os preceitos de Deus escritos em nosso coração, em vez de em tábuas de pedra (Ez 36:24-27).

“Justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas ele é incapaz de a apresentar. A fé é a única maneira pela qual ele pode alcançar a justiça. Pela fé ele pode apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador” (Idem, p. 367).

Um aparente problema? (Tiago 2). Será que há um problema entre Paulo e Tiago, tendo em vista que Paulo afirma que a justificação é pela fé e não pelas obras, enquanto Tiago sustenta que “uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé” (Tg 2:24)? Tanto Paulo quanto Tiago comentam sobre o ato de Abraão, mas Tiago escolhe Abraão e Raabe como exemplos de pessoas que foram justificadas por obras (Tg 2:21, 25).

Leia Tiago 2:17. A experiência de Abraão revelou que as obras constituem evidência de um genuíno relacionamento com Deus. A fé que conduz à justificação é, pois, uma fé viva, que opera (Tg 2:24).

“Paulo e Tiago estão de acordo no tocante à justificação pela fé. Enquanto Paulo destaca o erro de se buscar a justificação através das obras, Tiago salienta com o perigo de se pretender a justificação sem as obras correspondentes. Nem as obras e nem a fé morta podem conduzir à justificação. Ela pode ser obtida unicamente através de genuína fé, que opera por amor (Gl 5:6) e purifica a alma.”3

1. Walter A. Elwell (ed.), Baker’s Evangelical Dictionary of Biblical Theology (Grand Rapids: Baker Books, 1996).
2. M. Easton, Easton’s Bible Dictionary (Oak Harbor: Logos Research Systems, Inc., 1996, 1897).
3. Nisto Cremos, 3. ed. (Tatuí, CPB, 1995), p. 173.

Mãos à Bíblia

3. Como Paulo expande o tema da justificação pela fé? Rm 4:6-8



Steve A. Thomas – St. Albans, Inglaterra

Marcadores: , , ,

domingo, 25 de julho de 2010

A justificação e a lei - 25/07/2010 a 31/07/2010

A JUSTIFICAÇÃO E A LEI


“Anulamos então a lei pela fé? De maneira nenhuma! Pelo contrário, confirmamos a lei” (Rm 3:31).

Prévia da semana: Todos, em todos os tempos, têm a mesma necessidade de abandonar qualquer senso de praticar obras para a salvação seguindo regras ou rituais. A salvação vem unicamente quando permitimos que Deus nos reconcilie pelo sangue que foi derramado em favor de nós por Cristo Jesus.

Leitura adicional: Romanos 4; Tiago 2; Caminho a Cristo, p. 17-22.

Domingo, 25 de julho

Introdução

Veredicto: inocente


Aquilo não era de maneira nenhuma parecido com uma sala de tribunal de verdade. Não havia um promotor se preparando para fazer um discurso final nem um advogado de defesa procurando fazer um último apelo ao júri. Havia apenas dois homens – Davi e Natã: um, poderoso e bem relacionado; o outro, um simples profeta com um veredicto de Deus. Davi ouviu todas as evidências e a plena extensão das acusações. Sua conclusão foi severa: a grave ofensa merecia nada menos que a pena de morte. Que choque, então, ficar sabendo que ele era o culpado!

Contudo, a sentença era vida, não morte. “Então Davi disse a Natã: ‘Pequei contra o Senhor!’ E Natã respondeu: ‘O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá.’” (2Sm 12:13). Como Deus podia colocar o pecado de Davi de lado? Como podia pronunciar uma sentença de vida quando a lei exigia a morte? Como Davi, todos nós pecamos. Todos ignoramos a lei de Deus e falhamos em cumprir Seus padrões de justiça. Consequentemente, todos estamos diante da morte eterna. Contudo, Deus pode nos declarar justos quando aceitamos a morte de Seu único Filho Jesus, o Cordeiro de Deus que tira todo pecado. Nosso pecado é agora parte de Sua história. É por isso que nos salmos 32 e 51 Davi fala da alegria e do alívio que sentiu quando experimentou a imerecida bênção do perdão.

Você poderia usar esse tipo de bênção? Ela é uma promessa de Deus, incondicional e com garantia vitalícia. Como um pecador que espera o juízo divino, creia no que Deus prometeu e ouça o veredicto: uma sentença de vida. Ao estudar a lição desta semana, ouça a voz de Deus declarando sua justiça nEle.

Mãos à Bíblia


1. Segundo Paulo, existe algum conflito entre a lei e a fé? Rm 3:31. Por que essa questão é importante para nós, adventistas?

2. Havia alguma diferença entre os métodos de salvação do Antigo Testamento e do Novo? Rm 4:1-8. Como esse texto mostra que, mesmo no Antigo Testamento, a salvação era pela fé e não pelas obras da lei?

De acordo com esta narrativa do Antigo Testamento, Abraão foi considerado justo porque “creu em Deus”. Então, o próprio Antigo Testamento ensina a justificação pela fé. Consequentemente, é falsa a sugestão de que a fé “anula” a lei (Rm 3:31). A salvação pela fé é parte inseparável do Antigo Testamento.

Judith Purkiss – Londres, Inglaterra

Marcadores: , , ,