sábado, 9 de abril de 2011

De exaltado a caído - Resumo Semanal - 09/04/2011 a 09/04/2011

DA GLÓRIA AO PÓ
Resumo Semanal - 03/04/2011 a 09/04/2011


Guilherme Silva



Introdução

Na definição do poeta Gonçalves Dias, viver é lutar. “A vida é combate, / Que os fracos abate, / Que os fortes, os bravos / Só pode exaltar.”1 Há conflitos entre nações, etnias e grupos religiosos. Há guerra entre gerações. Há inclusive conflitos interiores. Existem momentos em que nosso desejo de segurança está em luta com nossos anseios por liberdade. Há divergências entre o sonho e a realidade, entre querer e poder.


A constatação das contradições que nos cercam faz muitos perguntarem: Estamos condenados a viver uma batalha sem fim? Qual é a fonte de todos esses conflitos?


Na antiga mitologia dos povos pagãos, há narrativas de conflitos entre deuses que promoveriam o ordenamento cósmico e deuses identificados como agentes da destruição. No Rig Veda, texto da mitologia hindu, o deus Indra luta contra o arquidemônio Vritra, dando forma ao mundo que se equilibraria indefinidamente entre a ordem e o caos. Lendas similares podem ser encontradas na mitologia egípcia e mesopotâmica, entre outras.2 Nessas narrativas, o bem e o mal estariam entrelaçados como fios de um mesmo tecido, e assim permaneceriam indefinidamente.


Na opinião de pensadores modernos, os conceitos de bem e mal são tão ultrapassados quanto os antigos mitos da fundação do cosmos. Diante da teoria de que o mundo é um palco exclusivo para os mais fortes, não há espaço para se discutir o que é bom ou mau a partir de uma moral única e transcendente. Na medida em que sobrevivem apenas os mais aptos, o que importa, na realidade, é ser forte ou fraco, ser apto ou incapaz.3
A visão bíblica contraria tanto os pensadores modernos quanto os antigos mitos pagãos. A revelação divina nos assegura que o mundo não é dos valentes (Sl 33:16; Jr 9:23-24) nem será um eterno campo de batalha entre a ordem e o caos, o bem e o mal. Vivemos um período de conflito que teve início e em breve terá fim. Apenas o bem é eterno (1Tm 6:16).


Iremos ver a seguir que, em comparação ao bem eterno, a Palavra de Deus revela que o mal era apenas uma possibilidade. Hoje, é uma realidade. Mas chegará o tempo em que ele será apenas um pequeno ponto na infinita linha da eternidade.



O mal como possibilidade

Enquanto as mitologias pagãs afirmam que o cosmos surgiu a partir da luta entre deuses beligerantes, a Bíblia assegura que o mundo foi criado como resultado do amor presente no coração da Divindade. Por meio da palavra divina, todas as coisas passaram a existir (Jo 1:1-3), tanto as coisas visíveis quanto os poderes espirituais que não podemos ver (Cl 1:16-17).


Sendo Deus o criador de todas as coisas, e considerando que Ele é caracterizado por grande bondade e amor (Sl 107:8, 15, 21; 1Jo 4:8, 16), como entender a existência do mal com o qual nos deparamos diariamente? Deus seria também o autor do mal?


A resposta bíblica assegura: “Longe de Deus o praticar Ele a perversidade, e do Todo-poderoso o cometer injustiça. [...] Na verdade, Deus não procede maliciosamente” (Jó 34:10 e 12). Assim, como entender o fato de que Deus não age de maneira maliciosa, mas criaturas Suas praticam o mal continuamente? Este é um dos grandes enigmas da fé. Mas o mistério pode ser parcialmente decifrado até os limites da revelação concedida.


A lei que rege o Universo é definida na Bíblia como “lei da liberdade” (Tg 1:25; 2:12). Embora a liberdade absoluta seja uma prerrogativa exclusivamente divina, visto que Deus é o único que conhece e sustenta todas as coisas, os seres criados foram feitos para viver em liberdade, com capacidade e possibilidade de pensar e agir por vontade própria. Uma das muitas definições de liberdade pode ser “o fato de estar em condições de agir ou de não agir segundo se escolha ou se queira”4. Ao povo hebreu, por exemplo, foi feito o desafio: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24:15). Toda possibilidade de escolha revela um grau de liberdade.


Antes da humanidade, os seres celestiais também foram criados para pensar e agir dentro de seu próprio grau de liberdade. A escolha fundamental para toda criatura é: unir-se à glória divina e brilhar como reflexo de Sua luz, ou se afastar dela rumo à escuridão (Dt 30:19). Enquanto no reino de Deus havia plena harmonia, e os seres criados conheciam somente o bem, o mal era apenas uma possibilidade, aberta pela liberdade de se escolher o afastamento do Criador.



O mal como realidade

Não é possível saber de que modo uma criatura perfeita de Deus poderia se sentir atraída a usar sua liberdade para o mal. Sabemos apenas que isso ocorreu em algum momento do passado. Usando a figura do “rei de Tiro”, o profeta Ezequiel revela que o mal se tornou realidade no coração de Lúcifer. “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28:15).


A iniquidade da qual a Bíblia fala não é um mal acidental ou involuntário, como a queda causada por um tropeço. Em seu sentido original5, é uma atitude voluntária de torcer a justiça (Sl 82:2). O Salmo 57 fala dos juízes que, em vez de julgar com justiça, concebem a iniquidade no coração. Esta, por sua vez, espalha-se por toda a Terra (Sl 58:2). A iniquidade age interiormente de forma silenciosa, mas em algum momento acaba explodindo em ações maléficas, que causam prejuízos não imaginados.


Mesmo sendo comparado à estrela da manhã (Is 14:12) e identificado como “o sinete da perfeição” (Ez 28:12), Lúcifer abriu o coração à iniquidade de forma consciente e voluntária. Por meio dessa ação, o mal, que antes era apenas uma possibilidade, se tornou realidade ativa na mente de uma criatura que tinha acesso direto ao trono de Deus. Assim, o mal não existe como um princípio eterno com poder em si mesmo, mas se realiza por meio de decisões e atitudes que se opõem à justiça divina.


Opondo-se a Deus, Lúcifer distorceu os dons divinos. Sua beleza e sabedoria deixaram de ser motivo de gratidão para ser motivo de orgulho. “Elevou-se o teu coração” (Ez 28:12). A exaltação indevida fez com que a criatura finita quisesse para si o poder infinito, fomentando um processo de cobiça e frustração. “Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”, almejou Lúcifer em sua cobiça desmedida (Is 14:14). Porém, seu coração elevado se frustrou diante da sentença divina: “Serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo” (Is 14:15).


A queda dos seres celestiais, conforme revela a Bíblia, foi o resultado da tentativa de se elevarem até onde só Deus pode estar. Foi uma tentativa obstinada, de natureza homicida (Jo 8:44), embora, desde o início, condenada ao fracasso.


Atualmente, há uma tendência até mesmo entre os estudiosos da Bíblia em minimizar ou renegar a existência e o papel de Satanás como adversário de Deus e tentador da humanidade. A história da queda dos seres celestiais é vista como mitologia que “ocorre na apocalíptica judaica e deixou vestígios também na tradição cristã”.6



Porém, a evidência bíblica, no Antigo e também no Novo Testamento, assegura a existência de uma batalha pelo trono divino, a condenação e a queda dos anjos que “não guardaram seu estado original” (Ap 12:12; Jd 6). O perigo de renegar essa revelação inspirada está em atribuir a Deus as ações de seu adversário.


“Os contínuos danos entre nós não são explicados por nenhuma razão, exceto pelo fato de que a natureza do mal é destrutiva. Uma das maiores razões para o sucesso de Satanás está em sua habilidade de fazer o pior e continuar fora de cena porque, ironicamente, muitas mentes inteligentes atribuem o pior do trabalho do inimigo ao bondoso Deus.”7



O mal como pequeno ponto na eternidade

O livre-arbítrio utilizado pela criatura para se voltar contra o Criador fez com que o mal passasse de possibilidade à realidade. Portanto, não seria a própria liberdade algo maléfico, pelo fato de conter em sua essência o risco da tragédia?


Embora a liberdade implique risco, Deus prefere o risco à tirania. Ele é ao mesmo tempo livre e libertador. “Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2Co 3:17). O contrário também é verdadeiro: onde não há liberdade, o espírito satânico está presente. “Deus não força a vontade de Suas criaturas. Não pode aceitar homenagem que não seja prestada voluntária e inteligentemente. Uma submissão meramente forçada impediria todo verdadeiro desenvolvimento do espírito ou do caráter; tornaria o homem simples máquina.” 8


Quando a justiça divina foi questionada no Céu, o poderoso Deus não reagiu declarando estado de sítio e baixando atos institucionais repressores. Ele deu tempo para que as razões pudessem ser discutidas e analisadas. Cada um dos seres celestiais precisaria tomar uma posição conscientemente e seguir o destino escolhido. “Se Deus tivesse exercido Seu poder para punir este sumo rebelde, os anjos desafetos não se teriam revelado; portanto, Deus tomou outra direção, pois queria manifestar distintamente a todo exército celestial Sua justiça e juízo.”9



Pela maneira como lidou com o pecado no Céu, e continua agindo no presente, Deus mostra que prefere ser amado a ser temido. O temor a Deus, segundo a Bíblia, é antes um respeito amoroso do que medo e constrangimento. Disso podemos estar certos, visto que “o amor lança fora o medo” (1Jo 4:18). “O exercício da força é contrário aos princípios do governo de Deus; Ele deseja unicamente o serviço de amor; e o amor não se pode impor; não pode ser conquistado pela força nem pela autoridade. Só o amor desperta o amor.”10



Por outro lado, a tirania se baseia no medo, na vergonha e na culpa. Na ótica do adversário de Deus, inspiração das tiranias terrenas, “é muito mais seguro ser temido do que ser amado”. Isso porque “os homens têm menos receio de ofender a quem se faz amar do que a outro que se faça temer”.11


Não temendo as ofensas e a rejeição, Deus assumiu o risco do amor. Quando ofendido, amou ainda mais, tomando sobre Si a ofensa e atribuindo ao pecador a Sua justiça (Rm 5:16). O desejo de Deus é de que Seu governo não seja uma imposição dogmática, mas uma realidade atrativa às emoções e ao intelecto. Desse modo, o amor age por meio do diálogo para alcançar a verdade mais profunda. De fato, por mais verdadeira que seja uma questão, “se não for ampla, frequente e intrepidamente discutida, será sustentada como um dogma morto, não como verdade viva”.12


Ao invés de romper o diálogo com a humanidade pecadora, Deus o aprofundou por meio da cruz de Cristo, revelando Seu amor e desmascarando o ódio de Seu adversário. “[Na cruz] Satanás viu que estava desmascarado. Sua administração foi exposta perante os anjos não caídos e o Universo celestial. Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra seria restrita.”13


Assim, com justiça e amor, Cristo destruiu as obras do diabo (1Jo 3:8). Pela vitória na cruz, podemos estar certos de que “contra Deus ninguém se levanta duas vezes!” (Naum 1:9, NTLH). Em breve o pecado será totalmente erradicado (Ap 21:4). A justiça de Deus permanecerá provada para sempre. O mal será apenas um ponto pequeno na infinita linha da eternidade.


Conclusão

Como resultado da criação, o mal existia como possibilidade, diante do livre-arbítrio concedido aos seres criados.


O uso equivocado da liberdade fez com que o mal se tornasse realidade no coração de Lúcifer e fosse disseminado onde a revolta contra Deus encontrasse espaço.


Na cruz, Deus revelou Sua justiça e amor, destruiu as obras do diabo e assegurou que o mal não se levantará outra vez.



1. DIAS, Antônio Gonçalves. Últimos Cantos. Rio de Janeiro: Tipografia de F. de Paula Brito, 1851. p. 39.

2. COHN, Norman. Cosmos, caos e o mundo que virá: as origens das crenças no Apocalipse. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

3. NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo e Ditirambos de Dionísio. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 11.

4. ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 608.

5. Andrews Study Bible.

6. BRAKEMEIER, Gottfried. O ser humano em busca de identidade: contribuições para uma antropologia teológica. São Leopoldo, RS: Sinodal; São Paulo: Paulus, 2002. p. 57

7. CAESAR, Lael. “Where in the world is Satan the devil?” Ministry, v. 82, n. 11, p. 9. [tradução do autor]

8. WHITE, Ellen G. Caminho a Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990. p. 44.

9. WHITE, Ellen G. História da Redenção. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996. p. 17.

10. WHITE, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990. p. 22.

11. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 59.

12. MILL, John Stuart. Sobre a Liberdade. Petrópolis, RJ: Vozes. p. 70 e 71.

13. WHITE, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990. p. 761.



Guilherme Silva é pastor e jornalista. Atua como editor-associado de livros na Casa Publicadora Brasileira.

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sexta-feira, 8 de abril de 2011

De exaltado a caído - 08/04/2011 a 09/04/2011

Sexta, 8 de abril

Opinião
Humildade com dignidade


O oposto de orgulho é humildade. Apesar de que a verdadeira humildade não se trata de se considerar como uma peça inútil de entulho. Não se trata de ignorar nosso senso de autoestima. Ao contrário, tem a ver com reconhecer honestamente nosso próprio valor aos olhos de Deus.

Em 1 Coríntios 15:10, Paulo afirma, “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e Sua graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo”.

É fácil de se detectar o orgulho. Em 1 Coríntios 4:6, 7, Paulo disse que os coríntios estavam com o “nariz empinado” ou orgulhosos porque eles estavam se comparando uns aos outros até mesmo nas coisas espirituais. “Eu recebi mais dons espirituais do que você. Fui batizado pelo próprio Paulo; você, só foi batizado por Apolo. Portanto, sou melhor que você!”

O orgulho é arrogância baseada em possuir qualidades ou coisas materiais. O orgulho nos engana, fazendo com que pensemos que estamos acima dos outros e, muitas vezes, acima do próprio Deus. O orgulho mente quando nos diz que podemos ter sucesso independentemente de Deus.

Uma das características principais de Lúcifer foi o orgulho (Is 14:12-14). Quando agimos orgulhosamente, fazemos exatamente como Satanás. Todas as vezes que fazemos como Satanás, ele ganha autoridade e poder em nossa vida!

No entanto, para destruir nosso senso de autoestima, basta brincar com a versão distorcida de humildade criada por Satanás. Quando nos anulamos, rejeitamos o valor que Deus colocou sobre nós ao ter-nos criado à Sua imagem e enviar Seu Filho para morrer por nós.

Cristo não morreu por lesmas, mas por você, um ser humano, porque Ele te ama. Cristo pagou por sua vida com Sua própria vida, e isso dá a você um valor incalculável!

A verdadeira humildade é reconhecer o bem em você e compreender que isso vem de Deus. É uma humildade com dignidade. Nossa vida é preciosa e significativa porque nossos talentos, dons, bênçãos e propósitos provêm dEle. Por tudo o que somos e temos, damos crédito a Deus.

Mãos à obra

1. Discuta com seus amigos se nós deveríamos ou não ser sempre completamente honestos. Existem ocasiões quando a completa verdade não é a melhor escolha? Como Satanás usa a verdade para enganar as pessoas?
2. Pesquise exemplos na Bíblia nos quais Satanás obviamente esteve envolvido. Qual caráter mascarado ele usou em cada situação?
3. Crie um ícone exclusivo para usar no seu celular ou computador que reflita sua vitória, através de Cristo, sobre Satanás.
4. Cante ou toque o hino “Castelo Forte” e medite em sua letra.

Faith Toh – Cingapura, República de Cingapura

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

De exaltado a caído - 07/04/2011 a 09/04/2011

Quinta, 7 de abril

Aplicação
Vestido como um cristão


Em nossa busca para sermos cristãos perfeitos, caímos na cilada de “fazer” ao invés de “ser”. Em vez de dependermos de Deus, tentamos fazer o bem usando nossas próprias forças e ideias. Ficamos orgulhosos de nossos tão merecidos elogios e acabamos nos esquecendo dAquele a quem representamos. Nisso, somos exatamente como Lúcifer. Ele sentiu orgulho de sua posição diante de Deus e dos outros anjos. Por causa de seu orgulho, queria que o Céu fosse governado da forma que ele supunha ser a melhor. Por causa de seu orgulho, ele ocasionou o pecado. Ele não apenas quis ser como Deus, mas quis ser o próprio Deus.

Como podemos, em nossa busca pelo crescimento na vida cristã, não cair no orgulho espiritual? Veja algumas dicas:

Reconheça suas imperfeições. Lembre-se de que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3:23). Existe esperança para nós porque a graça de Deus é suficiente e Seu poder se aperfeiçoa em nossa fraqueza (confira 2Co 12:9).

Ao aprendermos a reconhecer nossas limitações, também aprendemos a depender mais de Deus do que de nossa própria energia, esforços ou talentos.
Lembre-se de Deus. Quando tudo vai bem em nossa vida, temos a tendência de não reconhecer a atuação de Deus. É por isso que Deuteronômio 8:18 pontua que lembrar dEle nas pequenas ou grandes bênçãos ajuda a nos manter na perspectiva certa. Também nos ajuda a reconhecer quão pequenos e falhos realmente somos e que somente Deus pode satisfazer nossas aspirações mais profundas.

Use as ferramentas certas. Esse conselho é importante para nos proteger dos ataques de Satanás. Deus nos deu a Bíblia. Precisamos nos aprofundar em Sua Palavra (Sl 119:11) através da leitura inteligente e meditando nas grandes verdades que ela ensina. Também precisamos orar a Deus durante o dia (Mt 26:41). Ajudar os outros a ajudarem a si próprios é outra boa maneira de nos manter perto de Deus. Quando ajudamos os menos afortunados, adquirimos mais clara consciência das bênçãos que Deus derrama sobre nós.

Deseje buscar e receber bom conselho. Algumas vezes o orgulho pode nos cegar dos motivos reais que influenciam nossas ações. Nessas horas, é bom prestar atenção às advertências e aos amorosos conselhos de irmãos e irmãs em Cristo que estão ao seu redor (Sl 37:30).

Mãos à Bíblia

5. Qual é o assunto de Apocalipse 12:7-12? Que cuidado e, ao mesmo tempo, que esperança podemos tirar desses versos?

6. Leia 2 Coríntios 11:14, prestando atenção ao contexto em que Paulo estava escrevendo. Que mensagem importante devemos aplicar para nós?

Pan Shu Qin – Chengdu, China

Adquira o livro Ainda Existe Esperança para entregar aos seus amigos.

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

De exaltado a caído - 06/04/2011 a 09/04/2011

Quarta, 6 de abril

Testemunho
O orgulho conduz à guerra


“O orgulho de sua própria glória alimentava o desejo de supremacia. As elevadas honras conferidas a Lúcifer não eram apreciadas como um dom de Deus e não despertavam gratidão para com o Criador. Ele se gloriava em seu resplendor e exaltação e almejava ser igual a Deus. Era amado e reverenciado pela hoste celestial. Anjos deleitavam-se em executar suas ordens, e, mais que todos eles, estava revestido de sabedoria e glória. Todavia, o Filho de Deus era o reconhecido Soberano do Céu, igual ao Pai em poder e autoridade. Em todos os conselhos de Deus, Cristo tomava parte, enquanto a Lúcifer não era assim permitido entrar em conhecimento dos propósitos divinos. ‘Por quê?’, perguntava o poderoso anjo, ‘deveria Cristo ter a supremacia? Por que é Ele desta maneira mais honrado do que Lúcifer?’” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 495).

“Os anjos que eram leais e sinceros procuraram reconciliar este poderoso rebelde à vontade de seu Criador. Justificaram o ato de Deus em conferir honra a Seu Filho, e com fortes razões tentaram convencer Lúcifer que não lhe cabia menos honra agora, do que antes que o Pai proclamasse a honra que Ele tinha conferido a Seu Filho. Mostraram-lhe claramente que Cristo era o Filho de Deus, existindo com Ele antes que os anjos fossem criados, que sempre estivera à mão direita de Deus, e Sua suave, amorosa autoridade até o presente não tinha sido questionada; e que Ele não tinha dado ordens que não fossem uma alegria para o exército celestial executar. Eles insistiam que o receber Cristo honra especial de Seu Pai, na presença dos anjos, não diminuía a honra que Lúcifer recebera até então. [...] Lúcifer recusou ouvi-los” (Ellen G. White, Exaltai-O [MM 1992], p. 18).

Pense nisto


1. Já houve momentos em que as pessoas lhe deram bons conselhos sobre escutar a Deus e, apesar disso, você não o fez? Qual foi o resultado?

2. O que teria acontecido se Deus tivesse permitido a Lúcifer permanecer no Céu?

Mãos à Bíblia

4. Isaías 14:12-14 traz outra descrição da queda de Lúcifer. O que podemos aprender com esse relato, para aplicar em nossas próprias tentações e lutas?

A tentação de fazer o papel de Deus pode ser mais sutil do que imaginamos. Quando julgamos os motivos dos outros, quando assumimos as prerrogativas que não nos pertencem, quando tentamos controlar os outros de maneira inadequada, não estamos, em nosso próprio método, buscando assumir o papel de Deus?

Christon Choo – Cingapura, República de Cingapura

Ao convidar o amigo para estar na igreja no dia 16, chame-o para almoçar em sua casa.

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terça-feira, 5 de abril de 2011

De exaltado a caído - 05/04/2011 a 09/04/2011

Terça, 5 de abril

Exposição
De exaltado a caído


Tudo é realmente de Deus! Em João 1:1-3 e Colossenses 1:15-17, descobrimos que todas as coisas foram criadas através de Cristo. A Bíblia não diz que apenas algumas coisas foram criadas por Ele mas, sim, que “todas” as coisas foram criadas por Ele e que tudo era perfeito. A Bíblia ainda vai mais longe ao afirmar que, “sem Ele, nada do que foi feito se fez” (v. 3, RA). Apesar disso, ao olharmos para o mundo ao nosso redor, enxergamos imperfeição desde o momento em que acordamos e nos olhamos no espelho até a hora em que deitamos novamente para dormir. A imperfeição é gritante em todas as formas de mídia. Como pode ser isso possível se realmente Cristo, o Filho de Deus, criou um mundo perfeito? Para encontrarmos a resposta, precisamos retornar ao começo de tudo.

Imperfeição dentro da perfeição (Is 14:12-14; Ez 28:12-19). Lúcifer era único. A Bíblia se refere a ele como sendo a “estrela da manhã” e o “filho da alvorada” (Is 14:12). A palavra perfeição denota a ausência de defeitos. A descrição de Lúcifer parece se encaixar nessa definição muito bem. Além de se referir a Lúcifer como estrela da manhã e filho da alvorada, a Bíblia também o descreve como cheio de sabedoria e perfeito em beleza e o compara à beleza e perfeição do Jardim do Éden (Ez 28:12-19). Ele “permanecia na luz da presença de Deus. Ele era o mais alto de todos os seres criados e, sobretudo, em revelar os propósitos de Deus para o Universo (The SDA Bible Commentary, v. 4, p. 676).

Deveríamos, no entanto, nos questionar: se Lúcifer era perfeito em todos os sentidos, como o pecado pôde ter encontrado lugar em seu coração? Foi ignorada alguma falha no processo de criação dessa criatura perfeita? Ou a perfeição é diferente para nós em relação ao ponto de vista de Deus? Ezequiel 28:15 nos dá uma ideia do que é perfeição aos olhos de Deus. “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado” (Ez 28:15, RA). Aqui, a palavra perfeito em hebraico (tamim) não significa uma perfeição sem pecado. Para ser mais exato, ela significa “completo,” “direito” e “são” (The SDA Bible Dictionary, p. 840.) A forma grega teleios significa “completo,” “adulto” e “maduro”. Também precisamos levar em conta o conceito do livre-arbítrio. Deus não criou os seres humanos nem os anjos, incluindo Lúcifer, para serem robôs. O Criador concedeu a eles e a nós a liberdade de escolher entre o certo e o errado. Por isso, o que Ezequiel 28:15 nos mostra é que, no Universo de Deus, o conceito de “perfeito” inclui a habilidade de escolher entre o certo e o errado. Sem esse poder de escolha, a humanidade e os anjos não seriam moralmente livres.

Em sua perfeição, Lúcifer permitiu que seu orgulho se sobrepusesse ao seu amor pelo Criador. O líder da adoração celestial queria ser adorado. Queria tomar o lugar do Altíssimo. Essa vaidade se tornou uma obsessão que não poderia ser saciada por seu próprio cargo, beleza, talento ou autoridade. Lúcifer queria mais do que Deus havia tão generosamente lhe dado. Esse desejo o conduziu ao princípio do pecado.

A palavra pecado em hebraico, chatta’ah e, em grego, harmartia, significam ambas “errar (o alvo)” ou “não chegar até” (Ibid, p. 1018.) Lúcifer errou o alvo quando deixou de viver o plano de Deus para ele. Errou o alvo quando questionou a posição na qual Deus o havia colocado. Porque Lúcifer escolheu andar fora dos planos de Deus, deu início ao que agora chamamos de pecado. Porque ele pecou, tentou Adão e Eva. E porque Adão e Eva pecaram, nós também somos pecadores.

Reconstruindo a ponte (Dt 8:1-18; Ec 12:13; Jo 3:16, 17). Por causa de Sua graça, Deus colocou em ação o plano da salvação. Apesar do fato de sermos imperfeitos e estarmos separados dEle por causa do pecado, o sangue de Jesus cobre a todos aqueles que aceitam Sua morte em seu favor. Dessa forma, os seres humanos podem novamente se tornar perfeitos aos olhos de Deus. Assim, os crentes podem estar onde Deus deseja que eles estejam: em Sua presença, cobertos por Sua graça.

A Bíblia narra o plano da salvação – o plano de Deus para reparar a separação que o pecado causou e para nos alcançar exatamente onde estamos: no extremo oposto dessa ponte. João 3:16 e 17 nos afirma que, por causa de Seu grande amor por nós, Deus enviou Seu filho para nos redimir. 2 Eclesiastes 12:13, nosso dever é temer a Deus e obedecer aos Seus mandamentos. Deuteronômio 8:1-18 nos relembra que amar a Deus e escolher ser obediente aos Seus mandamentos nos traz uma vida melhor na Terra, além da vida eterna.

Pense nisto


1. Lúcifer quis mais. Quando querer mais é pecado e quando não é?

2. O orgulho de Lúcifer foi sua ruína. Mesmo assim, nós inocentemente falamos sobre nos orgulharmos de nosso trabalho. Quando o orgulho pode se tornar pecado?

3. Baseado na lição de hoje, como você descreveria a “roupa” do orgulho? De que “material” ela é feita?

Mãos à Bíblia

Se Lúcifer era perfeito em todos os sentidos, como o pecado pôde ter encontrado lugar em seu coração?

3. Leia Deuteronômio 8:1-18. Que princípio encontramos ali, que se refletiu no que aconteceu com Lúcifer?

Nathaniel Tan – Cingapura, República de Cingapura

Convide um amigo para ir à igreja no dia 16. Disponha-se a buscá-lo em casa.

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

De exaltado a caído - 04/04/2011 a 09/04/2011

Segunda, 4 de abril

Evidência
O pecado na cidade da perfeição


Após profetizar contra os israelitas nos primeiros 24 capítulos, Ezequiel se volta para as outras nações que cometeram atrocidades contra Israel. Tiro, que era uma cidade portuária, se encheu de riqueza, fazendo comércio com outras cidades do Mar Mediterrâneo. Seu propósito poderia ser resumido numa única palavra: lucro – mesmo que significasse enriquecer com a desgraça de Israel. De muitas maneiras, Tiro nos lembra o mundo de hoje. O lucro impulsiona as companhias ao crescimento, enquanto definimos sucesso pelas posses que temos. Algumas vezes estamos tão confortáveis com as bênçãos de Deus que começamos a achar que nosso sucesso é resultado exclusivo de nossos próprios esforços.

Ao fazer referência à queda do rei de Tiro, Ezequiel 28:11-19 retrata a glória de Lúcifer no início de sua triste queda. Da mesma maneira que o rei de Tiro acreditou que ele fosse um deus, assim também fez Lúcifer. “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15). Nós geralmente achamos que ser perfeito significa que nenhum erro pode ser cometido. Então, como a perfeição pôde abrir caminho à maldade? Quando Deus criou os seres humanos e outros seres perfeitos, Ele lhes deu o livre arbítrio, o direito de escolher entre o bem e o mal. Ele sabia que seus filhos poderiam escolher o mal. Assim, embora Lúcifer tenha sido feito perfeito, ele optou por não seguir a Deus. Foi nesse momento que a “maldade” foi encontrada nele.

Ezequiel nos lembra que Deus nos ama o suficiente para permitir que façamos escolhas, mesmo que elas sejam pecaminosas e causem grandes danos a nós e a outros. Assim como os israelitas enfrentaram um futuro sombrio por causa de suas más escolhas, os capítulos seguintes de Ezequiel revelam o plano de Deus para aqueles que escolhem segui-Lo.

Examine suas escolhas atuais. Aonde elas te levarão?

Mãos à Bíblia

Como a perfeição pôde abrir caminho à maldade?

2. De acordo com Ezequiel 28:17, o que ocasionou a queda de Lúcifer? Que mensagem importante o texto traz para nós?

Por mais maravilhosos que fossem os trajes de Lúcifer, por mais sábio e bonito que ele fosse, tudo o que havia alcançado vinha unicamente de Deus. Sem o Senhor, ele não teria possuído nada e não haveria sido nada. No entanto, de algum modo, o ser que viveu mais perto de Deus se esqueceu desse ponto importante.

Clarence Cheong – Cingapura, República de Cingapura

Continue orando por seus amigos. Escolha um deles para convidar a ir à igreja no dia 16!

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domingo, 3 de abril de 2011

De exaltado a caído - 03/04/2011 a 09/04/2011

De exaltado a caído


“Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15).

Prévia da semana: Quando alimentou orgulho pela sua capacidade e buscou mais do que Deus lhe havia dado, Lúcifer cultivou o mal em seu coração e plantou dúvida nos outros. Isso trouxe guerra ao Céu e tragédia à Terra.

Leitura adicional: Dt 8:1-18; Is 14:12-14; Ez 28:12-19; Jo 1:1-3; 2Co 11:14; Cl 1:15-17. Leia também o segundo capítulo de Patriarcas e Profetas: “Por que foi permitido o pecado”.

Domingo, 3 de abril

Introdução
Lúcifer teria prazer em se curvar?

Os versos para hoje nos contam que Lúcifer não era nenhum monstro repugnante com uma cauda e um garfo de três dentes. Na verdade, ele era brilhante como o sol e o anjo mais “excelente” entre a hoste celestial. Ele foi criado para ser um líder, modelo, padrão e amigo de Deus.

A história de Lúcifer vai muito além do que nos foi deixado na Bíblia. Não sabemos quanto tempo ele alimentou em seu coração aqueles desejos invejosos de tomar o lugar do Altíssimo. Ele cuidadosamente escondeu suas reais intenções, parecendo ser “comportado” o tempo todo. Porém, mesmo quando se prostrava em adoração a Deus, ele estava cheio de vaidade. Cuidadosamente ele escondeu seu ressentimento atrás de um manto de falsa adoração. Ninguém imaginava, exceto Deus.

Temos visto outros modelos de queda. Sejam celebridades do esporte, políticos que venceram com grande vantagem, ou líderes religiosos populares, a imagem puritana que usavam acabou sendo uma cobertura para uma natureza e atos pecaminosos. Assim como Lúcifer, eles esconderam sua vida secreta sob uma capa de mentiras.

De certa forma, muitas vezes fazemos o mesmo. Mostramos uma imagem que achamos que o mundo quer ver. Usamos “roupas” que indicam aos outros nossa posição social. Falamos e atuamos de maneiras politicamente corretas. Desse modo, mantemos a imagem que desejamos projetar. Estampamos no rosto um sorriso brilhante e cumprimentamos uns aos outros na igreja calorosamente, mas escondemos dos outros nossas inimizades. Na raiz de tudo isso está a crença de que podemos enganar todas as pessoas e a Deus durante todo o tempo.

Você esconde seus verdadeiros sentimentos? Quão honesto você é com seus sentimentos? Você faz as coisas certas pelas razões erradas? Ao estudar a lição desta semana, prepare seu coração para ser honesto e livre de iniquidade. Examine seu íntimo e convide a Deus para habitar nele.

Mãos à Bíblia

Entre as criaturas de Deus, está a hoste angelical. O principal entre os anjos era o ser criado chamado Lúcifer, cuja queda é contada em Ezequiel 28, na figura do rei de Tiro.

1. Que descrição de Lúcifer é dada em Ezequiel 28:12-19?

Deus o descreveu como “o sinete da perfeição”, em seu estado original. Como um ser celestial, adornado com esplendor e com a mais alta posição entre os anjos, Lúcifer certamente deve ter alcançado o respeito e a afeição de todos eles.

Jimmy Quek – Cingapura, República de Cingapura

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