sábado, 23 de abril de 2011

O casaco de cores diferentes - Resumo Semanal - 23/04/2011 a 23/04/2011

A TÚNICA DE VÁRIAS CORES
Resumo Semanal - 17/04/2011 a 23/04/2011


Pr. Nerivan Silva

Twitter: @Ladultos_CPB


Introdução:
Gênesis é o livro das origens. Suas narrativas descrevem o início da história do homem, das sociedades e das famílias. Muitos dos relatos de Gênesis ocorreram na cultura sumeriana. A Suméria, geralmente considerada a civilização mais antiga da humanidade, se localizava na parte sul da Mesopotâmia, apropriadamente posicionada em terrenos conhecidos por sua fertilidade, entre os rios Tigre e Eufrates.

Evidências arqueológicas datam o início da civilização suméria em meados do quarto milênio a.C. Duas importantes criações atribuídas aos sumérios são a escrita cuneiforme, que provavelmente antecede todas as outras formas de escrita, tendo sido originalmente usada por volta de 3500 a.C.; e as cidades-estado – a mais conhecida delas sendo, provavelmente, a cidade de Ur, construída por Ur-Nammu, fundador da terceira dinastia Ur, por volta de 2000 a.C. Abraão vivia ali quando Deus o chamou e lhe fez promessas (Cf. Gn 11:28-31; At 7:2-4).


A vida e a família dos patriarcas da Bíblia refletem de maneira acentuada a cultura sumeriana. A poligamia era um dos costumes culturais predominantes. Mesmo centenas de anos depois, teria sido muito melhor se Jacó houvesse seguido aquele primeiro exemplo típico do Éden: um marido, uma esposa. E ninguém mais. Esse foi o modelo ideal para todos os lares, para todos os tempos.


I. Domingo – A origem de um desastre familiar
Nós, cristãos modernos, vivemos numa conjuntura social em que regras e práticas em todos os sentidos se tornam o padrão de vida que todos devem adotar. Isso envolve escolhas e decisões de cada indivíduo. De fato, a vida, em seus vários segmentos, é resultado de decisões que tomamos diariamente. A família tem início quando um homem e uma mulher decidem se casar. Com esse ato, eles estabelecem os critérios que nortearão sua família, principalmente, quando os filhos chegarem.


O círculo familiar tem grande alcance na vida do ser humano. Esse convívio é tão importante que sua influência prossegue até quando os filhos deixam o lar, onde nasceram e cresceram, para constituir suas famílias no futuro. Daí a necessidade de decisões sábias. O livro de Gênesis relata os altos e baixos na história familiar dos patriarcas (Gn 12-37). Eles viveram num tempo e cultura em que a poligamia era permitida. Isso era contrário à vontade divina (Cf. Êx 20). Essa prática negava o princípio monogâmico de marido e esposa se constituírem numa só carne (Cf. Gn 2:24). Consequentemente, sérios problemas conjugais infelicitaram muitas famílias. Jacó viveu essa realidade.


“Os resultados da poligamia foram manifestos na casa. Esse mal terrível tende a secar as próprias fontes do amor, e sua influência enfraquece os laços mais sagrados. O ciúme das várias mães havia amargurado a relação da família. Os filhos cresceram contenciosos e sem a devida sujeição. A vida do pai se obscureceu pela ansiedade e dor (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 208, 209). É bem verdade que, como filhos de Deus, devemos nos adequar, até onde é possível, aos critérios da sociedade em que estamos inseridos (Rm 12:18). Porém, em todos os tempos e culturas o povo de Deus deve se harmonizar primeiramente com Sua lei (Cf. At 5:29).



Para reflexão:

1. Você tem consciência de que suas decisões afetarão sua vida a curto, médio e longo prazo?

2. Sobre que base suas decisões têm sido tomadas?


II. Segunda – José e seus irmãos
Um dito muito popular entre as famílias é que os filhos, independentemente do número, são diferentes. É verdade. Mas, por outro lado, a despeito de suas diferenças, todos eles refletem o ambiente e filosofia educacional em que foram criados. A convivência dos filhos entre si demonstra se a educação que tiveram foi agregadora ou desagregadora. O favoritismo, com roupagem de carinho e amor paternos, que Jacó demonstrou a José em detrimento dos demais filhos foi responsável pela construção de uma forte muralha no seio da família. “Mas mesmo essa afeição deveria se tornar causa de perturbações e tristezas. Jacó imprudentemente manifestou sua preferência por José, e isso provocou a inveja dos outros filhos” (Patriarcas e Profetas, p. 91).


O dicionário Aurélio define favoritismo como preferência dada a favorito e proteção com parcialidade. Numa família, com certo número de filhos, isso é uma tragédia. Três fatores são evidentes nessa história:


1. O relacionamento familiar ficou seriamente comprometido pelas incompreensões, mágoas, críticas, sentimento de culpa e um clima acentuado de competição dentro do lar.
2. Os traços de caráter dos irmãos de José vieram à tona. Nesse momento, o inimaginável começou a acontecer: Aqueles jovens passaram a ser agressivos, a ter ciúmes, a ter disposição para o ódio e vingança. Faltava apenas a oportunidade para a execução de tudo isso.
3. A falta de tato e maturidade de José é claramente perceptível. O tato é uma qualidade essencial para um relacionamento humano adequado.


Nesse sentido, tato significa prudência, cautela, habilidade, jeito, capacidade” (Dicionário BARSA da Língua Portuguesa, p. 1008). Ellen White acrescenta: “As palavras pungentes, insultantes, que seus aflitos rogos encontraram, estavam a soar-lhe nos ouvidos. Com o coração a tremer olhou para o futuro. Que mudança na situação – de um filho ternamente acalentado para o escravo desprezado e desamparado! Só e sem amigos, qual seria sua sorte na terra estranha a que ele ia? Por algum tempo, José se entregou a uma dor e pesar incontidos.


“Mas, na providência de Deus, mesmo essa experiência seria uma bênção para ele. Aprendeu em poucas horas o que de outra maneira os anos não lhe poderiam ter ensinado. Seu pai, forte e terno como havia sido seu amor, fizera-lhe mal com sua parcialidade e indulgência. Essa preferência imprudente havia encolerizado seus irmãos e os incitara à ação cruel que o havia separado de seu lar. Os efeitos dessa preferência eram também manifestos em seu caráter. Defeitos haviam sido acariciados, que agora deveriam ser corrigidos. Ele se estava tornando cheio de si e exigente. Acostumado à ternura dos cuidados de seu pai, viu que não se achava preparado para competir com as dificuldades que diante dele estavam na vida amarga e desconsiderada de estrangeiro e escravo” (Patriarcas e Profetas, p. 213).



Para reflexão:

1. De que maneira os pais, professores e líderes, em suas respectivas esferas de ação, podem evitar o favoritismo? Comente com sua classe.

2. Que recomendações você faria a alguém que (na família, na empresa, na igreja, etc.) é objeto de favoritismo?


III. Terça – A túnica de várias cores
A casa de Jacó se tornou uma arena de rivalidade. Os irmãos de José tinham ciúme e ódio dele. Esses sentimentos são abstratos, porém, se manifestam através de coisas materiais como, por exemplo, uma pessoa, um objeto, um título acadêmico, uma função na empresa ou instituição, um projeto de trabalho, etc.


No caso de José, a túnica que ele ganhou de seu pai foi o hasteamento da bandeira da desunião, rivalidade e competição dentro do lar. Ela se constituía na expressão física ou material do favoritismo de seu pai (Cf. Gn 37:3). Era uma vestimenta especial. Esse presente dado a José correspondia ao afeto que Jacó tinha por ele, pois era o filho de sua velhice. O texto diz: “E fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas” (Gn 37:3).


“O indiscreto presente do pai feito a José, de um manto, ou túnica, de grande preço, como a usavam comumente pessoas de distinção, pareceu-lhes outra prova de sua parcialidade, e provocou-lhes a suspeita de que ele pretendia preterir seus filhos mais velhos e conferir a primogenitura ao filho de Raquel” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, 209).


“Nos tempos antigos, as cores e o comprimento de uma roupa tinham um significado político bem mais acentuado. Deduzimos, portanto, que ganhar uma vestimenta especial (provavelmente tingida de cores raras e enriquecida com adornos) foi uma mensagem para os irmãos de José. Significava que ele era o favorito de Jacó para ocupar a chefia do grupo após sua morte” (Rodrigo Silva, Escavando a Verdade, p. 83,84). A razão para isso era que “Israel amava mais a José que a todos os seus filhos” (Gn 37:3). Muitas vezes não imaginamos quais serão os resultados de atos imprudentes, ainda que realizados com boa intenção.


Para reflexão:

O que alguém é, ou possui, que lhe faz sentir ciúme e, até mesmo, ódio?


IV. Quarta – a túnica arrancada
Após a entrada do pecado, o relacionamento humano se tornou atropelado e agressivo. Já no princípio da história, Caim assassinou Abel (Cf. Gn 4: 8-15). Esse relato é uma antecipação de como seria o relacionamento das pessoas, inclusive dentro da família. O ódio dos irmãos de José se intensificou de tal maneira que a convivência familiar se tornou inviável. A narrativa bíblica deixa transparecer que atos violentos ou mesmo a tentativa de homicídio eram uma questão de tempo e oportunidade. Em Gênesis 37:18, 19 é descrito o plano maléfico dos irmãos de José. Isso é reflexo do que se conhece hoje como violência doméstica.


Estudos demonstram que a violência doméstica atualmente é um problema gravíssimo no mundo. Ela se faz presente nos mais diversos lugares, inclusive em famílias que professam credos religiosos. Como igreja, “reconhecemos a extensão global desse problema e os sérios efeitos de vasto alcance na vida de todos os envolvidos. Cremos que os cristãos devem reagir contra o abuso e a violência tanto na igreja quanto na comunidade” (Declarações da Igreja, p. 8). A família de Jacó se tornou um exemplo contrário do que famílias cristãs devem ser. Princípios espirituais devem permear a atmosfera do lar. A cada dia, os filhos precisam ver no seio da família a prática de atos e atitudes nobres que os preparem para a vida. “O princípio presente na injunção ‘amai-vos cordialmente uns aos outros’ (Rm 12:10), está na base do próprio fundamento da felicidade doméstica.


A cortesia cristã deve reinar em todo lar. Custa pouco, mas tem poder para abrandar naturezas que, sem ela, se desenvolveriam ríspidas e rudes. O cultivo de uma cortesia uniforme, da disposição de fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós, seria capaz de banir metade dos males da vida” (O Lar Adventista, p. 421).


A túnica era o ponto convergente do ódio e violência dos irmãos de José. Lemos: “Mas, logo que chegou José a seus irmãos, despiram-no da túnica” (Gn 37:23). Essa atitude caracterizou, de forma implícita, o despojamento do favoritismo conferido por Jacó e também a disposição de eliminar o favorito. Nesse contexto aprendemos que a túnica de José representava tudo o que ele era. Havia um contraste entre ele e seus irmãos. Na vida cristã, nossa profissão de fé deve ser fruto daquilo que somos. Cristo era o que ensinava e pregava. As pessoas verão em nós uma harmonia entre o que somos e o que professamos.


Para reflexão:

1. A antipatia manifestada contra alguém também está associada àquilo que ele possui.

2. Em sua opinião, como podemos administrar isso em nossa vida?


V. Quinta – “A túnica de teu filho”
Gênesis 37:26-36 descreve como os irmãos de José se livraram dele e o procedimento adotado para explicar tudo a Jacó. Inicialmente, o plano deles era matar o irmão (Cf. Gn 37:18, 20). Charles Swindoll comenta: “Esse é o momento oportuno para indicar que a mistura de paternidade passiva com o ambiente familiar hostil resulta em consequências incontroláveis. A essa altura, os irmãos tinham um crime em mente” (José – um Homem Íntegro e Indulgente, p. 30). Essa conspiração fracassou mediante a intervenção de Rúben, irmão mais velho. (Cf. Gn 37:21, 22).


Aqui entra a providência divina e o início do cumprimento do propósito de Deus não só para José, mas para Seu povo no futuro. Ele mesmo, quando se deu a conhecer aos seus irmãos, anos mais tarde, no Egito confessou: “Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na Terra e para vos preservar a vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus” (Gn 45:7, 8). Mesmo com o fracasso do plano inicial, a morte de José foi simulada e qual seria a prova? A túnica talar de mangas compridas (Cf. Gn 37:31-33). No contexto dessa história, a frase “a túnica de teu filho” é repleta de significado.


1. Duplicidade. Para José, ela representava o carinho e amor do pai. Para seus irmãos, era o símbolo da discriminação e posição de inferioridade que eles ocupavam em relação a José. Portanto, para eles, ela devia ser removida (Cf. Gn 37:23).
2. Negação de identidade. Quando eles mandaram para Jacó a túnica salpicada de sangue, disseram: “Achamos isto; vê se é ou não a túnica de teu filho” (Gn 37:32). Eles não disseram: “vê se é ou não a túnica do nosso irmão”, mas de “teu filho”. Com isso eles negaram o relacionamento com José. Eles não o tinham como irmão.


De forma implícita, eles também puseram em jogo sua identidade com Jacó. No Novo Testamento, a parábola do filho pródigo deixa transparecer um contexto semelhante. Quando o filho mais velho questiona o pai sobre o banquete oferecido em comemoração ao retorno do pródigo, ele diz: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua ... vindo, porém, esse teu filho que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado” (Lc 15:29, 30). Esses eventos revelam até onde vai a influência negativa de uma educação protecionista e uma família governada pela frouxidão.


Ellen White afirma: “Muitos filhos se erguerão no juízo e condenarão os pais por não os haverem reprimido, e os acusarão por serem destruídos. A falsa compaixão e o amor cego dos pais fazem com que eles desculpem as faltas dos filhos, passando-as sem correção, e os filhos se perdem em consequência disso. O sangue deles recairá sobre os pais infiéis. Os filhos que são assim criados sem disciplina, têm tudo a aprender quando professam ser seguidores de Cristo” (Testemunhos Seletos, v. 1 p. 77, 78). O milagre dessa história é que Deus, em Sua infinita graça e poder, transformou em bem todo o mal planejado, embora os personagens envolvidos sofressem os resultados dessas más práticas.


Para reflexão:
Em sua opinião, o que é necessário para se criar uma atmosfera de amor e paz no seio familiar?


Conclusão:
Esta é a história de Jacó e sua família. Poderia ter sido bem diferente do que foi, caso as decisões e escolhas tivessem sido outras. Paulo diz: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (1Co 10:11).


A vida familiar em muitos lares tem sido uma lástima, causando alto índice de violência doméstica nos aspectos físico e psicológico. Entretanto, se nós, pela graça de Deus, buscarmos sabedoria para tomarmos decisões coerentes e procurarmos proceder com equilíbrio em nossa vida familiar, um novo horizonte despontará para nós. Pois, “se todos os que professam crer na verdade lançassem a semente preciosa da bondade e do amor, da fé e da coragem, em seu peregrinar ascendente, louvariam ao Senhor em seu coração e se regozijariam nos raios resplandecentes do sol da justiça, recebendo no grande dia da ceifa uma eterna recompensa” (Ellen White, Testemunhos Seletos, v. 2, p. 139).

Pr. Nerivan Silva é mestre em Teologia Bíblica, graduado e pós-graduado em Educação. Atualmente é Editor associado na Casa Publicadora Brasileira.

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

O casaco de cores diferentes - 22/04/2011 a 23/04/2011

Sexta, 22 de abril

Opinião
A igreja é a noiva


José, o pai terrestre de Jesus, tinha algumas coisas em comum com Jacó. Assim como Jacó, um de seus filhos foi destinado a ser notável. Em consequência, seus outros filhos também não compreenderam seu Irmão especial e, dessa forma, não apoiaram Sua missão (O Desejado de Todas as Nações, p. 178-182).

E nós? Como nos avaliaríamos como membros da igreja remanescente de Deus? Apoiamos verdadeiramente a missão da Igreja? Ou nos encontramos algumas vezes como os irmãos de Jesus e José – ciumentos, críticos e desejando destruir o que nós julgamos ser a causa de tais sentimentos?

Deveríamos nos lembrar de que as palavras ditas contra a Igreja são palavras ditas contra a Noiva de Cristo, pois Jesus enxerga a Igreja como Sua noiva por quem Ele irá retornar. A Bíblia instrui os maridos a amarem suas esposas assim como Cristo ama a igreja e Se entregou por ela (Ef 5:25). Jesus, o mais amoroso de todos, amou suficientemente Sua noiva para sofrer uma desmerecida e cruel morte. Portanto, deveríamos ser cuidadosos no que dizemos à Igreja de Cristo. Alguém dificilmente toleraria ouvir más palavras dirigidas a sua esposa, mãe ou irmã. Por que Deus seria diferente?

Podemos achar que não somos tão maus quanto os irmãos de José foram quando ele ganhou o casaco de muitas cores; mas sempre que nos encontramos fofocando sobre o pastor ou falando mal de um funcionário da Associação ou União, nós estamos basicamente atacando a Noiva de Cristo. Isso não nos torna muito diferentes dos irmãos de José.

Ao nos aproximarmos mais e mais da segunda vinda de Cristo, deveríamos, com a ajuda do Espírito Santo, esforçar-nos por espalhar o evangelho em cada esquina do globo. Agir com ciúmes, ser um membro que não apoia a igreja só atrapalha nossa missão. Se você não faz parte da solução, faz parte do problema.

Mãos à obra

1. Tire um tempo para observar a imensa variedade de cores que Deus usou na natureza. Ele não precisava usar cores, mas Ele usou. O que isso lhe diz sobre Deus?
2. Pense como o favoritismo de Jacó causou problemas posteriores. Discriminação é o oposto de favoritismo. Como você pode ajudar uma pessoa que esteja em desvantagem ou que experimentou discriminação?
3. Imagine que você seja José. Escreva como você se sentiu quando recebeu seu casaco colorido. Contraste com o que você deve ter sentido ao ser vendido como escravo e também quando você se tornou governador do Egito.

Audrey Andersson – Lindesberg, Suécia

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

O casaco de cores diferentes - 21/04/2011 a 23/04/2011

Quinta, 21 de abril

Aplicação
Vestindo as cores certas


Deus criou um caleidoscópio na Natureza e nos projetou para que pudéssemos apreciar sua variedade de cores. Ele mesmo confirmou a importância das cores quando o arco-íris apareceu a Noé após o Dilúvio (Gn 9:12-16). Hoje, partidos politicos, gangues e times esportivos frequentemente são representados por cores específicas.

As cores que usamos determinam de que lado estamos e pelo que lutamos. Até o nosso verdadeiro caráter é frequentemente descrito como nossas “verdadeiras cores”.

Uma vez que compreendamos a importância das cores, como então poderemos usar as cores certas?

Vista as cores de Deus. Leia Efésios 6:10-16. As cores dessa armadura são uma representação bem gráfica de alguém que permanece firme no Senhor. Quando você veste essa armadura, faz o mundo entender que você pertence a Ele!

Siga o plano perfeito de Deus. Leia Mateus 5:43-48. Perfeição aqui retrata “‘alguém que alcançou o alvo’” (The SDA Bible Commentary, v. 5, p. 341). A ideia de amar nossos inimigos é assustadora e parece ser impossível. Contudo, podemos progredir com a ajuda do Espírito Santo (Fp 3:12-14). Nossa oração não deveria ser de derrota, mas de perseverança.

Corte o pecado pela raiz. O pecado não pode ser acariciado e ter permissão de nos infestar até que tenha o melhor de nós. Esse foi o erro de Jacó. Ele cultivou os pecados do engano e favoristismo, e isso lhe causou muita dor. Freie o compartamento negativo que tão facilmente toma conta de você. Afaste-se dessa situação, pois certamente o(a) levará por uma estrada que você não deseja percorrer. Deus proverá um escape.

Preste contas. Mesmo que não percebamos, as pessoas estão nos observando. Abrace a responsabilidade que temos de ser o “sal da Terra” (Mt 5:13). Lembre-se de que seremos reconhecidos pelos nossos frutos.

Mãos à Bíblia

7. O que revela a linguagem usada pelos irmãos diante de seu pai, em Gênesis 37:26-36?

Perceba que a pergunta dos irmãos não se referia à “túnica de nosso irmão”, mas à “túnica de teu filho”, o que indica frieza. No entanto, esse ato “resolveu” um problema apenas para provocar muitos outros. Certamente, esses homens lutaram ao longo dos anos com a culpa e o remorso.

8. Leia Gn 42:13, 21-23, 32; 44:28. O que esses versos dizem sobre o impacto das ações dos irmãos sobre si mesmos e sua família, a longo prazo?

Sherwin Richard Scott – Santa Lúcia

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quarta-feira, 20 de abril de 2011

O casaco de cores diferentes - 20/04/2011 a 23/04/2011

Quarta, 20 de abril

Testemunho
O poço do homem é o pedestal de Deus


A antiga transgressão de Jacó influenciou o amargo e rebelde caráter de seus filhos, causando-lhe grande dor. “Houve um, entretanto, de caráter grandemente diverso – o filho mais velho de Raquel, José, cuja rara beleza pessoal não parecia senão refletir uma beleza interior do espírito e do coração. […] Escutava as instruções do pai e gostava de obedecer a Deus. […] Morrendo-lhe a mãe, suas afeições prenderam-se mais intimamente ao pai, e o coração de Jacó estava ligado a este filho de sua velhice. Ele ‘amava a José mais do que a todos os seus filhos’ (Gn 37:3). Mas […] Jacó imprudentemente manifestou sua preferência por José, e isto provocou a inveja dos outros filhos” (Patriarcas e Profetas, p. 209).

Vermelho. Azul. Verde. Amarelo. Laranja. Violeta. Apenas imagine o casaco de José. Numa época em que vestuário era muito comum e igual, esse presente certamente deve ter se destacado. Mal Jacó sabia que isso causaria sua mais profunda tristeza. “José, desconhecendo o que lhe sucederia, aproximou-se de seus irmãos com alegria de coração para encontrá-los após sua longa e exaustiva viagem. Seus irmãos rudemente o empurraram […] José ficou assustado com seus olhares de ira. […] Ao eles darem expressão aos seus sentimentos de inveja, Satanás tomou controle de suas mentes, e eles não tiveram senso algum de piedade e nenhum sentimento de amor por seu irmão. Eles o despiram de seu casaco de muitas cores com o qual estava vestido, um símbolo do amor de seu pai, e que havia instigado neles sentimentos de inveja. […]

E eles pegaram o casaco de José, e mataram um cabrito e imergiram o casaco em sangue; e pegaram o casaco de muitas cores, e levaram ao seu pai” (The Spirit of Prophecy, v. 1, p. 128-130).

Felizmente, o que os irmãos de José fizeram por maldade, o Senhor tornou em bênção (Gn 50:20). “Deus planejou que ele deveria adquirir experiência pelas tentações, adversidades e dificuldades, para prepará-lo a assumir um cargo de exaltada posição” (Ibid, p. 131-133).

Não tenha medo quando os esquemas humanos o lançam num vale obscuro e desesperador. Deus é fiel para exaltá-lo a uma posição de honra para que Ele possa receber a glória!

Mãos à Bíblia

5. Que grande contraste é visto em Gênesis 37:12-25 entre o bem e o mal, entre a inocência e a traição?

6. O que é mais significativo sobre o que aconteceu em Gênesis 37:23?

Shountae Boothe – Jamaica, Caribe

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terça-feira, 19 de abril de 2011

O casaco de cores diferentes - 19/04/2011 a 23/04/2011

Terça, 19 de abril

Exposição
Mensagem de Jacó


Dilema de Jacó (Gn 29:21-30:24). O dilema de Jacó começou quando ele enganou seu pai e tomou o direito de primogenitura de seu irmão Esaú (Gn 27:1-40). Daquele momento em diante, o espírito de engano se tornou o calo de Jacó. Mesmo após sua conversão em Betel (Gn 28:10-22), viajou para Padã-Arã, onde mudou a prática cultural da época. Labão tinha duas filhas: Lia, a mais velha, e Raquel. Jacó sabia que não era aceitável culturalmente que a mais jovem se casasse antes da mais velha. No entanto, ele insistiu que Raquel fosse sua esposa. Aceitou trabalhar para Labão por sete anos sem salário para ter Raquel. Ao fim daqueles anos, Jacó foi enganado. “Quando chegou a manhã, lá estava Lia. Então Jacó disse a Labão: ‘Que foi que você me fez?

Eu não trabalhei por Raquel? Por que você me enganou?’” (Gn 29:25).

Não é interessante que Jacó tenha se esquecido tão depressa de seu próprio espírito enganador, quando ele próprio recebeu a mesma moeda? O ditado inglês “tudo o que vai, volta” é bem aplicável aqui! Como cristãos, precisamos ser cuidadosos em relação às trapaças. O que plantamos, certamente vamos colher! Além disso, deveríamos respeitar as práticas culturais. Jacó não o fez. No entanto, em situações nas quais a cultura ou concessões conflitam com a lei de Deus, deveríamos declarar, como Pedro e Paulo, que preferiremos “‘obedecer antes a Deus do que aos homens’” (At 5:29).

O dilema de Jacó continuou durante seu casamento com as duas irmãs. Se Jacó tivesse seguido o princípio de um marido para uma esposa, as crises dentro de seu lar jamais teriam ocorrido. É importante que os cristãos obedeçam e defendam esses princípios edênicos como o ideal previsto pelo próprio Deus!

“Quando o Senhor viu que Lia era desprezada, concedeu-lhe filhos; Raquel, porém, era estéril. Lia engravidou, deu à luz um filho e lhe deu o nome de Rúben, pois dizia ‘O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará’” (Gn 29:31, 32). O Senhor é solidário com os de coração quebrantado. Mesmo quando Jacó não a amava, Lia foi abençoada! O Senhor a abençoou com filhos. Isso fez Raquel morrer de inveja, então ela posteriormente agravou ainda mais a situação já frustrante, ao oferecer sua serva para Jacó (Gn 30:1-3). Quão lamentável foi o fato de a visão espiritual de Jacó estar cegada por seus desejos físicos e ele não ter discernido que grave erro estava prestes a cometer. Que importante lição para nós, de sempre mantermos nossa mente voltada para as coisas espirituais (Fp 4:8; 1Pe 5:8).

Qual é seu nome? (Gn 29:21–30:24). Qual é o significado de seu nome? O nome Jacó significa “ele toma o lugar de” ou “pega no calcanhar” (The SDA Bible Dictionary, p. 544). Cada um dos filhos de Jacó também tinha um nome com um significado.

Por ocasião de nosso nascimento espiritual, passamos a ser chamados de cristãos. Será que vivemos de acordo com o que esse nome significa? Será que guardamos os Dez Mandamentos, falamos aos outros sobre Deus e lhe servimos com amor? Quando o nome Jacó é mencionado, as pessoas rapidamente pensam no filho mais novo de Isaque que enganou seu pai e roubou o direito de primogenitura de seu irmão. Embora ele seja posteriormente lembrado por sua batalha com o anjo, sua transgressão anterior nunca foi esquecida. Consequentemente, precisamos nos certificar de que nosso estilo de vida seja tal que, onde quer que nosso nome seja ouvido, as pessoas se refiram a nós como filhos de Deus!

Amizade com os gentios (Gn 34; 1Co 9:24-26). A filha de Jacó foi ver as filhas da terra (Gn 34:1). É importante, como cristãos, sermos cuidadosos a respeito de quem escolhemos para ser nosso amigo. Aquele amigo com quem saímos ou adicionamos na internet pode não ser a influência certa de que precisamos. Devemos sempre nos lembrar de que “aquele que procura prazeres entre os que não temem a Deus está a se colocar no terreno de Satanás e a convidar suas tentações” (Patriarcas e Profetas, p. 204).

José – símbolo de Cristo (Gn 37; 42:13). O pai de José deu a ele um casaco colorido. Esse presente foi dado com parcialidade, e, por causa disso, causou ciúmes, ressentimento e dor. Como cristãos, deveríamos amar a todos igualmente com o amor de Cristo. Leia Mateus 22:35-40.

José foi à procura de seus irmãos. Quando os encontrou, eles arrancaram seu casaco colorido, o atiraram num poço vazio e finalmente o venderam como escravo. Jesus veio em busca de pecadores que O insultaram e despiram. Da mesma maneira que posteriormente a pureza do caráter de José trouxe à tona as faltas de seus irmãos, assim também os fariseus se sentiram intimidados pela abnegação que transbordava de Jesus. Assim como José mais tarde se tornou o salvador de seus irmãos durante o tempo de fome, também Jesus Se tornou nosso Salvador quando nos encontramos em meio à “fome” causada pelo pecado.

Apesar dos desafios enfrentados por José, ele sempre teve fé em Deus. Do mesmo modo, quando somos feridos, rejeitados e desprezados, deveríamos nos apegar a Jesus, a Rocha firme. Quando parecer que nossos inimigos nos derrotaram, lembremo-nos de que Deus não abandonou Jacó. E Ele não abandonará você!

Pense nisto


1. Existe algum dilema em sua vida que você precisa entregar a Deus antes que se torne pior?
2. Você pode verdadeiramente afirmar que o mundo vê Jesus em você? Se não, por quê?
3. Quando o favoritismo afetou sua vida? Como foi resolvido e que lições você aprendeu dessa experiência?

Mãos à Bíblia


4. Em Gênesis 37:3 e 4, que ato de Jacó complicou o relacionamento entre José e seus irmãos?

Em certo sentido, a túnica simbolizava honras e distinções terrenas. Você já recebeu uma homenagem? Quanto tempo durou a sensação de satisfação até que a honra significasse pouco ou nada? Que lição você deve tirar disso? (Leia 1Co 9:24-26).

Reneé Joseph – Trinidad e Tobago

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

O casaco de cores diferentes - 18/04/2011 a 23/04/2011

Segunda, 18 de abril

Evidência
Cobertos de inveja


Kethoneth passim. Se você falar essa expressão para algum amigo, ele vai lhe perguntar que língua é essa.1 Se você repetir a expressão em português, “casaco colorido”, a maioria das pessoas a associarão com Jacó dando um casaco desse para o seu filho José. Imediatamente imaginamos um belo manto longo listrado. Essa imagem está diretamente influenciada pela expressão kethoneth passim. Ela sugere que o casaco tinha amplas mangas longas e muitas cores diferentes.2 Essa mesma frase é encontrada em outro lugar em referência à filha do rei Davi, chamada Tamar (2Sm 13:18, 19). Casacos assim eram geralmente usados por pessoas de distinção como um símbolo de seu status social. No entanto, o casaco de Tamar era semelhante aos usados por princesas, como símbolo de sua realeza e pureza, enquanto o casaco de José, criado pela parcialidade de seu pai, o colocava acima de seus irmãos.

Ellen G. White comenta que as ações de Israel podem ter alimentado a suspeita de que ele daria o direito de primogenitura a José, ultrapassando todos os dez irmãos mais velhos (Patriarcas e Profetas, p. 209). Não seria essa a primeira vez (Gn 27).

Situações como essa ocorrem com frequência hoje. Os pais algumas vezes tratam um filho melhor do que o outro. Felizmente, temos um Pai Celestial que nos conhece individualmente, vê a cada um como exclusivo e concede a todos a mesma intensidade de amor e bondade. Deus, nosso Pai, tem um plano para cada um de nós. Não devemos depender do que nossos pais terrestres pensam, mas do que Deus deseja que você se torne.

1 Richard W. Coffen, Snapshots of God: A Daily Devotional. (Hagerstown: Review and Herald, 2009), p. 15.
2 Strong’s Exhaustive Concordance, p. 1890.


Mãos à Bíblia

2. O que Gênesis 34 nos diz sobre o caráter dos irmãos de José?

3. Em Gênesis 37:2, o que piorou ainda mais as relações entre José e seus irmãos?

José contava a seu pai sobre a má conduta dos irmãos. O texto não diz especificamente o que eles faziam. Mas, considerando o comportamento passado deles, muito provavelmente tenha sido algo que precisava ser resolvido, antes que trouxessem ainda mais vergonha e dificuldade sobre si mesmos e sua família.

Oneil Hall – Jamaica, Caribe

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domingo, 17 de abril de 2011

O casaco de cores diferentes - 17/04/2011 a 23/04/2011

O CASACO DE CORES DIFERENTES


“Ora, Israel gostava mais de José do que de qualquer outro filho, porque lhe havia nascido em sua velhice; por isso mandou fazer para ele uma túnica longa” (Gn 37:3).

Prévia da semana: Dentre as muitas dificuldades que Jacó enfrentou em suas relações familiares, sua tristeza pela perda do filho foi uma das mais dolorosas. No entanto, Deus usou essa situação para salvar muitos durante uma fome generalizada e também trouxe cura para a família de Jacó.

Leitura adicional: Gn 29:21-30:24; 34; 37; 42; 1Co 9:24-26. Leia também os capítulos 19 a 21 de Patriarcas e Profetas.

Domingo, 17 de abril

Introdução
Presentes


Dar presentes é uma prática familiar internacional. As pessoas recebem presentes em ocasiões especiais, tais como aniversários, formaturas e casamentos. Feriados como Dia dos Namorados, Dia dos Pais e Natal também são comemorados com entrega de presentes. Os motivos por trás desses atos são geralmente saudáveis e variados, indo desde um “parabéns” até a mostra de apreciação.

A Bíblia também descreve muitas ocasiões nas quais presentes foram oferecidos. Três homens sábios visitaram o bebê Jesus com presentes. Deus nos deu o presente da vida eterna (Rm 6:23); e “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tg 1:17).

A lição desta semana se concentra num presente especial que Jacó deu a um de seus filhos – um casaco de várias cores. Essa veste se transformou em fonte de grande conflito familiar, pois foi considerada um sinal da preferência de Jacó por José. O famoso “casaco de muitas cores” revela como um erro pode levar a outros, com consequências muito além do nosso controle. Ao estudarmos o simbolismo das vestes de José, precisamos nos perguntar se existem ações com as quais estejamos condescendendo, que poderão resultar no efeito do casaco colorido. Não seria melhor cortar o mal pela raiz antes que ele nos destrua e também àqueles a quem amamos?

Mãos à Bíblia

1. Que tipo de família foi formada em Gênesis 24 e 29:21-30? Quais são os problemas de seguir os costumes do mundo, quando estes contrariam os princípios da verdade? Que influência tiveram as fraquezas de caráter de Jacó sobre sua família?

“O pecado de Jacó e o séquito de acontecimentos que determinou não deixaram de exercer influência para o mal, influência essa que revelou seu amargo fruto no caráter e vida de seus filhos. Chegando esses filhos à virilidade, desenvolveram graves defeitos. Os resultados da poligamia foram manifestos na casa. Este terrível mal tende a secar as próprias fontes do amor, e sua influência enfraquece os laços mais sagrados” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 208, 209).

Alex Cumberbatch – Barbados, Caribe

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