sábado, 19 de dezembro de 2009

A Segunda Geração: Admoestações - 19/12/09 a 19/12/09

A segunda geração: advertências
Resumo Semanal - 13/12/2009 a 19/12/2009


Guilherme Silva
Editor associado de didáticos
na Casa Publicadora Brasileira


A seguir, consideramos alguns tópicos relacionados aos capítulos 26 a 32 de Números, os quais falam da experiência dos israelitas na fronteira de Canaã. A reflexão sobre a experiência passada é motivo de aprendizado para os cristãos que creem estar no limiar do reino celestial.

Desafios da segunda geração


Aproximadamente 40 anos haviam transcorrido. Do primeiro censo israelita (Nm 1), na região do Sinai, para o segundo (Nm 26), nas campinas de Moabe, a variação dos dados foi pequena. O primeiro censo contabilizou 603.550 homens acima de 20 anos, aptos para a guerra. O segundo totalizou 601.703.1 Um insignificante decréscimo de 0,3%. À primeira vista, isso pode parecer positivo diante de todos os desafios da vida no deserto. Porém, uma palavra ajuda a definir a experiência israelita vivida entre as quase quatro décadas que separaram os dois censos: estagnação. O tempo passou, mas o mesmo número de homens continuava com o mesmo desafio: tomar posse da Terra Prometida.

A experiência da primeira geração foi inicialmente grandiosa, com a saída do Egito por meio dos sinais e prodígios divinos. Porém, perdeu-se em uma rotina de muito movimento mas pouco progresso. O recuo diante do desafio da conquista de Canaã (Nm 13), iniciado a partir do relatório negativo dos dez espias temerosos, degenerou em perda da visão e da missão que se alicerçavam na promessa divina. De todos os homens contados no primeiro censo, apenas Josué e Calebe também foram contados no segundo. Exatamente os únicos que mantiveram a visão nas promessas de Deus e o coração aquecido pela missão da conquista. Para os demais, a perda de sentido para sua peregrinação coincidiu com a perda da própria vida durante suas vagueações.

A segunda geração de israelitas peregrinos precisava aprender com os erros do passado. “A peregrinação pelo deserto não foi simplesmente ordenada como um juízo sobre os rebeldes e murmuradores, mas servia à geração que crescia, como disciplina preparatória à sua entrada na Terra Prometida”2. Porém, esse aprendizado não significava meramente apontar os erros da geração anterior. Na realidade, significava identificar de que maneira eles se repetiam na própria experiência. Significava romper padrões de conduta, cômodos mas absolutamente equivocados e ineficientes.

O episódio de Baal-Peor (Nm 25) mostra que a segunda geração tinha a mesma inclinação para a idolatria e pecados decorrentes manifestados pela antiga geração no episódio do bezerro de ouro (Êx 32). Porém, o relato bíblico revela que é possível construir caminhos novos e obter vitória onde se havia tido derrota. A vitória sobre a idolatria e a licenciosidade teve como continuidade a vitória sobre os inimigos.

A guerra contra os midianitas, feita por 12 mil homens de Israel (Nm 31:5), teve como resultado a aniquilação daquele povo. A mentalidade contemporânea tem dificuldade em compreender o porquê de tamanha destruição: de todo o povo midianita: restaram vivas apenas 32 mil mulheres virgens, sem culpa no caso de Baal-Peor.

Conforme foi destacado por Wendel Lima, no comentário da Lição 10, as guerras da antiguidade tinham forte ingrediente espiritual: “Significavam mais do que conflitos entre exércitos, mas um duelo entre divindades”. O confronto entre israelitas e midianitas também demonstrava a oposição entre dois sistemas religiosos: religião ética versus religião mágica. Yahweh, reconhecido pelos israelitas como único e verdadeiro Deus, relacionava-Se com Seu povo por meio da aliança. Nessa relação, havia direitos e deveres bem claros que regulamentavam a interação entre Deus e os homens, e o derramamento de bênçãos e maldições. A obediência aos padrões éticos revelados por Deus configurava uma religiosidade que unia fé e razão. Por outro lado, a religiosidade mágica dos midianitas era praticada por meio de cerimônias que tentavam controlar a ação das divindades pagãs por meio de rituais marcados por delírio e êxtase, usando a divindade como objeto de realização pessoal. Manter uma religiosidade centrada nas orientações da revelação divina e refutar a religiosidade centrada no arbítrio pessoal é também um desafio para a igreja na atualidade.

Ainda é preciso considerar que Deus não mandou destruir os povos pagãos por mera preferência em relação aos israelitas. Na verdade, todos aqueles que rejeitaram Sua aliança, tanto entre os hebreus quanto entre os pagãos, receberam a condenação. Por outro lado, todos os que escolheram os valores divinos receberam a bênção. O mesmo acontecerá no juízo final (Ap 22).

Filhas de Zelofeade


Embora o povo hebreu formasse uma sociedade patriarcal, o relato sobre as filhas de Zelofeade mostra que o valor da mulher está presente desde a gênese da nação israelita. A Bíblia relata o caso dessas cinco filhas de um pai que havia morrido no deserto sem deixar sucessor do sexo masculino. A partilha da Terra que se conquistaria em Canaã seria definida pelos homens chefes de família. Como o pai havia falecido e as filhas não tinham nenhum irmão, elas pleitearam junto a Moisés o direito de herdar a terra e dar continuidade ao nome paterno. O pedido foi recebido por Moisés e, por orientação divina, foi aceito. Mais do que isso, tornou-se uma lei que passou a regulamentar questões relacionadas a heranças. Se o pai morresse e não deixasse filhos do sexo masculino, a herança passaria automaticamente para a(s) filha(s). Se considerarmos que, até recentemente, uma mulher brasileira não poderia obter empréstimo bancário sem expressa autorização do pai ou do marido, vemos que o sistema israelita introduzia novidades em relação ao trato com as mulheres na antiguidade. Segundo Livingston, verdades do Novo Testamento como o fato de que em Cristo não há supremacia entre homens e mulheres, judeus e gentios (Gl 3:26-29) “estavam em estágio embrionário no bojo destas leis antigas”3.

Sucessão


A segunda geração de israelitas, prestes a entrar na Terra Prometida, efetuaria a conquista sob a liderança de um novo comandante. Quando Deus anunciou a Moisés a aproximação de sua morte, sem que pudesse adentrar à terra da promessa (Nm 27:12-23), sua reação foi de maturidade e confiança inigualáveis. Seus pensamentos se voltaram àquilo que seria melhor para o povo, segundo a vontade divina. “Moisés não procurou instalar um de seus filhos, Gérson ou Eliézer. Não confiava em seu próprio raciocínio para estudar a situação e escolher um homem, mas pediu a direção de Deus”4. A sequência de conquistas marcou o acerto de uma decisão de sabedoria superior.

A preocupação com projetos de sucessão está presente em organizações sociais cuja missão é superior em alcance e propósito à vida e à visão de um único líder. Grandes impérios do passado, como aqueles que são listados em Daniel 2, entraram para a história com o tempo de ascensão e declínio contado em décadas ou alguns séculos. No Brasil, o conglomerado industrial dos Matarazzo, fundado por imigrantes italianos, teve seu ciclo de sucesso e derrocada no período de quatro gerações5. Conflitos internos e disputa de poder foram a tônica nesses processos sucessórios.

A sucessão também foi uma preocupação de Cristo para que a mensagem do evangelho atravessasse longos séculos e pudesse alcançar-nos hoje. “Ele ordenou que houvesse uma sucessão de homens cuja autoridade proviesse dos primeiros mestres da fé para a contínua pregação de Cristo e este crucificado”6. Contudo, seus verdadeiros sucessores jamais dominaram pelo poder das armas, pela influência do dinheiro nem pela proximidade aos poderes terrenos, mas unicamente pela Palavra de Deus, a qual permanece eternamente (Is 40:8).

“Assim, a sucessão apostólica não se baseia na transmissão de autoridade eclesiástica, mas nas relações espirituais. Uma vida influenciada pelo espírito dos apóstolos, a crença e ensino da verdade por eles ensinada, eis a verdadeira prova da sucessão apostólica. Isto é que constitui os homens sucessores dos primeiros mestres do evangelho.”7

Sacrifícios


Em meio à narrativa do percurso de Israel, encontramos prescrições sobre os sacrifícios. Nos capítulos 28 e 29 de Números, a preocupação principal é com os sacrifícios que os sacerdotes deveriam oferecer em favor de toda a nação. Diante da proximidade da Terra Prometida, a riqueza dos sacrifícios que deveriam ser oferecidos demonstra que Israel estava destinado ao sucesso como uma nação agropastoril. Os cálculos de Wenhan, com base no texto bíblico, revelam que “a cada ano no futuro os sacerdotes iriam sacrificar 113 novilhos, 32 carneiros, 1086 ovelhas, e oferecer mais de uma tonelada de farinha e mil garrafões de óleo e vinho”8.

Todo o antigo sistema sacrifical é uma tipificação do ministério de Cristo e Sua morte na cruz. Entre os rituais, o sacrifício diário dos cordeiros oferecidos todas as tardes e manhãs é o que mais facilmente se identifica com Cristo. “De fato, Ele morreu na hora do sacrifício da tarde. A Sua morte tornou obsoletos os sacrifícios de animais”9.

Votos


O relato de Números 30 oferece diretrizes que regulariam os votos feitos a Deus pelos israelitas. Considerando o pai como líder da família, os votos feitos pela esposa ou pela filha poderiam ser anulados pelo pai. Toda essa preocupação demonstra o valor de um voto feito a Deus.

O voto não pode ser confundido com uma prática muito comum da religiosidade brasileira de “pagar promessas” relacionadas a alguma flagelação pessoal em troca de milagres e curas. Jacó (Gn 28:22) e Ana (1Sm 1:11) estão entre os exemplos bíblicos de votos feitos a Deus. Jacó rogou a Deus que o protegesse em seus desafios longe do lar e que o trouxesse de volta à casa paterna. Seu voto foi o de ser inteiramente fiel na devolução dos dízimos. Ana clamou por um filho. Sua promessa foi dedicá-lo inteiramente à causa de Deus. Por outro lado, Ananias e Safira (At 5) tornaram-se o exemplo máximo de desonestidade nos compromissos espirituais. Esses exemplos asseguram que um voto é um compromisso de dedicação e entrega a Deus. Jamais é uma forma de autopunição para alcançar favores divinos. Por isso é tão sagrado. Por representar uma entrega completa, não pode ser tratado como uma barganha em que se pechincham bênçãos.

Na fronteira


Quando os planos de ocupação da Terra Prometida estavam para entrar na fase de execução, Moisés foi surpreendido pelo pedido dos líderes das tribos de Gade e Rúben para que não precisassem atravessar o Jordão. A região identificada como Transjordânia, onde desejavam ficar, era formada por planaltos, acima do vale do Jordão. Ali era possível desfrutar de terras férteis e um regime de chuvas muito propício à atividade agrária10. Porém, o Jordão era uma das fronteiras do território que havia sido escolhido por Deus para a habitação de Seu povo. Não cruzá-lo era o mesmo que escolher ficar de fora da Terra Prometida. Moisés temeu que essa atitude reproduzisse o mesmo desânimo que se havia abatido sobre o povo no passado, em Cades-Barneia (32:8), quando estavam prestes a alcançar as conquistas, mas retrocederam. O compromisso das duas tribos em lutar ao lado dos seus irmãos até que todos estivessem alojados foi visto, na sequência do relato, como um gesto de boa vontade.

Porém, o plano alternativo ao plano divino trouxe consequências futuras para as tribos de Rúben, Gade e para a meia tribo de Manassés, que se uniu às duas primeiras. “Estas duas tribos e meia receberam uma das porções mais ricas da Palestina, porém seus descendentes pagaram um preço muito elevado. A Transjordânia não dispunha de fronteiras naturais que lhes oferecessem devida proteção contra os invasores. Consequentemente, as outras tribos tiveram de enviar seus exércitos muitas vezes nos séculos seguintes para defender os transjordanianos dos conquistadores estrangeiros (1Sm 11; 1Rs 22:3). Há intérpretes da Bíblia que entendem que as duas tribos e meia proporcionam um exemplo do que se passa com os crentes carnais. Satisfazem-se com o livramento da culpa do pecado e não desejam entrar na plenitude do Espírito; por fim, eles são mais vulneráveis aos ataques do inimigo.”11

1. BAXTER, J. S. Examinai as escrituras. v. 1. São Paulo: Vida Nova, 1992. p. 191.
2. WHITE, E. G. Patriarcas e Profetas. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1993. p. 407.
3. LIVINGSTON, G. H. et al. Comentário Bíblico Beacon. v. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p. 382.
4. HOFF, P. O Pentateuco. Belo Horizonte, MG: Editora Betânia, 1983, p. 220.
5. Disponível em: . Acesso em: 10/12/2009.
6. WHITE, E. G. Exaltai-O. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1992. p. 269.
7. WHITE, E. G. O Desejado de Todas as Nações. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1995. p. 467.
8. WENHAN, G. J. Números: introdução e comentário (Série cultura bíblica). São Paulo: Vida Nova/Mundo Cristão, 1985. p. 205.
9. Ibid, p. 208.
10. Ibid, p. 223.
11. HOFF, P. O Pentateuco. Belo Horizonte, MG: Editora Betânia, 1983, p. 221-222.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Segunda Geração: Admoestações - 18/12/09 a 19/12/09

Sexta, 18 de dezembro

Opinião
Encontre sua casa pelo olfato


O olfato nos seres humanos é o mais forte de todos os sentidos em despertar recordações. Para mim, o nítido odor de cedro me faz ter saudades de minha casa no Texas. Moisés havia vagueado por 40 anos no deserto com sua nação resmungando atrás dele. Após uma tentativa de atravessar para a terra que Deus tinha prometido, após mentiras terem sido contadas e consequências enfrentadas, Moisés uma vez mais se encontra na fronteira dessa terra. Ele pode sentir seu odor. Então Moisés pede a Deus um favor, e Deus responde.

Moisés não pede para entrar, para simplesmente colocar o pé na fronteira, ou para sobrevoar o território de helicóptero. Não pede uma visão do que acontecerá ou um comprovante de depósito provando o futuro sucesso de seu amado povo. Simplesmente pede que alguém continue o que ele tem feito por 40 anos.

Sei que se eu estivesse em pé nas colinas próximas a minha casa e me fosse dito “Não”, eu tentaria persuadir, implorar e tentar como um ninja chegar lá. Mas Moisés não está pensando em si mesmo. Está pensando no povo que ama, no povo que ele guiou e defendeu nas últimas décadas. O lar está a poucos passos, mas ele só pede que Deus garanta que alguém continue cuidando dessa nação infante quando ele não tiver mais o emprego.

Às vezes, tudo o que eu quero é estar em casa, dormir sob as grandes e brilhantes estrelas do Texas, e aspirar profundamente o perfume dos cedros. E Moisés? Tudo o que ele desejava era que Israel conseguisse seguir a Deus. Moisés desejava que os bebês nascidos no deserto crescessem na terra que era destinada para eles. Moisés havia sido livre no Egito. Contudo, havia estado numa longa e cansativa viagem pelo deserto durante anos, preso por causa das falhas de seu povo. No entanto, tudo o que ele desejava é que eles conseguissem chegar ao lar. E Deus? Bem, Deus fez exatamente isso. Conduziu-os ao lar.

Mãos à obra

1. Compare o relatório que Moisés solicitou em Números 13:17-20 com o que ele recebeu dos espias nos versos 26-29. Para que motivos os espias apelaram quando defenderam o procedimento que preferiram?
2. Escreva uma lista das perguntas e reclamações contidas em Números 13:28-14:4 e 20:3-6. Que tema(s) você vê repetidos?
3. Discuta com amigos o que é mais poderoso na vida de vocês – a fé ou o medo – e sob que circunstâncias cada um é mais poderoso.
4. Explore no seu diário o papel que o medo desempenha em sua vida. Pense sobre as informações que você recebe que alimentam seu medo e sobre as ocasiões em que você exerceu fé. Pondere qual foi a diferença entre essas experiências negativas e positivas. O que você pode fazer para fortalecer sua fé?

Jenniffer Ogden | Austin, EUA

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A Segunda Geração: Admoestações - 17/12/09 a 19/12/09

Quinta, 17 de dezembro

Aplicação
Esperança em meio aos erros

Dois exemplos do que acontece quando perdemos nossa fé em Deus e escolhemos não seguir o caminho por onde Ele nos guia, são: (1) a ocasião em que Moisés se esqueceu de que era Deus que faria brotar água da rocha, e não ele; e (2) a ocasião em que o povo de Israel se esqueceu de que o próprio Deus podia ganhar as batalhas contra os cananeus e que essas vitórias não envolveriam a força de seus próprios exércitos. Ambas as histórias terminam com a incapacidade do povo de Deus de compreender o destino que Ele queria tanto que tivessem. Essas histórias podem nos trazer esperança, se nos lembrarmos do seguinte:

Crer no chamado e direção de Deus. Se Deus chamou você a fazer algo, confie em Sua liderança. Às vezes, achamos que Ele nos prometeu algo que parece impossível de realizar. Então é fácil ter dúvidas a respeito dEle ou achar que devemos ter entendido mal o que Ele queria dizer. Isso muitas vezes faz com que estabeleçamos nossos próprios alvos, aqueles que achamos que nós mesmos podemos realizar. Deus, contudo, nos deu muitos exemplos da loucura de olharmos para nós mesmos a fim de realizar algo que Ele prometeu que só Ele fará.

Estude os exemplos que Deus deixou para você. Não só através da Bíblia, mas também através da vida e testemunho dos que estão ao seu redor, Deus está chamando você a aprender com os erros dos outros e a escolher seguir os caminhos dEle. Todos nós cometemos erros. Mas Deus nos pede que aprendamos uns com os outros, para que possamos verdadeiramente nos tornar semelhantes a Ele.

Deus ama você, não importa quão grandes ou pequenos possam ser seus pecados ou erros. A história da reação de Deus ao fato de Moisés ter ferido a rocha em vez de simplesmente falar a ela, como Deus ordenara, nos dá uma visão clara de como Deus Se sente em relação a nós quando pecamos. Ele não pôde permitir que Moisés introduzisse Seu povo na Terra Prometida sob aquelas circunstâncias, mas nunca mudou a maneira como Se sentia em relação a Moisés. Tente ver Deus dessa forma quando você estiver se condenando por um deslize ou por um pecado direto. Deus deseja que nos arrependamos. Ele nem sempre remove as consequências de nossos pecados, mas não muda no tanto em que nos ama. Nossos pecados podem mudar as circunstâncias na Terra, mas se aprendermos com eles, eles nos ajudarão a nos aproximar ainda mais do Deus que nos ama incondicionalmente!

Mãos à Bíblia

8. Que pedido fizeram as tribos de Rúben e Gade? Nm 32:1-5. Por que fizeram esse pedido?

9. Em resposta, que promessa fizeram os líderes de Rúben e Gade, e como Moisés respondeu? Nm 32:16-42
A resposta dos rubenitas e gaditas mostrou que eles estavam dispostos a fazer sua parte para o descanso de seus compatriotas. Por mais que fossem atraídos pelo que possuíam, eles iam fazer sua parte para que o restante dos israelitas também conquistasse suas terras antes de acomodar-se e desfrutar suas propriedades.

Melissa Blackmer | Burtonsville, EUA

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Segunda Geração: Admoestações - 16/12/09 a 19/12/09

Quarta, 16 de dezembro

Testemunho

Escreva o último capítulo


“Satanás bem conhece o material com que tem a lidar no coração humano. Ele sabe – pois tem estudado com diabólica intensidade durante milhares de anos – quais os pontos que mais facilmente podem ser assaltados no caráter de cada um; e durante gerações sucessivas tem ele operado a fim de subverter os homens mais fortes, os príncipes de Israel, pelas mesmas tentações que tiveram tanto êxito em Baal-Peor. Todos os períodos da História se acham repletos de caracteres que naufragaram de encontro aos recifes da condescendência sensual. Aproximando-nos do fim do tempo, ao se achar o povo de Deus nas fronteiras da Canaã celestial, Satanás redobrará, como fez antigamente, os seus esforços para os impedir de entrar na boa terra. Arma as suas ciladas a toda a alma. Não é simplesmente o ignorante ou sem letras que necessita de ser guardado; ele preparará suas tentações para os que se encontram nas mais elevadas posições, no mais santo mister; se ele os puder levar a poluir a mente, poderá por meio deles destruir a muitos. E ele agora emprega os mesmos fatores que empregou há três mil anos atrás” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 457, 458).

“Haviam eles muitas vezes se sentido impacientes e revoltados, por causa de sua longa peregrinação pelo deserto; mas o Senhor não era o culpado por esta demora em possuírem Canaã; Ele Se afligia mais do que eles por não poder levá-los à posse imediata da terra prometida, e mostrar assim perante todas as nações Seu grande poder no libertamento de Seu povo. Com sua falta de confiança em Deus, com seu orgulho e incredulidade, não estavam preparados para entrar em Canaã. De nenhuma maneira representariam o povo cujo Deus era o Senhor; pois não tinham o Seu caráter de pureza, bondade e benevolência” (Ibid., p. 464).

“Hoje poderia se repetir esta interpelação a Israel. As leis que Deus deu a Seu antigo povo eram mais sábias, melhores e mais humanas, do que as das nações mais civilizadas na Terra. As leis das nações trazem os indícios das debilidades e paixões do coração não renovado; mas a lei de Deus traz o cunho divino” (Ibid., p. 465).

Mãos à Bíblia

7. Números 30 é um longo capítulo que trata dos votos e juramentos. Que princípio importante podemos tirar desse capítulo? O que diz sobre a importância de nossas palavras?

Com frequência, fazemos uma promessa solene, ou um voto em nome do Senhor, que pretendemos cumprir, só para quebrá-lo por uma razão ou outra! Neste contexto imediato, estamos lidando com votos feitos “ao Senhor”, mas, na realidade, quando – especialmente nós, que professamos ser cristãos – dizemos que vamos fazer algo, devemos ser fiéis em seu cumprimento.

Susan Pellandini | Battle Creek, EUA

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A Segunda Geração: Admoestações - 15/12/09 a 19/12/09

Terça, 15 de dezembro

Exposição
Feridas leais feitas por um amigo

Enganados? (Nm 31, 32). A vitória de Israel sobre os midianitas deve ter sido bem impressionante. Seus oficiais comandantes contaram os soldados e descobriram que nem um soldado israelita havia sido morto (Nm 31:49). Moisés havia enviado mil homens de cada tribo à batalha (Nm 31:5), e todos voltaram vitoriosos. Seria possível que os rubenitas e gaditas tenham se enganado pensando que as conquistas a oeste do Jordão seriam tão fáceis como essa? Que sua ausência entre os homens de guerra não faria qualquer diferença?

Ou talvez tenha sido apenas uma simples questão de ganância. Deus já havia dito a Moisés que a terra devia ser distribuída por sortes (Nm 26:54, 55). Será que a visão das férteis pastagens a leste do Jordão estimulou uma tentativa de antecipar a apropriação de sua parte por escolha?

O fato é que não nos é dito qual foi o real motivo deles. Só podemos presumir o que estava por trás do pedido deles pela resposta que Moisés lhes deu.

Moisés irado (Nm 32:6-14). Moisés estava muito perto de 120 anos de idade (Dt 34:12), contudo seus olhos e suas forças não lhe haviam faltado – olhos que haviam visto o exército de faraó afogado no Mar Vermelho, e força que havia arremessado tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus do topo do Monte Sinai. Agora isto! Até hoje sua resposta a Rúben e Gade parece fumegar nas páginas da Bíblia com justa ira. Moisés os acusa de desejarem ficar fora das vindouras batalhas de conquista, de fazerem exatamente o que seus pais haviam feito ao recusar seguir a Deus de todo o coração, e de serem uma “raça de gente pecadora” (Nm 32:14).

Moisés havia acabado de enviar doze mil israelitas à batalha e derrotado cinco reis midianitas (Nm 31:7). Entre os mortos estava a antiga nêmesis de Israel – Balaão, filho de Beor (Nm 31:8). Louvado seja Deus! Mas não é preciso ir à guerra para sofrer derrota! Moisés já havia visto isso muitas vezes antes. Desvie-se da vontade de Deus, e se você tiver sorte, vai morrer uma morte natural no deserto. Moisés amava essas pessoas. Para ele era um fato que Deus amava até essa “raça de gente pecadora”, e assim ele os adverte das terríveis consequências de seus atos. “Se vocês não quiserem segui-Lo, Ele abandonará novamente todo o povo no deserto, e eles serão destruídos por causa de vocês” (Nm 32:15).

Sim. Moisés está irado! Mas note que ele não diz: “Se vocês não me seguirem.” Ele aprendeu a se irar com as coisas pelas quais Deus Se ira, e a não pecar.

Feridas leais (Nm 32:16-42). Vamos supor que Rúben e Gade fossem culpados de tudo aquilo do qual Moisés os acusou. Note o efeito das palavras de Moisés: “Então se aproximaram de Moisés e disseram...” (NVI). Qualquer que possa ter sido o motivo deles para fazerem o pedido, a recapitulação dos fracassos de seus pais no passado teve o efeito desejado, e eles se achegaram ainda mais a Moisés.

Na melhor das hipóteses, Rúben e Gade não se ofenderam com as veementes palavras de Moisés contra eles. Na pior das hipóteses, haviam rapidamente se arrependido de seu grave erro e achado uma solução que honrava a Deus. Contudo, ainda não se apressaram a aliviar o medo de Moisés de que outra apostasia estivesse se desenvolvendo. Em vez disso, reafirmaram seu desejo de construir currais para o gado e cidades para suas famílias a leste do Jordão (Nm 32:16). Então, sem qualquer sinal de orgulho ferido pelas severas acusações de Moisés, propuseram-se a ir à frente de todo o Israel e travar as batalhas de conquista a oeste do Jordão.

Moisés respondeu favoravelmente à proposta deles, e o resto de Números 32 toma o formato de um contrato formal, sendo novamente declaradas todas as condições e promessas, bem como as devastadoras consequências de qualquer falha por parte de Rúben e Gade em cumprir sua parte.

Provérbios 27:6 declara que “leais são as feridas feitas pelo que ama”. Rúben e Gade haviam permitido que seus olhos fossem abertos pela fervente ira das palavras de Moisés, porque haviam desenvolvido confiança nele. Mesmo que Moisés estivesse completamente errado em seu julgamento apressado da proposta deles, eles conheciam o coração de Moisés, e não se ofenderam. Que dramática mudança no líder e nos liderados!

Mãos à Bíblia

Quando o Senhor pronunciou audivelmente os Dez Mandamentos (Êxodo 20) no Monte Sinai e ordenou que fosse construído o tabernáculo (Êxodo 25), a segunda geração ainda era criança. Então, Deus decidiu reafirmar, em resumo, o sistema sacrifical para os adultos da segunda geração. Números 28:1-8 descreve a “oferta diária” ou “contínua” de um cordeiro pela manhã e outro à noite. Elas eram organizadas de tal maneira que esse sacrifício estava sempre aceso (Lv 6:9, 13). Essa oferta “diária” ou “contínua” era a cerimônia central do santuário. O sacrifício significava que o perdão e a aceitação de Deus eram constantes por meio do Redentor prefigurado no sacrifício.

6. Leia Romanos 5. O que esse texto nos diz sobre a plenitude e perfeição do sacrifício de Cristo por nós?

Alvin Glassford | Berrien Springs, EUA

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Segunda Geração: Admoestações - 14/12/09 a 19/12/09

Segunda, 14 de dezembro

Evidência
Muito melhor da primeira vez


Os capítulos 26 a 32 de Números tratam de eventos anteriores à conquista de Canaã pelos israelitas. As últimas pessoas da geração anterior haviam morrido (Nm 26), e a segunda geração está se preparando para entrar. Estão cientes de sua história e dos problemas causados por seus pais. As filhas de Zelofeade estão cientes de que seu pai havia pecado (Nm 27:3), mas desejavam garantir que ele não receberia uma punição ainda maior pela falta de filhos do sexo masculino. Deus dá apoio às mulheres e ordena que lhes seja dada a herança de seu pai. Temos aqui um exemplo da justiça de Deus misturada com a misericórdia.

Embora a geração mais velha estivesse condenada a morrer no deserto, Deus poupou seus filhos e cumpriu Suas promessas para a nação como um todo. Para abençoá-los, Deus precisa ter a lealdade deles. Ele usa várias ofertas, leis, sacrifícios e votos (Nm 26-30) para lembrá-los de suas obrigações rituais para com Ele. Era necessário que os israelitas entendessem o princípio da morte substitutiva para o perdão dos pecados, e esses lembretes os ajudavam a ver que é Deus quem os salva de seus pecados.

Os capítulos 31 e 32 detalham os últimos atos militares dos israelitas, bem como o compromisso assumido pelos rubenitas e pela meia tribo de Manassés de que se unirão a seus compatriotas na conquista da Terra Prometida. Essa segunda geração se provou mais fiel do que seus pais, e a promessa está para ser cumprida. Muitas vezes é fácil julgar aqueles que vieram antes de nós, mas devemos evitar fazê-lo. Contudo, precisamos aprender com seus erros.

O que você está fazendo que é contrário à vontade de Deus? Você ainda espera que Ele o abençoe mesmo assim? E se Ele perdoar você, ainda haverá consequências por seus atos, apesar da graça de Deus? A maior lição que podemos aprender da saga dos israelitas no deserto é que é muito melhor obedecer a Deus da primeira vez. Contudo, há conforto em saber que, quando nos metemos em problemas, Deus pode endireitar as coisas, embora o caminho de volta possa ser mais longo e mais doloroso.

Mãos à Bíblia

3. Leia Números 27:12-23. O Senhor fala sobre a terra que Ele “dera” (no passado) aos filhos de Israel, embora eles ainda não estivessem lá. O que isso nos diz sobre as promessas de Deus?

4. Depois que o Senhor disse novamente a Moisés que ele não podia penetrar naquela terra por causa de seu pecado, como Moisés respondeu? Isto é, qual foi a principal preocupação de Moisés? O que isso nos diz sobre o tipo de homem que ele era?

5. Por que era tão importante que Josué recebesse seu cargo diante de toda a congregação?

Moisés logo morreria; seu trabalho estava feito. O encargo agora foi dado a Josué, designado sucessor de Moisés. O interessante é que o sucessor não foi um dos filhos de Moisés, mas, em vez disso, alguém que havia provado seu próprio valor. Foi Deus, e não Moisés nem a congregação, que escolheu Josué.

J. Amanda McGuire | Berrien Springs, EUA

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domingo, 13 de dezembro de 2009

A Segunda Geração: Admoestações - 13/12/09 a 19/12/09

A Segunda Geração: Admoestações


“Ouve, Israel, o Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, o teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6:4, 5).

Prévia da semana:
embora Moisés não fosse guiar o povo até Canaã, ele administrou fielmente os preparativos finais para sua entrada.

Leitura adicional: Hebreus 11:24–29

Domingo, 13 de dezembro

Introdução
Uma palavra para os sábios


Diz-se que estamos condenados a repetir os erros de nossos pais. Às vezes, tentamos colocar em nossos genes a culpa por nossas falhas. Podemos argumentar que os filhos dos israelitas que foram redimidos da escravidão tinham o mesmo caráter faltoso de seus pais. Tudo isso pode ser verdade. Contudo, Deus não deseja que continuemos falhando da mesma forma que nossos pais falharam. Ao contrário, Ele deseja que nos ergamos acima das circunstâncias. “Tudo isso aconteceu com os nossos antepassados a fim de servir de exemplo para os outros, e aquelas coisas foram escritas a fim de servirem de aviso para nós” (1Co 10:11).

Pessoalmente, é difícil para mim aprender com os erros dos outros. Gosto de descobrir as coisas por mim mesmo. Isso já me levou a passar por algumas dores que eu poderia ter evitado se tivesse dado ouvidos às advertências que recebi. Em meu primeiro ano de faculdade na Universidade Andrews, recebi muitos conselhos para ir dormir num horário decente, me alimentar bem e tomar tempo para estudar. Contudo, como muitos calouros o fazem, ignorei completamente a maior parte dos conselhos. Ficava acordado até tarde vendo filmes e jogando videogame. Embora tenha parecido divertido no começo, quando chegaram os exames senti a dor de não ter tomado tempo para estudar.

Eu tinha ignorado as admoestações de meus pais, colegas, preceptores e professores. Os filhos de Israel tiveram o mesmo problema. Deus e Moisés os advertiram verbalmente. Contudo, eles também escolheram aprender da maneira mais difícil. Deus novamente deu advertências verbais para que a segunda geração seguisse Seus mandamentos para que tudo lhes corresse bem na vida. É importante para nosso bem-estar que demos ouvidos a essas advertências. Eclesiastes diz que é melhor ser um jovem pobre que é capaz de receber admoestações, do que um rei idoso que é incapaz de fazê-lo (Ec 4:13).

Ao estudar a lição desta semana, desafio você a examinar sua vida e, com coração aberto, tomar nota das áreas nas quais Deus pode estar admoestando você a mudar.

Mãos à Bíblia

1. Por que foi feito o censo? Por que isso seria importante? Nm 26:52-56
A terra conquistada precisava ser dividida de maneira justa. Caso contrário, essa poderia se tornar uma fonte de lutas e confusão. Como afirma o texto, as tribos que possuíam muitos membros recebiam mais terra; aquelas com menos, recebiam menos. O que pode ser mais justo que isso?

2. Que princípios importantes vemos manifestos na distribuição da terra às filhas de Zelofeade? Nm 27:1-11

A ideia era manter a propriedade tão próxima quanto possível dentro da família. A terra, afinal, era uma “herança” e, então, pertencia à família.

Joe Underhill | Berrien Springs, EUA

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