sábado, 16 de abril de 2011

Roupa de inocência - Resumo Semanal - 16/04/2011 a 16/04/2011

VESTES DE INOCÊNCIA
Resumo Semanal - 10/04/2011 a 16/04/2011



Guilherme Silva

Introdução

Ninguém consegue entrar duas vezes no mesmo rio. Assim como as águas serão outras, nós também o seremos. Essa constatação do antigo pensador Heráclito, de Éfeso, destaca a transitoriedade da vida, o contínuo fluxo que marca a experiência humana. Em meio ao turbilhão da existência, é possível saber onde nasce essa torrente e onde ela irá desembocar? Ou seria a vida como um rio sem nascente e sem foz, que sai do nada e jamais alcança um destino? Como chegamos a ser o que somos? E o que podemos fazer a partir do que nos tornamos?


Na revelação bíblica, o drama da existência humana é analisado desde sua origem, passando pelo que hoje somos e apontando para o que podemos ser. É uma história de glória, queda e restauração. De modo semelhante às ruínas de um antigo palácio soterrado nas areia do deserto, o ser humano atual é aquilo que sobrou da tragédia que se abateu sobre a humanidade criada por Deus. Mas a obra de restauração divina traz às ruínas sua antiga glória. Isso é o que estudaremos a seguir.



A imagem de Deus

A vida surge da Vida. O humano nasce do divino: não por acaso, nem por acidente, mas pelo propósito soberano do Deus criador. “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). A Bíblia revela que a obra da criação foi um evento espetacular. A criação do gênero humano, sua coroação. Os animais foram feitos segundo sua espécie. O ser humano foi criado segundo a imagem divina.


Porém, olhando para a grandiosidade de Deus e para nossa condição limitada, como podemos entender a divina imagem na humanidade? Essa também é a interrogação do salmista: “Quando contemplo os Teus céus, obra dos Teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele Te importes? E o filho do homem, para que com ele Te preocupes?” (Sl 8:3 e 4, NVI). Apesar da disparidade entre o Criador e a criatura, o salmista destaca a relevância da humanidade para Deus: “Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais1 e o coroaste de glória e de honra” (Sl 8:5, NVI).


No Antigo Oriente Médio, era comum que o soberano fosse considerado a imagem da divindade criadora. O faraó egípcio é por vezes mencionado como a imagem do deus Rá. Na Mesopotâmia, o rei era considerado a imagem do deus Marduque, entre outros deuses. O governante supremo seria um representante especial da divindade na Terra, diferente e superior aos demais seres humanos.2


O relato de Gênesis rompe a linha divisória que separa o soberano do povo. A imagem de Deus não é característica especial do governante, mas de toda a humanidade, de homens e mulheres. Considerado o ponto mais alto da criação terrestre, todo o gênero humano recebeu de Deus o domínio3 sobre as criaturas inferiores, tornando-se o administrador responsável pela recente obra divina (Sl 8:7, 8). Autoridade e responsabilidade foram concedidas a todo ser humano. Portanto, todos também compartilham os mesmos deveres de zelar pela criação divina e os mesmos direitos de ter acesso aos bens disponíveis na natureza. Dessa forma, entre Adão e Eva não havia guerra entre sexos, nem a subjugação de um pelo outro. Reinava harmonia enquanto se reconheciam mutuamente como depositários da imagem de Deus, com seus privilégios e responsabilidades. Por isso, podiam se relacionar como se fossem um, sem máscaras, sem disfarces, sem véus (Gn 2:25).


Como representante da criação, foi dado à humanidade não apenas o domínio, mas também a capacidade de se relacionar entre si e com o Criador. Fomos criados por Ele e para Ele (Cl 1:16). Por meio de um relacionamento afetuoso, a Terra estaria ligada ao Céu, e a vida, conectada ao seu propósito original. “Para entender o homem precisamos entendê-lo no seu relacionamento com Deus.”4 Na realidade, “todo esforço de entender o homem à parte do Criador em cuja imagem ele foi criado significa abandonar toda esperança de jamais encontrar o sentido de sua vida”5. O essencial para o ser humano como “imagem de Deus” é ouvir o Criador e falar com Ele.


Por meio do relacionamento direto com Deus e com os seres celestiais, a vida humana seria um processo contínuo de aprimoramento e descoberta, sem paralisação nem retrocesso, sem vazios existenciais. Adão e Eva não eram apenas “filhos sob o cuidado paternal de Deus, mas estudantes a receber instrução do Criador todo-sabedoria. Eram visitados pelos anjos, e lhes era concedida comunhão com seu Criador, sem nenhum véu protetor de separação. Estavam cheios do vigor comunicado pela árvore da vida, e sua capacidade intelectual era apenas pouco menor do que a dos anjos”6


Experimentando um relacionamento harmonioso com Deus, com o próximo, consigo mesmos e com toda a criação, o homem e a mulher habitavam o Éden, o jardim de “delícia”, em seu significado original7. A delícia da vida se revelava na capacidade de cumprir deveres que não eram penosos e desfrutar prazeres não destrutivos. Em perfeito equilíbrio, tudo o que Deus havia criado era “muito bom” (Gn 1:31).



Imagem corrompida

Entre todas as delícias do paraíso, apenas uma estava proibida. Deus a intitulou de árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3:3). Em seu fruto estava embutida a associação entre o prazer e a dor. Entre suas contraindicações estava o conhecimento que, em vez de libertar, escraviza. Assim como para os seres celestiais, para a humanidade o mal também existia como possibilidade de escolha. Comer o fruto proibido não era uma travessura sem consequência. Era a decisão consciente de ingerir as sementes do mal.


O que estava em jogo não era a preservação dos frutos de uma árvore, mas a seriedade da orientação de Deus e a fidelidade do coração humano. “A essência primordial do pecado não é a magnitude de um ato errado. Pecado é, essencialmente, a criatura querendo ser independente do Criador. É a recusa do pecador em se submeter à autoridade divina, quer a rebelião seja em escala cósmica, quer meramente dentro de um coração. O pecado de anjos e seres humanos se resume na mesma coisa: obstinação em se submeter a nenhum outro deus senão a si mesmo. O moderno humanismo retrata o problema básico do ser humano pecador.”8


O ato voluntário de Adão, como representante da humanidade, introduziu no mundo o vírus do pecado, contaminou a criação divina e infectou toda a descendência de Adão, tendo como consequência final a morte (Rm 5:12). Nós, como seus descendentes, não somos culpados pelo seu pecado, mas contaminados por ele, de forma ampla e irrestrita, conforme vimos no comentário da primeira lição. Dessa maneira, podemos dizer que os seres humanos “não nascem corruptos porque são culpados, mas são considerados culpados porque são corruptos”.9


O pecado de Adão cortou a ligação entre o Céu e a Terra. Demonstrando a inimizade entre o coração pecaminoso e o Deus santo, Adão disse: “Ouvi Tua voz [...] e tive medo” (Gn 3:10). Infectados pelo mal, já nascemos apartados de Deus. Esse é o mais dramático efeito do pecado: a separação entre a humanidade e a fonte da vida. “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus” (Is 59:2). Desligados da fonte da vida, estamos de fato mortos em nossos “delitos e pecados” (Ef 2:1).


Por isso, o pecado não se limita a ações pecaminosas: é uma condição da qual o homem não escapa por si mesmo. Essa é a razão pela qual as folhas de figueira, usadas no Éden como cobertura para a recém-descoberta nudez, não serviram para remover a vergonha (Gn 3:7). A solução humana apenas evidenciou a realidade da queda. Não trouxe solução.



Imagem restaurada

Atualmente, a cultura secular nega a dimensão do pecado, embora seja obrigada a conviver com seus efeitos. “Os pecados se tornaram crime e agora o crime está se tornando uma doença.”10 Atribuindo os problemas humanos apenas a condicionamentos sociais, biológicos e/ou psicológicos, justifica-se o pecado, mas o pecador é deixado sem solução. Com o diagnóstico errado, erra-se também na prescrição.
É preciso conhecer a imagem de Deus na humanidade e, ao mesmo tempo, reconhecer que essa imagem foi completamente arruinada pela condição pecaminosa. O pecado não apagou a imagem de Deus, mas degradou a humanidade em todos os níveis. Quando a Bíblia nos apresenta a nós mesmos como conhecedores do bem, mas escravos do mal (Rm 7:14), nos ajuda a entender quem somos de fato e quem podemos ser. “Diz a Bíblia que você é maravilhoso porque é feito à imagem de Deus e degradado porque, em determinado ponto na história, o ser humano caiu”.11


Se cremos que o homem é bom por natureza, a ilusão distorce a realidade. Se vemos apenas a maldade humana, a desilusão soterra a esperança. “O conhecimento de Deus sem o da própria miséria faz o orgulho. O conhecimento da própria miséria sem o de Deus faz o desespero. O conhecimento de Jesus Cristo acha-se no meio, porque nEle encontramos Deus e a nossa miséria.”12


Somente em Cristo há saída para a contradição que nos faz oscilar entre a dor e o prazer, o medo e a esperança. Na cruz de Cristo se cumpre a justiça da lei e se revela o incomparável amor divino, na medida em que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões” (2Co 5:19). Como ponte sobre o abismo, Cristo revela a distância intransponível que nos separa de Deus e nos concede novamente o acesso à presença do Pai.


Diferentemente das vestes de figueira, que apenas revelaram a vergonha humana, no Éden, as vestes de pele dadas por Deus ao primeiro casal (Gn 3:21) revelam a provisão divina como solução exclusiva para a condição pecaminosa.


Portanto, como pecadores nossa preocupação não deve ser a de tentar cobrir com nossas pretensas qualidades a vergonha de nossa nudez espiritual. De fato, é necessário reconhecer nossa miséria, pobreza e nudez, sem justificativas e desculpas, sem minimizar o poder letal de nossa enfermidade. Então, seremos cobertos, enriquecidos e curados pela justiça de Cristo (Pv 28:13).


Deus pode usar caminhos surpreendentes para nos ajudar a compreender de forma prática e real a profunda dimensão de Sua graça. “Assim um revés, uma derrota grave, o desabamento de um mundo majestoso pode ser o caminho necessário a um renascimento. Para cada um de nós, um fracasso pode se tornar a oportunidade de uma reviravolta sobre si mesmo e de um encontro pessoal com Deus.”13



Conclusão

A humanidade carrega em si a imagem divina, pois sua existência é a obra-prima da criação de Deus.


A queda afasta de Deus a humanidade pela barreira do pecado. Embora a imagem divina não se apague de forma completa, é inteiramente arruinada.


Carregando em si a imagem divina e o poder do pecado, o ser humano só escapa da contradição de sua existência por meio da redenção encontrada em Cristo.



1. O termo hebraico traduzido como “seres celestiais”, na Nova Versão Internacional, é “elohim”. Pode significar “Deus”, “deuses” ou “seres sobrenaturais em geral” (ver Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p. 127). A Septuaginta, versão do Antigo Testamento para grego koiné, produzida por 72 sábios judeus no período intertestamentário, utiliza o termo “angelos”, significando que o ser humano foi criado um pouco abaixo dos anjos. A mesma interpretação se repete no Novo Testamento (Hb 2:5) e também nos escritos de Ellen G. White.

2. SCHMIDT, Werner H. A Fé do Antigo Testamento. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2004. p. 293

3. O significado de “dominar” pode ser originado de “pisar”, uma ação transformadora como “pisar o lagar” para a preparação do vinho. É uma autorização ao ser humano para fazer transformações úteis. Isso não incluiu o domínio destrutivo e ameaçador ao meio ambiente e às demais criaturas divinas (ver WOLFF, Hans Walter. Antropologia do Antigo Testamento. 1 ed. São Paulo: Hagnos, 2007. p. 251.)

4. FORELL, George W. Ética da Decisão. 8ª ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, p. 52.

5. Idem.

6. WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1993. p. 50.

7. VELOSO, Mario. O Homem, uma Pessoa Vivente. São Paulo: Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, 1984. p. 59.

8. Holbrook, Frank B. O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002. p. 72, 73.

9. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 3 ed. Campinas, SP: Luz para o caminho, 1994. p. 245.

10. KNIGTH, George R. Sin and Salvation. Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association, 2008. p. 28.

11. SCHAFFER, Francis. A Morte da Razão. 5 ed. São Paulo: ABU, 1989. p. 21.

12. PASCAL, Blaise. Pensamentos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 166.

13. TOURNIER, Paul. Culpa e Graça: uma análise do sentimento de culpa e o ensino do evangelho. 1 ed. São Paulo: ABU, 1985. p. 133.



Guilherme Silva é pastor e jornalista. Atua como editor-associado de livros na Casa Publicadora Brasileira.

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Roupa de inocência - 15/04/2011 a 16/04/2011

Sexta, 15 de abril

Opinião
A roupa que Deus vê


Tudo ia bem no Jardim do Éden. Então, de repente, Adão e Eva falharam em seu teste de obediência. Ao invés dos seus filhos (toda a humanidade) herdarem a vida eterna e um perfeito relacionamento com Deus, existia um problema. Ali, perdemos nossa inocência, justiça e herança como filhos de Deus. E a morte entrou no mundo.

Apesar disso, através de uma série de alianças, Deus pôde nos levar de volta para Sua família. Ele Se revestiu de nossa humanidade para que pudéssemos nos revestir de Sua justiça. Nós todos somos “filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram” (Gl 3:26, 27).

No batismo, nós nos vestimos com Cristo. Somos vestidos em Sua justiça, mas não apenas para cobrir as manchas de nossos pecados. Somos vestidos pelo Seu caráter. Agimos como Ele age. Amamos como Ele ama. Vivemos como Ele vive, e então a Sua justiça se torna a nossa. Isso não é faz-de-conta. É realidade!

E o que falar das nossas roupas físicas hoje? Importa o que nós usamos desde que estejamos “vestidos com Cristo”? Para mim, a resposta é sim, até certo ponto. Nossa aparência exterior deveria refletir nossa roupa interior de humildade, amor ao próximo e respeito por todos ao nosso redor. Isso pode significar coisas diferentes em situações e culturas diferentes nas quais nos encontremos. No entanto, nosso foco não pode estar no lado físico de nossas roupas mas na realidade espiritual que é representada através de como nos apresentamos. O apóstolo Pedro nos diz que nossa beleza não deveria vir de adornos exteriores, mas de nosso interior (1 Pd 3:3, 4). Portanto, da próxima vez em que estivermos na igreja, ao invés de nos preocuparmos com quão espertos estamos parecendo aos olhos dos outros, deveríamos pensar mais sobre nosso interior, a roupa que Deus realmente vê.

Sonia Huenergardt – Bishop, EUA

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Roupa de inocência - 14/04/2011 a 16/04/2011

Quinta, 14 de abril

Aplicação
Perdendo as folhas de figueira


Adão e Eva estragaram tudo quando eles desobedeceram a ordem de Deus para não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. No entanto, após eles perceberem que estavam nus, cometeram outro erro ao costurar as folhas de figueira para se cobrirem. Ao invés de aceitar responsabilidade por seus atos e admitir seu pecado, eles tentam acobertá-lo, escondendo sua nudez.

Eu me lembro de ter feito algo semelhante ao “truque” das folhas de figueira, quando eu estava na universidade. Eu não queria que meus professores pensassem que não estivesse bem preparada para as matérias deles. Então, em vez de admitir que uma teoria não estava bem clara para mim, eu tentava dar a entender que realmente a tivesse compreendido. No entanto, ao esconder minha fraqueza dos meus professores, eu estava perdendo muitas oportunidades de aprender.

Como podemos ser mais autênticos? Veja algumas dicas:

Abra seu coração a alguém em quem você confie. Todos estamos nus, metaforicamente, e nossas “folhas de figueira” não enganarão ninguém por muito tempo. Como nós podemos ser honestos diante de um Deus perfeito, se não admitimos nossas faltas nem mesmo aos seres humanos que amamos? “Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores. Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor.

A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E, se houver cometido pecados, ele será perdoado. Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5:13-16). Se você luta com o mesmo tipo de pecado todos os dias, peça a uma pessoa responsável em quem confia para ser um parceiro com quem possa contar. Essa pessoa pode apoiá-lo(a) com oração e também com companheirismo.

Tire as folhas de figueira e deixe Deus lhe vestir. Não há nada que possamos fazer por nossa própria força e vontade para recuperar nossa inocência. Precisamos aceitar de todo o coração a graça que o sacrifício de Jesus conquistou para nós. “O Senhor Jesus Cristo preparou uma cobertura, um manto de Sua própria justiça, que Ele colocará sobre toda alma arrependida e convicta que, pela fé, receberá.” (The Advent Review and Sabbath Herald, 15 nov. 1898).

Bethany Craggs – St. Andrews, Escócia

Ore por seu convidado! Prepare um cardápio simples e de bom gosto!

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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Roupa de inocência - 13/04/2011 a 16/04/2011

Quarta, 13 de abril

Evidênci
Cobertos pela nudez


Imagine um mundo onde nunca tenha se ouvido falar de escândalo sexual. Nada de pornografia. Nada de prostituição. Nada de infidelidade. Esse mundo é perfeito. Deus mesmo disse que ele era “muito bom” (Gn 1:31). Gênesis 2 conta como Ele criou o homem e a mulher e a instituição do casamento. Estranho como isso possa parecer hoje, o homem e a mulher estavam nus e não se envergonhavam (Gn 2:25). O que essa “nudez” significava? “Adão e Eva não tinham necessidade de roupas materiais, pois o Criador lhes havia envolvido com um manto de luz, um manto simbólico de Seu justo caráter, o qual se refletia perfeitamente neles” (The SDA Bible Commentary, v. 1, p. 227).

Após Adão e Eva desobedecerem a Deus, eles não estavam mais qualificados para usar suas vestes simbólicas, pois não mais refletiam a imagem do caráter justo de seu Criador. De repente eles se sentiram nus e se envergonharam; tentaram consertar essa situação por si próprios, confeccionando novas roupas com folhas de figueira. Mais tarde, ao Deus caminhar pelo jardim e chamar a Adão, o casal se escondeu com medo. Por quê? Eles já não estavam nus antes? Por que se esconderam de Deus agora? Algo aconteceu que não estava diretamente relacionado às roupas. Pela primeira vez na História, os seres humanos tinham alguma coisa para esconder. Adão não disse a Deus que ele tinha pecado, mas reconheceu que tinha algo para esconder. A resposta de Adão é estarrecedora: “Ouvi Teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi” (Gn 3:10).

Antes que Adão e Eva deixassem o jardim, Deus fez para eles roupas de pele (Gn 3:21). Essas roupas os protegeriam das mudanças climáticas que ocorreriam como resultado de seu pecado. Além disso, elas precisavam ser mais apropriadas para o pesado trabalho físico que se estendia diante deles. Mas, ainda mais importante, “as peles eram um lembrete constante de que eles haviam perdido sua inocência, de que a morte é o salário do pecado e do prometido Cordeiro de Deus que iria, por Sua própria morte substitutiva, tirar os pecados do mundo” (Ibid., p. 235).

Mãos à Bíblia

5. Qual foi a primeira coisa que aconteceu depois que Adão e Eva caíram? O que isso sugere quanto aos resultados da transgressão? Gn 3:6-11

6. Qual é o significado da reação de Adão e Eva à sua nudez? Gn 3:7

Morris-Andrew Thompson – Upper Marlboro, EUA

No próximo sábado, todas as atenções serão para seus convidados especiais.

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terça-feira, 12 de abril de 2011

Roupa de inocência - 12/04/2011 a 16/04/2011

Terça, 12 de abril

Testemunho
Roupa imperfeita


“Um abrigo de folhas de figueiras nunca cobrirá nossa nudez. O pecado deve ser removido e o manto da justiça de Cristo deve cobrir o transgressor da lei de Deus. Então, quando o Senhor olha para o pecador arrependido, Ele não vê as folhas de figueira que o cobrem, mas a própria justiça de Cristo, que é a perfeita obediência à lei de Jeová ­– o homem tem sua nudez oculta, não sob a cobertura das folhas de figueira, mas sob o manto da justiça de Cristo.

“O pecado é deslealdade para com Deus e merece punição. As folhas da figueira têm sido empregadas desde os dias de Adão, e, no entanto, a nudez da alma do pecador não foi coberta. Todos os argumentos levantados por aqueles interessados nesse manto de fina espessura se transformarão em nada. O pecado é a transgressão da lei. Cristo foi manifesto em nosso mundo para tirar a transgressão e o pecado e substituir a cobertura das folhas de figueira pelo manto impecável de Sua justiça.

A lei de Deus permanece vindicada pelo sofrimento e morte do unigênito Filho do Deus infinito.

“A transgressão da lei de Deus em qualquer caso, por menor que seja, representa pecado. E a não execução da penalidade estipulada para esse pecado seria um crime na administração divina. Deus é um juiz, o Aplicador da justiça que é a morada e fundamento de Seu trono. Ele não pode dispensar Sua lei; Ele não pode passar por alto o mínimo item a fim de condescender com o pecado e perdoá-lo. A retidão, a justiça e a excelência moral da lei devem ser mantidas e vindicadas perante o universo celestial e os mundos não caídos” (Ellen G. White, Olhando Para o Alto [MM 1983], p. 373).

Mãos à Bíblia

Um teste simples foi dado a Adão e Eva para ver se, em sua liberdade, eles obedeceriam ao Senhor. Foi um tempo de prova para essas criaturas livres.

3. Pense no ambiente em que Adão e Eva passaram pelo teste. Por que esse ambiente tornou sua transgressão muito mais notória? Gn 2:15-17

4. Observe atentamente o que Satanás disse a Eva em Gênesis 3:1-4. Que verdade ele distorceu e misturou com suas mentiras?

É interessante notar que a árvore era do “bem e do mal”. Deus, obviamente, não queria negar o bem a Adão e Eva. Na verdade, todo o mundo que Deus criou, incluindo eles, era bom. Aliás, “muito bom” (Gn 1:31). O Senhor queria preservá-los do conhecimento teórico e prático do mal.

Travis Wichman – Harrison, EUA

Fale para seus irmãos que eles conhecerão seu amigo no dia dos “Amigos da Esperança”, no próximo sábado!

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Roupa de inocência - 11/04/2011 a 16/04/2011

Segunda, 11 de abril

Exposição
Inocência perdida e recuperada


Nudez coberta de inocência (Gn 2:20-25). O novo mundo era repleto de gloriosa vida e cor. O som ambiente era melodioso com o canto dos pássaros. Animais vinham em pares: semelhantes, mas exibindo diferenças sutis entre eles, para receberem nomes dados pelo homem. No entanto, não havia parceira para o homem. Por um tempo, ele experimentou a dor da solidão. Então, Deus o fez cair num sono profundo, tomou uma costela de seu corpo e criou uma mulher para ele amar. Tudo era puro quando eles acordaram para descobrirem um ao outro, nus e belos. Eles estavam perfeitamente tranquilos com seus corpos e estavam cobertos de inocência. Nada precisava ser escondido e nada interferia em seu sentimento de admiração e unidade. Tudo era puro.

A única lei da inocência (Gn 2:15-17). Deus desejava que Adão e Eva permanecessem em seu estado de inocência para sempre. Ele poderia ter tornado impossível pecar, mas o Universo precisava testemunhar de Sua justiça. Só havia um mandamento no Jardim do Éden. Era um mandamento que deveria ter sido fácil de ser guardado. Em Sua generosa justiça, Deus criou centenas de árvores com frutos deliciosos, e havia no meio do jardim somente uma que poderia destruir aquelas vestes de inocência. Uma árvore que envolvia o direito de escolha do primeiro casal.

Inocência perdida (Gn 3:6-11). Quando Adão e Eva comeram da árvore proibida, eles realmente conheceram “tudo”. A primeira coisa que notaram foi que não estavam mais cobertos de inocência. Eles se sentiram envergonhados, por serem vistos pelo outro, e ainda mais constrangidos ao serem vistos por Deus. Em desespero, pegaram as maiores folhas de figueira que conseguiram encontrar e as costuraram juntas – as primeiras roupas do mundo. Então se esconderam entre os arbustos, com medo de Deus.

Esconde-esconde (Gn 3:8-19). Deus veio procurar por Adão e Eva. Embora Ele soubesse onde eles estavam, ainda perguntou, “Onde vocês estão?” Então, Ele pediu que eles Lhe contassem sua história. Suas perguntas e respostas podem ser lidas com mais tristeza do que ira. Ele então lhes contou o que aconteceria com eles e com o mundo porque a inocência deles havia sido roubada.

As vestes de sacrifício (Gn 3:21). Talvez Adão e Eva tenham percebido a inconveniência de suas roupas de folhas, ao elas serem arrancadas dos arbustos e começarem logo em seguida a murchar em seus corpos. Deus certamente percebeu o problema. E, num momento profundamente doloroso, Ele mesmo toma um dos animais, talvez um que Adão conhecesse e tivesse amado, e o mata. Despelando o animal ainda quente, Deus faz para eles roupas que aqueciam mais, próprias para o frio que começou a soprar no jardim. Esse não é somente o ato generoso de um Deus amoroso com o coração quebrantado, mas um poderoso símbolo. As roupas que Adão e Eva fizeram eram inadequadas. Sabemos que é impossível fazer qualquer coisa para nos tornar justos diante de Deus. Nossa pecaminosidade exige a morte de um Cristo inocente, pré-anunciada através das mortes ensanguentadas de animais inocentes. Essa não é uma lição apenas sobre estilo de roupas. É uma lição sobre o plano de salvação de Deus. É um reflexo de esperança cintilando no meio da densa escuridão do primeiro dia de pecado.

Inocência restaurada (Rm 12:1; 2Co 4:16; 5:21). Aquele primeiro reflexo de esperança continua a brilhar para nós. Isso acontece quando nos arrependemos de nossos pecados e aceitamos a Cristo como nosso Salvador, para que nEle nos tornemos “justiça de Deus” (2Co 5:21). Essa esperança é belamente ilustrada em Zacarias 3:4. Mas ainda há mais! Uma vez que tenhamos aceitado a Cristo como nosso Salvador, nossa natureza espiritual “é renovada diariamente”1 (Rm 12:1; 2Co 4:16). Isso ocorre através da habitação do Espírito Santo de Deus em nós, ao Ele nos capacitar e fazer crescer o fruto do Espírito que, em essência, constitui o caráter de Cristo (Jo 15:5; Gl 5:22, 23).2

Também crescemos quando procuramos não ser enganados pelas mentiras de Satanás (1Pd 5:8). Precisamos orar constantemente para que não nos desviemos em direção às tentações (1Ts 5:17). Devemos mostrar o amor de Deus para aqueles que estão em necessidade (Mt 25:31-40). Estudar a Bíblia e meditar em suas palavras também nos ajuda a crescer (Sl 119:15, 23, 48, 78; 2Tm 2:15). A Palavra de Deus nos guia em direção a Sua verdade e para longe das mentiras de Satanás. A Bíblia também nos mostra no que acreditar, como viver bem e como aceitar as roupas de inocência de salvação através de Jesus. Confiar na Palavra de Deus como verdadeira e obedecer Suas instruções nos previne de sermos arrastados em direção aos frutos proibidos.

Pelo fato de Adão e Eva não terem sido vigilantes, eles se afastaram da segurança de Deus. Eles se esqueceram de permanecer em constante comunicação com Ele, para que Ele pudesse lembrá-los de Suas regras de proteção. Eles pararam de ter cuidado um com o outro e desconfiaram das regras simples de salvação que lhes foram dadas. Mas Cristo, com amor, proveu o sacrifício para cobrir a nudez deles e a nossa.

1. Seventh-day Adventist Believe. 2. ed. (Pacific Press: Boise, Idaho, 2005), p. 140.
2. Ibid., p. 143.


Pense nisto


1. Que outras maneiras existem para manter a veste de justiça dada a nós por Cristo?

2. O que você acha que passou pela mente de Deus e nos pensamentos de Adão e Eva ao Deus fazer para eles roupas com as peles de um animal? O que passou pela sua mente quando você aceitou a Cristo?

Mãos à Bíblia

Adão e Eva, no Éden, não conheciam dor, sofrimento, engano, traição, morte, perda nem vergonha.

2. Qual é a proximidade do relacionamento e intimidade entre Adão e Eva, revelados em Gênesis 2:20-25?

Como “uma só carne” (Gn 2:24), Adão e Eva eram próximos não só de Deus, mas um do outro. Eles estavam nus e não se envergonhavam (v. 25). Isso demonstra pureza e inocência. “Estavam revestidos de uma cobertura de luz e glória, idêntica à dos anjos. Enquanto viveram em obediência a Deus, essa veste de luz continuou a envolvê-los” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 45).

Bernie Holford – Auchtermuchty, Escócia

O livro Ainda Existe Esperança será um lindo presente para seu amigo no próximo sábado. Já o adquiriu?

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domingo, 10 de abril de 2011

Roupa de inoc

Roupa de inocência


“Criou Deus o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27).

Prévia da semana: A luz que cobria de felicidade nossos primeiros pais inocentes foi perdida na Queda. No entanto, Deus providenciou outra cobertura pelo derramamento de sangue. Tudo isso simboliza o que Cristo fez por nós.

Leitura adicional: Gn 2 e 3; Zc 3:1-5; Rm 12:1. Leia também os capítulos 3 e 4 de O Desejado de Todas as Nações.

Domingo, 10 de abril

Introdução
Conto: anjos estilistas


A equipe de estilistas entrou na sala de reuniões, cada um se servindo de água antes de se assentar ao redor da grande mesa de mogno. Abriram seus cadernos e espalharam seus esboços. Amostras de tecidos encheram a mesa naquela agradável brisa morna.

“Bem”, disse Gabriel, “esse precisa ser um dos projetos mais raros que eu já tenha visto desde que trabalho na Agência D’Angelis. Estamos felizes por receber nosso Cliente aqui hoje, para discutirmos nosso projeto. Vamos relembrar suas necessidades para atualizarmos nossas ideias.” Enquanto Gabriel falava, cada item aparecia simultaneamente numa grande tela na parede.

Na tela, aparecia em tópicos: “Resumo do projeto: Veste de inocência. Precisa possuir as seguintes qualidades: modéstia e atratividade; durabilidade; elasticidade para dar liberdade aos movimentos; praticidade para atividades de jardinagem e cuidado de animais; caimento adequado para ambos os sexos; manutenção desnecessária.”

“Sariel, você gostaria de nos mostrar seu projeto?” Logo após isso, um desenho apareceu na tela, e Sariel começou a falar: “Eu criei um modelo com comprimento no joelho, de cor marrom, ligeiramente alargado nos ombros. É feito de linho lavado em pedra, pois é sedoso, macio e prático para trabalho ao ar livre. Também possui bolsos espaçosos para transportar frutas e sementes.”

“Grande ideia, Sariel! E você, Joel?”

“Eu criei um tipo de macacão. Possui mangas curtas, comprimento pouco abaixo do joelho e caimento folgado. As manchas do jardim simplesmente vão desaparecer, por ser ele feito de algodão tingido em verde. Pode ser adornado com flores frescas, inserindo-se seus caules nessas aberturas próprias ao redor do pescoço.”

“Obrigada, Joel. Muito criativo!” – elogiou Gabriel.

Após isso, o Cliente Se levantou lentamente e disse: “Obrigado! Vocês criaram maravilhosos projetos que funcionariam perfeitamente, mas acabei de ter um momento de revelação.”

Todos os olhos se voltaram em direção ao Cliente. Não havia senso algum de frustração ou competição. Eles trabalhavam em harmonia, com um único senso de propósito.

“Eu sei o que eles deverão usar. É a solução perfeita!” – Ele fez uma pausa. “Eles devem usar a mesma roupa que Eu uso”.

Mãos à Bíblia


A ligação de Adão e Eva com seu Criador e Mestre se desenvolveu e cresceu através de contatos diários, em um mundo que não conhecia a decadência e devastação que o pecado traz.

1. Como podemos ter uma relação semelhante com nosso Criador hoje, em um mundo por muito tempo corrompido pelo pecado? 2Tm 3:16, 17; Lc 21:36; Mt 6:25-34; Jo 17:3

Karen Holford – Auchtermuchty, Escócia

Planeje, organize, receba bem os amigos na igreja, no dia 16!

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