sábado, 26 de dezembro de 2009

Cidades de Refúgio - 26/12/2009 a 26/12/2009

CIDADES DE REFÚGIO
Resumo Semanal - 20/12/2009 a 26/12/2009


Zinaldo A. Santos
Editor da Revista Ministério

Introdução


O capítulo 33 do livro de Números descreve minuciosamente as jornadas do povo de Deus no deserto. É impossível alguém ler esse capítulo e ficar indiferente ao terno amor e cuidado de Deus, ali tão assinaladamente manifestados.

Apesar das repetidas demonstrações de dúvida, hesitação, fraqueza humana, o Senhor caminhou adiante daqueles Seus filhos cada passo da jornada pelo deserto. Em todas as aflições que experimentaram, Ele também foi afligido. Cuidou deles como a mãe cuida do filho. Durante 40 anos, não permitiu que seus vestidos envelhecessem nem que seus pés inchassem (Dt 8:4). Operou milagres extraordinários em seu favor.

Mas a história ainda não chegou ao seu fim. Deus cumpriu Suas promessas feitas àquela geração, levando-a para a Canaã terrestre. Também cumprirá as promessas de conduzir Seu povo da atualidade à Canaã celestial. Para os modernos peregrinos, é consoladora a certeza de que cada etapa da jornada está marcada pelo amor infinito e a sabedoria de um Deus infalível. Ele nos está guiando por um caminho, às vezes sinuoso, para as moradas que está preparando (Jo 14:1-3).

Não existe nenhuma circunstância na vida ou nenhum componente de nossa experiência que não sejam amorosamente ordenados ou permitidos por Ele, tendo em vista nosso bem-estar atual e nossa felicidade eterna. Que nossa prioridade máxima seja viver em ininterrupta comunhão com Ele, “lançando sobre Ele toda a [nossa] ansiedade” (1Pe 5:7), até que, terminada a peregrinação, habitemos na “casa do Senhor para todo o sempre” (Sl 23:6).

Em nossa caminhada, podemos aprender preciosas lições extraídas dos preparativos que os israelitas fizeram antes de entrar em Canaã, de acordo com o estudo desta semana.

Lição de história


A primeira lição de nosso estudo está relacionada ao propósito que Deus tinha, ao ordenar que Moisés registrasse a história de “suas saídas, caminhada após caminhada” (Nm 33:2). Em cada detalhe dessa jornada, Ele podia ser visto operando em favor de Seu povo.

“Para Yahweh, era importante que a rota e suas paradas fossem registradas para que as gerações vindouras meditassem a respeito. E então teriam provas plenas da realidade do evento e do poder que conduziu Israel através do deserto, a caminho para a terra que fora prometida a Abraão, no pacto (Gn 15:18). O versículo deixa entendido que cada estágio da viagem foi determinado por Yahweh. Isso era feito por meio dos movimentos da nuvem, de dia, e pelos movimentos da coluna de fogo, à noite” (R. N. Champlin, O Antigo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, v. 1, p. 730).

Semelhantemente, nunca deveríamos nos esquecer dos poderosos feitos divinos em nosso favor, ao longo da nossa peregrinação terrestre. Nossa vida está pontilhada de exemplos de acontecimentos majestosos e outros aparentemente singelos que nos asseguram a direção de Deus em nossa vida. Cada um de nós pode enumerar muitos deles... Tê-los em mente nos ajuda a manter o sentimento de gratidão e nos reafirma a certeza de que, ao soprarem ventos tempestuosos no futuro, não estaremos sós.

Aconselha-nos Ellen White: “Conservemos sempre vivas na memória todas as ternas misericórdias que Deus tem tido para conosco – as lágrimas por Ele enxugadas, as dores que suavizou, as ansiedades que desvaneceu, os temores que dissipou, as necessidades que supriu, as bênçãos que concedeu – e fortaleçamo-nos assim para tudo quanto nos aguarda no restante de nossa peregrinação” (Caminho a Cristo, p. 125).

E mais: “Passando em revista a nossa história, percorrendo todos os passos de nosso progresso até o estado atual, posso dizer: ‘Louvado seja Deus!’ Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração por Cristo, e de confiança nEle como dirigente. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 31).

A segunda lição tem que ver com os deveres de Israel quando chegasse à terra prometida: No dizer de Champlin, “a invasão por parte de Israel não seria apenas a conquista de um território para servir de pátria. Também era mister que houvesse total purificação da idolatria e do paganismo, a fim de que o território conquistado fosse um lugar apropriado para a promoção do novo Israel, sob Yahweh, ou seja, a teocracia. Foi Yahweh quem deu a Israel a terra prometida, pelo que foi Ele quem ditou as condições que deveriam prevalecer ali. Seria agora finalmente, cumprida a antiga profecia dada a Abraão, ou seja, a taça da iniquidade dos povos cananeus estaria cheia; e então a destruição haveria de atingi-los (Gn 15:16). Tudo isso fazia parte do pacto abraâmico, que estipulava que Israel teria uma pátria especial” (Champlin, Op. Cit., 733).

Evidentemente, essa orientação estava inserida num contexto histórico específico. Em nossos dias, pela natureza de nossa missão como igreja e como indivíduos, é necessário interagir com o mundo. Apesar dos riscos que tal interação pode envolver, não podemos nos permitir ser influenciados por seus conceitos, tendências e máximas. Como “sal da terra” e “luz do mundo”, é nosso dever permanecer nele, exemplificando o poder transformador do evangelho, agindo como objetos inoxidáveis que entram em contado com a impureza, mas não se deixam contaminar. Jesus Cristo orou: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal... Santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17: 15, 17).

É assim que ajudaremos a encaminhar outros habitantes para a Canaã celestial.

Cidades dos levitas


Levi tivera um passado questionável, ao participar do assassinato dos siquemitas (Gn 34). Entretanto, se arrependera e se mantivera fiel em meio à apostasia que resultou na adoração do bezerro de ouro (Êx 32). E Deus recompensou a tribo com a investidura sacerdotal. “Levi tinha deixado de ser uma tribo e havia-se tornado uma casta sacerdotal” (Champlin, Op. Cit., p. 736). Com isso não dispunham de herança na forma de terras, mas haviam recebido cidades, em que pudessem habitar. “A herança dos levitas era Yahweh e o serviço a Ele prestado. Assim, ganhavam em herança espiritual o que tinham perdido em herança física” (Ibid.).

“Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e oito cidades, juntamente com os seus arredores. Quanto às cidades que derdes da herança dos filhos de Israel, se for numerosa a tribo, tomareis muitas; se for pequena, tomareis poucas; cada um dará das suas cidades aos levitas, na proporção da herança que lhe tocar” (Nm 35:7, 8).

“Os que foram designados para ministros do santuário – os levitas – não receberam herança em terras; habitavam juntos em cidades separadas para seu uso, e recebiam seu sustento dos dízimos, donativos e ofertas dedicados ao serviço de Deus. Eram os ensinadores do povo, hóspedes em todas as suas festividades, e em toda parte honrados como servos e representantes de Deus. À nação toda fora dada esta ordem: ‘Guarda-te que não desampares o levita todos os teus dias na terra (Dt 12:19). ‘Levi, com seus irmãos, não tem parte na herança; o Senhor é a sua herança’ (Dt 10:9) (Ellen G. White, Educação, p. 148, 149).

“Os servos do Senhor dependiam inteiramente dEle para ter sua porção. Não tinham herança nem possessão senão em Deus. Bendita herança! Precioso lote! Não há nenhum outro semelhante, segundo o juízo da fé.. [...] Deus tinha cuidado dos Seus servos e permitia a toda a congregação de Israel compartilhar do sagrado privilégio – porque tal certamente era – de cooperar com Ele em fazer provisões para aqueles que se haviam dedicado voluntariamente à Sua obra, abandonando tudo o mais” (C. H. Mackintosh, Estudos Sobre o Livro de Números, p. 363).

“Como é óbvio, os levitas precisavam de alguma terra e de certos bens materiais, pois de outra sorte não teriam sobrevivido. Viviam do ministério, mediante dízimos e ofertas, um princípio que foi transferido para o Novo Testamento (1Co 9:9)” (Champlin, Ibid.).

As cidades de refúgio


Das quarenta e oito cidades reservadas aos levitas, seis delas seriam cidades de refúgio, “para que, nelas se acolha o homicida” (Nm 35:6). Que tipo de homicida? Certamente, não eram os assassinos frios, violentos, contumazes. Eram pessoas que tivessem cometido erros trágicos, acidentais, e que por isso mesmo, provavelmente, estivessem sob forte tensão, emocionalmente abaladas pela experiência vivida, desejando ansiosamente retroceder no tempo e apagar o acontecimento.

Observe em Números 35:16-28 a diferença entre o assassinato intencional e o não intencional.

“Segundo dizem os rabinos, para facilitar a ida dos fugitivos, o Sinédrio tinha a responsabilidade de manter nas melhores condições possíveis as estradas que davam acesso às cidades de refúgio. Não poderia haver morros; em todos os rios deveria haver pontes, e a própria estrada precisava ter pelo menos trinta e dois cúbitos de largura (cerca de dezesseis metros). Em todas as curvas deveria haver placas de sinalização com a palavra Refúgio. Além disso, o fugitivo deveria ser acompanhado de dois estudiosos da Lei para, se possível, apaziguarem o vingador do sangue, caso este alcançasse o fugitivo” (Merryl F. Unger, Unger’s Bible Dictionary, citado em Charles Swindoll, Vivendo Sem Máscaras, p. 142).

Enquanto permanecesse dentro dos limites da cidade de refúgio, o transgressor estava seguro. Caso saísse e fosse encontrado pelo vingador, este o mataria e ficaria sem culpa (Nm 35:26, 27).
Uma vez na cidade, eis como deveria ser tratado: “Então a congregação julgará entre o matador e o vingador do sangue, segundo estas leis, e livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e o fará voltar à sua cidade de refúgio, onde se tinha acolhido; ali, ficará até à morte do sumo sacerdote, que foi ungido com óleo santo” (Nm 35: 24, 25).

Swindoll destaca três expressões desse texto:

“’Julgará’, ou seja, pesar os fatos, ouvir as explicações e refletir sobre as evidências, convencendo-se então da inocência do acusado. ‘Livrará’, isto é, depois disso, a congregação procuraria de todos os modos a sua sobrevivência e recuperação. A ação empreendida por esse grupo possui um sentido altamente afirmativo e positivo. ‘Fará voltar’, noutras palavras, restaurar plenamente o acusado. A congregação não tinha que providenciar apenas para que o homem fosse libertado de culpa e plenamente perdoado, mas tinha que ampará-lo para que recuperasse o senso de dignidade própria e seu valor pessoal. E, quando morresse o sacerdote, aquele homem estaria livre para voltar à sua casa” (Ibid., 146, 147).

Lições


Esse tema é pródigo no oferecimento de questões para reflexão e diálogo com os membros da unidade. A sugestão deste comentarista é que a oportunidade seja muito bem aproveitada.

1) “Entre as instruções específicas sobre o julgamento das pessoas suspeitas de homicídio constava: ‘Todo aquele que matar a outrem será morto conforme o depoimento das testemunhas; mas uma só testemunha não deporá contra alguém para que morra’ (Nm 35:30). Quanta sabedoria nessa instrução! Se a acusação fosse formulada por apenas uma pessoa, o suspeito não seria condenado, ainda que houvesse fortes evidências circunstanciais contra ele. Por outro lado, se ficasse comprovada a culpa, não haveria expiação nem resgate para livrá-lo de modo algum. Por mais elevada que fosse sua posição na sociedade, ele teria que pagar pelo seu crime. O pecado de homicídio tinha que ser severamente punido para que fossem mantidas a segurança e a pureza da nação. A vida humana, que só Deus pode conceder, tem que ser preservada de maneira sagrada” (Signs of the Times, 20/01/1881).

2) “Essa misericordiosa provisão contém uma lição para o povo de Deus até o tempo do fim. O mesmo Cristo que deu a Moisés instruções explícitas para o povo hebreu, quando esteve pessoalmente na Terra repetiu as mesmas lições sobre a maneira de tratar os que erram. O testemunho de uma só pessoa não é suficiente para inocentar ou condenar alguém. Visões ou opiniões de um homem não podem liquidar uma questão. Em qualquer assunto, é necessário que coincidam e dividam as responsabilidades duas ou mais pessoas. A proposta divina é que haja submissão entre os Seus servos. A posição de uma pessoa não deve ser dominante em relação a qualquer assunto. A consideração mútua e o respeito acrescentam dignidade ao exercício do ministério e unem os servos de Deus com os laços do amor e da harmonia. Ao mesmo tempo que devem depender de Deus para receber força e sabedoria, os que anunciam o evangelho devem buscar a harmonia mútua em todas as questões que requerem deliberação. ‘Pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça’ (Mt 18:16; Signs of the Times, 20/01/1881).

Uma pergunta pertinente: Quais são os critérios que fundamentam a aplicação da disciplina em sua igreja?

Felizmente, independentemente de quem seja o transgressor ou do erro cometido, há uma esperança perfeita e firme: “As cidades de refúgio destinadas por Deus ao Seu antigo povo são um símbolo do refúgio provido e revelado por Jesus Cristo. A oferta feita pelo nosso Salvador teve o valor suficiente para fazer a total expiação pelos pecados de todo o mundo, e todos os que, através do arrependimento e da fé, fugirem para esse Refúgio estarão seguros; encontrarão paz depois das mais terríveis pressões da culpa e alívio depois da mais profunda condenação. Através do sacrifício expiatório de Cristo e pela Sua obra de mediação em nosso favor, podemos ser reconciliados com Deus. O sangue de Cristo se provará eficaz para extirpar as piores manchas do pecado.

‘O misericordioso Salvador providenciou as cidades de refúgio para que os inocentes não tivessem que sofrer como culpados. Da mesma forma, o piedoso Salvador construiu, pelo Seu sangue derramado em favor dos transgressores da Lei de Deus, um seguro refúgio para o qual podemos correr em busca do livramento da angústia da segunda morte. E poder nenhum poderá arrancar das Suas mãos aquele que a Ele corre para ser perdoado” (Ibid.).

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Cidades de Refúgio - 25/12/2009 a 26/12/2009

Sexta, 25 de dezembro

Opinião
Com ou sem você, Ele vai vencer


Precisamos segurar a imutável mão de Deus. Ele está procurando pessoas fiéis para dar testemunho de Sua bondade, assim como Jó, que permaneceu fiel apesar de grande dificuldade. É vital que exemplifiquemos o caráter de Cristo, para que possamos ser uma luz para outros.

As promessas de Deus são verdadeiras, e Sua palavra permanecerá para sempre. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Como Seu povo, precisamos buscar Sua face para compreender Sua vontade. Alguns cristãos não veem Deus atuando em sua vida porque não são obedientes a Sua vontade.

Israel devia ter aprendido com a experiência, porque haviam visto Deus atuar vez após vez. Experimentaram em primeira mão Seu poder de prover alimento, água e vitória sobre os inimigos. Contudo, em vez de confiarem, eles reclamavam. É tão irônico como as pessoas nascidas após o Êxodo reclamavam que desejavam voltar ao Egito, quando nem ao mesmo o conheciam. Só tinham ouvido falar dele através das reclamações de seus pais.

Muitas vezes tendemos a perder de vista as promessas de Deus. Precisamos permanecer fiéis e pacientes, porque a prova de nossa fé produz paciência.

Falamos sobre como as pessoas estão sempre em movimento. Mas, como povo de Deus, precisamos saber para onde estamos indo e como chegar lá. E o mais importante, o que fazemos no caminho para lá? A Bíblia nos deu claras diretivas sobre essas perguntas. Como povo de Deus, precisamos estar prontos a nos colocar em movimento quando Deus nos orientar a fazê-lo. Abraão se colocou em movimento quando Deus lhe disse que saísse da terra de Ur. Ele não questionou a Deus. Precisamos seguir o exemplo de Abraão e nos lembrar de que Deus sabe o que está fazendo. Quando Ele nos pede que façamos algo, também nos dá o poder para fazê-lo. O livro de Números serve como lembrete para que confiemos em Deus, para que deixemos que Ele nos guie onde quer que nos peça para ir.

Nesta semana, estudamos sobre as cidades de refúgio. Devemos encontrar refúgio, descanso, nos braços de Cristo, para que não cometamos os mesmos erros que os hebreus cometeram enquanto viajavam para Canaã. Concentre-se nEle, como um de Seus filhos redimidos, a fim de que você possa desfrutar a vida eterna na Nova Terra.

Mãos à obra

1. Num mapa atrás de sua Bíblia, ou num atlas bíblico, identifique as cidades de refúgio (Js 20:7, 8). Após identificar os locais, registre quão distantes elas estavam uma da outra; a distância que alguém precisaria viajar para estar a salvo; quanto tempo em média levaria para alguém chegar a uma das cidades de refúgio a pé.
2. Você é o presidente da comissão que recebe os que fogem para sua cidade de refúgio. O que você tem para oferecer-lhes, e o que eles podem esperar? Quem provê esses recursos? Como você cuida não só das necessidades físicas deles, mas também de suas necessidades emocionais e espirituais?
3. Escreva um salmo de louvor pelos lugares de refúgio que Deus providenciou em sua vida. Lembre-se de admitir seus erros, recordar as dificuldades que enfrentou, e louvar a Deus pelas pessoas e lugares que fazem você se sentir seguro.

Marcia Na’ Tricia Smith | Nassau, Bahamas

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Cidades de Refúgio - 24/12/2009 a 26/12/2009

Quinta, 24 de dezembro

Aplicação

Para onde é que eu vou?


Após 40 anos de vagueações no deserto, os israelitas finalmente estavam prestes a reivindicar a promessa que Deus lhes havia dado. Haviam lutado tanto física quanto espiritualmente ao longo do caminho, vencendo o pecado e o eu, as montanhas e as murmurações, as nações e a natureza. Muitos haviam morrido ao longo do caminho, inclusive seu amado líder Moisés, que deixou de entrar em Canaã por causa de desobediência, mas havia obtido, após sincero arrependimento, um lugar na eterna Terra da Promessa.

“A cada um deles foi dado segundo sua fé. Os incrédulos viram cumprir-se seus temores. Apesar da promessa de Deus, declararam que era impossível herdar Canaã, e não a possuíram. Mas aqueles que confiaram em Deus, não olhando tanto para as dificuldade a se encontrarem, como para a força de seu Auxiliador todo-poderoso, entraram na boa terra” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 513).

A história dos israelitas não é singular, e quanto mais estudamos suas experiências, mais vemos a semelhança em nossa vida. O palco estava montado. Eles podiam ver a terra ao longe. Contudo, os israelitas enfrentaram de novo o “grande” desafio de fé. Será que se esqueceriam, como muitas vezes o fazemos, de quem os havia guiado no passado? Mas Deus mais uma vez os conduziria vitoriosos em meio à dificuldade. A batalha não seria ganha instantaneamente, mas tribo a tribo, vitória miraculosa após vitória miraculosa. Canaã acabaria sendo deles. Mesmo então Deus ainda teve de estabelecer cidades de refúgio em Canaã e ao seu redor, lugares seguros nos quais os pecadores condenados pelas leis judaicas poderiam estar a salvo. O Salmo 46:1 nos lembra que “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”. Eis aqui alguns conceitos dos quais precisamos nos lembrar ao reivindicarmos essa promessa: (1)Virão batalhas, em algumas das quais fracassaremos. O diabo tentará valentemente, até o fim, obter a vitória. A luta é um processo diário com novos desafios todos os dias. (2) Deus estabelece cidades de refúgio ao longo do caminho para que nos lembremos de quão disposto Ele está a nos salvar por Sua graça. (3) A batalha não é nossa, mas do Senhor. (4) A vitória está assegurada. A Terra Prometida nos aguarda. Cabe a nós confiar nas promessas de Deus e reivindicá-las!

Mãos à Bíblia

11. Como 2 Samuel 22:3 reflete, pelo menos em parte, o refúgio que as cidades forneciam?

12. Como encontramos em Cristo o mesmo tipo de refúgio e proteção que encontravam aqueles que fugiam para as cidades de refúgio? Veja Jo 8:10, 11; Ef 1:7; Cl 1:14; Hb 6:18.

Ao mesmo tempo, a comparação não é exata, porque nossa compreensão da cruz é que até mesmo os que cometeram pecados premeditados, até mesmo o assassinato, podem ser perdoados pelo Senhor.

Kerri-Ann McKenzie | Kingston, Jamaica

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Cidades de Refúgio - 23/12/2009 a 26/12/2009

Quarta, 23 de dezembro

Evidência
Onde está o GPS?


Quando eu estava crescendo, ouvia histórias bíblicas o tempo todo. Tinha um conjunto de discos que contavam todas as histórias fascinantes com as quais as crianças cristãs crescem: Davi e Golias, Ester, Josué e os muros de Jericó, e a história dos israelitas saindo do Egito, cruzando o deserto e finalmente entrando na Terra Prometida. Eu sempre imaginava Deus guiando Seu povo através desse infindável deserto numa linha reta do Egito até Canaã. Nos olhos de minha imaginação, esse deserto era tão vasto que era lógico o fato de eles terem levado anos e anos para atravessá-lo. Esse, contudo, não é o caso. Do lugar em que os estudiosos acreditam que os israelitas cruzaram o Mar Vermelho até as fronteiras de Canaã são aproximadamente 250 km. Se os israelitas tivessem tomado um caminho direto, poderiam ter chegado ao seu destino em menos de um mês. Essa informação é surpreendente quando se lê o livro de Números e se vê o povo de Deus vagueando pelo deserto por 40 anos. Por que Deus permitiria tal coisa? Quando olho para minha vida, e então para o mundo ao meu redor, parece que posso ver esse mesmo fenômeno acontecendo. Por que Deus me permite andar em círculos e vaguear por aí, aparentemente sem objetivo, quando Ele poderia simplesmente me dirigir exatamente para o lugar em que devo ir em seguida?

A resposta para os israelitas era que eles não estavam preparados para a terra prometida quando saíram do Egito. Na verdade, levaram todos os 40 anos para chegar ao ponto de possuir o relacionamento com Deus e a confiança nEle adequados para tomar a terra e morar nela. O deserto não foi um obstáculo que se interpôs em seu caminho, mas um instrumento necessário em sua jornada.

É isso, tenho certeza, o que Deus está fazendo em minha vida e na vida de outros. Deus tem um lugar de destino para cada pessoa. A despeito de quão importante seja que uma pessoa chegue a certo lugar, muitas vezes a parte mais vital de tudo é a viagem.

Mãos à Bíblia

Leia Números 35:22-34 e responda às perguntas a seguir:

6. Como a congregação inteira se envolvia no trato com essas situações? Por que era importante que todos se envolvessem?

7. Que distinção era feita entre o assassinato premeditado e o homicídio involuntário?

8. Embora a morte pudesse ter sido por acaso, aquele que cometia o ato ainda tinha que permanecer na cidade de refúgio a fim de ser protegido. Tendo em vista o contexto, por que isso era necessário?

9. O Senhor estabeleceu esse sistema de justiça, em que os seres humanos eram responsáveis por determinar a culpa e a inocência. Por que Ele não administrava de maneira sobrenatural a justiça, como fazia em outros casos?

10. Por que um assassino não podia ser morto pelo testemunho de uma só pessoa? O que isso nos diz sobre a seriedade da questão da pena de morte?

Jean Blackmer | Burtonsville, EUA

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cidades de Refúgio - 22/12/2009 a 26/12/2009

Terça, 22 de dezembro

Testemunho
Cristo, nossa cidade de refúgio


Porque Cristo é nossa cidade de refúgio, precisamos aprender dEle. “Precisamos aprender de Cristo. Precisamos saber o que é Ele para aqueles a quem Ele resgatou. Temos de sentir que pela fé nEle é nosso privilégio ser participantes da natureza divina, escapando assim da corrupção que pela concupiscência há no mundo. Somos então purificados de todo pecado, de todos os defeitos do caráter. Não precisamos conservar nem uma só propensão pecaminosa. ...

“Como participantes da natureza divina, hereditárias e cultivadas tendências para o mal são eliminadas do caráter, e somos feitos uma força viva para o bem. Sempre aprendendo do divino Mestre, partilhando diariamente de Sua natureza, cooperamos com Deus em vencer as tentações de Satanás. Deus trabalha, e o homem trabalha, para que este possa ser um com Cristo, como Cristo é um com Deus. Então nos assentamos juntamente com Cristo nos lugares celestiais. A mente descansa com paz e segurança em Jesus” (Ellen G. White, Maravilhosa Graça [MM 1974], p. 233.

“Temos acesso a Deus pelos méritos do nome de Cristo, e Deus nos convida a levar-Lhe nossas aflições e tentações, pois Ele as compreende todas. Não deseja que desabafemos nossos ais a ouvidos humanos. Pelo sangue de Cristo podemos chegar ao trono de Deus e encontrar graça para sermos ajudados em tempo oportuno. Podemos ir confiantes, dizendo: ‘Minha aceitação depende do Amado.’ ‘Porque, por Ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito’ (Ef 2:18). ‘No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nEle’ (Ef 3:12). Tal como um pai terrestre anima o filho a ir ter com ele a qualquer tempo, assim o Senhor nos anima a confiar-Lhe nossas necessidades e perplexidades, nossa gratidão e amor. Toda e qualquer promessa é certa. Jesus é nosso Penhor e Mediador, e colocou ao nosso dispor todos os recursos, a fim de que possamos ter um caráter perfeito. O sangue de Cristo, com sua permanente eficácia, é nossa única esperança; pois somente através de Seus méritos temos perdão e paz. Quando a eficiência do sangue de Cristo se tornar uma realidade para a alma através da fé em Cristo, o crente deixará sua luz brilhar em boas obras, na produção de frutos de justiça” (Ellen G. White, SDABC, v. 6, p. 1.116; ver Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 18).

Mãos à Bíblia

4. Qual era o objetivo das cidades de refúgio? Nm 35:6, 9-12

5. Tendo em conta o evangelho, como podemos entender a forma de justiça estipulada em Números 35:9-21?

O evangelho não ensina que o crime deve ficar impune. O assassino, mesmo arrependido, deve arcar com as consequências de seu ato. Qual sociedade pode funcionar se o crime não for castigado? O que vemos aqui é o modo de Deus certificar-Se de que um dos piores crimes, o assassinato, seja tratado com justiça.

L. J. Simms | Detroit, EUA

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cidades de Refúgio - 21/12/2009 a 26/12/2009

Segunda, 21 de dezembro

Exposição

Separadas, só para o caso de alguém precisar


Os filhos de Israel estão às portas de entrar na terra prometida. Deus está cumprindo Sua Palavra. É dada a ordem para que sejam separadas cidades de refúgio para pessoas que tirarem a vida de alguém.

“Esta misericordiosa disposição tornou-se necessária por causa do antigo costume da vingança particular, pelo qual incumbia ao parente mais próximo, ou ao herdeiro imediato do morto, o castigo do assassínio. ... O Senhor não achou conveniente abolir este costume naquela ocasião; mas tomou providências para garantir a segurança dos que, acidentalmente, tirassem a vida”
(Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 515).


Essas cidades não deviam ficar a mais de meio dia de viagem a pé, e estavam colocadas nos dois lados do Jordão para fácil acesso. As pessoas que fossem enviadas a uma cidade de refúgio tinham julgamento garantido. Essa era sua única esperança – seis cidades separadas, suficientemente perto, suficientemente seguras, só para o caso de alguém precisar.

O direito ao sangue (Nm 35:16-21). Quer o homicídio fosse intencional ou não, ainda era direito do parente buscar pena capital em favor do falecido. Deus permitiu isso, e alguns talvez agissem com base em seu direito, mas também, pela sabedoria e misericórdia de Deus, foi separado um local de refúgio para aqueles que matassem alguém acidentalmente.

Se você conseguir chegar, pode entrar (Nm 35:22-28). As cidades de refúgio deviam receber a todos, dos cidadãos aos estrangeiros que moravam na terra e que não tinham papéis para provar quem eram. A única exigência era chegar em segurança aos portões de refúgio para expor seu caso. Você não tinha que provar quem era, ou de onde tinha vindo. Tudo o que importava era o propósito com o que o ato havia sido cometido, e se no julgamento a congregação constatasse a não-intenção, sua vida era poupada, e quando o sumo sacerdote morresse você poderia voltar a sua propriedade.

Que alívio para aqueles que haviam cometido um erro! Quão misericordioso da parte de Deus dizer que as cidades de refúgio estavam abertas aos estrangeiros entre eles! Isso quer dizer que eles tinham tanto valor e tanta necessidade de refúgio quanto um hebreu.

A vingança só era uma ameaça se você saísse dos limites seguros da cidade e uma vez mais tomasse sua vida em suas próprias mãos, pois fora da cidade as regras mudavam e você se colocava à mercê da vingança da família cujo ente querido você havia matado. Entre, e continue dentro – essa era a única garantia de vida.

“O prisioneiro que em qualquer ocasião saía da cidade de refúgio, era abandonado ao vingador do sangue. Assim o povo foi ensinado a aderir aos métodos que a sabedoria infinita indicava para a sua segurança” (Ibid., p. 517).

Da cidade de refúgio a Cristo, nosso Refúgio (Ef 2). As cidades de refúgio eram um microcosmo de Cristo, que é nosso refúgio e força. Só nEle podemos encontrar segurança, tanto no mundo quanto do mundo. “O mesmo Salvador misericordioso que designara aquelas cidades temporais de refúgio, proveu pelo derramamento de Seu próprio sangue aos transgressores da lei de Deus um retiro seguro, aonde podem eles fugir em busca de garantia contra a segunda morte. Nenhuma força pode tirar de Suas mãos as almas que a Ele recorrem em busca de perdão” (Ibid., p. 516, 517).

Lembro-me de brincar de pega-pega no quintal. O objetivo era não ser “pego” ou tocado pelo pegador. Sempre havia uma zona segura (o “pique”), um lugar em que, se você conseguisse chegar, não podia ser pego. Você tinha que ser inteligente, rápido, e chegar ao “pique” sem ser pego. Eu era inteligente e rápido, mas às vezes cometia erros ou me descuidava, e era pego, virando o pegador. Eu detestava não conseguir chegar ao “pique”.

As zonas seguras (“piques”) separadas para Israel não eram parte de uma brincadeira de criança. Eram necessárias para proteger pessoas que acidentalmente haviam cometido séria ofensa que requeria séria intervenção. Precisamos de uma séria intervenção hoje. “Naquele tempo vocês estavam separados de Cristo; eram estrangeiros e não pertenciam ao povo escolhido de Deus. Não tinham parte nas Suas alianças, que eram baseadas nas promessas de Deus para o Seu povo. E neste mundo viviam sem esperança e sem Deus. Mas agora, unidos com Cristo Jesus, vocês, que estavam longe de Deus, foram trazidos para perto dEle pela morte de Cristo na cruz” (Ef 2:12, 13).

É em Cristo que encontramos nosso refúgio. A realidade é que alguém tinha que pagar, e foi Cristo, através da cruz. Ele sofreu. Ele morreu. E Ele derramou Seu sangue para que pudéssemos estar seguros nEle. Agora precisamos permanecer dentro dos braços (muros) de Cristo, pois temos um inimigo que ainda está à espreita fora dos portões. Refugie-se nAquele que aceita a todos e protege a todos os que buscam Seu perdão.

Mãos à Bíblia

3. Que provisão foi tomada em favor dos levitas? O que isso nos ensina sobre o modo de vida que os levitas deveriam ter? Nm 35:1-8

Eles deveriam viver no meio do povo, talvez como lembrança da fidelidade de seus pais durante a adoração do bezerro de ouro. Em consequência, em seus encargos sagrados, eles podiam ser testemunhas constantes para o povo do que significam fidelidade e santidade.

Baron Anthony Sovory | San Bernardino, EUA

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domingo, 20 de dezembro de 2009

Cidades de Refúgio - 20/12/2009 a 26/12/2009

CIDADES DE REFÚGIO


“Forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 6:18-20).

Prévia da semana:
Os levitas não só deveriam viver no meio de Israel para elmbrar ao povo os dons espirituais de Deus para eles, mas suas cidades de refúgio deveriam ilustrar outras lições sobre a justiça e a mediação de Deus.

Leitura adicional:
Patriarcas e Profetas, p. 515-517

Domingo, 20 de dezembro

Introdução

Proteção garantida


O Departamento de Justiça americano oferece proteção por toda a vida para testemunhas cuja vida é posta em risco por causa de sua disposição para testemunhar em julgamento contra criminosos indiciados. Uma vez aceitas no programa de proteção à testemunha, as testemunhas protegidas são levadas, numa rota e num esquema de horários não planejados, para uma nova cidade de residência, onde lhes é dada uma nova identidade, nome, emprego, história e documentação. É como se seu passado nunca tivesse existido; essas pessoas agora agem como atores em sua própria nova vida.

A mais importante regra do programa é: “Jamais contate qualquer pessoa da cidade de onde veio, e nunca mais volte lá!” Uma coisa é mudar seu nome, mas nunca mais ver seus amigos ou familiares? Como seria o Natal se você não pudesse ter qualquer contato com seus antigos amigos ou familiares, ou voltar para casa? O website do Departamento de Justiça americano declara que “nenhum participante do programa que siga as regras de segurança jamais sofreu dano enquanto estava sob a proteção ativa do Departamento de Justiça”. Qualquer perda que eles tiveram ocorreu porque alguém voluntariamente saiu da segurança da proteção do Departamento de Justiça.

Isso não é tão diferente das “cidades de refúgio” sobre as quais lemos em Números 35. Após matar alguém acidentalmente, a pessoa podia buscar refúgio numa dessas cidades predeterminadas até seu julgamento. Se fosse verificado ser essa pessoa inocente, ela seria devolvida a essa cidade, onde lhe era garantida segurança de qualquer pessoa que desejasse vingar o sangue do indivíduo morto acidentalmente. Ela deveria permanecer ali até a morte do sumo sacerdote, quando então estava livre para voltar para casa sem medo de dano. Contudo, se ela saísse antes disso, o “vingador” da vítima poderia com direito tirar-lhe a vida. Permanecer na cidade significava segurança garantida; sair dela era sair dessa proteção e colocar novamente a vida em risco.

Você está escolhendo permanecer no programa de proteção espiritual que Deus nos oferece? Está escolhendo seguir as diretrizes que Deus nos deu para nos proteger de alguém que espera por nós fora dessa área segura? Nesta semana examinaremos o programa divino de proteção para a terra prometida e sua relevância para nós hoje.

Mãos à Bíblia

1.
Leia Números 33. Por que você acha que o Senhor pediu a Moisés que descrevesse “suas saídas, caminhada após caminhada”? Qual pode ter sido o propósito?

O Senhor queria que eles, e as gerações futuras, nunca se esquecessem de que, realmente, toda a história do povo hebreu a caminho no deserto era a história de Deus e Sua conduta com os pecadores no esforço de salvá-los e levá-los para a Terra Prometida.

2.
Leia Números 33:50-56. Pondo de lado o contexto histórico imediato (e a inevitável e difícil questão que cria para nós), que importante princípio espiritual se acha nesses textos?

Chandler Riley | Laurel, EUA

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