sábado, 6 de março de 2010

Domínio Próprio - Resumo Semanal - 06/03/2010

DOMÍNIO PRÓPRIO

por Emilson dos Reis

A última das virtudes mencionadas por Paulo como parte do fruto do Espírito é enkrateia, que tem sido traduzida como domínio próprio ou temperança. Ela ocorre apenas aqui, em Gl 5:23 e em At 24:25 e 2Pe 1:6, e deriva da raiz krat, que significa “poder”ou “controle”. Também há o adjetivo enkrates – “continente” (que tem continência: a abstenção de prazeres) ou “que tenha domínio de si” (Tt 1:8) – e a forma verbal enkrateuomai, “abster-se de algo”, vertida como “se dominem” (1Co 7:9) e “se domina” (1Co 9:25).1

DOMÍNIO PRÓPRIO É PODER


Domínio próprio “descreve a força interior pela qual um homem se controla, recusando-se a ser levado ao léu pelos desejos ou impulsos diversos”;2 refere-se à possibilidade de moldar a vida, não segundo os maus desejos de nossa natureza pecaminosa, mas conforme os desejos de Deus, que sempre são puros, benéficos e bons.3 O domínio próprio, presente nesta listagem, é produzido pelo Espírito Santo na vida do crente, capacitando-o a refrear-se de vícios e excessos4 e parece estar contrastando com as diversas obras da carne que foram anteriormente mencionadas (Gl 5:19-21) e que, claramente, demonstram a auto-indulgência – o deixar-se levar pelas paixões e desejos – que é seu antônimo.5 Ter domínio próprio significa “ter poder sobre si mesmo”.6 Sim, é quando nos rendemos para ser totalmente dominados pelo Espírito de Deus que somos mais nós mesmos do que nunca.7 Em vez de pensarmos no cristão apenas como alguém que não pode (e não deve), fazer isso e aquilo, deveríamos saber que somente o cristão é que pode fazer algumas coisas: somente ele é que tem poder para ser obediente à vontade de Deus, somente ele é que pode amar de verdade, somente ele é que pode ter a vitória sobre os desejos impuros do coração e ainda assim viver em paz e contentamento.

O cristão tem poder para não viver pecando. “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” I João 3:9. O filho de Deus é simplesmente incapaz de viver uma vida pecaminosa. Isto não significa que ele nunca mais cometerá um ato de pecado, mas que ele não vive mais constantemente, habitualmente, uma vida de pecado. Quando creu em Cristo, houve uma “transformação interior, profunda, radical;” recebeu uma nova natureza, que “exerce uma forte pressão interna em direção á santidade”.8 “Deus armou os seus filhos para a guerra contra Satanás, implantando a sua própria natureza neles... Podemos dizer, portanto, em terminologia moderna, que os genes de Deus permanecem em Seus filhos, e que pecar é contrário à natureza deles”.9 Ilustremos esta verdade comparando dois animais: o porco e o gato. O porco tem prazer em chafurdar na lama. Faz parte de sua natureza. Mas um gato jamais fará isso. É um dos animais mais limpos que conhecemos: está sempre se lambendo, se limpando. Um gato nunca terá prazer em se revolver na lama simplesmente porque não faz parte de sua natureza. Assim, um filho de Deus não terá satisfação em viver uma vida pecaminosa.

O cristão tem poder para vencer o mundo. “Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” I João 2:15-17. Na Bíblia a expressão “mundo”, dependendo do contexto, pode significar “universo”, “Terra”, “humanidade”, etc. Mas neste texto se refere ao sistema pecaminoso e mau, inaugurado e chefiado por Satanás, com tentações e perversões de toda sorte, onde é incentivada a vida egoísta, carnal e ímpia e que exerce pressões psicológicas, intelectuais e até físicas para nos alienar de Deus e Seus caminhos. É um estilo de vida que se opõe à vontade de Deus e, nem mesmo O leva em conta. Aquele que o adota está preocupado apenas consigo mesmo, com seu prazer e não se importa se suas decisões terão a aprovação do céu ou não.

O mundo deve ser encarado por nós, não como amigo, mas como um inimigo que precisa ser combatido e vencido. Contudo, isso só é possível àquele que nasce de Deus. “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” I João 5:4. O filho de Deus é um vitorioso. As atrações e propostas do mundo perderam o seu fascínio sobre ele. Ele sabe que suas cores, seus sons, seus encantos e prazeres são ilusórios e passageiros. Armado de sua fé ele segue avante, obediente aos mandamentos de Deus, a quem devota o seu amor.10
DOMÍNIO PRÓPRIO E FORÇA DE VONTADE

Domínio próprio também pode ser entendido como força de vontade11. “Vontade” é uma expressão que pode ter diversos significados, sendo que os mais usados parecem ser: (1) Desejo, anseio, aspiração. Ex.: “Estou com vontade de comer um pedaço de bolo”; e (2) Capacidade de escolha, de decisão. Ex.: “O apóstolo Paulo tinha uma vontade de ferro” (o que indica que possuía firmeza e energia nas decisões). Aqui empregamos o termo “vontade” com o sentido de capacidade de decisão e não como desejo. “A vontade não é gosto nem a inclinação, mas o poder que decide”.12 Assim, alguém pode passar diante de uma confeitaria e, vendo os doces expostos na vitrina, ter o desejo de comê-los e, contudo, embora tenha tempo e dinheiro, por alguma razão sua vontade diz “não”, e ele segue seu caminho, sem saboreá-los.

Uma pessoa pode ter uma infinidade de desejos, mas a vontade é apenas uma. A vontade pode combater os desejos ou aliar-se a eles. Ela está acima das emoções e da razão, e é responsável pelas decisões e pelos caminhos do indivíduo. “A vontade é o poder que governa a natureza do homem, pondo todas as outras faculdades sob sua direção.”13 As faculdades mentais e as paixões devem ser controladas pela vontade.14 A razão pode analisar com clareza tudo que está envolvido e apontar o rumo correto, mas é a vontade que detém o comando. Pode concordar com a razão e decidir em harmonia com ela; pode render-se á emoção; pode ir contra uma e outra. É como uma máquina interna que toma decisões. A vontade é livre para escolher e se constitui na grande capacidade que torna o homem senhor de si mesmo, de seus atos, e, por isso mesmo, ele é simultaneamente livre e responsável.15 A vontade é a própria essência da personalidade. É a fonte de todas as ações.16

Uma pessoa pode ter uma vontade saudável ou uma vontade enferma. Os de vontade enferma podem ser classificados em três grupos: (1) Os impulsivos. São os que não gastam tempo para pensar. São incapazes de resistir a certos impulsos17 ou instintos.18 São impetuosos, rápidos demais em decidir e agir. (2) Os indecisos. Ao contrário dos anteriores, estes pensam demais. Em sua mente, os prós e os contras assumem grandes proporções e eles não sabem o que decidir. A razão realiza bem o seu papel, mas a vontade não assume o comando.19 (3) Os inconstantes. São os que raciocinam e decidem corretamente, mas não são capazes de executar o que decidiram. Deixam-se dominar pelos acontecimentos, em vez de dominá-los. Têm medo de agir.20

Na Bíblia encontramos exemplos de indivíduos que, pelo menos em certos momentos da vida, manifestaram uma vontade doentia. Assim, como exemplos de impulsivos, citamos Ananias e Safira que, levados pelo ímpeto do momento, decidiram doar para a igreja apostólica todos os recursos adquiridos com a venda de um terreno, mas que, ao terem o dinheiro em mãos, arrependeram-se da decisão precipitada que haviam tomado (Atos 5:1-11). Ló é o exemplo de alguém indeciso. Sendo avisado pelos anjos que Sodoma seria destruída, demorava-se em tomar a decisão de partir (Gên. 19:1, 12-16). Pilatos, por sua vez, é apresentado como inconstante, pois, havendo analisado as acusações feitas contra Jesus, chegou à conclusão e declarou que Ele era inocente e, embora tivesse decidido soltá-Lo, deixou-se dominar pelos acontecimentos e O entregou para ser morto (Atos 3:13; Luc. 23: 13-25).

É através da vontade que o pecado conserva seu domínio sobre os homens.21 A vontade que não foi rendida ao domínio de Cristo é governada por Satanás22 e embora o homem não possa por si mesmo controlar seus impulsos e emoções como gostaria23 tem a capacidade de tirá-la do domínio de Satanás e entregá-la a Cristo.24 Quando isto é feito, “a graça de Cristo Se apresenta para cooperar com o agente humano”25 transformando a mente e o coração, pela atuação do Espírito de Deus.26 Ao entregarmos a Deus nossa vontade ela nos é devolvida “purificada e refinada” e tão em harmonia com Ele que nos tornamos condutos de Seu “amor e poder”.27

DOMÍNIO PRÓPRIO E OS HERÓIS DA BÍBLIA

As narrativas bíblicas contêm exemplos de pessoas que exerceram grande domínio próprio – mesmo com risco de grave perigo ou da perda da própria vida – e também de indivíduos que falharam em exercer o auto-controle.

José possuía controle pessoal. Em certo período de sua vida, ele foi tentado todos os dias pela senhora Potifar. Segundo todas as aparências, haveria vantagens em ceder e sérios riscos em dizer “não”. Além disso, ele nem tinha uma família por perto nem uma igreja para apoiá-lo. Estava sozinho. Contudo, ele possuía uma clara compreensão de quem era Deus e do que era pecado. Ele decidiu recusar e recusou. Disse e fez. Disse “não” e fugiu. Ele não entregou o controle de sua vida a outra pessoa. E se deu mal. Sim, o resultado imediato não foi bom. Foi caluniado e lançado na prisão. Todavia, Deus usou essas mesmas coisas para o seu bem e, alguns anos depois, ele saiu do cárcere para ocupar o posto de governador o Egito, a maior potência daqueles dias. Com isso, aprendemos também a avaliar os resultados de nossas escolhas a longo prazo (Gn 39:7 a 41:44).

Sansão foi um homem forte em força física e fraco em força de vontade. Tinha tudo para dar certo. Foi escolhido por Deus para um trabalho especial mesmo antes de nascer. Seus pais eram tementes a Deus e fizeram o que de melhor poderia ser feito para educá-lo nos caminhos de Deus e prepará-lo para sua missão. Foi abençoado por Deus e frequentemente o Espírito do Senhor Se apoderava dele e lhe concedia extraordinária força física. Mas ele não possuía domínio próprio, especialmente no que se referia ao sexo. Contrariamente à vontade de Deus, casou-se com uma filistéia; depois esteve com uma prostituta; e, mais tarde, juntou-se a outra filistéia: Dalila. No relacionamento com esta, parecia estar enfeitiçado. Não conseguia perceber que as palavras e ações dela claramente atentavam contra a vida dele. Dizem que quem não se governa acaba sendo governado por outros. Assim foi com Sansão. Nas semanas finais de sua existência, foi dominado por seus inimigos, os filisteus. Felizmente, em seu último dia de vida, ele teve um lampejo de lucidez. Percebeu seu erro e decidiu cumprir sua missão, mesmo que perdesse sua vida. Decidiu retirar o controle de sua vida das mãos dos filisteus e assumi-lo. Pediu a Deus que o usasse mais uma vez, só mais uma vez. E Deus o ouviu. (Jz 13-16). É por isso que seu nome pode constar na galeria dos heróis da fé, em Hb 11.

Daniel é um brilhante exemplo de temperança e domínio próprio. Observe o relato bíblico: “Resolveu, Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.” (Dn 1:8). Daniel não era um jovem de vontade doentia. Não era impulsivo, nem indeciso, nem inconstante. Possuía grande força de vontade. Sabia dizer “não” ao mal, coisa que alguns têm dificuldade em fazer. Durante sua vida ele teve de dizer “não” muitas vezes, inclusive para os homens mais poderosos do mundo. Ele disse “não” ao chefe dos eunucos e ao cozinheiro-chefe quando estes lhe disseram para comer da comida real (Dn 1:8-16). Ele disse “não” ao chefe da guarda, quando este foi encarregado pelo rei de matar os conselheiros, por não conseguirem revelar o sonho e sua interpretação (Dn 2:12-16). Quando Nabucodonozor imaginou que o reino da Babilônia seria eterno, Daniel lhe disse “não”; outros reinos lhe sucederiam e o reino de Deus é que seria eterno (Dn 2:37-44). Quando Belsazar ofereceu a Daniel posições e riquezas para que este interpretasse a escrita na parede, Daniel disse “não”. A interpretação seria gratuita (Dn 5:16-17). Quando Dario promulgou um decreto que proibia se fizesse petição a qualquer homem ou deus, que não fosse o rei, Daniel disse “não”, e foi orar ao Deus Eterno como sempre o fizera (Dn 6:6-10). Qual era o segredo de Daniel? Ele recebera de Deus o dom do domínio próprio e se apoderara dele. De fato, quando um homem aprende a dominar-se, faz-se capaz de dominar o mundo exterior. Antes disso, nunca. Quando uma pessoa aprende a dizer “não” a si mesma, saberá e terá força moral para dizer “não” a outros, quando necessário.

DESENVOLVENDO O DOMÍNIO PRÓPRIO


Ao buscarmos cultivar o domínio próprio, bem como outras qualidades, será muito proveitoso efetuar, ao final de cada dia, uma breve revisão de nossos comportamentos, atitudes e palavras durante o dia que findou. Desse modo nos é possível descobrir os motivos que nos levaram a agir de uma ou de outra maneira e a perceber, com mais clareza, onde falhamos e onde acertamos. Isto resultará em conhecermos melhor a nós mesmos e em podermos planejar e executar um melhor relacionamento com Deus e com os homens. Se, por exemplo, falhamos em nos dominar em determinada situação, devemos pensar em qual deveria o comportamento correto e, então, depois de confessar nosso pecado a Deus e pedir Seu perdão e nos perdoar a nós mesmos, podemos planejar agir de modo correto na próxima vez em que passarmos por algo semelhante.28

Ao encerrar seu arrazoado sobre o fruto do Espírito, o apóstolo declara: “Contra estas coisas não há lei” (Gl 5:23). A lei de Deus não condena nenhuma destas coisas, antes, são elas que capacitam o homem a viver em acordo com esta mesma lei. O mesmo pode ser dito em relação às leis humanas. A sociedade não necessita de nenhuma proteção contra os que ostentam estas qualidades: o amor, a paz, a bondade, a mansidão, o domínio próprio; mas frequentemente necessita ser protegida contra aqueles que manifestam as obras da carne: prostituição, lascívia, inimizades, ciúmes, iras, invejas, bebedices, e coisas semelhantes.29

Devemos, portanto, entregar a Deus o domínio de nossa vontade e pedir que Ele nos conceda este poder, o poder sobre nós mesmos, o poder de dizer “não” ao pecado e ao mal. Deixemos o Espírito de Deus operar em nossa vida e apreciemos e cultivemos a virtude do domínio próprio.

Referências bibliográficas
1. H. Baltensweiler, “Domínio próprio, Sensatez, Prudência”, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, 4 Vols., editado por Colin Brown, traduzido por Gordon Chown (São Paulo: Vida Nova, 1985), 1:682-683; D. H. Tougue, “Domínio próprio, Temperança”, O novo dicionário da Bíblia, 3 vols., editado por J. D. Douglas (São Paulo: Vida Nova, 1966), 1:443.
2. John William MacGorman, “Gálatas”, Comentário bíblico Broadman, 12 vols., editado por Clifton J. Allen e traduzido por Adiel Almeida de Oliveira (Rio de Janeiro: JUERP, 1985), 11:150.
3. Ver Baltensweiler, 1:683.
4. Russell Norman Champlin e João Marques Bentes, eds., “Autocontrole”, Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia, 6 vols., 3ª ed. (São Paulo: Candeia, 1995), 1:396.
5. Ver Baltensweiler, 1:683; Tougue, 1:443.
6. Baltensweiler, 1:684.
7. Gary L. Thomas, As virtudes cristãs (Rio de Janeiro: Textus, 2003), 15.
8. John R. W. Stott, As epístolas de João: Introdução e comentário (S. Paulo: Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão, 1985), 110.
9. Edward A. Mc Dowell, Comentário bíblico Broadman, 12 vols., editado por Clifton J. Allen e traduzido por Adiel Almeida de Oliveira (Rio de Janeiro: JUERP, 1985), 247.
10. Emilson dos Reis, “As marcas de um cristão”, Revista Adventista, Fevereiro de 2000, 12.
11. Ver argumento completo em Emilson dos Reis, Como preparar e apresentar sermões, 2ª ed. (Tatuí:Casa Publicadora Brasileira, 2004), 80-88.
12. Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, 2 Vols., 3ª ed. (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1996), 2:685.
13. Ibid.
14. Ibid., 1:100 e 2:406.
15. Alberto Montalvão, Psicologia, Biblioteca de Ciências Exatas e Humanas, Vol. 2 (São Paulo: Novo Brasil Editora Ltda., 1982), 201.
16. White, 2:685.
17. Montalvão, 202.
18. Ibid., 193.
19. Ibid., 202.
20. Ibid.
21. White, 2:683.
22. Ibid., 2:692.
23. Ibid., 2:694.
24. Ibid., 2:686.
25. Ibid., 2:691.
26. Ibid., 2:692.
27. Ibid., 2:693.
28. Ver idem, Obreiros Evangélicos, 4ª ed. (Santo André, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1969), 275.
29. MacGorman, 150.

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Domínio Próprio - 05/03/2010 a 06/03/2010

Sexta, 5 de março
Opinião
Cuidado!

Muitos cristãos não estão cientes dos perigos para nós que vêm através dos diversos tipos de mídia. A televisão, o rádio, as revistas e muitos sites da internet têm o objetivo de controlar nossa mente sem nem mesmo termos consciência disso. “Qualquer informação programada subliminarmente para seu subconsciente não encontra resistência. Essa informação subliminar é armazenada em seu cérebro com uma identificação que acionará uma reação retardada capaz de influenciar seu comportamento.”1 Essas mensagens são apresentadas a nós tão rapidamente na forma de palavras impressas, figuras ou vozes, que não nos conscientizamos delas. Saber sobre informações que estão programadas para nos alcançar de forma subliminar dá um significado adicional ao Salmo 101:3. É quase como se o salmista entendesse plenamente que o subconsciente pode absorver muitas coisas das quais a pessoa não está nem mesmo ciente.

A mídia procura definir a realidade para nós. Grande parte dela apresenta o pecado de maneiras excitantes. É como se os que estão trabalhando em vários setores da mídia fizessem esforço especial para degradar nossas faculdades mentais e espirituais. O perigo para nós é que os valores do mundo pecaminoso gradualmente moldam nossa maneira de pensar, e, então, acabam moldando nossa maneira de viver. É aí que ocorre a luta pelo domínio próprio. A mídia também pode amortecer nosso interesse pela meditação na Palavra de Deus e nossa capacidade para tal. Aqui está o que um escritor e ávido leitor tem a dizer sobre sua experiência pessoal: “O que a internet parece estar fazendo é cortando minha capacidade de concentração e contemplação. Minha mente agora espera captar informações da maneira como a web a proporciona: numa corrente de partículas que se move rapidamente.”2

1. Steven Jacobson, Mind Control in the United States.
2. The Atlantic. “Is Google making us stupid?”, Nicolas Carr. http://www.theatlantic.com/doc/200807/google (acessado em 12 de dezembro de 2008).

Mãos à obra

Estude o poema “Se” de Rudyard Kipling (http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u92310.shtml), e considere como o conselho dele, e o de Paulo em Gálatas e Colossenses, podem ajudar você a viver uma vida de domínio próprio.
Prepare uma lista das coisas que você fez em seu tempo de folga na semana passada. Avalie se cada atividade foi saudável ou não. Faça uma lista de alternativas positivas para cada item negativo. Pratique suas alternativas positivas.
Convide um(a) amigo(a) que ajude você a começar um novo hábito bom. Corram juntos(as), partilhem dicas de alimentação, músicas, livros, atividades missionárias, pratiquem juntos(as) o controle da ira ou estratégias para enfrentar um vício. Comprometa-se com seu(sua) amigo(a) a praticar esse novo hábito por 40 dias seguidos.
Peça a um(a) amigo(a) chegado(a) que mencione uma coisa que você faz habitualmente que esteja prejudicando a você mesmo(a) ou a outros. Discutam maneiras de você mudar esse comportamento, e criem um plano para isso.

Xhantilomzi Perseverance Mlamleli East London, África do Sul

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Domínio Próprio - 04/03/2010 a 06/03/2010

Quinta, 4 de março
Aplicação
Quando ninguém está olhando


Resistir à tentação pode ser uma batalha, especialmente quando não há ninguém olhando. O próprio Jesus admitiu que, embora às vezes nossa mente possa estar pronta a fazer o que é correto, nossa natureza carnal é como um vento que nos impele para trás (Mc 14:38). Na hora da provação, quando você achar que ninguém está olhando, Deus está vendo. Ele deseja que pratiquemos o domínio próprio e que controlemos nosso temperamento mesmo quando formos deliberadamente provocados por outros (Rm 12:19-21). Ele deseja que nos tornemos temperantes em nossa dieta e que sujeitemos até nossos pensamentos ao que é santo e aceitável a Ele. Deus deixou um trilho para seguirmos ao desenvolvermos o domínio próprio. O trilho está claramente demarcado por placas. Eis aqui algumas:

Afivele o cinto de segurança (Is 59:1). Quando fazemos isso, estamos garantindo que nosso coração esteja seguramente preso ao divino trono da graça. Fazemos isso ao orar fervorosamente e colocar nossa confiança no Altíssimo. Estar em constante comunhão com Ele conservará Suas palavras gravadas em nosso coração. Então, o Espírito Santo poderá nos livrar.

Medite em Filipenses 4:8. Se enchermos a mente de pensamentos puros, estaremos mais bem equipados para resistir à tentação. À medida que as sementes de bons pensamentos germinarem e criarem raízes em nossa mente, estaremos mais capacitados a resistir a quaisquer ataques que coloquem em risco nosso domínio próprio. Resistir ao mal se tornará então uma questão de princípio.

Aprenda a fazer o bem (Is 1:17). Ajudar os outros é uma das melhores rotas de fuga na luta contra a tentação. Quando você estiver enfrentando uma situação probante, coloque-se em pé ao lado de Deus, dê meia volta e faça, em vez disso, o que é bom. Atos de bondade neutralizarão a tentação e direcionarão seu enfoque para a força de Deus, em vez de sua fraqueza.

Corra, amigo, corra (Tg 4:7). Fugir da tentação não é sinal de fraqueza. É sinal de domínio próprio. Deus diz que precisamos evitar o diabo porque a batalha não é nossa, mas dEle. Quando fugimos, reconhecemos Sua graça salvadora e Sua capacidade de nos salvar. Corra, e deixe que Ele tome conta de seus medos.

Mãos à Bíblia

10. Em outra ocasião, Paulo novamente se referiu à analogia da corrida que vimos anteriormente. Quais são alguns dos “pesos” que estão atrasando sua corrida? Hb 12:1

11. Que regras para viver em santidade Paulo nos aconselha a seguir? Cl 3:1-10. Como você pode aplicar essas regras à sua própria vida a fim de conseguir a vitória sobre o pecado que tão facilmente nos embaraça?

O domínio próprio não é desenvolvido em um só dia. Vem mediante ganhos e perdas, sucessos e fracassos. Leia Filipenses 3:12.

Nkosazana Uviwe Maxhela Cidade do Cabo, África do Sul

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quarta-feira, 3 de março de 2010

Domínio Próprio - 03/03/2010 a 06/03/2010

Quarta, 3 de março
Testemunho
Determinando o futuro

“O que pode ser feito para conter a onda de doenças e crime que está varrendo a humanidade e levando-a à ruína e à morte? Como a grande causa do mal deve ser encontrada na condescendência com o apetite e a paixão, a primeira e grande obra de reforma deve ser aprender a praticar as lições de temperança e domínio próprio. Para efetuar uma mudança permanente na sociedade para melhor, a educação das massas precisa começar cedo na vida. Os hábitos formados na infância e juventude, os gostos adquiridos, o domínio próprio obtido, os princípios inculcados desde o berço são, de maneira quase certa, o que determina o futuro do homem ou da mulher. Crime e corrupção ocasionados pela intemperança e moral frouxa podem ser evitados pelo treinamento adequado na juventude. Um dos grandes auxílios no aperfeiçoamento de um caráter puro e nobre nos jovens, que os fortaleça no controle do apetite e faça com que se abstenham de excessos degradantes, é a boa saúde física. E, por outro lado, esses mesmos hábitos de domínio próprio são essenciais para a conservação da saúde” (Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 13 de dezembro de 1881).

“Os muros do domínio próprio e da restrição própria, em nenhum caso devem ser enfraquecidos e derribados” (Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 168). “Os que não vencem nas pequeninas coisas não terão força moral para resistir tentações maiores. Todos os que procuram fazer da honestidade o princípio dominante nos assuntos diários da vida, necessitam estar em guarda para que não cobicem nenhuma prata, nem ouro, nem vestes. Enquanto estiverem contentes com o alimento e o vestuário apropriados, considerarão um problema fácil guardar o coração e as mãos do vício da cobiça e desonestidade” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 410).

“Sem dúvida, [irmã H] você enfrentará coisas que irão exacerbar sua mente e testá-la severamente; mas o domínio próprio pode ser seu na força de Jesus.” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 501).

Mãos à Bíblia

“Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (1Co 9:27, NVI).

A partir dessa declaração de Paulo, responda às perguntas a seguir:

7. Que analogia (comparação) Paulo usa para nos ajudar a entender a batalha contra o eu e o pecado na qual todos estamos envolvidos?

8. Que confiança tinha Paulo a respeito da corrida em que estava? De onde vinha a confiança dele? Por que devemos ter a mesma confiança?

9. Embora Paulo mostrasse confiança, ele também estava ciente da possibilidade do fracasso. Como ele descreveu isso, e qual foi a solução?

Khaka Gomba Pretória, África do Sul

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terça-feira, 2 de março de 2010

Domínio Próprio - 02/03/2010 a 06/03/2010

Terça, 2 de março

Exposição
Nenhum de nós


O significado de temperança (Sl 101:3; 1Co 9:24-27; Gl 5:23; Fp 3:8, 9). Temperança “é o desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, intelectuais e espirituais” (Ellen G. White, Educação, p. 13). É o domínio de todos os nossos atos, pensamentos, sentimentos, hábitos, apetites, desejos e paixões. Temperança, ou domínio próprio, significa morrer para o eu e deixar Cristo assumir o controle de todos os aspectos de nossa vida. Note que esse fruto descreve o relacionamento da pessoa consigo mesma.

Quando adquirir o domínio próprio (Gn 37-39; Jz 13-16; Dn 1; Lc 2:52). “Na infância e na juventude é que o caráter é mais impressionável. Então é que se deve adquirir o poder do domínio próprio. ... Mais do que qualquer dom natural, os hábitos contraídos nos primeiros anos decidirão se a pessoa há de ser vitoriosa ou vencida na batalha da vida” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 134). Prova disso é vista na vida de Jesus, na de Daniel e seus companheiros, e na de José. Muitas pessoas aconselham a desfrutar a vida enquanto se é jovem. Então, quando se chegar à velhice, alguém poderá começar a viver de maneira reta. Isso não funciona. Considere-se a vida de Sansão, Nero e Alexandre o Grande. Deus nos ensina que devemos buscá-Lo nos dias de nossa mocidade (Ec 11:9; 12:1). “O jovem que encontra prazer e felicidade em ler a Palavra de Deus e na oração, é constantemente refrigerado pela Fonte da vida. Ele atingirá uma excelência moral e amplitude de pensamentos de que outros não podem ter ideia” (Idem, p. 431).

A mente e nossas palavras (Pv 4:25, 26; Mt 6:19, 20; Cl 3:2, 3; 1Jo 2:15, 16). “A mente é a capital do corpo. ... A mente controla o homem todo. Todas as nossas ações, boas ou más, têm sua origem na mente. É a mente que adora a Deus e nos põe em contato com os seres celestiais” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 72). O que dizemos e fazemos se origina na mente. Nossa maneira de responder aos estímulos do ambiente geralmente se origina na mente. Se sua mente estiver focada no mundo, você agirá e pensará como o mundo o faz. O apóstolo Pedro nos admoesta a estar no controle de nossa mente (1Pe 1:13). Se desejamos pensar de certa maneira, precisamos nos concentrar em coisas que estão associadas a essa maneira (Pv 4:25, 26), pois pela contemplação somos transformados. Precisamos concentrar a mente nas coisas do alto, ajuntar nossos tesouros no Céu e não amar o mundo. Precisamos nos concentrar em Cristo (Is 26:3) e aprender a pensar da maneira como Ele pensa, pois Ele é nosso perfeito exemplo. Uma vez que você tenha controle sobre a mente, será mais fácil controlar o que você fala. A Bíblia nos encoraja a temperar a palavra com graça (Cl 4:6), para que outros possam ser levados a Cristo (Cl 4:6; Rm 15:18). Ore para que Deus ponha guarda aos seus lábios (Sl 141:3). E lembre-se sempre de que as palavras expressam os pensamentos.

Os apetites (Hb 12:1; 1Co 6:19, 20; 10:31). O corpo é um templo de Deus. Portanto, não devemos consumir alimentos nem bebidas que o contaminem. Em Romanos 12:1, somos admoestados a apresentar o corpo como sacrifício vivo a Deus.

O que comemos afeta nossa maneira de pensar. “Nenhum cristão deve ingerir comida ou bebida que lhe embote os sentidos, ou que atue de tal maneira sobre o sistema nervoso que o faça degradar-se, ou o inabilite para a utilidade. O templo de Deus não deve absolutamente ser contaminado. As faculdades da mente e do corpo devem ser conservadas com saúde, de modo a ser empregadas para glória de Deus” (Ellen G. White, Temperança, p. 18). Tudo o que fazemos deve ser feito para a glória de Deus.

Os frutos (Mt 19:26; Jo 15:5, 16; Gl 5:22-25; Fp 4:13). Numa videira, os ramos produzem frutos. Os frutos e os ramos dependem da videira para sua sobrevivência. Cristo disse que Ele é a vinha e nós somos os ramos. Se nós, como ramos, permanecermos ligados a Ele, daremos muito fruto. Portanto, sem Ele não podemos produzir os frutos do Espírito. Sem Ele não podemos ter domínio próprio. O fruto do Espírito Santo só pode ser produzido em nós na extensão em que dependemos de Cristo (Mt 19:26; Fp 4:13).

Um ramo não produz frutos para consumi-los para si mesmo, mas para servir a outros. Da mesma forma, produzimos os frutos do Espírito Santo para que possamos abençoar a outros e levá-los a Cristo. Precisamos ser capazes de vencer os desejos da carne e praticar a temperança, enquanto fazemos o bem a outros. “Porque nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si” (Rm 14:7).

Mãos à Bíblia

No triste exemplo de Sansão existem lições bastante poderosas que devemos aprender. Foi trágico que alguém com tantos dons e tantas promessas fosse desviado tão facilmente.

6. Considerando o que sabemos sobre Sansão, que importante mensagem e advertência encontramos a seu respeito? Jz 13:24, 25

Sansão permitiu que suas paixões e lascívia vencessem todo o bem. Quem não sofre com a realidade desse conflito? O grande conflito não é só um símbolo; descreve a batalha travada entre Cristo e Satanás, não apenas como um conflito cósmico nos céus, mas igualmente em todo ser humano.

Khwezi Yanga Toni Cidade do Cabo, África do Sul

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segunda-feira, 1 de março de 2010

Domínio Próprio - 01/03/2010 a 06/03/2010

Segunda, 1º de março

Evidência
Autocontrole e autodestruição

Os detalhes que envolvem a morte de Alexandre o Grande são discutíveis. Um relato declara que, enquanto estava ocupado com planos para melhorar a irrigação do Eufrates e acalmar a costa arábica do Golfo Pérsico, Alexandre ficou muito doente durante uma cerimônia em honra da partida de Nearco para a Arábia. Essa mesma cerimônia também estava comemorando a morte de Héracles. Nesse evento, Alexandre encheu uma imensa taça de vinho e a tomou rapidamente. Isso lhe causou grande dor e angústia. Contudo, ninguém conseguiu ajudá-lo, e ficou evidente que ele iria morrer. Seus amigos lhe perguntaram: “Para quem você deixa o reino?” Ele respondeu: “Para o melhor [o mais forte].” Essas foram as últimas palavras dele. Ele foi chamado o Grande, mas não foi “o grande” no exercício do domínio próprio. Ele conquistou o mundo, mas não conseguiu conquistar seus desejos. Ele literalmente morreu de beber.

Segundo uma convergência de evidências científicas e crenças espirituais, o bem-estar consistente depende mais da capacidade da pessoa de controlar experiências internas do que de controlar eventos e circunstâncias externas. Isso de maneira alguma é um conceito novo. É uma ideia encontrada em muitas culturas e religiões. O controle de desejos internos determina o resultado das experiências externas.

Na primeira parte de 2 Samuel 11, Davi intencionalmente observa Bate-Seba se banhando e ordena que ela lhe seja trazida. Como resultado dessa falta de autocontrole, Bate-Seba fica grávida, e Davi manda matar o marido dela para poder se casar com a moça. Esse assassinato em si exibe mais falta de autocontrole ainda. José, contudo, exerceu domínio próprio quando a esposa de Potifar se ofereceu para ele.

Embora a mentira dela sobre o que aconteceu tenha feito com que José fosse parar na prisão, o resultado final de sua recusa em sucumbir à proposta dela foi que uma nação foi salva da morte pela fome.

Mãos à Bíblia

Traído por sua própria família, vendido como escravo, José tinha bons motivos para duvidar do amor e cuidado (e até da existência) do Deus sobre quem ele havia sido ensinado desde a infância. Mas não foi isso o que ele fez.

3. Qual foi o segredo da vitória de José? Gn 39:7-20

4. Como José foi “recompensado” pela recusa em se submeter à tentação? Gn 39:20. Ele foi acusado falsamente e lançado na prisão. É isso o que se consegue por ser fiel?

5. Qual é a verdadeira recompensa por vivermos de acordo com a vontade de Deus? Gl 6:8

Sipiwe Nelani Cidade do Cabo, África do Sul

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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Domínio Próprio - 28/02/2010 a 06/03/2010

Domínio Próprio

“Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (1Co 9:27, NVI).

Prévia da semana: O pensamento correto leva à vida correta. Depender dos sentimentos tem seus perigos. O domínio próprio é desenvolvido quando permitimos que as Escrituras orientem nosso pensamento.

Leitura adicional: Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver; Ben Carson e Cecil Murphey, Ben Carson (Tatuí, CPB, 1998)

Domingo, 28 de fevereiro

Introdução
O controle de Cristo é domínio próprio


Provérbios 25:28 basicamente nos fala sobre o controle do próprio temperamento. Os muros eram erigidos para proteger uma cidade contra o crime. A cidade que não fosse protegida estava exposta a todo tipo de coisas. Da mesma forma, a pessoa sem domínio próprio se expõe a todo tipo de males. O domínio próprio é a faculdade de restringir e dirigir a si mesmo de acordo com a vontade de Deus e para Sua glória.

Tentação – intrusa que insiste em vir, / Impedindo-me de o sucesso conseguir / No objetivo que tanto tenho almejado / De ter o fardo dos ombros retirado. / Ela mexe com meu eu se digo não / Àquilo que satisfaz à paixão. / Preso estou em situação dolorosa, / Pois existo em carne pecaminosa. / A carne aos rios do pecado me conduz / E através dos seus desejos me seduz. / A resistência ao pecado, no momento, / É um sonho de vida que acalento. / Mas o futuro, então, à mente vem / E me vejo alcançando um valioso bem – / O domínio próprio.

O domínio próprio não é obtido meramente pela supressão dos desejos, mas também pelo controle dos desejos. É a manifestação da obra de Deus em nós por meio do Espírito Santo. A falta de domínio próprio é responsável por muitos dos problemas de hoje em dia. O amor insuficiente por Deus e Sua Palavra resulta na falta de domínio próprio (2Tm 3:1-4).

Como obtemos o domínio próprio? “A fim de saber como nos conduzir circunspectamente, precisamos seguir o caminho indicado pelos passos de Cristo” (Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956], p. 154). Aprendemos o domínio próprio ao nos entregarmos ao Senhor. Sermos controlados por Cristo é saber que somos dEle. Nesta semana, que sua oração seja: “Dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem” (Sl 17:5, Almeida, Edição Revista e Corrigida de 1969).

Mãos à Bíblia

Alguns sinônimos do domínio próprio são autodisciplina, força mental e força de vontade. Esse fruto do Espírito vai muito além de simplesmente refrear os cristãos para que não façam o que é proibido, mas inclui nos habilitar para fazer o que é bom.

1. Contra que três pecados nos previne 1 João 2:15 e 16? Como se manifestam em nossa vida se não formos cuidadosos?

2. Filipenses 4:8 menciona quais devem ser os enfoques da vida cristã. Quais são eles, e como podem nos proteger dos perigos mencionados em 1 João 2:15 e 16?

Existe uma constante luta contra o próprio eu, contra a carne e contra os caminhos do mundo. Paulo descreve esse dilema em Romanos 7:15-18. Porém, em Romanos 8:1, ele nos dá a resposta. Confira em sua Bíblia.

Edinor Lindiwe Donda | Pretória, África do Sul

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