sábado, 1 de novembro de 2008

O Anúncio da Expiação - 01/11/2008 a 01/11/2008

RESUMO SEMANAL - 26/10/2008 a 01/11/2008

A EXPIAÇÃO ANUNCIADA


Pr. João Antonio Alves
Professor de Teologia do IAENE

Verso para memorizar: “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:5).

Pensamento-chave: Mostrar como, séculos antes da cruz, Deus anunciou de diferentes maneiras Seu plano de salvação.

Como vimos em lições anteriores, a decisão de Adão e Eva em não atender a ordem de Deus com relação à árvore da ciência do bem e do mal resultou na ruptura da relação, o medo de se encontrar com o Senhor (“Tive medo e me escondi” – Gn 3:10), entre outras conseqüências. Ellen White expressa vividamente a situação: “...o pensamento de seu pecado o encheu de terror. ... Experimentavam uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez de alma.” E, quando ouviram a voz do Senhor, “fugiram aterrorizados, e procuraram esconder-se nos mais profundos recessos do jardim” (Patriarcas e Profetas, p. 49, 51). É possível que intuíssem a execução do decreto de morte que pesava sobre eles (“No dia em que dela comeres, certamente morrerás” – Gn 2:17), daí a profundidade de seu terror. Iria Deus executar a sentença naquele encontro? Não lhes seria dada uma segunda chance?

Na verdade, o Criador não estava ali para “passar a mão sobre a cabeça”, ignorar o pecado, como se nada houvesse acontecido. Mas, apesar das conseqüências que deveriam ser anunciadas, Deus era portador de boas-novas. Como é destacado na lição, “o primeiro missionário na história cósmica não foi uma criatura, mas o próprio Criador!” Deus ali estava para lhes anunciar que, embora fossem merecedores da morte eterna, havia uma solução para o problema do pecado. Este não seria ignorado, mas o pecador teria uma saída, e a vida eterna ainda era possível. Essa mensagem de salvação deveria ser mantida viva na mente de Seu povo, até que Cristo viesse e concretizasse o plano. Deus utilizou diferentes meios para preservar a promessa entre Seu povo. Um deles foi reafirmar a variados personagens o Seu plano. Isto é o que veremos nesta semana.

1. Uma promessa para Adão e Eva

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).

O Novo Testamento interpreta esta passagem, atribuindo-lhe um significado messiânico. Isto pode ser visto na referência de Paulo a Deus “esmagando a Satanás” (Rm 16:20), como também ao dizer que Cristo, “por Sua morte”, destruiria o diabo (Hb 2:14). De forma ainda mais explícita, Apocalipse 12 se refere à “antiga serpente”, interpretada aqui como um símbolo do “diabo e Satanás” (v. 9), no contexto de sua guerra contra Miguel, aqui entendido como Jesus. Antigos autores cristãos, como Justino (ca. 160 d.C.) e Irineu (ca. 180 d.C.), interpretaram Gênesis 3:15 como um Protoevangelho, a primeira profecia messiânica do Antigo Testamento.

Não repetiremos aqui os argumentos apresentados na lição, mas recomendamos que sejam estudados com atenção. Queremos destacar alguns aspectos adicionais no episódio, particularmente os que se referem à promessa e seus resultados na vida de Adão e Eva. A situação de culpa é suficientemente clara, e a punição – dores de parto, distorção do desejo no relacionamento homem x mulher, maldição sobre a terra, produção de espinhos, trabalho penoso para conseguir o sustento diário e, finalmente, a morte – ainda assim é menor do que o que foi prometido, ou seja, a morte imediata. O fato de eles serem punidos não deveria impressionar a ninguém, e sim o fato de continuarem vivos. A sentença veio como uma vida separada do ambiente amigável do Éden, uma vida em conflito, cheia de dor, etc., ma,s ainda assim, era vida, e não a morte que fora indicada (Gn 2:17). O homem escolheu o caminho da morte, mas Deus insistiu em lhe oferecer a vida. O santo casal foi amaldiçoado, mas, ao mesmo tempo, foi protegido pela promessa – a de um Libertador. Assim, ambos poderiam se livrar da morte, abandonando o caminho da morte e voltando a viver em harmonia com o objetivo original de Deus.

Entenderam eles o significado das palavras de Deus? A morte era inevitável – ao fim, deveriam voltar ao pó. Esta era a realidade da qual não podiam fugir. Mas as palavras do Legislador provocaram uma consciência apenas de morte, como se este fosse o futuro inescapável? Em realidade, não. Adão tornou-se o homem da esperança. Esta esperança se expressa no nome dado a sua mulher. Observe que, até este momento da narrativa, a mulher não havia recebido um nome (em 2:23 há uma designação genérica). Mas agora, após a promessa do v. 15, “deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos” (Gn 3:20). O nome Eva – hebraico Hawwah – é uma forma semítica arcaica da palavra “vida” (M. Veloso, O homem, pessoa vivente, p. 97). O significado do nome transcende o simples ato de denominar alguém e expressa a confiança na promessa de Deus, da vitória do descendente da mulher sobre Satanás, o que resultaria finalmente na recuperação da vida. A partir da promessa, o homem viveria em esperança. Esperança que se fundamenta na promessa de Deus. A promessa os vincula ao passado, à sua vida original, à experiência do jardim, particularmente à vida de comunhão com o Criador. Desconhecer a promessa é seguir o próprio destino, é tentar construir com as próprias mãos um lugar substituto para o Éden perdido, é desprezar a oferta divina de restauração; enfim, é rejeitar o único Substituto que pode tornar acessível o futuro.

Para reflexão: Qual é o fundamento de sua esperança? Seu esforço pessoal, seu planejamento? Os planos humanos quase sempre frustram seus idealizadores. Mas a promessa de Deus ainda pertence a quem confiar em Sua provisão. Quem assim o fizer, jamais será desapontado.

2. “Abraão viu Meu dia”

“Abraão alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8:56).

Como Abraão viu Jesus? Afinal, Jesus era ainda muito jovem. Portanto, esta era uma impossibilidade, raciocinaram os ouvintes. Aqui temos uma mudança de perspectiva: Jesus lhes falara que Abraão vira o Seu dia, e eles perguntam se Ele vira a Abraão. Com isto pretendiam mostrar a superioridade de Abraão sobre Jesus. E que dia é este mencionado por Jesus? A partir do episódio narrado em Gênesis 22, é possível obter uma compreensão acerca do que Abraão viu. Quem é pai (ou mãe) pode imaginar o dramático da cena: Abraão e Isaque em viagem para oferecer um holocausto (v. 3), o que implicava em um sacrifício. Entretanto, o relato diz que eles levaram a lenha para o holocausto, o fogo e o cutelo (v. 6), mas faltava o cordeiro (v. 7). Esta referência implica que o cordeiro era um animal costumeiramente oferecido em holocausto. O coração de Abraão chorava ao ouvir a pergunta filho: “Onde está o cordeiro?” Mas o outrora descrente Abraão se havia entregado completamente nas mãos de Deus. Este era um assunto que ele não podia resolver. Não era possível encontrar uma alternativa (caso do nascimento de Ismael). Tampouco era possível mentir (como no Egito, ao dizer que Sara era sua irmã). Ele podia, sim, ignorar e desobedecer a Deus. Mas ele escolheu o caminho da fé. Confiou inteiramente na misericórdia divina ao se dispor a entregar o filho da promessa. Ainda assim, seu coração estava profundamente angustiado.

Foi neste estado de ânimo que Deus Se revelou, ou, como disse Paulo, o evangelho foi antecipadamente anunciado a Abraão (Gl 3:8). O que era impossível a Abraão, Deus proveu. Deus é provedor. Provê às necessidades mais profundas do ser humano. Se Ele já nos deu Cristo (Jo 3:16), podemos ter a certeza de que tudo o mais Ele nos dará. Não nos dá o que queremos, mas o de que necessitamos. No cordeiro que o Senhor proveu, Abraão viu o mistério do evangelho, da expiação substituinte, do animal sacrifical, símbolo de Jesus, que morreria em lugar do pecador. Foi assim que Abraão viu o dia de Cristo. Como expressou Ellen White, “Abraão desejara grandemente ver o prometido Salvador. ... E viu a Cristo. Foi-lhe concedida uma luz sobrenatural, e ele reconheceu o divino caráter de Cristo. Viu o Seu dia e alegrou-se. Foi-lhe dada uma visão do divino sacrifício pelo pecado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 453).

Abraão esteve disposto a sacrificar o que de mais precioso possuía, ou seja, seu filho, o filho da promessa. Isto ele fez porque teve fé. Não foi um ato de loucura, e sim de fé. Pela fé, o que você está disposto a sacrificar pelo Senhor? Abraão confiava em Deus e acreditava que Ele poderia trazer seu filho de entre os mortos. Você crê que Deus pode dar a sua vida um significado que transcende tudo o que você experimentou até agora? Se sim, entregue a Deus aquilo que impede que você desfrute uma experiência plena com o Salvador. Como disse Jon Paulien, “a melhor evidência de que uma pessoa aceitou ou não a Cristo não é o que diz com a boca, mas sim com sua conduta” (Juan, 188).

Segundo Ellen White, “Satanás estava a postos para sugerir que ele [Abraão] devia estar enganado, pois que a lei divina ordena: ´Não matarás´, e Deus não exigiria o que uma vez proibira” (Patriarcas e Profetas, p. 146). Acrescenta ainda que “perto estava Satanás para insinuar dúvidas e incredulidade...” (Patriarcas e Profetas, p. 147). Qual é sua reação pessoal quando Deus lhe pede alguma coisa que ultrapassa a lógica humana?

3. Moisés e a revelação da salvação

Deus tirou Israel do Egito com mão forte, braço estendido, operando maravilhas. Conduziu-o por meio do mar, como em terra seca, proveu-lhes do pão do céu, a água não faltou, e tantas maravilhas quantas forem possíveis conceber. Mas isto não foi suficiente para aquele povo. Na ausência de Moisés, fabricaram um ídolo, como conheceram no Egito, um bezerro de ouro, e entregaram-se à idolatria, esquecendo-se do pacto que pouco tempo antes tinham feito com o Senhor. Rebelião! O resultado deveria ser a morte de todo o povo. Mas exatamente aqui entendemos o papel simbólico desempenhado por Moisés: intercessor em favor do pecador. Neste sentido, Moisés atuou como um tipo de Cristo, o verdadeiro e único intercessor/mediador entre Deus e o homem pecador.

Moisés ofereceu a própria vida em favor do povo. Mas o sacrifício de Moisés não podia servir de expiação para o povo por um pecado que o próprio Moisés não havia cometido. A resposta de Deus é muito clara: “Riscarei do Meu livro todo aquele que pecar contra Mim” (Êx 32:33). É uma prerrogativa do Criador perdoar e expiar pecados.

Moisés não buscou justificativas para o pecado do povo. Ele confessou o pecado. Desde o Éden, é comum o pecador procurar justificativas para suas decisões que contrariam a vontade de Deus. Mas a verdadeira atitude, a única que pode encontrar a solução almejada, passa pela confissão completa e específica de todo pecado. Moisés não tentou aliviar a extensão do pecado do povo: “O povo cometeu grande pecado” (Êx 32:31). Posteriormente, ele acrescenta “a iniqüidade, a transgressão e o pecado” (Êx 34:7). Se tamanho era o pecado do povo, então, a morte era inevitável, certo? Errado! Moisés discerniu nas palavras do Criador que a graça divina ainda estava disponível.

Em que Moisés confiava para falar assim ao Senhor? No conhecimento que tinha de Deus. Moisés era homem poderoso em fé. Observe que Deus é descrito como sendo “compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa...” (Êx 34:6,7). Se, na experiência de Abraão, Deus é provedor, neste caso Ele é o Deus que perdoa. Por isso, Moisés clama: “Perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado” (Êx 34:9). E Deus perdoa.

Podemos resumir com duas palavras a lição contida neste episódio: intercessão e perdão. O pecador não pode salvar a si mesmo. Seu pecado o condena. Diante de um Deus santo, o único resultado seguro é a morte. Daí a necessidade de alguém que atue como mediador, que pleiteie diante do Soberano do Universo em favor do condenado. Este Alguém é Cristo. Como está escrito, Ele vive “sempre para interceder” por aqueles que se chegam a Deus (Hb 7:25). É com base nesta intercessão, conduzida por Ele no santuário celestial, que o perdão alcança o pecador arrependido.

Além das duas palavras-chave do parágrafo anterior, devemos destacar ainda que a idolatria, não importando a forma como se manifesta na vida de alguém, inevitavelmente provoca a Deus em Sua santidade e exige a punição. O que se deve pensar no presente é como abandonar a idolatria em todas as suas formas e restabelecer a aliança com o Senhor, mediante o sangue da cruz e a intercessão de nosso Sumo Sacerdote.

Existe algum ídolo acariciado em seu coração, que necessita ser abandonado? Faça isto agora.

4. O Servo do Senhor

Alguns autores consideram o texto de Isaías 52:13–53:12 como o mais importante do Antigo Testamento. Independentemente de tal apreço, é o mais citado/aludido no Novo Testamento, visto ser uma das mais completas descrições da obra redentora do Messias. Com isto se anunciava, sem margem para dúvidas, que a única solução para o problema introduzido pelo pecado seria a obra do Servo do Senhor.

Isaías 53 fala de rejeição: o Servo foi rejeitado enquanto viveu (53:1-3). E o clímax da rejeição ocorreu na morte do Servo (53:4-9). Por que morreu? Que significado tem Sua morte? Ele morreu em nosso lugar, como nosso substituto. Sua obra foi realizada em nosso favor. Ele não morreu por Seus pecados, visto que não pecou, e sim por causa dos nossos. Teologicamente, trata-se de morte expiatória e expiação vicária.

A morte do Servo foi iniciativa divina, evidência de Sua graça, livremente concedida ao pecador.

O v. 7 declara que o Servo foi como um cordeiro levado ao matadouro. O cordeiro era o animal por excelência do sistema sacrifical. Mas ali estava o verdadeiro , “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Ao ser sacrificado como cordeiro, o Messias cumpriu com todo o simbolismo dos sacrifícios levíticos, tornando-os desnecessários.

Mas o Servo não permaneceria morto. Voltaria a viver. Seria exaltado (52:13). E ficaria satisfeito ao ver que não morrera em vão. Muitos seriam justificados em virtude de Seu sacrifício expiatório.

Esta descrição profética da morte sacrifical de Cristo foi oferecida por Isaías como a única forma eficaz de expiação do pecado. Cristo Se tornou o que nós somos para que fôssemos restaurados à comunhão com Deus.

Pense na grandeza da obra de Cristo realizada na cruz do Calvário em seu favor. A obra foi definitiva. Não é necessário repetir-se. Que resposta você tem dado a esta manifestação da graça infinita? Foi por você. Aceite a oferta! O caminho da salvação está aberto. O Messias espera por você.

“Este capítulo [Isaías 53] deve ser estudado. Ele apresenta Cristo como Cordeiro de Deus. Os que são contaminados pelo orgulho, que estão cheios de vaidade, devem considerar este quadro de seu Redentor, e humilhar-se até o pó. Todo o capítulo deve ser decorado. Sua influência subjugará e humilhará o coração poluído pelo pecado e enaltecido pela exaltação própria” (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 4, p. 1.147).

5. Anunciado em Daniel

A expiação também foi anunciada em Daniel. Qual era a situação? A data indicada no capítulo 9 é o primeiro ano de Dario, o Medo, ou seja, 539 a.C. Fazia muitos anos que o povo de Deus estava no cativeiro, enquanto a cidade e o templo estavam desolados. Estudando a profecia de Jeremias, Daniel entendeu que o período do cativeiro deveria estar perto do fim, mas não sabia como harmonizar tal informação com a profecia das 2.300 tardes e manhãs que, segundo o anjo, “se refere a dias ainda mui distantes” (Dn 8:26). Em angústia mental, desejando ver o retorno de seu povo para Jerusalém, “levando ainda o fardo pelo bem de Israel” (Patriarcas e Profetas, p. 533), Daniel fez uma confissão completa de pecados.

Deve ser observado que Daniel se identificou com o povo em seus pecados, ainda que ele mesmo recebesse uma boa avaliação de seus inimigos (Dn 6:4, 5), e lhe fosse assegurado que ele era “mui amado” pelo Céu (9:23; 10:11, 19). Esta é uma lição que necessitamos aprender com Daniel: todos devemos continuamente buscar a graça divina para nossos problemas espirituais, confessando nossos pecados, e ter a certeza de que somos “mui amados”.Merece ser destacado neste estudo que a oração de Daniel inclui vários termos gerais para “pecado” (a lista é parcial):

1. “temos pecado” (v. 5) – ḥāṭā˒ – significado básico é “errar o alvo” – Falando eticamente, pecar é errar o alvo que Deus tem para os seres humanos de uma vida santa. Israel, como nação, não tinha alcançado o desígnio de Deus de que fosse um povo santo.

2. “cometido iniqüidade” (v. 5) – ˓āwâ – parece derivar de uma raiz que significa “curvar” ou “torcer”. Parece enfatizar o fato de que o pecado é alguma coisa “torcida” ou “pervertida” ou que aquele que peca tem mudado de direção, afastando-se do caminho estreito e direto, e assim entorta os seus caminhos. Palavras que expressam justiça no Antigo Testamento geralmente têm o significado primário de “retidão” (straightness); assim, fazer tortuosos os caminhos de alguém é pecado. Esta mudança de direção, apartando-se do caminho prescrito por Deus, é condenada, porque é deliberada.

3. “fomos rebeldes” (v. 5) – rāša˓ – o hebraico pode descrever alguém que é culpado de crimes contra a humanidade ou contra Deus. O crime de Israel foi o da rebelião (mārad) contra seu Deus.

4. “apartando-nos dos Teus mandamentos” (v. 5) – Esta parece ser uma descrição da natureza da rebelião de Israel contra Deus, que teria deixado de lado e se recusado a obedecer às leis e mandamentos de Jeová. O termo para “lei” aqui é mišpāṭ, definida como “declarações autoritativas concernentes à espécie de comportamento que é aceitável e a espécie que não é” (Goldingay, Daniel,245).

5. “transgressões” – (v.7) ma’al – infidelidade a Javé no culto ou na vida.

Diante de tanto pecado, o que faria Deus? Deus perdoa. Esta é a maravilha do amor divino. Não importa qual seja o pecado, “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9).

Mas como Deus faz isto? Através do sacrifício expiatório de Cristo. Gabriel foi enviado do Céu com uma mensagem para Daniel. A mensagem centraliza-se em Cristo e na obra que Ele realizaria. Isto não pode ser passado por alto. A ênfase é posta na pessoa de Jesus. Observe o que envolvia a obra do Messias:

1. Ele faria uma grande expiação: “Para expiar a iniqüidade” Dn 9:24c.
2. Esta expiação traria a justiça eterna: “Para trazer a justiça eterna” - Dn 9:24d.
3. O santuário celestial seria ungido para o início de Sua obra sumo-sacerdotal: “Para ungir o Santo dos Santos” - 9:24f.
4. Data para a vinda do Messias: “Até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” (Dn 9:25), que nos leva até o ano 27 d.C., quando Jesus foi ungido em Seu batismo.
5. Seria morto: “Será morto o Ungido” (Dn 9:26a). Ano 31 d.C.
6. Seria rejeitado em Sua morte: “E já não estará” (Dn 9:26b)
7. Faria a grande oferta final do velho concerto a Israel: “Ele fará firme aliança com muitos por uma semana” (Dn 9:27a)
8. O Messias traria o sistema sacrifical a um fim: “Na metade da semana fará cessar o sacrifício” (Dn 9:27b); “E o véu do santuário rasgou-se de alto a baixo” (Mt 27:51). A partir da morte do Messias, os sacrifícios no templo perderam seu significado.

A morte do Messias é o foco da profecia. Esta é a maneira mediante a qual o Senhor oferece a solução para o problema do pecado. Não importa a extensão do pecado. Confessá-lo e confiar na graça perdoadora de Deus, isto é o que necessitamos fazer.

Marcadores: , ,

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O Anúncio da Expiação - 31/10/2008 a 01/11/2008

Sexta, 31 de outubro

Opinião

Em nosso lugar


Quando ouvimos a palavra expiação, o que vem à mente? Você percebe a importância dela em sua vida? Recentemente, saí com uns amigos. Por estar buscando idéias para escrever a lição de hoje, perguntei a eles o que eles sabiam sobre a expiação de Cristo. Ficaram em silêncio por uns momentos, até que um de meus amigos me pediu que partilhasse algo sobre a expiação.

Foi então que descobri quão pouco eu na verdade sabia sobre esse assunto. De alguma forma é um assunto comum, mas muito raramente discutido até o âmago. Sim, sei que Jesus morreu por mim porque me ama. Muitas vezes já ouvi isso sendo discutido durante a Escola Sabatina, especialmente quando era criança. Cantamos muitos hinos sobre isso, e já decorei versos que falam dessa maravilhosa promessa de salvação. Contudo, enquanto eu estava estudando para escrever esta lição, fiquei impressionada com o que descobri – o amor que fez Deus Se sacrificar para morrer em nosso lugar é incompreensível.

“No instante em que o homem aceitou as tentações de Satanás, e fez exatamente as coisas que Deus lhe havia dito que não fizesse, Cristo, o Filho de Deus, Se colocou entre os vivos e os mortos, dizendo: ‘Que a punição caia sobre Mim. Eu ficarei no lugar do homem. Ele terá outra chance’” (Comentário de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, v. 1, p. 1.085). Que maravilhoso Salvador Ele é! Temos tudo a ganhar, e nada a perder. Jesus fez tudo por amor, um amor imensurável.

Canções da promessa de salvação têm soado ao longo das gerações que vieram após Adão e Eva. Essas canções começaram no Éden, onde ocorreu a primeira transgressão, e onde Deus anunciou Seu plano para salvar a humanidade. Ele também instituiu leis e cerimônias que lembrariam às pessoas essa promessa. O sacrifício que elas ofereciam era de animais inocentes e sem defeito – símbolos da expiação de Cristo. Hoje em dia, não mais oferecemos esses sacrifícios. A morte de Cristo no Calvário cumpriu a promessa que eles prefiguravam. Ele pagou o resgate pleno, sem nada a menos.

A cena no Calvário é a essência de nossa fé. Precisamos nos concentrar nela para que não nos percamos. Ela é um símbolo de que sempre podemos confiar nas promessas de Deus. Contudo, Ele não pode nos forçar a amá-Lo. Não é de Sua natureza forçar ninguém a fazer nada. A escolha de aceitar ou recusar Seu convite para a felicidade eterna está em nossas mãos.

Dicas

1. Pesquise como as pessoas expiam seus pecados nas seguintes religiões: islamismo, hinduísmo e na posição secular/não-religiosa/agnóstica/ateísta.
2. Memorize Efésios 2:8, 9. Partilhe esses versos com um amigo ou colega de trabalho não-cristão e diga a ele ou ela por que esses versos são especiais para você.
3. Grave o testemunho de como você veio a aceitar a Cristo como seu Salvador. Escolha um hino cristão que ilustre sua experiência e use-o como acompanhamento para suas palavras.
4. Faça uma avaliação de sua resposta à expiação de Jesus por seus pecados. Escreva num diário sobre um aspecto de sua vida que você ainda não entregou inteiramente a Deus, e como você planeja entregá-lo a Ele.

Rizza Mae M. Liwanag | Makati, Filipinas

Marcadores: , , , ,

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O Anúncio da Expiação - 30/10/2008 a 01/11/2008

Quinta, 30 de outubro

Aplicação
Como retribuir o amor

8. Em sua oração, como Daniel descreveu a condição do povo? Dn 9:7-11

Mesmo pecadores perdoados devem reconhecer constantemente, como Daniel, que precisam diariamente da graça perdoadora de Deus.

9. Qual foi o pedido específico de Daniel ao Senhor? Em que base Daniel fez esse pedido? Dn 9:16-19

O amor de Deus por nós está sempre acessível. “Foi para nos remir que Jesus viveu, sofreu e morreu. Tornou-Se um Varão de dores, para que pudéssemos tornar-nos participantes das alegrias eternas. Deus permitiu que Seu Filho amado, cheio de graça e verdade, viesse de um mundo de indescritível glória para outro mareado e corrupto pelo pecado e obscurecido pela sombra da morte e da maldição” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 13). Esse foi o maior dom que Deus podia nos dar para provar Seu amor por nós. Mas você já pensou nas coisas que podemos fazer para partilhar todo o amor que Deus tem derramado sobre nós? Eis aqui algumas idéias:

1. Obedeça aos mandamentos de Deus. João 14:23 diz: “Se alguém Me ama, obedecerá à Minha palavra” (NVI). João 14:15 também declara: “Se vocês Me amam, obedecerão aos Meus mandamentos” (Ibid.). Deus nos deu Seus mandamentos para que os seguíssemos; e ao fazê-lo, mostramos a Ele que O amamos. Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, mente e alma.

2. Lembre-se de que Cristo morreu por nós. Quando internalizarmos esse pensamento em nossa vida diária, seremos capazes de fazer coisas de acordo com a vontade de Deus sem qualquer hesitação, porque sabemos que Ele deu Seu Filho por nós para salvar-nos de nossas transgressões.

3. Ame a Deus acima de todas as coisas. Leia Êxodo 20:3, 5. Como filhos de Deus, devemos amar a Deus acima de todas as outras pessoas e posses materiais. Segui-Lo em tudo o que fazemos mostra que O amamos sinceramente.

4. Arrependa-se e confesse todos os seus pecados. Devemos nos arrepender de todos os nossos pecados – nosso ódio, nossos ciúmes, nossa ira e quaisquer atos maus contra outros. Naturalmente cometemos pecados, mas se verdadeiramente amarmos a Deus, o Espírito Santo nos ajudará a ter uma mudança de mente e coração. Devemos olhar para a cruz em que Jesus morreu para salvar-nos. “A confissão verdadeira tem sempre caráter específico e faz distinção de pecados. Estes podem ser de natureza que devam ser apresentados a Deus unicamente; podem ser faltas que devam ser confessadas a pessoas que por elas foram ofendidas; ou podem ser de caráter público, devendo, então, ser confessados com a mesma publicidade. Toda confissão, porém, deve ser definida e sem rodeios, reconhecendo justamente os pecados dos quais somos culpados” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 38).

Renelyn F. Fornoles | Muntinlupa, Filipinas

Marcadores: , , , ,

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O Anúncio da Expiação - 29/10/2008 a 01/11/2008

Quarta, 29 de outubro

Evidência

Anúncio nascido do amor


7. Que grande esperança e promessa se encontram na profecia messiânica de Isaías? Is 52:13–53:12

O problema do pecado era tão sério que só o Servo do Senhor (o Messias Jesus) poderia resolvê-lo. Essa descrição profética da morte sacrifical de Cristo foi oferecida por Isaías como a única forma eficaz de expiação do pecado. Cristo Se tornou o que nós somos para que fôssemos restaurados à comunhão com Deus.

Podemos extrair dois pontos importantes ao ler o pronunciamento de Deus para Adão e Eva e para Satanás no Jardim do Éden. O primeiro é a profecia de que haveria conflito entre Satanás e a mulher, e entre a semente dele e a dela (Gn 3:15). Esse pronunciamento alarmou Satanás porque subentende que “o homem seria habilitado a resistir ao seu poder” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 506). Contudo, ele ainda se regozijou “de que, tendo ocasionado a queda do homem, faria baixar o Filho de Deus de Sua exaltada posição” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 66). Satanás achou que, quando Cristo Se tornasse humano, poderia ser capaz de vencê-Lo.

O segundo ponto vem da última parte de Gênesis 3:15, que diz: “Este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (NVI). Essa é uma declaração de que o grande poder de Satanás finalmente chegaria a um fim no momento em que Cristo Se oferecesse na cruz como substituto para enfrentar nossa sorte. Leia Romanos 6:23. O grande sacrifício de Cristo é chamado “expiação”.

Uma das histórias bíblicas que nos ajudam a compreender a expiação é a história de Abraão. Através de sua disposição para sacrificar Isaque, ele pôde ter um vislumbre “da grandeza do sacrifício feito pelo infinito Deus para a redenção do homem” (Patriarcas e Profetas, p. 154). Isso subentende que nossa salvação é a iniciativa de Deus para salvar-nos. Ele nos salvou não por causa do que somos e do que fazemos, mas por causa de quem Ele é. “Deus é amor” (1Jo 4:8). Além disso, Abraão foi testado para “provar a lealdade de Seu servo perante o Céu todo, para demonstrar que nada menos que perfeita obediência pode ser aceito” (Patriarcas e Profetas, p. 155). Satanás acusa a Deus de que Seus requisitos não podem ser cumpridos – de que Sua lei não pode ser guardada. Mas a fidelidade de Abraão refutou a acusação de Satanás. Outro ponto a ser considerado é que a demonstração de obediência de Abraão valida a santidade das leis de Deus. Essas leis são tão sagradas que mesmo antes de a humanidade se tornar sujeita a Satanás, Cristo havia decidido morrer por ela, porque Sua lei é perfeita e justa (Ap 13:8).

Pense nisto
1. Como um cristão adventista do sétimo dia pode usar a expiação de Cristo como uma ponte para alcançar pessoas de uma fé diferente?
2. Como pode a crença na afirmação “uma vez salvo, sempre salvo” ser refutada por uma verdadeira compreensão da expiação?

Alfonso Rodriguez Jr. | Muntinlupa, Filipinas

Marcadores: , , , ,

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Anúncio da Expiação - 28/10/2008 a 01/11/2008

Terça, 28 de outubro

Testemunho
"Ainda não chegou a minha hora"

4. Qual foi a reação de Deus diante do ato de idolatria do povo de Israel no Monte Sinai? Por que foi tão forte? Êx 32:7-10

5. Que Moisés disse a Deus depois desse incidente? Êx 32:30-32. Como a promessa do evangelho é vista neste episódio?

Moisés estava disposto a ter seu nome apagado do Livro da Vida (Êx 32:32; veja também Sl 69:28; Fp 4:3), se isso pudesse restaurar o povo à harmonia com o Senhor. Obviamente, o Senhor não podia aceitar essa oferta abnegada. A vida de Moisés não poderia expiar o pecado.

6. Finalmente, como o Senhor resolveu o problema? Êx 34:6, 7

O Senhor Se revelou a Moisés como um Deus perdoador. Esse perdão é inclusivo: “Perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado” (v. 7). A palavra hebraica traduzida como “perdoar” significa literalmente “tirar”. A maneira de Deus lidar com nosso pecado é removê-lo de nós e colocá-lo sobre Si mesmo.

As boas-novas da salvação através de Cristo foram dadas à humanidade imediatamente após sua queda. “Adão começou a perceber a extensão de sua perda, que de governante deste mundo ele se havia tornado um escravo de Satanás. Contudo, antes de ouvir o pronunciamento de sua própria sentença, o bálsamo curativo da esperança foi aplicado ao seu coração despedaçado. Àquela a quem ele havia censurado por sua queda ele devia agora olhar em busca de livramento – em busca da semente prometida, em quem haveria poder para vencer o arquiinimigo de Deus e do homem.”*

“Adão compreendeu que o Redentor prometido era o único meio pelo qual ele podia ter vida. O plano de salvar pecadores tem sido o mesmo em cada geração. Os patriarcas, os profetas e todos os homens santos do passado ansiaram por um Salvador vindouro, em quem mostravam sua fé por ofertas sacrificais. O sangue de animais havia prefigurado a oferta sem pecado feita no Calvário; mas na crucifixão o tipo encontrou o antítipo, e o sistema de tipos foi abolido pela grande oferta antitípica” (Ellen G. White, Bible Echo, 1o de janeiro de 1887).

“As palavras: ‘Ainda não é chegada a Minha hora’, indicam que todo ato da vida de Cristo na Terra era cumprimento do plano que existira desde os dias da eternidade. Antes de vir à Terra, o plano jazia perante Ele, perfeito em todos os seus detalhes. Ao andar entre os homens, porém, era guiado passo a passo pela vontade do Pai. Não hesitava em agir no tempo designado. Com a mesma submissão, esperava até que houvesse chegado a oportunidade” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 147).

* The SDA Bible Commentary, v. 1, p. 233.

Joycelene I. Judan | Muntinlupa, Filipinas

Marcadores: , , , ,

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Anúncio da Expiação - 27/10/2008 a 01/11/2008

Segunda, 27 de outubro

Exposição
Mais que um anúncio comum

2. Qual foi a natureza da prova a que Abraão foi submetido? Por que o Senhor pediu que Abraão fizesse isso? Que profundas questões estavam em jogo nesse episódio? Gn 22:1-12

Abraão revelou fé e dedicação ao Senhor, particularmente na disposição de devolver a Deus o dom de seu filho, completamente confiante em Sua misericórdia e graça (Hb 11:19). Nesse caso, Abraão representa Deus Pai, e Isaque representa Jesus, o Filho de Deus, podendo-se ver no sacrifício de Isaque um tipo do sacrifício de Cristo (só que, no caso de Cristo, não houve nenhuma voz do Céu ordenando que o sacrifício fosse interrompido).

3. O que tornou possível a renovação da aliança? Gn 22:13-18

Um carneiro foi oferecido em lugar de Isaque. Deus forneceu o que Abraão precisava desesperadamente: um animal sacrifical que tomasse o lugar de seu filho, possibilitando que o Senhor renovasse com ele a aliança. Assim, Abraão viu o mistério do evangelho, da expiação substituinte, porque, em Jesus, “se proverá [a oferta sacrifical]” (Gn 22:14).

Entre programas de televisão ou rádio, a pessoa é bombardeada com comerciais de diferentes produtos e serviços oferecidos ao público. Grandes quantias de dinheiro são gastas na produção desses comerciais. E eles são repetidos muitas vezes a fim de condicionar a mente dos consumidores a adquirir o produto.

Deus usou um método singular para anunciar o sacrifício expiatório de Cristo e para impressionar a mente de todos os que quisessem ouvir esse anúncio. Esse método envolve a narração das experiências de vários personagens do Antigo Testamento.

Queda com esperança (Gn 3:15). Quando Adão e Eva cometeram pecado ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, Deus Se voltou para a serpente e disse que colocaria inimizade entre ela e Eva e entre a semente de Adão e Eva e a semente da serpente. A semente de Adão e Eva esmagaria a cabeça da serpente, enquanto que a serpente feriria o calcanhar da semente de Adão e Eva (Gn 3:15). “Aqui o Senhor, em vez de continuar Se dirigindo à serpente literal que falou a Eva, passou a pronunciar juízo contra a antiga serpente, o diabo. Esse juízo, expresso em linguagem profética, sempre foi compreendido pela igreja cristã como uma predição da vinda do Libertador.”1

A semente da mulher se refere a Jesus Cristo (Gl 3:16, 19). Sua morte na cruz esmagou a cabeça da serpente, embora a semente da serpente tenha tido sucesso em infligir dor ao Filho de Deus. Não foi fácil a tarefa, pois Jesus suportou grandes dificuldades a fim de ganhar a batalha para nós.

O teste supremo (Gn 22:1-18). Durante muitos anos, Abraão esperou pelo filho prometido. Finalmente, Isaque nasceu. Mas um dia, Deus ordenou a Abraão que sacrificasse Isaque. Isso deve ter partido o coração de Abraão, mas prevaleceram sua clara percepção do dever e sua devoção a Deus. Ele não tinha idéia de que esse seria seu momento mais brilhante, que lhe daria o título de “Pai dos Fiéis”.

Quanto a Isaque, ele facilmente poderia ter-se defendido do pai idoso, mas não o fez. O mais provável é que sua boa criação tenha sido a razão pela qual ele voluntariamente concordou em servir de sacrifício. Porque Abraão provou sua fé através da obediência, Deus interveio antes de o sacrifício ser feito.

Esse cenário é uma réplica do sacrifício divino que ocorreria mais tarde. “Deus instituiu o ritual do sacrifício proporcionando ao homem um auxílio visual para que ele pudesse ser levado a compreender algo do preço que precisava ser pago para fazer expiação por seu pecado. O cordeiro inocente havia dado sua vida pela vida do homem, e sua pele para cobrir a nudez do pecador, a fim de que o homem pudesse ser simbolicamente lembrado do Filho de Deus, que teria de depor Sua vida para expiar a transgressão do homem, e cuja justiça somente seria suficiente para cobri-lo.”2

A flagrante traição (Ex 32; 34:6-10). Moisés passou várias semanas no Monte Moriá comungando com Deus. Ali, Deus lhe deu duas tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos. Enquanto isso, lá no acampamento, os israelitas julgaram que Moisés os houvesse abandonado. Então, insistiram com Arão para que fizesse um bezerro de ouro que fosse adiante deles.

Quando Moisés desceu da montanha, viu que os israelitas estavam adorando o bezerro. Os israelitas tinham uma atitude do tipo “longe dos olhos, longe da mente”. É triste que essas pessoas escolhidas fossem dependentes de Moisés para inspirá-las. Moisés ficou tão irado que despedaçou as tábuas de pedra.

Entretanto, por amor àquelas pessoas, Moisés pleiteou com Deus para que não destruísse aquele povo rebelde de dura cerviz. Ele conhecia a gravidade do pecado que haviam cometido, e estava mais do que disposto a render sua vida como expiação por esse pecado. Como líder de Israel, Moisés tipificava o Bom Pastor que daria a vida por Suas ovelhas (Jo 10:11-15). Contudo, Moisés não estava qualificado a levar a culpa do povo, como Cristo estava. Então, Deus renovou Sua aliança com os israelitas, não desejando que eles perecessem (2Pe 3:9).

O sacrifício perfeito (Dn 9). O relato bíblico demonstra claramente que Daniel viveu de maneira irrepreensível diante de Deus. Contudo, se humilhou e se identificou com as iniqüidades dos israelitas. Intercedeu em favor de seu povo, não por seus méritos pessoais, e tendo plena consciência de que o povo não merecia misericórdia e perdão.

A fidelidade de Deus para com Seu próprio povo tinha sido revelada ao lhe proporcionar um período de graça de 490 anos. Apesar da morte vicária de Cristo, ainda rejeitaram Seu sacrifício expiatório. Assim, deixaram de ser o único instrumento para levar avante a missão de Deus de salvar a humanidade.

O perfeito sacrifício de Cristo é mais do que um anúncio comercial que deve chamar nossa atenção. Sua morte não deve ser considerada levianamente, em virtude do grande preço que Ele pagou por nossa salvação. Tudo o que temos a fazer é aceitá-Lo e permitir que Seu Santo Espírito transforme nossa vida de acordo com a vontade de Deus.

1. The SDA Bible Commentary, v. 1, p. 232, 233.
2. Ibid., p. 233.


Bongga L. Agno | Muntinlupa, Filipinas

Marcadores: , , ,

domingo, 26 de outubro de 2008

O Anúncio da Expiação - 26/10/2008 a 01/11/2008

O Anúncio da Expiação

“Porém Ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades. Nós somos curados pelo castigo que Ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que Ele recebeu” (Is 53:5).

Prévia da semana: Embora possamos ser transgressores da aliança, Deus nos atrai continuamente de volta a Seu Reparador da aliança, Jesus.

Leitura adicional: Romanos 5 e 6; O Desejado de Todas as Nações, capítulos 3 e 4 (p. 31-49)

Domingo, 26 de outubro


Introdução
A moderna criança da paz


1. Leia a história da queda em Gênesis 3:1-15, prestando maior atenção ao verso 15. Que esperança existe para nós nesse texto?

Os cristãos encontraram corretamente em Gênesis 3:15 uma profecia sobre o Messias. A “semente” da mulher é Jesus.

Don Richardson foi um missionário enviado a Papua-Nova Guiné para pregar o cristianismo para a tribo Sawi, um grupo canibal que estimava muito o engano. Quando Richardson partilhou Jesus com eles, só um incidente lhes despertou o interesse: a história da traição de Judas! Para os Sawi, Judas era um herói, pois havia astutamente penetrado no círculo íntimo de confiança dos discípulos antes de se voltar contra Jesus.

Depois de testemunhar repetidos incidentes de guerra sangrenta entre os Sawi e seus inimigos, os Haenam, Richardson estava pronto a desistir. Como esforço final para convencer o missionário a ficar, as duas tribos encenaram uma elaborada cerimônia. Todo mundo estava em silêncio exceto a esposa do chefe Sawi. Ela gritava enquanto o chefe arrancava dos braços dela o próprio filho deles de seis meses de idade e o entregava ao chefe inimigo. Um dos membros da tribo explicou a Richardson que os membros da tribo inimiga iriam dar outro nome ao bebê e criá-lo como seu.

Richardson sabia que não se podia confiar plenamente em nenhum Sawi. Mas naquele dia memorável, ele conheceu uma grande exceção: a criança da paz; um chefe dando seu próprio filho a seus inimigos. Aquele ato profundo e doloroso venceria todas as suspeitas. Por acordo mútuo, enquanto a criança vivesse, nenhuma guerra seria travada entre as tribos.

Richardson havia, finalmente, encontrado um paralelo na cultura Sawi que ele podia usar para transmitir a mensagem de um Deus perdoador. Ele reuniu todo o povo e leu para eles do livro do profeta Isaías: “Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de ‘Conselheiro Maravilhoso’, ‘Deus Poderoso’, ‘Pai Eterno’, ‘Príncipe da Paz’” (Is 9:6).

Pela primeira vez o povo Sawi começou a compreender o cristianismo. Deus também tinha enviado Seu Filho para viver entre o inimigo a fim de trazer a paz e dar fim à guerra contra o pecado e a morte.

As tribos Sawi e Haeman precisaram de uma criança da paz para encontrar a paz. Como elas, nossa “criança da paz” veio a nós como um bebê e cresceu para ser o Messias, o Senhor da vida. Ele era o Filho do Deus Todo-Poderoso, que veio para oferecer-nos a paz que está além da compreensão humana. Essa paz pode ser nossa somente se vivermos e amarmos como Ele nos chamou a fazer. Viver como Ele e amá-Lo não vai simplesmente nos trazer paz interior. Também trará paz entre nós e outros, dentro de nosso lar, dentro de nossa comunidade, e mesmo entre as nações. A chave é a criança da paz enviada por Deus, nosso Senhor Jesus Cristo.

Maripaz T. Adriano | Muntinlupa, Filipinas

Marcadores: , , ,