sábado, 10 de julho de 2010

Judeu e gentio - Resumo Semanal - 10/07/2010 a 10/07/2010

JUDEUS E GENTIOS


José Carlos Ramos

Quando a epístola aos Romanos foi escrita, a comunidade cristã de Roma comportava um grupo gentio, a maioria, senão todos, ganha direta ou indiretamente por Paulo. Entre eles havia conversos de diferentes localidades visitadas pelo apóstolo, e que tinham se mudado para Roma (ver 16:5, 6, 8-10, 12-16). Mas entre os conversos de Paulo havia também judeus (v. 3, 4, 7, 11), os quais, somados àqueles que haviam se convertido há mais tempo, formavam a maioria na comunidade cristã de Roma.

O que acontecia ali acontecia em boa parte das igrejas, senão em todas, no império romano. Naturalmente, a presença de dois grupos assim antagônicos provocava confrontos de natureza religiosa, principalmente fomentados pelos judeus, contenciosos como eram. Na introdução à lição é feita referência a questões suscitadas em torno de prescrições estipuladas no Antigo Testamento, não mais vigentes na era cristã. Tais questões tinham que ver diretamente com a forma pela qual o pecador é salvo.

I. Superiores promessas


Em que sentido as promessas de Deus em exercício na era cristã são superiores àquelas da antiga dispensação? No fato de que, antes de Cristo, todas as promessas eram dependentes de uma salvação que ainda se manifestaria e seria executada. Todavia, Jesus já tinha vindo e o plano da redenção se tornara plenamente concretizado. Não haveria, portanto, nenhuma possibilidade de que tais promessas (incluindo as do Antigo Testamento) não fossem cumpridas.

Os pecadores agora contam com uma expiação já provida, através da qual eles podem ter como seguro o perdão de seus pecados e o desfrute de uma comunhão plena com Deus. A justiça de Cristo, a única perfeita e que o Céu aceita, está à disposição deles para tomar o lugar da falha e rota justiça humana, que tão somente nos confirma na perdição.

Entre essas superiores promessas estão aquelas vinculadas à “nova aliança”, segundo a qual Deus usa de misericórdia para com as iniquidades dos membros de Seu povo, não se lembrando de seus pecados e, mais que isso, conduzindo-os a uma nova realidade de vida, por imprimir Sua lei na mente e coração deles, e por ser seu Deus plenamente conhecido por eles (Hb 8:10-12).

Que mais podemos esperar em matéria de promessas de Deus a nosso respeito, que não esteja incluído em Suas provisões decorrentes da salvação por nós operada no Calvário?

Descobrimos, então, que, nesta nova realidade gerada pelo primeiro advento de nosso Senhor, os mandamentos de Deus, aqueles de caráter moral e eterno, são transferidos das antigas tábuas de pedra para as tábuas da nossa consciência, o que implica a permanência e efetivação deles. Mais que isso, descobrimos que é exclusivamente por meio do evangelho que somos, pela fé, capacitados a viver a vontade de Deus, sendo assim transformados à semelhança dAquele que viveu plenamente essa vontade, tema desdobrado por Paulo em suas epístolas, principalmente naquela enviada aos romanos.

II. Leis e regulamentos judaicos


A lição de segunda-feira estabelece o devido contraste entre as leis de caráter cerimonial e a lei moral de Deus, concedida na forma de “estatutos e juízos” não somente no Pentateuco, mas em todas as Escrituras. A lição também registra outras categorias de leis no antigo Israel, comentando brevemente cada categoria.

Como a lição recomenda, é bom que nos familiarizemos com as prescrições cerimoniais, e outras, para que estejamos mais aptos a discernir o contraste de que trata a lição de hoje, lembrando sempre que os preceitos morais são universais, eternos e permanecem inalterados como Deus os prescreveu. Aliás, a profecia bíblica previu que seria uma força antiDeus que intentaria uma alteração deles (ver Dn 7:25; 8:12).

É impossível que não haja biblicamente uma lei cerimonial em contraste com a lei moral. Se assim não fosse, a Bíblia encerraria bom número de contradições. Aqui temos uma suma desse contraste, com base numa listagem preparada pelo saudoso Pr. Arnaldo B. Christianini:

Lei Moral

Lei Cerimonial

1. Dada por Deus diretamente a Moisés – Êx 31:18

1. Dada por Moisés aos Levitas – Dt 31:25 e 26

2. Proferida pelo próprio Deus –Êx 20:1-22; Dt 12 e 13

2. Proferida por Moisés – Dt 4:44 e 45

3. Escrita por Deus – Êx 31:18; 32:16

3. Escrita por Moisés – Êx 24:4; Dt 31:9

4. Escrita em tábuas de pedra
Êx 31:18; Dt 4:13

4. Escrita em um Livro – Dt 31:24; Êx 24:4 e 7

5. Colocada por Moisés dentro da Arca – Dt 10:5; Êx 40:20; Hb 9:4; 1Rs 8:9

5. Colocada pelos Levitas ao lado da Arca, fora dela – Dt 31:26; 2Rs 22:8

6. Denominada lei do Senhor – Sl 1:2; 19:7

6. Denominada a lei de Moisés – Ne 8:1; At 15:5

7. Chamada a lei real – Tg 2:8

7. Chamada a cédula das ordenanças – Cl 2:14; Ef 2:15

8. Existia antes da queda do homem – Rm 4:13, 14 e 15

8. Dada depois da queda do homem – Hb 10:1; 9:9, 10

9. Perfeita – Sl 19:7

9. Imperfeita, nenhuma coisa aperfeiçoou – Hb 7:19

10. Tem estatutos bons, em cujo cumprimento há vida – Ne 9:13; Ez 20:11; Rm 7:12

10. Tinha estatutos que não eram bons – Ez 20:25; Cl 2:14

11. Trata de preceitos morais – Êx 20:1-17

11. Tratava de matéria ritual e cerimonial – Lv 12, 16, 23, etc.

12. Nada contém de ofertas, sacrifícios e ordenanças típicas – Jr 7:22

12. Nada continha de moral – Hb 9:1, 9 e 10; 10:1-10

13. Revela o pecado – Rm 3:20; 7:7; 1Jo 3:4

13. Prescrevia ofertas para pecados - Lv 3 a 7

14. Deve ser guardada – Mt 19:17; 1Co 7:19; 1Jo 5:3; Ap 14:12; Ec 12:13

14. Não devia ser guardada – At 15:24

15. Permanece para sempre – Sl 111:7 e 8

15. Cravada na cruz – Cl 2:14

16. Estabelecida na dispensação evangélica – Rm 3:31

16. Abolida na dispensação evangélica – Ef 2:5

17. Que julga – Tg 2:12; Rm 2:12; Ec 12:12 e 13

17. A ninguém julga – Cl 2:16 e 17.

18. Uma lei espiritual – Rm 7:14

18. Não espiritual – tinha mandamento carnal – Hb 9:10; 7:16

19. Atua em nosso favor, por ser santa, justa e boa – Rm 7:12; Sl 19:7, 9 e 10

19. Era contra nós – Cl 2:14

20. Uma lei eterna, irrevogável – Mt 5:18

20. Mera sombra de coisas futuras – Hb 10:1

21. Lei da liberdade – Tg 2:12

21. Jugo de escravidão – Gl 5:1

22. Lei que dá prazer – Rm 7:22; Sl 1:1; 119:72 e 97

22. Não dava prazer, por ser contrária a nós, fraca e pobre – Gl 4:9; Cl 4:9

23. Não pode ser mudada – Lc 16:17

23. Mudada por necessidade – Hb 7:12

24. Engrandecida por Cristo – Is 42: 21; Sl 40:8; Hb 10:7-9

24. Abrogada por Cristo – Hb 7:18 e19

25. Contém um Sábado semanal – Êx 20:8-11

25. Continha sábados anuais – Lv 23:24, 27, 32 e 39; Lv 23:38

26. Contém um sábado do qual se afirma que durará até a eternidade – Is 66:23

26. Tinha sábados cerimoniais – sombra das coisas futuras – que cessaram na cruz – Cl 2:14, 16 e 17


III. “Que devo fazer para ser salvo?”

Essa é a pergunta mais importante que pode ser feita. Nada neste mundo, nem em qualquer parte do Universo, se compara em importância à salvação. “... Que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou o que dará o homem em troca de sua alma?” (Mt 16:26). De que adianta uma casa abarrotada de bens para aqueles que ficam de fora? Estamos cansados de saber que o Céu é lindíssimo, maravilhoso, pleno de alegria e felicidade, mas de que adianta tudo isso se nunca ali entrarmos?

É por isso que a ciência da salvação é a mais preciosa de todas. É imperativo que nos apercebamos daquilo que a Bíblia diz a esse respeito, aceitemos e vivamos sua mensagem porque, se há uma área dentro da qual se multiplicam as teorias falsas e os enganos satânicos, muitos dos quais, devo reconhecer, são fascinantes e fáceis de enredar incautos, essa área é a soteriologia, ou seja a doutrina da salvação. E problemas ligados a esse assunto ocorreram desde os primórdios do cristianismo.

Meticulosos como eram com as tradições judaicas, os judeus-cristãos impuseram aos gentios convertidos a aceitação das regulamentações contidas na Torah, o código de direito civil/religioso do judaísmo. Mas deve-se reconhecer que essas prescrições não se limitavam apenas àquilo que caducou com o Calvário; envolviam também o que era permanente e válido para ser ainda observado, mas cuja aplicação e cumprimento eram distorcidos pelo elemento judaizante. Aqui se enquadram os Dez Mandamentos, a obediência dos quais era tida como um meio de salvação.

Naturalmente, os judeus assim se empenhavam motivados pelo sentimento de que o cristianismo nada mais era que um ramo mais recente do próprio judaísmo, e aqueles gentios que aceitavam o evangelho deveriam, para todos os efeitos, se converter à fé judaica. Dirigidos pelo Espírito Santo, desde o princípio os pregadores cristãos procuraram estabelecer a devida distinção entre uma crença e outra, mostrando que o cristianismo, embora oriundo do judaísmo, não estava ligado a este e não poderia, consequentemente, ser norteado por suas normas.

Chamado por Deus inclusive para sistematizar o pensamento teológico da igreja, Paulo foi naturalmente aquele que mais elucidou os pontos controvertidos, fazendo com que as novas realidades assomassem, por exemplo: a lei, não importando se moral ou cerimonial, não poderia ocupar o lugar de Cristo como recurso de salvação,. Assim, a justificação do pecador diante de Deus não ocorreria mediante o cumprimento de prescrições morais ou cerimoniais (“obras da lei”), mas exclusivamente mediante a fé em Jesus.

Naturalmente, as colocações paulinas jamais poderiam ser entendidas como licença para o pecado, biblicamente definido como “transgressão da lei” (1Jo 3:4). Não é porque não é salvo pela lei que você tem o direito de transgredi-la. Se assim entendermos o ensino de Paulo, incorreremos no mesmo deslize dos adversários do apóstolo, que o difamavam afirmando que era isso o que ele ensinava (ver Rm 3:8 em comparação com 6:1, 2). Aquilo que permanecera vigente na era cristã deve ser observando pelos que exercem fé em Jesus, mesmo porque a fé, antes que abolir a lei de Deus, confirmou-a (Rm 3:31).

IV. “Não impor maior encargo?”


A lição de terça e de quarta-feira tocam num ponto importante: um problema de ordem teológica ou de fé surgido entre o corpo de fiéis é tratado e resolvido não por uma ou duas pessoas, por mais capacitadas que sejam, nem mesmo um grupo delas, mas pelo “corpo maior da igreja”, reunindo, em assembleia, representantes ou delegados dela (At 15:12 fala em multidão reunida). A disputa soteriológica criada pelo elemento judaizante na era apostólica foi resolvida através do concílio de Jerusalém, cuja decisão foi devidamente acatada, pelas várias congregações existentes. Infelizmente, como se verifica no estudo de amanhã, nem todos os membros, individualmente falando, tiveram o mesmo comportamento.

O parecer do concílio foi em duas direções: (1) exigências que os cristãos gentios estavam desobrigados de cumprir, e (2) recomendações a que deveriam prestar atenção e respeito. Estas envolviam a abstinência do sangue, de carnes previamente oferecidas a ídolos, de carnes de animais sufocados e de relações sexuais ilícitas (At 15:29). As primeiras se relacionavam com prescrições judaicas que não tinham mais razão de ser, entre elas o rito da circuncisão; as segundas tinham valor moral e ético, principalmente considerando as condições e ambiente dos quais os gentios eram apartados quando se convertiam; estas deveriam ser cumpridas. Em outras palavras, apenas ritos religiosos vazios e não mais significativos deveriam ser considerados obsoletos, não as determinações morais da lei de Deus. A questão da guarda do sábado sequer foi cogitada, a exemplo do cumprimento de outros mandamentos do decálogo, porque não eram pontos de controvérsia.

V. A heresia dos gálatas


“Nem todos, entretanto, ficaram contentes com a decisão [do Concílio]; havia uma facção de irmãos ambiciosos e possuídos de presunção que a desaprovaram. Esses homens pretensiosamente tomaram a decisão de se empenhar na obra sob a própria responsabilidade [em outras palavras, a decisão de tomar a obra nas próprias mãos]. Entregaram-se a muita murmuração e crítica, propondo novos planos e procurando deitar abaixo a obra dos homens a quem Deus ordenara ensinassem a mensagem do evangelho. Desde o início, a igreja teve tais obstáculos a enfrentar, e há de tê-los até a consumação do tempo” (Atos dos Apóstolos, p. 196, 197).

Temos a aprender aqui que, quando a igreja, devidamente convocada, toma uma deliberação segundo a orientação divina, é dever nosso, como membros dela, admitir e atender o que ficou determinado. Se não aceitamos a decisão e passamos a veicular uma ideia contrária, tornamo-nos apóstatas naquele ponto, e nosso parecer é considerado “heresia”. Isso é grave, não só em suas eventuais consequências, mas na própria natureza desse comportamento. A Bíblia diz, precisamente na epístola aos Gálatas, que “discórdias, dissenções” e “facções” são “obras da carne”, e “que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (5:21).

Esses inconformistas começaram a visitar as igrejas e a impor-lhes o que eles imaginavam ser imperativo para a vida cristã. O assunto era extremamente fundamental, porque tinha que ver com a salvação do pecado, e, como foi dito, se há um assunto em relação ao qual o inimigo procura confundir as pessoas, é a salvação. “É estudado esforço de Satanás desviar as mentes da esperança da salvação pela fé em Cristo e obediência à lei de Deus” (Ibid., p. 387). Ou ele dissemina a ideia de que a salvação pode ser alcançada por outros meios que não o único, Cristo, ou ele procura adicionar elementos estranhos, e geralmente nocivos, ao plano de Deus, ou, finalmente, ele subtrai algo do processo, o que lesa esse plano. E, para tanto, ele conta com emissários que difundam suas artimanhas.

A comunidade cristã da Galácia foi afetada com a visita de tais emissários e passou a acreditar num evangelho totalmente deturpado, que Paulo chamou de “anátema” (1:8), maldição. Já que não podia visitá-los, Paulo lhes escreveu uma carta em que condenou todo e qualquer empenho de dissidentes, mostrando a falsidade do ensino herético e exaltando o único meio de salvação por Jesus: a justificação pela fé em Seu sacrifício.

Naturalmente, esses hereges não se limitaram a visitar a Galácia. Foram também por outras igrejas (muitos deles eram pregadores itinerantes), como se subentende por aquilo que o apóstolo afirmou sobre salvação em outras de suas epístolas. Mas, evidentemente, foram os gálatas que mais se deixaram levar pelo engano. Eles chegaram ao ponto de ficar fascinados com a heresia (ver 3:1). Outra congregação também minada com o engano foi a de Colossos, a quem Paulo igualmente encaminhou uma epístola.

Nada, porém, do que o apóstolo afirmou, seja em Gálatas, em Colossenses, em Romanos, ou em qualquer outro documento do Novo Testamento jamais autoriza o desrespeito aos Dez Mandamentos. Como a lição afirma, “Paulo enfatizou que a salvação é pela fé somente, e não pela guarda da lei, até mesmo a lei moral ― mas isso não é o mesmo que dizer que a lei moral não deve ser guardada. A obediência aos Dez Mandamentos nunca esteve em questão...”

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Judeu e gentio - 09/07/2010 a 10/07/2010

Sexta, 9 de julho

Opinião
Óculos coloridos


Embora adoremos um só Deus, tenhamos comunhão uns com os outros e testemunhemos juntos ao mundo sob o nome de “adventistas do sétimo dia”, somos provenientes de diversas formações familiares, diversos países, culturas, denominações e até de outras religiões. Somos uma igreja composta de “judeus” e “gentios”.

Elogiamos a nós mesmos por sermos uma igreja diversificada. Contudo, essa diversidade pode causar problemas. Em meu país natal, as Filipinas, os pastores candidatos à ordenação tradicionalmente usam um terno escuro com gravata borboleta, mesmo quando o serviço de ordenação é realizado no verão quente e úmido. Enquanto que os membros da igreja nos Estados Unidos muitas vezes expressem apreciação batendo palmas, os membros da igreja no México acenam. Enquanto que abraços e beijos são uma forma de saudação entre os membros da igreja no México, tanto por parte de homens como de mulheres, os mesmos atos são inaceitáveis nas Filipinas.

É tentador vermos os adventistas de outras culturas através dos óculos coloridos por nossas próprias normas e tradições culturais, e então rotular esses membros de igreja, como mais permissivos, ou como mais conservadores que nós. Pior ainda: muitas vezes a visão através desses óculos nos faz querer forçar esses membros a se conformar à nossa maneira de ser, e nos faz até considerar certos costumes como um teste de comunhão ou um meio de salvação.

Contudo, avaliar e julgar os outros com base unicamente em nossos padrões culturais é uma atitude anticristã. Se estamos lutando entre nós mesmos por certas tradições culturais serem ou não apropriadas, pessoas vão perecer enquanto isso. Evitar atitudes santarronas em relação a outros é estar conscientes de nossos próprios óculos religiosos coloridos. Pelo estudo diligente da Palavra de Deus e por meio da oração humilde podemos receber novos óculos que nos deem uma visão mais clara da verdadeira natureza de Sua graça e salvação.

Mãos à obra


1. Faça um prato salgado, seguindo uma receita. Por que às vezes é bom seguirmos regras (2Co 3:2, 3)?

2. Calcule o número aproximado de gerações que se passaram desde o tempo em que Paulo escreveu à igreja de Roma. De que forma nossa atitude para com a salvação legalista mudou no decorrer dos séculos? De que forma permaneceu a mesma?

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Judeu e gentio - 08/07/2010 a 10/07/2010

Quinta, 8 de julho

Aplicação
Conhecendo o jeito certo


O mundo de hoje é muito rápido. O excesso de informações também nos sufoca. Como é possível manter-nos focados em Deus e nossa salvação? Como é possível conhecer a verdade sobre a maneira de sermos salvos? Eis aqui alguns passos:

Use um mapa e uma bússola. Quando você viaja para um lugar onde nunca esteve, é melhor levar um mapa e uma bússola. Em nossa viagem para o Céu, nosso mapa é a Bíblia. Ela contém as instruções de que precisamos para chegar ao Céu. A bússola que nos ajuda a compreender melhor as instruções do mapa são os escritos de Ellen White, que não substituem a Bíblia ou estão no mesmo nível dela, mas que nos levam à Palavra.

Siga o guia. Você não é o único a viajar para o Céu. Portanto, não coloque sua confiança somente naqueles que estão viajando com você. Olhe para Jesus. Coloque toda a sua fé nEle. Lembre-se de que Jesus disse a respeito de Si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por Mim” (Jo 14:6).

Tome cuidado com falsas instruções e com atalhos. Ao longo do caminho, podemos encontrar muitos sinais e instruções, mas tome cuidado! Nem todas as instruções são certas. Nem todas as placas são corretas. “Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte” (Pv 14:12). Siga apenas as instruções declaradas no mapa. Essas instruções são resumidas em João 14:15, onde Jesus disse: “Se vocês Me amam, obedecerão aos Meus mandamentos” (Jo 14:15).

Mantenha as mãos no volante; conserve os olhos na estrada. Quando a viagem se torna difícil, podemos ser tentados a desistir, a tirar nossos olhos da estrada. Durante essas ocasiões, precisamos nos lembrar do seguinte conselho: “Se tão somente conservarmos o olhar fixo no Salvador, confiando em Seu poder, seremos cheios de uma sensação de segurança; pois a justiça de Cristo se tornará a nossa justiça” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 107).

Mãos à Bíblia


7. Que importância Paulo deu ao assunto que enfrentou na Galácia? O que isso deve nos dizer sobre a sua aplicação hoje? Gl 1:1-12

Paulo sempre enfatizou que a salvação era pela fé somente, e não pela guarda da lei, mesmo a moral. Porém, isso não significa que a lei moral não deva ser guardada. A questão é que só Jesus salva. Os mandamentos apenas nos mostram onde erramos e nos orientam sobre como viver no mundo.

Jed Alden G. Magbanua – Bacolod, Filipinas

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Judeu e gentio - 07/07/2010 a 10/07/2010

Quarta, 7 de julho

Testemunho
O teste

Um casal não adventista certa vez perguntou a um leigo a respeito da verdade sobre a salvação conforme é apresentada na Bíblia. Seu interesse pelas Escrituras surgiu como resultado de sua busca contínua pela verdade. Após uma série de estudos bíblicos, ficaram felizes ao compreender a verdade bíblica sobre a graça salvadora de Deus. Deixaram suas crenças e estilo de vida anteriores e aceitaram completamente a mensagem como ela é em Jesus Cristo. Ansiavam que seus familiares e amigos também aceitassem a Palavra. Mas seus queridos não só rejeitaram a mensagem como rejeitaram também o casal.

Ellen White declara, a respeito de situações como essas que “Deus não encobre Sua verdade aos homens. Por seu próprio procedimento obscurecem-na eles mesmos. Cristo deu aos judeus prova abundante de que era o Messias; mas Seus ensinamentos exigiam deles uma reforma radical de vida. Viram que, se recebessem a Cristo, precisariam renunciar a seus acariciados conceitos e tradições, suas práticas egoístas e ímpias” (Parábolas de Jesus, p. 105).

Alguns cristãos ainda hoje estão lutando com suas crenças sobre a salvação pela graça através da fé. Ficam em dúvida a respeito de onde sua obediência se encaixa. Obedecemos para ser salvos ou obedecemos porque estamos salvos? “Boas obras não adquirem o amor de Deus, porém revelam que possuímos esse amor. Se rendermos a vontade a Deus, não trabalharemos com o fim de merecer Seu amor. Seu amor, como dádiva livre, será acolhido no coração e, impelidos pelo mesmo, nos deleitaremos em obedecer aos Seus mandamentos. ... “Cristo nos dá a prova pela qual demonstramos nossa lealdade ou deslealdade. Diz Ele: ‘Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos’” (Parábolas de Jesus, p. 283).

Mãos à Bíblia


5. Qual foi a decisão do conselho e qual foi seu raciocínio? At 15:5-29

6. Que regras foram colocadas sobre os crentes gentios (At 15:20, 29), e por que especificamente essas?

Embora os cristãos judeus não devessem impor suas regras e tradições sobre os gentios, o concílio quis certificar-se de que os gentios não fizessem coisas que teriam sido consideradas ofensivas para os judeus que estavam unidos com eles em Jesus. Portanto, os apóstolos e anciãos concordaram em instruir os gentios por carta sobre a necessidade de se privar das carnes oferecidas aos ídolos, das relações sexuais ilícitas, das carnes sufocadas e do sangue.

Stewart Van Loriezo – Bacolod, Filipinas

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terça-feira, 6 de julho de 2010

Judeu e gentio - 06/07/2010 a 10/07/2010

Terça, 6 de julho

Exposição
A lei mosaica e a adoção de Deus


A circuncisão faz parte do conjunto de leis mosaicas, embora a prática tenha sido estabelecida a partir do nascimento de Isaque, filho de Abraão (Gn 17:1-14). Nos escritos de Moisés, a nação israelita também foi instruída a circuncidar as crianças do sexo masculino para demonstrar que representavam o verdadeiro Deus. Como todas as outras leis mosaicas, a circuncisão era observada em cada geração sucessiva dos hebreus, e ainda é.

A lei mosaica e os gentios convertidos (At 15:1-29). Certos líderes da igreja (talvez fariseus, veja verso 5) acreditavam que, a fim de se salvarem, os conversos gentios ao cristianismo precisavam ser circuncidados: “Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos” (At 15:1). Paulo, Barnabé e até Pedro discordavam totalmente. Leia o discurso de Pedro nos versos 7 a 11. Então eles, juntamente com alguns outros crentes, buscaram o conselho dos apóstolos e anciãos na igreja de Jerusalém. Após alguma discussão concluiu-se que Paulo e Barnabé, juntamente com alguns membros da igreja de Jerusalém, voltariam a Antioquia com uma carta que delineava uma curta lista de exigências que os crentes gentios deviam observar. Esses requisitos incluíam “abster-se de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual” (verso 29). A circuncisão não estava na lista.

A mesma questão surgiu quando Paulo levou Tito consigo a Jerusalém. Tito era um cristão grego; alguns cristãos judeus dali acharam que ele devia ser circuncidado. Uma vez mais, porém, Paulo se manteve firme à crença de que a circuncisão não era necessária para a salvação (Gl 2:1-5).

A defesa de Paulo contra a mensagem pervertida (Gl 1:1-12). Após sua primeira viagem missionária, Paulo foi para a Galácia. Até ali o seguiram muitos cristãos judeus que acreditavam que um converso gentio deveria obedecer a certas leis do Antigo Testamento (como a circuncisão), a fim de salvar-se. A aberta oposição deles à salvação pela fé confundiu os gálatas, e como resultado muitos estavam se tornando bastante legalistas em suas crenças. Assim, Paulo escreveu uma carta para eles à qual agora nos referimos como a Espístola aos Gálatas.

Em [p[, “Paulo novamente apresenta a grande verdade de que Jesus, através de Seu sacrifício expiatório, proveu uma forma de escape para todos os que desejarem aceitá-Lo. Qualquer tentativa de obter essa vitória sobre o mal do mundo através dos próprios esforços não está de acordo com a vontade de Deus. Se os gálatas persistissem no legalismo, não poderiam esperar nem o livramento do pecado nem a admissão no futuro mundo sem pecado.”1

Mestre que salva (Mt 19:16-22; Hb 8:6). O jovem rico em Mateus 19:16-22 achava que podia ser salvo com base em suas boas obras. Contudo, quando Deus lhe disse que vendesse tudo o que tinha e o desse aos pobres, ele não quis fazer isso. Essa atitude demonstrou sua natureza egoísta e que ele adorava sua riqueza e não a Deus.

Se somos salvos pela graça por meio da fé, por que Jesus disse a esse jovem que guardasse os mandamentos (verso 17)? “É a vontade de Deus que o homem reflita Seu caráter, e Seu caráter pode ser resumido numa única palavra: ‘amor’ (1Jo 4:7-12). Para refletir o caráter, ou ‘amor’ de Deus, nós O amaremos supremamente e amaremos nosso próximo como a nós mesmos. ... Se perguntarmos como devemos expressar nosso amor a Deus e ao nosso próximo, Deus nos dá a resposta nos Dez Mandamentos (ver Êx 20:13-17). ... O jovem professava amar a Deus, mas o verdadeiro teste desse amor, disse Jesus, se encontra na maneira de tratar o próximo. ... ‘Se vocês Me amam’, Jesus diz, ‘obedecerão aos Meus mandamentos’ (Jo 14:15).”2

Quanto a Hebreus 8:6, está escrito que “Deus quer que contemplemos Seu amor, Suas promessas dadas tão livremente aos que não têm qualquer mérito em si mesmos. Ele quer que dependamos da justiça provida para nós em Cristo. A todos os que vêm a Deus da maneira por Ele apontada, Ele ouve prontamente.”2

1. The SDA Bible Commentary, v. 6, p. 938.
2. Ibid., v. 5, p. 457.


Mãos à Bíblia


3.
Por que alguns criam que a circuncisão não se aplicava só à nação judaica? At 15:1; Gn 17:10

Enquanto os apóstolos se uniam com os membros da igreja de Antioquia no esforço sério de conquistar muitas pessoas para Cristo, certos crentes da Judeia, “da seita dos fariseus” começaram a afirmar que, a fim de ser salva, a pessoa precisava ser circuncidada e devia guardar toda a lei cerimonial.

4.
Como essa disputa foi resolvida? At 15:2-12

Paulo, que falava frequentemente sobre seu chamado profético e como Jesus o chamara e lhe dera sua missão, estava plenamente disposto a trabalhar com o corpo da igreja maior. E percebia que era parte da igreja como um todo, e que precisava trabalhar com ela tanto quanto possível. Da mesma forma nós hoje, não devemos ter um conceito individualista de igreja e de missão. Não estamos sozinhos, todos os membros e todas as igrejas locais do mundo devem trabalhar lembrando que fazem parte de uma igreja mundial.

Job G. Minasalvas – Bacolod, Filipinas

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Judeu e gentio - 05/07/2010 a 10/07/2010

Segunda, 5 de julho

Evidência
Revolucionário relutante


Muitos judeus não queriam aceitar a mensagem de Paulo em qualquer nível. Isso não era novidade para ele. Nas cidades por onde passou, o apóstolo viu o povo judeu lutando com três aspectos da mensagem. Primeiramente, contra a própria fé (Fp 3:6, 7). “Saulo tinha tomado parte relevante no julgamento e condenação de Estêvão, e a impressionante evidência da presença de Deus com o mártir tinha-o deixado em dúvida quanto à justiça da causa que ele havia esposado contra os seguidores de Jesus” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 112, 113).

Em segundo lugar, contra o objeto da fé. Paulo teve que aceitar Jesus como o Messias. A revelação na estrada de Damasco o convenceu. “Saulo sabia agora com certeza que o prometido Messias viera à Terra na pessoa de Jesus de Nazaré” (Ibid, p. 116).

E por último contra a ideia do povo da fé. Talvez o mais difícil de aceitar fosse o fim do status especial dos judeus. Isso explica sua insistência em voltar a Jerusalém no fim de seu ministério. Leia Atos 21:13.

Como Paulo, precisamos separar a aliança eterna centralizada na divina lei de amor e a aliança secundária, que marcou um acordo particular com um certo grupo de pessoas. Paulo cria que a fé é sempre fundamental. “Que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça” (Rm 4:3) Quando as pessoas são tentadas a voltar ao ritual judaico como um meio de salvação, elas precisam examinar seriamente os escritos de Paulo, pois ele havia vivido tanto no mundo judaico como no cristão.

Mãos à Bíblia


Para fins didáticos, podemos classificar as leis do Antigo Testamento em várias categorias: leis morais – estão resumidas nos Dez Mandamentos (Êx 20:1-17). O Decálogo resume os requisitos morais da humanidade; leis cerimoniais – regulava os ritos do santuário, descrevendo as várias ofertas e as responsabilidades do cidadão individual. Essas leis representavam o verdadeiro sacrifício que seria feito por Cristo (Hb 9:11-14; 24-25); leis de saúde – incluem os princípios higiênicos e de saúde; leis civis – regulavam o direito civil. Pelo menos, em grande parte, as leis civis não mais poderiam ser impostas depois que os judeus perderam a independência e caíram sob o controle de outros povos. As leis de saúde sempre vão valer, pois foram dadas em favor da nossa saúde. Os preceitos cerimoniais caducaram depois que o Messias veio, pois apontavam para Ele.

Douglas Hosking – Williams Lake, Canadá

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domingo, 4 de julho de 2010

Judeu e gentio - 04/07/2010 a 10/07/2010

JUDEU E GENTIO

“Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.” (Jo 1:17).

Prévia da semana: Como na igreja cristã do primeiro século, ainda existe a tendência a destacar o que fazemos, em lugar de depender completamente do sacrifício reconciliador de Cristo e Sua promessa de viver em nós.

Leitura adicional:
Romanos 2

Domingo, 4 de julho

Introdução

Amor redentor


Uma das mais frequentes reclamações sobre os adventistas do sétimo dia é que parecemos ser rígidos demais em obedecer à lei de Deus. Parece que às vezes os membros da igreja dão a impressão de estar mais focados na obediência do que em ter um relacionamento com seu Salvador. João, contudo, nos ajuda a colocar a obediência e o amor a Cristo na correta relação: “Porque nisto consiste o amor a Deus: obedecer aos Seus mandamentos. E os Seus mandamentos não são pesados” (1Jo 5:3). Obedecemos, não para ser salvos, mas porque já fomos salvos em Cristo. Obedecemos a Deus porque O amamos e porque o Espírito nos dá o poder para isso. E quando amamos a Deus, percebemos que Seus mandamentos são razoáveis e para o nosso próprio bem.

Os mandamentos de Deus se aplicam a todas as culturas e a todas as facetas da vida. São relativamente poucos, e segui-los verdadeiramente nos ajuda a ter uma vida melhor e um bom relacionamento com Ele.

Lembro-me, durante meus anos como desbravadora, de que para cada atividade eram impostas regras – especialmente para as trilhas. Porém, para alguns, essas regras eram “chatas”. Eles achavam que, se fizessem o que queriam, as coisas seriam mais fáceis. Então, destruíam os sinais das trilhas e seguiam atalhos que tinham certeza que os tornaria vencedores, mas, para a surpresa deles, chegavam em último lugar, porque não sabiam dos perigos que havia nos atalhos. Depois disso, nosso guia nos falava sobre o caminho para o Céu e sobre como a lei de Deus nos ajuda a seguir o caminho que nos mantêm a salvo.

Leia Êxodo 20:1, 2. Você notou que Deus redimiu Israel da escravidão e depois lhes deu Sua lei? “Da mesma forma, através do evangelho, Cristo nos liberta do cativeiro do pecado (João 8:34-36; 2 Pedro 2:19), a fim de que possamos guardar Sua lei. ...”* Nesta semana aprenderemos mais sobre o papel dos Dez Mandamentos e sobre a função que outros regulamentos do Antigo Testamento devem desempenhar em nossa vida.

* The SDA Bible Commentary, v. 1, p. 602.


Mãos à Bíblia

1. Qual é a mensagem principal de Hebreus 8:6? Como devemos entender quais são essas “promessas superiores”?

Jesus foi enviado por Deus para ser o Salvador. Os homens não podiam ignorá-Lo e esperar ser salvos. Unicamente mediante a expiação que Ele proveu eles poderiam ter o perdão de seus pecados.

2. O que o Novo Testamento diz sobre a lei moral? Mt 19:17; Ap 12:17, 14:12; Tg 2:10, 11

As leis cerimoniais e rituais estavam relacionadas com a Antiga Aliança e apontavam a Jesus Sua morte e ministério como sumo sacerdote. Quando Jesus morreu, elas perderam a validade.

Stephanie Loriezo – Bacolod, Filipinas

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