sábado, 2 de abril de 2011

Tecido Celestial - Resumo Semanal - 02/04/2011 a 02/04/2011

NO TEAR DO CÉU


Guilherme Silva

Introdução


A graça de Cristo cobre o pecador, livrando-o da tragédia de sua condição decaída. A roupa com que ele é coberto não lhe custa nada. Não porque seja de fabricação barata. Mas pelo fato de que o pecador jamais poderia pagar por ela, ainda que trabalhasse por toda a eternidade. A metáfora da graça como vestimenta é o tema da Lição da Escola Sabatina que iremos estudar nos próximos três meses.
Desde a antiguidade, trajes e vestimentas são mais do que proteção para o corpo. Marcam a divisão de classes e identificam a pessoa ao seu nível na escala social. Por exemplo: entre os sumérios, era comum andar descalço ou usar sandálias. Sapatos de couro macio e fino eram exclusividade dos dirigentes. No Egito, o faraó e os sacerdotes usavam sandálias de papiro. As mulheres e os demais, inclusive os ricos, andavam descalços.1 Atualmente, grifes globais demarcam quem é socialmente importante e atestam o potencial financeiro de seus usuários.

De fato, cada traje tem um significado próprio e se adequa a uma situação específica. Há roupas para trabalho, esporte e passeio. Há roupas de luto e roupas de festa. Em uma de suas parábolas, Jesus fala do convidado lançado fora da festa de casamento do filho do rei porque não usava a roupa exigida para aquele momento (Mateus 22:11-13). Na sociedade em geral, usar a roupa certa é importante. Teria Cristo ensinado que essas mesmas regras de etiqueta se aplicam ao reino de Deus?

Na realidade, como em outras parábolas, Jesus utilizou um exemplo da vida prática para ilustrar um conceito espiritual. Ao estudarmos sobre as vestes que Cristo oferece a todos, iremos descobrir que a “moda celestial” não tem como finalidade separar as pessoas nem estratificar classes sociais. Essas vestimentas nos integram ao ambiente celestial, fazendo-nos sentir parte da família divina. Com as vestes de Cristo, podemos nos colocar na presença de Deus, onde jamais poderíamos entrar com as roupas de fabricação humana, ainda que fossem os mais exclusivos modelos da alta costura.

Ao falar de roupas, costumamos pensar na aparência. Mas a Bíblia usa essa ilustração para falar de algo que diz respeito à essência da humanidade e de sua relação com Deus. Infinitamente maior do que a alegria de usar uma roupa nova é receber de Deus uma condição espiritual renovada. É isto o que atesta o apóstolo Paulo: “Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!” (Romanos 4:7, NVI).

A seguir, iremos analisar três pontos destacados pela lição: (1) a vergonha e a nudez do ser humano em face à completa corrupção causada pelo pecado; (2) a alegria de receber as vestes de Cristo; (3) a importância de andar a altura do traje com o qual fomos vestidos, por meio da obediência pela fé.

Corrupção completa


Jamais iremos valorizar as vestes da justiça divina, com as quais Cristo nos cobre, a menos que tenhamos a real dimensão de nossa condição pecaminosa. Segundo Isaías 64:6, toda justiça humana apartada de Deus equivale a “trapos sujos” (NTLH). Diante da realidade do pecado, o profeta reconhece que mesmo nossas boas ações carregam o germe do mal e um potencial maléfico marca todo ato humano por mais bem-intencionado que seja. Por isso, Isaías descreve seu próprio povo, ao quebrar a aliança com Deus, como folhas secas espalhadas pelo vento (v. 7).

A cena descrita por Isaías não se limita a um tempo e lugar específico. Em sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo retoma citações do Antigo Testamento (cf. Ec 7:20; Sl 14:2, 3; 143:2) para reconhecer a completa e irrestrita corrupção do gênero humano. Judeus e gentios se encontram debaixo da condenação de Deus (Rm 3:9). Os primeiros são condenados pela lei escrita; os demais, pela lei da consciência (Rm 2:12). Por isso, diante de Deus, todos são considerados indesculpáveis (Rm 1:20).

Assim, de acordo com a Bíblia, o pecado na realidade humana não é apenas um acidente de percurso, mas um fato que engloba todas as esferas da existência terrena. O texto de 1 João 3:4 afirma que “pecado é a transgressão da lei”. Porém, essa transgressão não se limita aos atos pecaminosos. Está na própria essência da experiência humana. Segundo o apóstolo Paulo, “tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm 14:23). Portanto, pensar no pecado apenas em termos de conduta e ações visíveis seria reduzir inadvertidamente a extensão dos estragos causados pelo mal.2

George Knight destaca a universalidade do pecado: “Há algo que nunca será necessário ensinar a ninguém – como pecar. Todas as outras coisas têm que ser ensinadas. Pecar é algo que vem naturalmente. Toda nação, toda comunidade precisa da polícia e das forças armadas. Desde o Éden, não há paraísos imaculados na Terra. Desde o pecado, vivemos fora do Éden.”3

Completamente vestidos


Quando reconhecemos a profundidade com que a Bíblia retrata a experiência do pecado é, de fato, mais fácil vislumbrar a ampla dimensão da obra divina da justificação. Do contrário, acabamos por reduzir em nossa compreensão a amplitude do ato salvífico de Cristo. “Se o pecado é definido como uma série de ações, o passo seguinte, segundo essa lógica, é que a justificação consiste em uma série de comportamentos e ações.”4 Porém, tal ideia se afasta da verdade bíblica para cair na armadilha do legalismo condenado por Cristo na religiosidade de Sua época.

O que a Palavra de Deus nos mostra é que apenas uma força sobrenatural, vinda do Alto, é capaz de tirar o pecador de seu “poço de perdição”, do lamaçal em que se afunda, sendo capaz de colocá-lo sobre uma rocha e lhe firmar os passos (Sl 40:2). Essa obra de restauração começa com a ação divina de buscar o perdido. DEle é a iniciativa de amar. “Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). Dessa forma, a justificação é a obra que Deus realiza em nosso favor. Não vem de nós, mas de Deus (Ef 2:8).

Frank Holbrook afirma que a justificação divina pode ser didaticamente resumida em três pontos principais: perdão dos pecados, justiça imputada e adoção na família de Deus.5

Em Cristo, temos a garantia do perdão dos pecados, os quais são apagados e esquecidos por Deus (Jr 31:34; Hb 8:12, 10:17). Mas o castigo do pecado não foi anulado em um passe de mágica. Se a atitude de Deus em relação ao pecador fosse semelhante à de um pai permissivo, fazendo de conta que a quebra de Sua santa lei não era nada, o pecado se tornaria a lei do Universo. O castigo veio em sua máxima intensidade. Porém, não caiu sobre o pecador infectado pelo mal, mas sobre Cristo, que jamais conheceu o pecado. “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:5).

Dessa maneira, a cruz revela diante de todo o Universo a misericórdia e também a justiça de Deus ao declarar como justo aquele que foi maculado pela injustiça (Rm 3:26). Ao declarar que o pecador é justo, Deus não mente nem se engana. Fala a verdade, pois o caráter perfeito de Cristo é atribuído a nós, pecadores. O farrapo imundo é trocado pelas vestes de glória. Por isso, é feliz aquele a quem Deus não atribui transgressão (Rm 4:7).

Se a justificação fosse baseada naquilo que fazemos, teríamos sérios motivos para temer e nos desesperar, pois nossos melhores esforços sempre estão aquém do padrão divino. Mas sabendo que a justificação se baseia naquilo que Deus realiza por nós, não há o que temer.6 “E, agora que fomos aceitos por Deus por meio da morte de Cristo na cruz, é mais certo ainda que ficaremos livres, por meio dele, do castigo de Deus” (Rm 5:9 – NTLH).

Quando recebemos a graça de Cristo em nossa vida, estamos livres da condenação (Rm 8:1). Mas a bênção é ainda maior. Também somos adotados como filhos na família de Deus (Rm 8:14-17). Como a ovelha perdida que foi reintegrada ao rebanho do bom pastor, ou como o filho pródigo aceito pelo pai amoroso (Lc 15), temos o privilégio de ser chamados filhos de Deus.

Obediência pela fé


Ainda nos resta uma pergunta: Como deve ser a vida de um filho de Deus, aceito em Sua família pela graça meritória de Cristo? Se a graça cobre seus pecados, ele se tornará um pecador despreocupado com as consequências de seus atos? Ou será alguém perfeito, livre de pecados depois de alcançar sua nova posição diante do Pai?

O apóstolo Paulo nos ajuda a responder aos dois questionamentos. Em primeiro lugar, não podemos nos conformar à vida de pecado, confiando em uma suposta graça transigente com a indiferença ao chamado de Cristo. “Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” (Rm 6:1 e 2). Na realidade, o professo cristão que vive na prática do pecado, menosprezando de forma consciente e obstinada as claras orientações da Palavra de Deus, invalida em sua própria vida o sacrifício de Cristo (Hb 10:26).

Esse engano é denunciado pelo teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer. Ele o chama de graça barata. Essa falsa graça justifica o pecado, e não o pecador. “O mundo encontra fácil cobertura para seus pecados dos quais não tem remorsos e não deseja verdadeiramente libertar-se. A graça barata é, por isso, uma negação da Palavra viva de Deus.”7

Tentando fugir da graça barata, também é possível cair na armadilha do perfeccionismo legalista. Em sua primeira experiência religiosa, o apóstolo Paulo, ainda conhecido como Saulo de Tarso, se propôs a guardar todas as regras e mandamentos da Lei, em todos os detalhes conhecidos. Ele mesmo classifica sua experiência religiosa como “irrepreensível” do ponto de vista dos regulamentos (Fp 3:5). Porém, ao redescobrir a existência do ponto de vista de Cristo, o apóstolo passou a considerar tudo aquilo como “refugo” (v. 8). Sua mudança ocorreu quando ele entendeu a fórmula da salvação pela graça: “Não eu, mas Cristo”.

Seu problema não estava em procurar guardar os mandamentos. Na verdade, o grave problema estava em guardá-los como forma de se justificar diante de Deus. Mas sua conversão alterou todo seu antigo sistema de valores. Dali em diante, seu desejo era “ser achado nEle, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fp 3:9).

Estar em Cristo foi o objetivo constante da vida de Paulo. Esse também deve ser o propósito de todo verdadeiro cristão: morrer para o pecado e viver para Cristo, em novidade de vida (Rm 6:4). A Bíblia não esconde os erros de Paulo após seu encontro com Cristo. No final de sua carreira cristã, ele mesmo admitiu que ainda estava em busca da perfeição. O mesmo acontece com todos os que se propõem a andar com Cristo. Portanto, o cristão deve ter o coração aberto a aprender com as falhas e crescer com as derrotas, reconhecendo a completa dependência de Cristo e de seu sacrifício substitutivo, tendo em vista a obediência por meio da fé. Alguém que viva essa experiência em sua vida, dia a dia, sem desistir de buscar a Deus, mesmo em meio a crises e decepções, conhecerá na prática o que significa santificação.

Ao declararmos nossa fé em Cristo, Ele nos justifica. E ao vivermos diariamente submetendo a Deus nossos planos e sonhos, perseverando em buscá-Lo, confessando nossos erros e rogando o poder para vencê-los, então Ele opera em nós uma transformação que se estende pelo prazo de uma vida. O desígnio de Paulo deve também ser o nosso: “Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13 e 14).

Conclusão


Como resultado do pecado, a humanidade inteira foi colocada debaixo da ira de Deus, incapaz de se salvar por conta própria. Toda a nossa justiça é semelhante a trapos sujos.

Temos a nossa disposição a justificação como resultado do sacrifício substitutivo de Cristo, uma dádiva gratuita de Deus a todo ser humano.

Por meio da fé em Cristo, recebemos o perdão dos pecados, somos revestidos pela justiça de Cristo e adotados na família de Deus.
A alegria da salvação deve nos motivar a buscar diariamente o poder de Deus para alcançar uma experiência vitoriosa na vida cristã.

1. NERY, Marie Louise. A evolução da indumentária: subsídios para criação de figurino. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2003. p. 25.

2. ADAMS, Roy. La natureza de Cristo. Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2003. p. 114.

3. KNIGHT, George R. I used to be perfect. Berrien Springs: Andrews University Press, 2001. p. 17. [tradução do autor]

4. ________________. The pharisee’s guide to perfect holiness. Boise: Pacific Press Publishing Association, 1992. p. 21. [tradução do autor]

5. HOLBROOK, Frank B. O sacerdócio expiatório de Jesus Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002. p. 227.

6. DEVER, Mark; LAWRENCE, Thomas Michael. It is well: expositions on substitutionary atonement. Wheaton: Crossway Books, 2010. p 121.

7. BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. 8 ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2004. p. 9.


Guilherme Silva é pastor e jornalista. Atua como editor-associado de livros na Casa Publicadora Brasileira.

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tecido Celestial - 29/03/2011 a 02/04/2011

Sexta, 1º de abril

Opinião
A vida não é justa!


Uma estudante observou que havia recebido uma nota injusta num trabalho. Porque o professor deu a ela uma nota muito baixa num relatório, sua média geral estava muito baixa para classificá-la num nível de premiação escolar com o qual ela sonhava. Ao escutar suas inúmeras reclamações sobre a injustiça cometida pelo professor, sobre as condições da classe, as exigências para a bolsa de estudo, e de sua vida neste momento, eu tive que me esforçar para parar de perguntar-me, “O que é realmente justo?” O que essa palavra significa no contexto da minha vida? Era justo eu ter que escutar esta estudante enquanto em minha mesa havia uma pilha enorme de trabalho? Era justo que meu carro tivesse uma rachadura no parabrisa? Era justo que meu lanche preferido me causasse azia? Enquanto é óbvio que tão pouco na vida é considerado “justo”, por que é que nós sempre parecemos querer exigir justiça?

Então, aqui está a resposta para a pergunta: O que é justo? Nada! A vida não é justa, e graças a Deus por isso. O verso áureo para esta semana diz tudo, “Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!” (Rm 4:7). Sem esse perdão, nós teríamos que sofrer o que é justo e merecido. Sem esse manto da justiça que nos envolve quando buscamos o perdão, estaríamos sujeitos às consequências do pecado. Portanto, nós somos verdadeiramente abençoados por a vida não ser justa.

Em Apocalipse 7, João descreve uma cena que consiste numa multidão de pessoas, todas usando vestes brancas, em pé, em frente ao Cordeiro. Elas são aquelas que passaram por grande tribulação e tiveram suas vestes alvejadas no sangue do Cordeiro. Que visão gloriosa! Se você não leu recentemente este capítulo do Apocalipse, leia-o agora. Você pode visualizar todos aqueles que foram perdoados e cobertos com suas lindas vestes brancas. E como cereja no topo, você ainda pode reivindicar a promessa no final – Ele não somente nos conduzirá às fontes de água viva, mas Ele enxugará toda lágrima.

Mãos à obra

1. Leia um artigo na internet sobre teares e como o tecido é fabricado. Depois, medite em como Deus e Cristo “tecem” nossas vestes de justiça. Qual foi o Seu “tear”? Que “tecido” Eles usaram? Que preço foi pago por esse trabalho?
2. Adapte Isaías 61:10 para música.
3. Pense nas marcas de roupas e o que elas representam. Crie uma etiqueta para a veste de justiça que Cristo deu a você.
7. Pesquise o que é necessário para ser um estilista de moda. Compare suas descobertas com o que custou para Deus e Cristo “desenharem” o Seu manto da justiça.

Eunice Simmons – Houghton, Michigan, EUA

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quinta-feira, 31 de março de 2011

Tecido Celestial - 29/03/2011 a 02/04/2011

Quinta, 31 de março

Aplicação
Libere o caminho


À medida que caminhamos pela vida, incessantemente nos confrontamos com confusão e com estímulos desnecessários. Esses conceitos e ideias que são gerados pelo mundo e na mente de quase todos nós pode envenenar a experiência religiosa de uma pessoa. O opositor de Deus deseja nada mais do que transformar nossa vida espiritual em confusão e frustração. Com inumeráveis regras e regulamentos colocados em frente ao crente com o intuito de alcançar a vida eterna, é surpreendente que muitos mais não tenham caído do caminho da justiça. Felizmente, Deus nos concedeu uma simples e poderosa solução – um manto de salvação que está distante apenas a uma única decisão de ser colocado sobre os nossos ombros. Como você receber a salvação? Aqui estão apenas alguns passos:

Aceite a Deus como seu Salvador pessoal. A decisão básica para receber a vida eterna é a mais importante que você fará em toda a sua vida. Este simples, porém espetacular fato, pode ser encontrado por toda a Bíblia. “Não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à Sua misericórdia, Ele nos salvou” (Tt 3:5). O Deus dos cristãos é de graça infinita, perdão, compreensão e compaixão. Uma vez que Cristo tenha colocado Seu manto da justiça sobre nós, a salvação é nossa, a menos que a rejeitemos. Nossa caminhada diária, com provas e transgressões se torna, a partir do momento em que fomos salvos, uma régua métrica, não para nossa entrada no Céu, mas para nossa qualidade de vida.

Divida seu manto recém-descoberto com outros. Uma vez que você tenha sido coberto e enriquecido com o manto espiritual da salvação, a próxima tarefa será repartir a misericórdia e o poder de Deus com os demais. Ore pedindo orientação para saber como revelar a Palavra de Deus a outros. É importante não ser critico ou condescendente. A melhor maneira de cativar a atenção daqueles a quem você está tentando alcançar é através de ações, não por sermões. Mantenha a mente aberta e aguarde para receber algumas lições ao longo do caminho. Inúmeras vezes em toda a Bíblia, Deus tem usado mais eficazmente aqueles que estão fracos na fé. A melhor maneira de cativar a atenção daqueles a quem você está tentando alcançar é através de ações, não por sermões.

Mãos à Bíblia

6. Como Paulo expressa a grande verdade da salvação pela fé e o que isso significa na vida de uma pessoa salva? Fp 3:3-16

7. Que tipos de restrições excessivas você colocou nos portões do Céu?

8. Como podemos compartilhar a graça de Deus sem sermos críticos?

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quarta-feira, 30 de março de 2011

Tecido Celestial - 30/03/2011 a 02/04/2011

Quarta, 30 de março

Evidência
Mais que um manto


Isaías gostava de pintar, com palavras, quadros que seus leitores pudessem visualizar, compreender e adaptar para si próprios. Portanto, quando expressou o valor da justiça de Cristo, falou através de metáforas que conectavam conceitos familiares com o incompreensível amor de Deus. Casamentos, festas e mantos especiais eram ideias com as quais o povo conseguia se relacionar.

O guarda-roupa de um homem comum consistia de uma única capa, um cinto e, às vezes, um turbante. Como resultado disso, uma capa significava muito ao seu proprietário. Não existia mais do que uma pendurada no cabide. Era o mesmo traje usado todos os dias para encobrir as manchas, os amassados, os rasgos da túnica usada por baixo. Compreender a importância da capa dá ainda mais significado às histórias sobre capas – José e o seu casaco de muitas cores, Elias passando seu manto a Eliseu, Davi enlutado rasgando sua capa e a mulher que queria somente tocar o manto de Jesus.

A comparação do manto com a justiça começou muito antes de Isaías. Essa ideia foi usada em Jó 21:14, por um personagem que viveu séculos antes do profeta. Mas Isaías dá a essa comparação familiar algo a mais. Ele diz que a justiça de Cristo não é um manto qualquer: ele significa que você é de Cristo e que está agora nEle. Esse manto distingue você de outras pessoas e o(a) marca, como propriedade de Deus.

O pecado deixou manchas em nós por causa de suas consequências. Isaías define nosso próprio ato de justiça como sendo “trapos de imundícia” (Is 64:6). E Paulo diz, “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3:23). Então como permaneceremos diante de Deus, desfigurados pela feiura do pecado? Felizmente, através de Sua graça, Deus nos deu outra opção. Ele nos deu a escolha de encobrir nossos pecados com vestes de salvação, de nos livrarmos de nossos trapos e vestirmos Seu manto da justiça.

Mãos à Bíblia

5. Leia Romanos 6:1-13. O que o texto diz sobre o tipo de vida que devemos ter, agora que estamos “vestidos” pela justiça de Jesus?

Ao sermos “crucificados” com Jesus, recebemos um impacto radical, capaz de mudar nossa vida. A antiga pessoa, que vestia trapos imundos, morreu. Uma nova pessoa nasceu, vestida com a justiça de Jesus, que se manifesta para que agora possamos andar “em novidade de vida”, sem permitir que o pecado reine em nós.

Tyson Qualls – Martinez, California, EUA

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terça-feira, 29 de março de 2011

Tecido Celestial - 29/03/2011 a 02/04/2011

Terça, 29 de março

Testemunho
Revestido de Sua justiça


Referindo-se à mensagem de Isaías, Ellen White enfatiza nossa necessidade por algo muito mais eficaz em relação a nossa redenção do que podemos contribuir: “Não podemos providenciar uma veste de justiça para nós mesmos, pois o profeta diz: todas as nossas justiças [são] como trapos da imundícia (Is 64:6). Nada há em nós de que possamos revestir a alma de maneira que não apareça a sua nudez. Devemos receber a veste da justiça tecida no tear do Céu, isto é, o imaculado vestido da justiça de Cristo” (Ellen G. White, Nossa Alta Vocação [MM 1962], p. 348).

“Coisa terrível seria estar na presença de Deus revestidos de roupagens de pecado, sabendo que Seus olhos leem todos os segredos de nossa vida. Mas, pela eficácia do sacrifício de Cristo, podemos estar perante Deus puros e imaculados, expiados e perdoados os nossos pecados. [...] O pecador remido, trajando as vestes da justiça de Cristo, pode, aperfeiçoado pelos méritos do Salvador, ficar na presença de um Deus que aborrece o pecado” (Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 51).

Ellen White aconselha os crentes a não contarem com a graça de Deus enquanto acariciam pecado no coração: “Cristo pagou o preço por sua redenção. Há só uma coisa que você pode fazer, e isto é aceitar o presente de Deus. Você pode vir com todas as suas necessidades e implorar os méritos de um Salvador crucificado e ressuscitado; mas você não pode vir esperando que Cristo cobrirá (...) sua condescendência diária com o pecado, com o Seu manto da justiça” (Ellen G. White, Bible Echo, “The Poor in Spirit” , 15 de maio de 1892).

Ela também nos adverte que Satanás “aponta desdenhosamente para as faltas dos que afirmam estar realizando o serviço de Deus. Eles têm sido enganados por Satanás, e ele pede permissão para destruí-los” (Ellen G. White, Este Dia com Deus [MM 1980], p. 224). Contudo, ela ainda escreve sobre o povo de Deus que “visto, porém, que não confiaram em seus próprios méritos nem desculparam seus pecados, e, visto que pediram perdão pelos méritos de Cristo, o Senhor os recebe e repreende a Satanás. Visto que eles se humilharam, confessando seus pecados, Ele recusa prestar atenção às acusações do inimigo. Tem perdoado sobejamente os penitentes e levará avante neles Sua obra do amor redentor, se continuarem crendo e confiando nEle” (Ibid).

Mãos à Bíblia

3. Como ter certeza de que recebemos o manto de justiça? Rm 3:21-31

A justiça que nos salva, que nos cobre como um vestido, se manifesta em Jesus. A retidão de Sua vida nos traz redenção. A redenção está nEle, não em nós mesmos, nem no cumprimento da lei. Essa redenção se torna nossa pela fé.

4. De que maneiras tentamos providenciar um manto humano da justiça para nós mesmos? Por quê?

Fylvia Fowler Kline – Medford, Oregon, EUA

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segunda-feira, 28 de março de 2011

Segunda, 28 de março

Exposição
Raio de luz

Olhe nos Meus olhos e diga o que você vê (1Sm 16:7). Quando foi a última vez que você olhou alguém nos olhos? Você notou primeiramente a cor dos olhos dessa pessoa ou a roupa que ela estava usando? A roupa era de marca? Era do tipo que você amaria usar? Ou talvez do estilo que você jamais vestiria, mesmo em um milhão de anos? Talvez, na verdade, mal fosse um vestuário. Por acaso você mal olhou para a pessoa, devido à falta de atenção que queria dar, por ser ela um mendigo? Talvez a pessoa fosse alguém que você estivesse tentando evitar. Talvez fosse alguém com quem você realmente quisesse falar, mas foi incapaz, por causa do tipo de roupas que ela vestia. Hoje em dia, tendemos a olhar muito para a aparência das pessoas ao nosso redor. Será que definimos as pessoas somente pelo que elas vestem?

Roupas de separação (Gn 3:6–11, 21, 22). O primeiro traje definido como vestuário foi concebido às pressas. Foi criado em vergonha e com a ideia de que “qualquer coisa é melhor do que o que nós temos agora”, que podemos notar nas entrelinhas de Gênesis 3:6-11. Como você se sentiria se folhas de figueira fossem o primeiro modelito que você teria que escolher usar? Ao escolher desobedecer a Deus, foi retirada de Adão e Eva Sua a luz divina que sempre os havia envolvido e coberto (Gn 3:10, 11). Em sua nudez, eles procuraram por algo, qualquer coisa para cobrir seus corpos. Augustine é citado como tendo dito, “Lembrem-se disto: quando alguém decide se afastar da fogueira, o fogo continua aquecendo, mas a pessoa sente frio. Quando alguém decide se afastar da luz, ela continua a brilhar, mas a pessoa está no escuro. Esse também é o caso quando alguém se afasta de Deus.”*

Adão e Eva nunca haviam sentido qualquer tipo de vergonha ou nudez até que pecaram. A primeira vez em que o vestuário realmente teve importância foi quando se viram num estado de humilhação e vergonha. Felizmente, o Criador Estilista melhorou as opções desastrosas de roupas que eles criaram e fez um novo modelo com o qual puderam cobrir a nudez de seus corpos (Gn 3:21, 22). Deus proveu a Adão e Eva tudo o que eles precisaram, mesmo depois de eles O terem decepcionado.

Roupa que rotula (Mt 23:28). Muitas sociedades, escolas e clubes podem ser identificados facilmente por seus uniformes, cores ou becas. Se você alcançou uma graduação com louvor na universidade, talvez tenha recebido, na formatura, um cordão extra para colocar no quepe. Se você é um atleta jogando para um determinado time, deve vestir um uniforme. Pode ser que, devido à cultura de seu país, você tenha alguma peça de roupa específica para ocasiões especiais. Todos esses artigos de vestuário declaram a quem e de onde você faz parte. Qual é o significado do que usamos? Por que sentimos tanto orgulho de nossos trajes? Como as etiquetas de nossas roupas definem quem nós somos?

Caimento perfeito (Mt 6:25–34). Qual é a sensação de vestir um bom par de calças que se ajustam perfeitamente? Proporciona bem-estar vestir algo confortável que seja bonito e custe um preço razoável. As pessoas hoje sentem passam por muito estresse para usar a coisa certa no lugar certo. O tipo certo de roupa significa muito. Talvez não com a profundidade de significado como nos tempos bíblicos, mas usar sempre o estilo certo e saber o que é apropriado para determinadas situações é, para muitos, uma busca incessante. Todavia, Jesus nos pergunta, “Por que vocês se preocupam com roupas?” (Mt 6:28). Jesus continua falando sobre a maneira pela qual Ele reveste os campos com relva e flores. Também podemos dizer que Ele “veste” o céu atmosférico com estrelas, pássaros e nuvens. Qual é a importância disso comparada ou contrastada com o modo com que Jesus nos reveste?

Autoconhecimento através das Escrituras (1Sm 17:38-40; Et 4:1; Rm 15:4). A Bíblia está repleta de vestimentas simbólicas. Encontramos Davi vestindo a armadura do rei Saul para se proteger do gigante, até que ele se deu conta de que uma armadura não é o que precisava naquele exato momento. Ele sabia que Deus é mais poderoso do que qualquer armadura (1Sm 17:38-40). Vemos Mardoqueu rasgando suas vestes em desespero, cobrindo-se com sacos e cinzas e correndo para a cidade, chorando e lamentando (Ester 4:1–4). Ao virarmos suas páginas, enxergamos o brilho dos significados das vestes através das histórias bíblicas.

*O Jardim dos Pensamentos: Citações sobre Deus. Disponível em:


Mãos à obra

1. Qual é o significado do vestuário na Bíblia?
2. Como as histórias bíblicas que envolvem vestimentas se relacionam com a vida diária?
3. Que outros exemplos bíblicos de vestuário têm um significado espiritual?
4. Com o que Deus tem lhe vestido ultimamente? Amor, alegria, bondade?

Mãos à Bíblia

Qualquer cristão sincero, olhando para si mesmo, em contraste com a justiça de Deus revelada em Cristo, verá algo bastante assustador. Então, que esperança temos? A expressão teológica que define essa esperança é “justiça imputada”. De modo muito simples, é a perfeita justiça de Jesus, “tecida no tear do Céu” e concedida a nós pela fé. Significa substituir nossa vida pecaminosa por Sua vida sem pecado. Ela vem de fora de nós e nos cobre completamente. Somos vistos aos olhos de Deus como se nunca houvéssemos pecado.

2. Como a confiança de Abraão em Deus ilustra a justiça imputada? Rm 4:1-7

Abraão simplesmente creu, e Deus lhe imputou (creditou) justiça. Isso foi um ato de amor e graça da parte do Senhor, pois Abraão simplesmente creu, aceitou que Suas promessas eram verdade.

Gayle Hill – Medford, Oregon, EUA

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domingo, 27 de março de 2011

Tecido celestial - 27/03/2011 a 02/04/2011

TECIDO CELESTIAL


“Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados!” (Rm 4:7).

Prévia da semana: O manto da justiça de Cristo é um dom imerecido e gratuito. Para aceitar o que Ele fez por nós, precisamos entregar nossa vontade a Deus diariamente. Devemos deixar que Jesus viva em nós.

Leitura adicional: Nisto Cremos, “A Experiência da Salvação”, p. 169; Crença Fundamental no 10, disponível no Portal Oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia: www.portaladventista.org/portal/quem-somos/5-crencas-fundamentais

Domingo, 27 de março

Introdução
Presente do alfaiate-mestre


O simbolismo permeia nossa vida, quer estejamos conscientes disso ou não. Ao vermos três setas verdes formando um triângulo, automaticamente pensamos em reciclagem, meio ambiente e conservação. Enxergamos a figura de uma maçã cinza com uma mordida e já pensamos em "i-alguma coisa”. Todas estas coisas são simplesmente uma representação de algo maior, mais importante, mais profundas que si mesmas.

A Bíblia não é uma exceção. As Escrituras estão repletas de simbolismo. Jesus disse, “Eu sou a videira; vocês são os ramos” (João 15:5), para expressar a natureza simbiótica do cristianismo. A própria cruz é um símbolo da salvação concedida a nós. Deus mostrou a Nabucodonosor uma estátua feita de diferentes metais, representando o futuro de seu reino (Daniel 3). Davi comparou o amor de Deus ao amor de um pastor por suas ovelhas (Salmo 23).

Durante as próximas 13 semanas, enfocaremos um tipo específico de simbolismo – o vestuário. A Bíblia incorpora vestimentas imaginárias de várias formas:

“Pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram” (Gl 3:27).

“Mais tarde, quando passei de novo por perto, olhei para você e vi que já tinha idade suficiente para amar; então estendi a minha capa sobre você e cobri a sua nudez. Fiz um juramento e estabeleci uma aliança com você, palavra do Soberano, o Senhor, e você se tornou minha” (Ez 16:8).

“Ora, Josué, vestido de roupas impuras, estava em pé diante do anjo. O anjo disse aos que estavam diante dele: ‘Tirem as roupas impuras dele’. Depois disse a Josué: ‘Veja, eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre você’” (Zc 3:3, 4).

O mais reconhecido vestuário imaginário usado na Bíblia é o manto da justiça mencionado em Isaías 61:10. O traje do qual Isaías fala, representa o dom da salvação. Quando aceitamos Seu dom, estamos cobertos com o manto da justiça de Cristo. Dessa forma, as imperfeições de nossa natureza pecaminosa são ocultadas através da pureza de Seu sacrifício. Que bela cena!

Talvez o mais importante seja que a dádiva do manto da justiça de Deus foi planejada antes mesmo de sua necessidade ter surgido. Como a lição dessa semana nos revela, o manto da justiça foi feito no tear (máquina de tecer) do Céu.

Mãos à Bíblia

1. Que mensagem encontramos em Isaías 64? O que significa a expressão “trapos de imundícia”? Que esperança é apresentada?

Sara-Mary J. Colón – Burtonsville, EUA

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