sábado, 7 de novembro de 2009

Planejando de Antemão- Resumo Semanal - 07/11/09 a 07/11/09

PLANEJANDO DE ANTEMÃO
Resumo Semanal - 01/11/09 a 07/11/09


Douglas Reis
Bacharel em Teologia
Capelão do Colégio Adventista de Joinville

Introdução

Há alguns anos, estatísticas indicavam que, entre os livros bíblicos, Levítico era o menos lido pelos cristãos. Suponho que a realidade não seja muito diferente em relação a Números. Há várias explicações para o desinteresse pelos livros do Pentateuco. Mencionamos alguns elementos literários que não são bem vistos pelos leitores modernos: enumerações detalhadas (de tribos, territórios ou partes do santuário), extensas listas genealógicas, apresentação de leis estranhas à mentalidade moderna, sem contar sua suposta barbárie (razão pela qual muitos críticos da Bíblia a hostilizam).

Por outro lado, nenhum fator serve de pretexto para que o cristão abandone a leitura bíblica. Basta empenho para se entender a mensagem do Pentateuco, a qual teve origem dentro de determinado ambiente cultural, mas permanece como a vontade divina. Ao analisarmos em Números 15 algumas instruções específicas dadas aos israelitas, veremos que, apesar das circunstâncias particulares, o mesmo Deus de amor do Novo Testamento Se faz presente nas páginas escritas por Moisés.

Para entendermos melhor a questão, tenhamos em mente que o objetivo era levar Israel a um relacionamento adequado com Deus, no contexto da aliança. No capítulo anterior está o relato da incredulidade dos israelitas em relação às promessas de Deus, no episódio dos doze espias. Ainda assim, a possessão de Canaã estava assegurada (Nm 15: 2, 18), desde que o povo não abrisse mão do compromisso feito com Jeová.

Gratidão

Uma vez que Israel era uma população nômade, dependente da agricultura e da pecuária, não causa espanto que as ofertas requeridas pelo Senhor fossem constituídas de produtos agrícolas, bem como de animais. As ofertas expressavam a gratidão por bênçãos recebidas e o reconhecimento de dons concedidos por Deus. Séculos mais tarde, Davi reconheceu que não podemos doar nada a Deus que já não pertencesse a Ele (1Cr 29:14).

Alguns comentaristas sugerem que cada aspecto da vida e do trabalho estivesse simbolizado nos produtos contidos nas ofertas. Seja como for, o oferecimento de vegetais, farinha e produtos, como óleo e vinho, era proporcional ao tamanho do animal sacrificado.

A complexidade daquele sacrifício nos leva a considerar o que temos sacrificado a Deus: Pedro nos fala dos “sacrifícios espirituais”, os quais somos chamados a oferecer (1Pe 2:5). Para Paulo, o culto racional (ou seja, uma atitude de dedicação integral a Deus) é o sacrifício que Deus requer de cada cristão, experiência que deve ser diária, a começar pela “renovação” da mente (v. 2). Ao nos oferecemos a Deus em sacrifício, teremos cada vez mais motivos para Lhe agradecer.

Outro ponto importante quando consideramos o ritual do santuário é o sacrifício de animais e decorrente derramamento de sangue. O fato nos remete ao papel de Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Seu sacrifício valida o louvor que oferecemos a Deus, e também nosso sacrifício em prol de outros (Hb 13:15, 16).

Por meio das ofertas, Deus incentivava Seu povo a cultivar uma atitude grata para com o favor que Ele demonstrava. Igualmente, olhando para o que Deus fez por nós em Cristo e para a oportunidade que nos dá de O servirmos, temos maiores motivos para apresentar um coração grato no altar do Salvador!

O estrangeiro em sua terra


Diversas vezes, faz-se menção ao estrangeiro na Bíblia. Em geral, os povos antigos dividiam a sociedade em classes, que variavam em importância. Desse modo, a vida de um escravo não se comparava à de um cidadão livre, que, por seu turno, era inferior à de alguém pertencente à nobreza.

Desde o Êxodo, Deus incutiu na mente do povo o valor do estrangeiro (Êx 22:21; 23:9; Dt 10:19). Para os estrangeiros que viviam no meio de Israel, valiam as mesmas leis (Lv 17:8-15; Nm 15:16). Na ética do Pentateuco, surgiu o conceito de “próximo” (Lv 19:18), que posteriormente foi expandido por Jesus (Lc 10:25-37). As implicações dessa valorização da pessoa humana tiveram forte impacto sobre a construção da mentalidade ocidental: cristãos fundaram hospitais, lutaram contra a escravidão, fundaram governos democráticos e estabeleceram os direitos humanos. Porém, se aplicarmos o conceito apenas à esfera da comunidade cristã em si, teremos valores como respeito, transparência, afetuosidade e aceitação. Os cristãos precisam ser receptivos.

Fala-se muito hoje do ministério da recepção; muitas vezes até se dá ao assunto um enfoque empresarial, mas as pessoas sabem a diferença de serem recebidas por profissionais (como acontece em hospitais, empresas e hotéis) e se encontrarem com quem revele genuíno interesse e simpatia natural. Uma comunidade acolhedora pode fazer muito para romper barreiras e integrar interessados na família de Deus.

Pecados de ignorância


A ignorância a respeito de uma lei não abona alguém que a transgrida. Para mencionar um exemplo: caso um policial me veja entrar com o carro na contramão de uma rua, ainda que eu alegue não conhecer a rua, ou estar perdido, será difícil escapar da multa!

Quando se trata de Deus, a Bíblia faz distinção entre pecados intencionais e outros cometidos por ignorância – embora ambos sejam ofensivos a Deus. Em Números 15 e em Levítico 4, são apresentados os rituais de expiação em prol daqueles que pecavam por ignorância. Tecnicamente, faz-se distinção entre o sacrifício expiatório realizado pelo povo e o realizado por indivíduos. Dois animais eram oferecidos na expiação coletiva, um novilho e um bode (Nm 15:25-26); por indivíduos, apenas um cordeiro de um ano se ofertava (v. 27-29).

Para Deus, as boas ações não contam, se estiverem divorciadas de bons motivos. Pare e pense: distribuir cestas básicas é uma ação louvável? Você diria “sim”, não é? Mas, e se eu fosse um candidato a prefeito e me deixasse fotografar distribuindo alimentos, ainda seria uma boa ação? É claro que as intenções são determinantes para qualificar as ações. Deus considera que até as melhores realizações humanas, desprovidas de fé, estão contaminadas pelo pecado (Rm 14:23).

Todavia, muitas vezes é impossível determinar a real intenção de alguém. Apenas o Senhor vê com absoluta objetividade o porquê de nossa conduta; afinal, conhecendo profundamente nosso coração (1Sm 16:7; Jo 2:24, 25), Ele é capaz de aquilatar cada motivação humana. Só nos resta reexaminar constantemente os nossos caminhos (Lm 3:40) e pedir a Deus que nos dê um coração íntegro (Sl 51:10).

Pecados de desafio


Escritores como Sam Harris e Christopher Hitchens têm criticado duramente a religião. Para esses e outros autores, toda e qualquer crença é arbitrária, irracional e primitiva. Estariam eles corretos? No momento em que se deparam com textos da Bíblia que aplicam a pena capital a delitos aparentemente banais, mesmo cristãos modernos se veem cercados por questionamentos. Por que Deus Se mostrava tão rigoroso?
No capítulo estudado, encontra-se um exemplo desse rigor: o relato de alguém punido até a morte por apedrejamento. O crime? Ter ajuntado lenha no sábado, revelando claramente a intenção de acender fogo no dia santo (Êx 35:3). O flagrante levou o cidadão a ser detido. Após consultar a Deus, o povo agiu, cumprindo a sentença divina (Nm 15:32-36).

Seria isso um abuso da religião? Após o 11 de Setembro, boa parte dos críticos insiste que a religião (seja qual for) leva ao extremismo. O episódio do apedrejamento entraria nessa categoria?

A título de esclarecimento, consideremos a situação de Israel: (1) Para um povo recém-saído do Egito, acostumado à linguagem dura da escravidão, Deus tinha que agir com firmeza, principalmente quando revoltas do próprio povo surgiam com frequência. A disciplina se apresentava sempre necessária; (2) Não nos deve impressionar o uso da pena capital, como se Deus fosse menos exigente hoje. Embora os fiéis não sejam usados atualmente como instrumentos de punição para os pecadores, Deus realizará pessoalmente um juízo, o qual resultará no extermínio perpétuo dos pecadores (Ap 6:15-17; 20:7-10); (3) Havia um efeito moral restritivo na punição; o propósito era impressionar a comunidade no deserto com a santidade da lei divina. Ao mesmo tempo, a pena causava reflexão sobre o tipo de resposta que se deveria dar às exigências de um Deus Santo – o que, por si só, ajudaria a desenvolver nova compreensão, tanto das leis, quanto da graça divina.

Levando em consideração o que foi dito acima, não deve nos escandalizar a firmeza do julgamento do transgressor do sábado. Alguns versículos anteriores já tratam de situações semelhantes: “Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevidamente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor; tal pessoa será eliminada do meio do seu povo, pois desprezou a palavra do Senhor e violou o Seu mandamento; será eliminada essa pessoa, e a sua iniquidade será sobre ela” (Nm 15:30, 31). Com palavras igualmente solenes, o apóstolo Paulo nos adverte a jamais tratar levianamente as obrigações espirituais, porque viver deliberadamente em pecado nos exclui da provisão feita pelo sacrifício de Cristo – e “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:26, 31).

Borlas azuis


Uma vez que seguir nosso próprio coração e nossos olhos leva à infidelidade (Nm 15:39), o coração deveria ser circuncidado (Dt 10:16), para guardar a lei de Deus, a própria essência de Sua aliança com o povo salvo (Dt 4: 13 e 23). Vindos de uma cultura idólatra e cercados por pagãos, os israelitas certamente enfrentaram dificuldades em manter seus votos. A fim de prevenir a apostasia, o amoroso Pai decretou que cada israelita adotaria determinados instrumentos para se lembrar do compromisso firmado com Ele. Adotaram-se pequenas caixas com versículos bíblicos amarradas nos umbrais da porta, faixas amarradas no pulso e as borlas azuis (Dt 6:6-9).

A cor azul se associava a Deus. Assim, a arca era envolta em um pano dessa cor; cortinas azuis circundavam o tabernáculo; na roupa do sumo sacerdote havia uma parte azul, etc. O uso da borla azul servia para que cada filho de Abraão estivesse consciente da presença divina (Nm 15:37-41). Também ajudava a distinguir os judeus em ambientes pagãos, estimulando-os a não se conformarem com os costumes contrários à vontade do Senhor.

Como cristãos, temos de fixar-nos atentamente em Jesus, recapitulando Sua trajetória para salvar a humanidade, e, por meio de Seu exemplo, encontrar forças espirituais para prosseguir (Hb 12:2-3). Sua cruz – não o objeto em si, adotado por alguns cristãos – nos lembra constantemente a nossa identidade, porque simboliza o sacrifício e aponta para a reconciliação que Ele trouxe. Sejamos fiéis em nosso trajeto particular e coletivo rumo ao lar prometido.

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Planejando de Antemão - 06/11/09 a 07/11/09

Sexta, 6 de novembro

Opinião

Sair da rotina

Os israelitas haviam caído numa rotina. Haviam vagueado pelo deserto durante tanto tempo, que alguém ficaria em dúvida se eles eram ou não capazes de fazer qualquer outra coisa. Mas Deus os encorajou a olhar para a frente, aos planos que Ele tinha para eles. Em vez de se julgarem miseráveis e sentirem pena de si mesmos, deviam olhar adiante, a seu brilhante futuro, e ficar entusiasmados com ele!

Israel representa a maneira pela qual as pessoas na igreja de Deus se comportam hoje. Deus estava encorajando os israelitas a ansiar por seu brilhante futuro e a se prepararem para ele. E deseja que nós também façamos o mesmo. Mas é fácil olhar à nossa volta e ficarmos deprimidos com todas as coisas ruins que vemos na igreja. Na próxima vez que você for tentado a fazer isso, pense sobre o que Deus tem preparado para você. Talvez você descubra que Deus tornará isso uma realidade quando você estiver preparado.

Se escolhermos seguir nosso próprio caminho, lembre-se do que aconteceu com o transgressor do sábado que foi morto (Nm 15:32-36). Deus só deseja o que for melhor para nós, e os Dez Mandamentos são as regras de vida que levarão a uma vida longa e à fidelidade. Mas a importância que Deus coloca sobre esses mandamentos é enfatizada aqui pela pena de morte. A desobediência daquele homem não foi prejudicial só para si mesmo, mas poderia ter levado outros a se desviarem. Esse descontentamento poderia facilmente ter-se espalhado por todo o acampamento, levando o povo de Deus ao trilho da rebelião e da desconfiança. Alguns podem considerar Deus muito severo em matar alguém por transgredir o sábado, mas àquela altura da viagem era essencial que todos compreendessem a importância de se guardar os mandamentos de Deus.

Deus sabe quão facilmente nos esquecemos, e por isso Ele criou muitos lembretes visuais de Si mesmo e de Seus caminhos. Disse aos israelitas que fizessem certas coisas para que não se esquecessem de como Ele os havia guiado no passado. Em Números 15:37-41, Ele ordenou que colocassem borlas nas pontas das vestes para que se lembrassem de Suas ordens e de sua consagração a Ele.

Não seria também útil colocarmos esses lembretes em nossos próprios caminhos? As ordens de Deus são importantes para você?

Mãos à obra

1. Usando sua forma artística favorita, crie um lembrete visual para sua casa que lembre você de guardar a lei de Deus. Por exemplo, se você gosta de caligrafia, pode escrever os Dez Mandamentos em papel de pergaminho, colocar uma moldura e pendurar numa parede.
2. Reúna-se com um grupo de sua igreja e distribuam em sua comunidade folhetos sobre os Dez Mandamentos.
3. Decore Êxodo 20:1-17, e depois recite a passagem a um amigo ou repita-a em voz alta enquanto trabalha em casa.
4. Convide alguns amigos num sábado à noite para assistirem ao clássico filme Os Dez Mandamentos. Depois, façam uma discussão em grupo sobre o assunto.

Joy Thomson | Perth, Austrália

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Planejando de Antemão - 05/11/09 a 07/11/09

Quinta, 5 de novembro

Aplicação

Como se lembrar de não esquecer


Os israelitas esqueceram de se lembrar das coisas mais importantes, como o Deus que os tirou do Egito, as ordens que Ele lhes deu, a terra que Ele lhes prometeu. Deus sabia que eles se esqueceriam, portanto, como um cordão amarrado a um dedo, Ele lhes deu um auxílio à memória – algo para ajudá-los a se lembrar, para que não se esquecessem.

Simples fios de linha amarrados juntos por um cordão azul e presos às pontas de todas as vestes, a fim de que para toda parte que os israelitas se virassem, pudessem se lembrar. Não se esqueça do Deus que ama você. Para os israelitas havia um mar de azul que se movia em contraste com um infindo deserto amarelo. Não se esqueça dos planos que Ele tem para você. Uma borla pendente de uma ponta da roupa. Não se esqueça do que o “Eu Sou” prometeu.

Eis aqui quatro coisas que podemos fazer para nos lembrar de não esquecer o que realmente importa:

Amarre a Palavra de Deus nas suas mãos (Dt 11:18). A maioria de nós usa as mãos para ganhar a vida. Seja digitando num computador ou girando um torno para madeira, as mãos são importantes para criar a vida que você vive. Já pensou se todas as suas ações, todos os atos das suas mãos, pertencessem a Deus?

Prenda a Palavra de Deus na sua testa (Dt 11:18). Dê a Deus sua vida no aspecto dos pensamentos. O que se passa dentro da sua cabeça determina no que você se concentra e onde coloca sua energia. Imagine como seu futuro seria moldado se você se disciplinasse para constantemente estar em contato com Ele durante o dia; se, como Paulo, você levasse “cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2Co 10:5, NVI).

Estabeleça prioridades em sua vida (Jr 2:32). Você valoriza as coisas terrenas acima das celestiais? Então, por certo irá se esquecer de Deus. Escolha, hoje, colocar as prioridades de Deus no topo de sua lista.

Conte à próxima geração (Sl 78:4). Como qualquer bom professor irá lhe dizer, se você deseja saber se realmente aprendeu algo, tente ensiná-lo a outra pessoa. Passando adiante seu conhecimento, fé e compreensão, você invariavelmente irá fortalecer sua própria experiência cristã.

Mãos à Bíblia

9. Segundo instruções dadas a Moisés, o que o Senhor pediu aos israelitas que prendessem em suas vestes? Nm 15:38

Aparentemente, o uso de borlas de várias cores era uma prática comum entre os povos antigos do Oriente Médio, e Deus adotou essa prática. A “franja” ou borla era presa aos quatro cantos das vestes exteriores com uma linha azul em cada borla.

10. Que razão foi dada para o uso dessas borlas? Isto é, de que coisas específicas Deus queria que os israelitas se lembrassem? Nm 15:39-41

O verbo “lembrar-se” aparece duas vezes nestes versos. Cada vez que um israelita visse as borlas, deveria se lembrar de cumprir todos os mandamentos de Deus, e ser santos a Deus (v. 40).

Karen Collum | Brisbane, Austrália

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Planejando de Antemão - 04/11/09 a 07/11/09

Quarta, 4 de novembro

Testemunho
Natureza humana – ainda a mesma!


O tema se repete, ecoando como um irritante estribilho ao longo dos séculos, seja em Gênesis, Êxodo ou hoje – “Fiz as coisas do meu jeito.” Primeiro, prestamos serviço de lábios ao jeito de Deus fazer as coisas, mas depois nossa própria vontade assume o comando. Considere, então, os resultados:

“A mistura de gente que com os israelitas subira do Egito era uma fonte contínua de tentação e dificuldades. Professavam ter renunciado à idolatria, e adorar o verdadeiro Deus; mas sua primitiva educação e ensino lhes haviam modelado os hábitos de caráter, e estavam mais ou menos corrompidos pela idolatria e irreverência para com Deus. Eram os que mais frequentemente suscitavam contendas e os primeiros a queixar-se, e contaminavam o acampamento com suas práticas idólatras e murmurações contra Deus.

“Logo depois da volta ao deserto, ocorreu um caso de violação do sábado, sob circunstâncias que o tornavam de uma culpabilidade peculiar. O anúncio do Senhor de que deserdaria Israel, despertara um espírito de rebelião. Alguém do povo, irado por ser excluído de Canaã, e decidido a mostrar seu desafio à lei de Deus, atreveu-se a uma transgressão declarada do quarto mandamento, indo apanhar lenha no sábado. ... O ato deste homem foi uma violação voluntária e deliberada do quarto mandamento – pecado este não cometido por inadvertência ou ignorância, mas por presunção. ... Os pecados de blasfêmia e voluntária violação do sábado recebiam o mesmo castigo, sendo igualmente uma expressão de desprezo pela autoridade de Deus” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 408, 409).

Acontece tantas vezes – primeiro se aborrece o pecado, depois se tem pena dele, e por fim se o abraça. As seduções podem ser atrativas, mas nos levam para longe de Deus. A escolha de seguir nossos próprios caminhos logo pode se tornar uma revolta aberta contra Deus e Seus caminhos. Não é de admirar que somos aconselhados a “guardar bem as vias de acesso à alma” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 403). Precisamos estar constantemente cientes de que o inimigo de Deus atacará de maneira furtiva, sutil. Toda a armadura de Deus é vitalmente necessária, a cada hora de cada dia.

Mãos à Bíblia

7. Por que o castigo pelo atrevimento parecia tão severo? Como se manifestava a graça em tudo isso? Que lições podemos aprender desse preceito? Nm 15:30, 31

A frase no hebraico é “com punho erguido”, postura de arrogância e rebelião. Israel pecou verdadeiramente “com punho erguido” contra o Senhor em Cades. Mas Deus transformou a sentença de morte em banimento para o deserto. A lição é que os pecados são considerados com muita seriedade pelo Senhor.

8.
Por que o Senhor exigiu que toda a congregação tomasse parte na execução mencionada em Números 15:32-36? Que lição espiritual podemos tirar disso?

Evidentemente, Deus estava tentando mostrar a Seu povo a seriedade do pecado. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Precisamos estar especialmente cientes do fato de que nossos atos afetam os outros, bem como a nós mesmos, para o bem ou para o mal.

Yvonne L. Johnson | Perth, Austrália

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Planejando de Antemão - 03/11/09 a 07/11/09

Terça, 3 de novembro

Exposição
Cor que levanta o ânimo


Quebrando o silêncio (Nm 15:1, 2, 17, 18, 37, 38). Aquele tinha sido o maior rompimento que os israelitas tinham tido até então com seu Pai e Guia espiritual. Após uma birra coletiva e uma tentativa insana de reivindicar o prêmio prometido, Israel tinha aprontado uma grande trapalhada. Enquanto relutantemente desmontavam o acampamento, o silêncio espiritual deve ter sido ensurdecedor. Quem iria quebrá-lo?

Para surpresa deles, foi Deus. Contudo, o fato de ter sido Ele quem quebrou o silêncio não foi a única surpresa. Em vez de uma intimidadora censura ou de palavras tranquilizadoras, Deus apresentou detalhada mensagem sobre sacrifícios e borlas!

Enquanto os israelitas ouviam a Deus, devem ter se dado conta de que Ele estava reafirmando Sua promessa original de lhes dar a terra. Com o risco real de a comunidade mergulhar em profunda depressão espiritual com relação a seu destino, Deus quebrou o silêncio para reafirmar-lhes Sua promessa e a realidade de que a terra era algo que Ele lhes estava dando, não algo que haviam perdido. Em segundo lugar, essa reiteração das leis de Deus lembrou aos israelitas que Ele ainda estava lhes apontando claramente um modo melhor de vida.

Ofertas perfumadas de esperança (Lv 7:28-36; Nm 15:1-13; 2Co 2:15, 16; Ef 5:2). Essas leis quanto a ofertas queimadas e ofertas voluntárias se pareciam com receitas. Misture um décimo de um efa de farinha com um quarto de hin de azeite e passe grossas fatias de carne de carneiro nessa mistura para produzir uma oferta que tem aroma muito agradável.

Essas instruções quanto a sacrifícios são fascinantes e, surpreendentemente, encorajadoras. Tanto a farinha quanto o vinho subentendem que as pessoas envolvidas em apresentar esses sacrifícios já eram parte de uma comunidade agrícola estabelecida, onde se colhia trigo e se prensava uvas. Portanto, essas leis reafirmam intrinsecamente a promessa de que Israel se estabeleceria na fértil Terra Prometida. Não só isso, mas essas ofertas retratam o fato de que Deus estava convidando Seu povo para participar de uma apetitosa refeição de paz com Ele e com os sacerdotes.1 Esses sacrifícios representavam o perdão e a restauração do relacionamento.

Talvez isso identifique a verdadeira razão pela qual os sacrifícios eram um aroma agradável a Deus. Em vez de Deus gostar particularmente do cheiro de carne marinada, Ele aprecia a possibilidade de desfrutar de um relacionamento restaurado conosco. É por isso que a vida de Jesus foi tão fragrante para Deus; e é por isso também que somos chamados a espalhar essa mesma fragrância de Cristo onde quer que formos.

O verdadeiro status dos estrangeiros (Nm 15:14-16; Gl 3:26-29; Cl 3:1-11). Também é revigorante notar quão inclusivo Deus foi nas leis que Ele partilhou com os israelitas. Em muitos lugares do capítulo 15, Ele disse aos israelitas que as mesmas leis quanto às ofertas voluntárias e pacíficas se aplicavam aos estrangeiros que viviam entre eles, da mesma forma que se aplicava a eles. Deus estendeu a eles a paz, assim como Ele a estendia aos israelitas.

Contudo, é possível ver esse inclusivismo com lentes muito mais otimistas do que correspondia à realidade. Na verdade, os estrangeiros não tinham exatamente o mesmo status dos israelitas. Conquanto pudessem desfrutar do mesmo status civil que os judeus nativos (Lv 24:22; Nm 35:15), os estrangeiros não partilhavam exatamente do mesmo status religioso.2

Somente em Jesus Cristo são removidas as desigualdades raciais, de gênero e econômicas. Conquanto as leis humanas possam sugerir que os desequilíbrios sociais sejam corrigidos, tais desequilíbrios são plenamente eliminados somente através da obra abarcante de Cristo.

Pequenos lembretes de identidade (Nm 15:37-40; 1Pe 2:1-9; Ap 1:4-6). Finalmente, chegamos ao fim de todas essas leis, e o que resta? Leis relativas a borlas! Isso certamente deve ser um exemplo perfeito de leis insignificantes relativas a assuntos periféricos. Mas, pare para considerar o que as borlas representavam. Deus reconhecia quão fácil seria que os israelitas se esquecessem dEle e de Seus caminhos. Portanto, lhes deu uma forma tangível de se lembrarem. O propósito dessas borlas era semelhante ao dos adesivos de carros, vendidos hoje, falando de Deus.

O Senhor também especificou que as borlas deviam ter um fio azul passando por dentro. Nos tempos do Antigo Testamento, as tintas azul e púrpura eram produzidas com o caracol Murex Trunculus, que vivia no oceano que margeava o Líbano. As pessoas precisavam pegar 12 mil caracóis para fazer apenas 1,4 kg de tinta azul-púrpura, portanto, essa era uma cor muito cara!3 A pessoa precisava ser rica e famosa para usar roupas azul-púrpura.4 É interessante descobrir que Deus pediu a Seu povo que vestisse os sacerdotes e decorasse o santuário com material azul-púrpura (Êx 26:1; 28:5-8; 39:1). Assim, quando Deus ordenou que todo o Seu povo usasse borlas com um cordão azul, Ele estava dizendo: “Vocês são valiosos e especiais! Vocês são Meu sacerdócio real!” Em meio à rebelião e à potencial depressão espiritual, Deus levantou o ânimo de Seu povo com a cor da prosperidade.

1. The New American Commentary, v. 3-B: Numbers (Nashville, Tenn.: Broadman & Holman Publishers, 2000), p. 245.
2. Jacob Milgrom, The JPS Torah Commentary: Numbers (Philadelphia: Jewish Publication Society, 1990), Excursus 34, p. 399.
3. Ibid., p. 127.
4. Lembre-se de que Lídia era vendedora de roupas azul-púrpura (At 16:14).


Mãos à Bíblia

5. Se a congregação percebesse que, como um grupo, havia se desviado dos mandamentos do Senhor, o que deveria ser feito? Qual é o significado do fato de que eles tinham que levar uma “oferta pelo pecado perante o Senhor, por causa do seu erro”? Nm 15:22-27

É interessante que o Senhor distinguia entre as coisas praticadas involuntariamente das que eram deliberadas. Ao mesmo tempo, porém, até mesmo as coisas praticadas sem querer eram consideradas “pecado” e precisavam ser atendidas.

6. Como o indivíduo obtinha expiação por seu pecado de ignorância? Qual era a diferença do procedimento do pecado da congregação? Nm 15:27-29

Sven Östring | Perth, Austrália

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Planejando de Antemão - 02/11/09 a 07/11/09

Segunda, 2 de novembro

Evidência

União por meio de uma borla


A princípio, as leis de Números 15 parecem fora de lugar em meio ao resto da narrativa. Essas leis, contudo, revelam um Deus fiel que deseja o companheirismo de Seus filhos e que os chama à obediência após os desastrosos eventos do capítulo 14.

O chamado de Deus à obediência veio na forma de um lembrete físico para os israelitas. Eles deviam incorporar um cordão azul (literalmente “violeta”) em borlas (pingentes), que deviam colocar nas pontas de suas vestes. Essas borlas, com seu cordão azul, deviam ser um constante lembrete: “Farão com que vocês lembrem de todos os Meus mandamentos e os sigam em tudo. Assim, vocês serão um povo separado só para Mim” (versos 39 e 40).

A obediência aos mandamentos de Deus é um sinal de nosso amor por Ele. O sábado era um teste, ou sinal de obediência. João 14:21 diz: “A pessoa que aceita e obedece aos Meus mandamentos prova que Me ama. E a pessoa que Me ama será amada pelo Meu Pai, e Eu também a amarei e lhe mostrarei quem sou.”

Era significativo o fato de que as borlas eram colocadas na barra da roupa. Em tempos antigos, a barra de uma roupa era considerada uma extensão daquela pessoa. Dessa forma, a obediência a Deus era uma extensão da pessoa. Que características e prioridades são uma extensão nossa?

Estamos vivendo durante um tempo de êxodo espiritual. Aguardamos a terra prometida do Céu. E assim como com os israelitas, Deus deseja ter companheirismo conosco.

O companheirismo com Deus forma o alicerce para a obediência e molda nossa atitude para com o ato de doar. Esse não deve ser algo frio, mas (como as ofertas mencionadas em Números 15) deve-se doar o produto puro, o que aponta para Jesus, que Se ofereceu sem mácula a Deus (Hb 9:13, 14).

Quando seguimos as leis que Deus deseja gravar em nossa mente e escrever em nosso coração, Ele nos dá uma vida abundante. Ele nos chama a viver “em amor, como também Cristo nos amou e Se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Ef 5:2, NVI).

Mãos à Bíblia

3. Que mandamentos específicos foram dados à segunda geração de israelitas quando esperavam se estabelecer em Canaã? Nm 15:14-16. Como esse mesmo princípio se revelou no Novo Testamento? Gl 3:26-29; Cl 3:11

Estrangeiros seriam aqueles que, habitando entre os israelitas, aceitassem plenamente a fé e, no caso dos homens, fossem circuncidados apropriadamente. Eles deveriam ser tratados e amados como se fossem israelitas. “A mesma lei” ou “ordenança” se aplicará tanto “a vocês como ao estrangeiro residente” (Nm 15:16, NVI). Admirável inclusividade!

4. Na oração de dedicação, proferida na inauguração do primeiro templo, que pedido fez Salomão a Deus com respeito aos não israelitas? 1Rs 8:41-43. O que disse Isaías sobre os estrangeiros que buscassem adorar no templo? Is 56:6, 7

Suzanne McDonald | Perth, Austrália

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domingo, 1 de novembro de 2009

Planejando de Antemão - 01/11/09 a 07/11/09

PLANEJANDO DE ANTEMÃO


“Em vez disso, eu disse aos seus filhos: ‘Não guardem as leis que os seus antepassados fizeram; não sigam os costumes deles, nem se manchem com os seus ídolos. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês. Obedeçam às Minhas leis e aos Meus mandamentos. Façam do sábado um dia sagrado, de modo que seja um sinal da aliança que fizemos. O sábado fará com que lembrem que Eu sou o Senhor, o Deus de vocês’” (Ez 20:18-20).

Prévia da semana:
Podemos ser sempre agradecidos poruqe nosso Deus é um Deus de ordem e detalhe tanto em misericórdia como em justiça.

Domingo, 01 de novembro

Introdução

Será que sou sonâmbula?


Eu tinha me oferecido para fazer o serviço menos popular em meu local de trabalho. Era no andar de baixo, num lugar frio, sujo e barulhento. Mas eu estaria sozinha, e sabia que precisaria de tempo a sós com Deus. Sempre peço a Deus que esteja comigo, mas depois passo o dia como se Ele estivesse bem longe.

“O Senhor está aqui, Deus?” Perguntei, quando cheguei lá embaixo. Tudo dentro de mim estava alerta para a confirmação de Sua presença.

Momentos depois, Kesavan, um colega de trabalho que é Hare Krishna, passou por ali e parou. Ele é gentil, humilde e amável, e já tivemos muitas conversas agradáveis sobre Deus. Nessa ocasião, ele perceptivelmente perguntou se eu tinha me oferecido para fazer esse serviço para poder ler e orar! Começamos a conversar sobre Deus. Exprimi em voz alta o pensamento de que talvez pudéssemos ter uma conversa a três – eu, Kesavan e Deus.

Exultamos com a sublimidade dessas ideias, e quando ele se voltou para ir embora, disse: “Agora eu sei que Deus me enviou aqui para conversar com você, porque fui abençoado.”

Deus! Cultivar a consciência de Sua presença é tão emocionante! Ontem, saí correndo de casa, atrasada para uma programação à noite na igreja. No carro, a música tocava, lamentosa: “Por favor, lembre-se de Mim.” Exatamente nesse momento, eu a vi – a lua, prateada e gloriosa, aparecendo atrás da silhueta de colinas distantes. Parei. “Oh, Deus, sinto muito”, orei. “Ajuda-me a lembrar do Senhor a cada momento do meu dia.” Quão curta é minha memória!

O santuário deve ter sido uma visão incrível no deserto, representando a glória de Deus e contando a história da salvação por meio de seus serviços, sacrifícios e símbolos. Como ele deve ter dirigido os olhos das pessoas para o Céu, enquanto elas viajavam pelo triste deserto em direção à terra prometida. Contudo, mesmo com tudo isso, Deus instruiu os filhos de Israel a usar borlas em suas vestes para lembrá-los de obedecer a Seus mandamentos.

Hoje vivemos num mundo cheio de distrações. Porém, Deus está em toda parte. Ele nos fala através do pôr do sol e do nascer do sol, do arco-íris, do oceano, do surgimento da lua e das amizades. Mesmo assim, algo me diz que talvez eu precise usar uma borla.

Nesta semana, aprenderemos o que o livro de Números tem a nos ensinar sobre a importância de nos lembrarmos de Deus e sobre a maneira de fazer isso.

Mãos à Bíblia

1. Que ofertas deveriam ser feitas, além das de animais? O que representavam? Nm 15:1-10, 18-21

O termo hebraico traduzido como “manjares/cereais” é minchah, que significa oferta ou tributo. Incluía farinha, azeite e vinho, representando a gratidão do ofertante pelas bênçãos de Deus nos campos e colheitas (veja Dt 8:18).

2. Como o apóstolo Paulo aplicou esse conceito nos tempos do Novo Testamento? Rm 12:1; 2Co 2:15, 16; Ef 5:2

Jenelle Hockley | Perth, Austrália

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