sábado, 2 de maio de 2009

A Jornada Cristã "REVELAÇÃO" - 02/05/2009 a 02/05/2009

A JORNADA CRISTÃ - REVELAÇÃO
Resumo Semanal - 26/05/2009 a 02/05/2009


Pastor José Orlando Silva
Mestre em Teologia Sistemática
Boa Viagem - Recife
Associação Pernambucana

I. Introdução

Precisamos ter uma clara compreensão da revelação, caso contrário, toda a nossa vida cristã poderá ser afetada. A maioria das questões da teologia tem que ver com a doutrina da revelação. Nosso entendimento a esse respeito afeta a compreensão da mensagem cristã, nossa identidade e nossa missão.

A incompreensão da revelação também deturpa a pessoa de Deus, colocando-O como distante, inacessível e indiferente ao homem. Sendo Ele transcendente e infinito, não poderia ser conhecido? E não sendo conhecido, como poderíamos nos relacionar com Ele? Percebe-se que o cristianismo estaria fadado ao fracasso e à impossibilidade. Porque, como seres finitos, não poderíamos conhecer o infinito. No entanto, Deus Se revela. O Deus transcendente é também imanente. O Deus infinito e misterioso é o Deus que Se revela e Se comunica com Sua criação.

II. Importância e necessidade da revelação


Deus é incognoscível, infinito, transcendente, insondável e inescrutável. “Porventura, desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até a perfeição do Todo-poderoso?” Por isso, é impossível buscar ou entender a Deus pelos métodos humanos (1Co 2:11; Rm 11:33, 34).

Mas, ao mesmo tempo, Deus pode ser conhecido (Jo 17:3; Os 6:3). Se o homem, por sua iniciativa, não pode alcançar a Deus, pelo profundo abismo que há entre aquele e Este; Deus toma a iniciativa para que o homem tenha acesso a Ele novamente. Deus Se revela para ultrapassar a barreira do pecado (Is 59:1, 2), que não existia desde o Éden (Gn 2).

Lutero afirmou: “O Homem usa máscaras para se esconder, e Deus a usa para Se revelar”. De fato, Deus só é conhecido a partir do ponto em que Se revela. Deus não é conhecido em Si mesmo. Ele só é conhecido como Se revela. A palavra revelar vem do verbo latim “velo” que significa cobrir, pôr um véu. Então, revelar significa descobrir, remover o véu.

Tomás de Aquino tem quatro argumentos para se chegar à prova da existência de Deus:

1. Argumento cosmológico: As coisas existentes apontam para a existência de um Deus criador.
2. Argumento teológico: Há a necessidade de uma ordem, pois há um propósito nas coisas, há um desígnio.
3. Argumento ontológico: Tem que ver com o ideal de perfeição dentro do homem imperfeito. Isso sugere uma fonte maior que o homem.
4. Argumento antropológico: A inteligência interior do homem e a capacidade humana de transcender-se dentro de si mesmo. Como pode a personalidade advir da impersonalidade?

Estes quatro argumentos de Tomás de Aquino fazem parte da tradição que ficou conhecida como tomismo. Os argumentos da tradição tomista ainda são válidos hoje.

Esse argumento provém da crença de Tomás de Aquino da teologia natural, que influenciou a teologia liberal. Declara-se que a revelação geral é suficiente para a salvação. Apesar dos argumentos apresentados pelo teólogo Tomás de Aquino e das provas da existência de Deus serem válidas e úteis, não se pode considerar a revelação geral como absoluta e suficiente para conhecermos a Deus. A revelação geral aponta para a revelação especial, que é a máxima revelação de Deus ao homem, por Sua Palavra e por Jesus Cristo.

III. Revelação Geral e Especial


Agostinho, Lutero, Calvino, Charles Hodge e Warfield: Todos argumentam em favor da existência de uma revelação geral, mas esta é limitada. A revelação geral está disponível para qualquer um, basta abrir os olhos para ver.

Deus Se revela pela natureza (Sl 19:1), pela consciência (Rm 2:14, 15), pela Sua Palavra (Jo 5:39) e pela máxima revelação que o homem já pôde ver e conhecer (Jo 1:1). Essas “muitas maneiras” com que Deus Se tem revelado (Hb 1:1) nos apresentam o intenso desejo que Ele tem de estar bem próximo de cada um de nós e ser conhecido. Embora, pela natureza e consciência, possamos ter vislumbres de Deus, tais revelações não são suficientes para que alcancemos a salvação por intermédio delas. A máxima revelação é vista pela Palavra de Deus, porque testifica da revelação em pessoa do próprio Deus: Jesus Cristo.

A encarnação é o grande princípio da revelação de Deus. Este método de encarnar a verdade não foi escolhido arbitrariamente, porém foi o único pelo qual Deus pôde Se revelar ao homem em toda a sua plenitude.1 A encarnação é parte vital de um plano anteriormente elaborado e a concretização de uma promessa. E seu grande mistério é Deus Se revestindo da humanidade com finalidade redentiva. 2

Neste sentido, é feita uma grande revolução na antropologia humana, sobre a qual qualquer resquício de antropocentrismo se torna inoperante. Álvaro Barreiro usa um sinônimo de “clemência” para expressar essa questão, escolhendo a palavra “condescendência”. Ele afirma: “Em Jesus Cristo, o verbo eterno de Deus, que assumiu a nossa carne, manifesta-se a condescendência de Deus para conosco. Deus ’desceu‘ das alturas da Sua riqueza e da Sua glória até os abismos da nossa pobreza e humilhação para nos revelar e oferecer todo o Seu amor, ‘desceu até nós para nos fazer subir até Ele; assumiu nossa natureza humana para nos tornar participantes da Sua natureza divina’.” 3

Não era plano de Deus revelar somente Seus pensamentos, senão manifestar Sua própria pessoa. E somente em Jesus tal pensamento seria alcançado. A encarnação fere os moldes racionais. “Como se poderia obrigar alguém a aceitar que, em Jesus de Nazaré, um Ser histórico, o homem como interrogação infinita e o mistério infinito de Deus se unam como resposta absoluta? Que aqui o mesmo ser é Deus e Homem?”4

IV- A máxima revelação de Deus no mistério em Cristo


O “mistério” aponta especialmente para algo que, antes esteve oculto na mente de Deus, era parte de Seu propósito fazer conhecido, não a uma elite privilegiada, mas a todos os homens. “Este mistério maravilhoso, a encarnação de Cristo e o Seu sacrifício, deve ser declarado a todos os filhos e filhas de Adão”.5 Contudo, apesar de a revelação ser apresentada por Deus, ela não esgota o mistério. Ele continua sendo um mistério insondável. Essa declaração é amparada pelo fato de que a mente carnal não pode percebê-lo; para tanto, faz-se necessária a intervenção e revelação do Espírito Santo.

“Se é verdade que o mistério é manifestado e cumprido em Cristo, é também verdade que só pelo Espírito é ele apreendido pelo homem”.6 “Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1Co 2: 10). Ainda é declarado que a revelação dada aos profetas e apóstolos tem como objetivo a compreensão pela igreja. “...segundo uma revelação me foi dado conhecer o mistério... pelo qual... podeis compreender o meu discernimento” (Ef 3:3, 4).

O mistério envolve o fato de que em Jesus coabitam duas naturezas distintas em uma única personalidade, como disse Gregório de Nazianzo: “Em Cristo há um algo e outro algo, mas não um alguém e outro alguém”.7 Por isso, pode-se afirmar que o fato mais marcante em todo o Universo e em todos os tempos é o mistério da piedade, a encarnação de Deus na pessoa de Jesus Cristo. “Grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória” (1Tm 3:16).

Por esta razão, ficamos pasmados diante de tão insondável mistério, que a mente não pode compreender, como o declarou Ellen White: “Quando quisermos estudar uma questão profunda, fixemos a mente na coisa mais maravilhosa que já ocorreu na Terra ou no Céu: a encarnação de Cristo, o Filho de Deus”. 8

A única regra infalível de fé e prática, que é a Palavra de Deus, como expressa nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento, testifica de Jesus e Sua ação salvífica em favor do homem. E nisto consiste a maior revelação de Deus.

Conclusão


O objetivo de toda a Bíblia é simplesmente apresentar a problemática do pecado e sua única solução, revelada no plano da redenção. A salvação tem uma direção: revela uma ação nessa direção, que não poderia ter outro foco a não ser o homem. Nesse sentido, João afirma: “Deus amou o mundo” (Jo 3:16), que, no contexto desta declaração é o ser humano. A ação que é o verbo amar, não é direcionada a coisas, mas a pessoas. Karl Barth declara que “Jesus Se tornou homem porque tinha finalidade em direção ao homem”. 9 Por isso, afirma Langston:

“A obra propiciatória de Jesus é a maior revelação do grande propósito de Deus em salvar a humanidade. A encarnação e a propiciação de Jesus constituem a maior prova da boa vontade de Deus de generosamente oferecer a salvação a todos. Com isso, não queremos dizer que todos serão salvos, porque, como veremos adiante, a salvação de alguém depende de outra coisa além da vontade de Deus. Pela encarnação, tornou-Se Jesus Filho da humanidade, para que Seu trabalho propiciatório pudesse lançar as bases de uma salvação universal. ‘Portanto, ide fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos’ (Mt 28: 19, 20); veja também Mc 14:15, 16. Não pode haver, portanto, nenhuma dúvida de que o propósito divino, desde o princípio, é o de salvar a humanidade toda, isto é, de oferecer a todos a salvação”. 10

A revelação é uma iniciativa de Deus para Se comunicar e Se aproximar do homem que estaria plenamente perdido por não conhecer o caminho da salvação. A pergunta de Tomé: “Como saber o caminho?” (Jo 14:5b) reflete a busca do homem e sua impossibilidade de encontrar o que busca. A resposta de Jesus apresenta a revelação máxima de Deus ao homem. Como vimos, muitas são as maneiras pelas quais Deus procura Se revelar a nós. Mas a maior delas é declarada na resposta de Jesus a Tomé, e a cada um de nós: “Eu sou o caminho” (Jo 14:6a). Ou seja, a revelação plena e completa que apresenta e nos leva ao Pai.


1. A.B. Langston, Esboço de Teologia Sistemática, (Rio de Janeiro: Juerp, 1994), 21.
2. Ellet J.Waggoner, Cristo y Su Justicia, (Ohio: USA: Glad Tidings Publishers), p. 27.
3. Álvaro Barreiro, Assumiu a Nossa Carne e Acampou Entre Nós, (Rio de Janeiro: Edições Loyola, 1999), p. 23.
4. Teologia Para o Cristão Hoje, Instituto Diocesano de ensino Superior de Wurzburg, Vol. 1 (São Paulo: Edições Loyola, 1977), 155.
5. SDABC, vol. 5, P. 1130; ênfase suprida.
6. José Carlos Ramos, Reflexões Sobre a Pessoa de Jesus, (Edições Salt-Pós Graduação: Unasp, 2004), p. 55.
7. Citado por Manuel M.G.Gil, Cristo, el Mistério de Dios: Cristologia y Soteriología, (Madrid: Editorial Católica, 1976), 1: 255.
8. Manuscrito 76, 1903, cit. no SDABC, v. 7, p. 904.
9. Karl Barth, Church Dogmatics, (Louisville: Westminster John Knox Press, 1994), p.92.
10. A.B. Langston, Esboço de Teologia Sistemática, op. cit, p. 202, 203.

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Jornada Cristã "REVELAÇÃO" - 01/05/2009 a 02/05/2009

Sexta, 1º de maio

Opinião
Verdade: espécie ameaçada


A mente racionalista do século 21 nos coloca numa posição de questionar tudo – até o sobrenatural. Por causa disso, todo conceito que esteja além de nossa compreensão é visto como mito, lenda ou dogma. O Dr. Ariel Roth diz: “Frequentemente, o relativismo, o agnosticismo e o ceticismo são respeitados, enquanto a certeza e a verdade parecem ameaçadas. Está na moda questionar quase tudo. Dúvidas são, às vezes, incentivadas por sua própria razão de ser, mesmo quando têm pouco para contribuir, exceto aumentar as dúvidas.”*

Consequentemente, a estrada que devia nos levar à verdade, não nos leva. Em vez disso, conduz-nos a um lugar em que a própria verdade é sem importância e está em segundo plano em relação à maioria dos outros aspectos da nossa vida.

Dúvidas quanto ao fato de Deus Se revelar a nós precisam ser uma via de mão dupla. Não há necessariamente um caminho “certo” ou “errado”. Não há maneira específica de sair questionando Deus e a religião, contanto que tomemos a atitude correta. Deus tem formas de se comunicar com a humanidade. Mas essas revelações são muito mais do que meros monólogos nos quais Deus é o orador. São muito mais do que simplesmente discursos feitos pelo Todo-Poderoso para calar Seus súditos. A revelação divina sempre subentende diálogo – uma conversa de mão dupla. Na era secular em que vivemos, o diálogo é vital e o questionamento saudável é parte desse diálogo.

Não nos esqueçamos, contudo, de que o questionamento requer honestidade. E até mais do que isso, o questionamento requer coragem porque, quando Deus Se revelar a nós em resposta a nossas perguntas, muito provavelmente compreenderemos que precisamos abandonar nossas noções preconcebidas que são nutridas pela maioria.

Que Jó seja nosso exemplo neste assunto. Em Jó 23 e 26–31, ele questiona a Deus com relação a seu sofrimento. Lemos a resposta de Deus em Jó 38–41. O livro termina com a reação humilde de Jó a essa resposta no capítulo 42:1-6. Ele se arrependeu porque compreendeu que tinha falado sobre coisas que não entendia. Em outras palavras, renunciou a suas noções preconcebidas e aceitou a resposta de Deus para suas perguntas.

Dicas


1. No encerramento do sábado, passe algum tempo pensando sobre as maneiras em que Deus tem Se revelado a você. Durante a semana que vem, registre em quantas dessas maneiras Ele Se revelou a você.
2. Desenhe uma figura mostrando a arte de Deus na natureza.
3. Escreva uma notícia, do ponto de vista de um repórter, detalhando como você chegou à conclusão de que a natureza dá evidências do Criador. Não se esqueça de incluir algum texto bíblico que apoie sua história.
4. Use o programa da lição de Quinta para passar tempo com Deus, durante os próximos sete dias, em oração, leitura da Bíblia, meditação, ou junto à natureza.

Miguel Lopez | Arlington, EUA

*Ariel Roth, Origens (Tatuí, CPB, 2001), p. 42.

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quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Jornada Cristã "REVELAÇÃO" - 30/04/2009 a 02/05/2009

Quinta, 30 de abril

Aplicação

Revelando Cristo na prática


Por causa do pecado, Deus não mais pode comungar conosco assim como fazia com Adão e Eva no Jardim do Éden. Embora Se comunique conosco muito eficazmente de diversas maneiras, Ele quer dar-nos um quadro mais completo de Si mesmo. E isso Ele fez por meio de Jesus Cristo.

7. Como Deus nos deu essa compreensão mais clara de Si mesmo? Jo 1:1, 2; Jo 14:9; Hb 1:1-3

8. Qual é a relação entre a revelação de Deus nas Escrituras e Sua revelação em Jesus Cristo? Jo 5:36-40

Esta é uma história sobre treinamento, ou, mais precisamente, falta de treinamento. No último inverno concordei em participar de uma equipe de revezamento de maratona. Eu vinha treinando corrida há algum tempo e pensei que o fato de ser parte de um time me motivaria a correr mais. Também havia três meses pela frente para treinar. “Tempo bastante”, pensei. A primeira semana se passou, e eu tinha corrido 1,5 km. Não há problema, decidi. Eu estava só começando. A semana seguinte passou, e eu não corri nada. “Sem problemas”, pensei. Tinha sido uma semana difícil. Cada semana eu continuava pensando que a próxima seria melhor. Mas nenhuma delas foi. A data da corrida chegou. De fato, participei com os membros de minha equipe, mas minhas pernas simplesmente não haviam aprendido o que deviam fazer!

“Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (2Tm 3:14-16, NVI).

Sabemos que Deus Se revela a nós quando estudamos Sua Palavra, quando admiramos Sua mão na natureza, quando nEle colocamos nossa fé e confiança. Por que, então, é tão difícil procurar Suas revelações? Frequentemente temos boas intenções, mas não estamos fazendo a obra. Eis aqui duas idéias que podem ajudar.

Precisamos de um programa. Anote que hora do dia você estará passando com Deus e como a estará passando – em oração, leitura da Bíblia e meditação, ou observando a natureza. Fazer um programa não significa que você não possa ou não deva passar mais tempo aprendendo de Deus. Simplesmente significa que qualquer tempo extra que você incluir nele é simplesmente a cobertura de um bolo.

Precisamos investir tempo. Assim como em minha corrida, eu desejava treinar. Na verdade, eu sabia que precisava treinar, mas não o fiz. Eu precisava ir além das boas intenções. Deixei de seguir um programa. Criando um programa e seguindo-o, nossas pernas “espirituais” ficarão fortes e nos levarão até a linha de chegada nesta corrida.

Andrea Jackson | Bishop, EUA

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Jornada Cristã "REVELAÇÃO" - 29/04/2009 a 02/05/2009

Quarta, 29 de abril

Evidência
A mãe de Deus visível numa bactéria


Muitas das coisas que Deus revelou mediante Seus profetas no passado foram registradas num período de mais de 1.500 anos. A compilação desses escritos é a nossa Bíblia.

6. Paulo recomendou que Timóteo fosse diligente na leitura da Palavra de Deus, que, disse ele, podia torná-lo “sábio para a salvação”. Neste contexto, como ele descreve melhor a influência da Palavra escrita de Deus? 2Tm 3:14-16

Existem indicações de que está em queda a leitura da Bíblia entre os cristãos, inclusive entre os adventistas do sétimo dia. Mas a negligência no estudo da Palavra de Deus pode resultar em perigo eterno, pois ela tem o poder de falar conosco cada vez que a lemos.

A Bíblia, sem dúvida, é a suprema revelação de Deus, mas a complexidade da Criação em suas várias formas também testifica da existência de Deus. Na verdade, até a complexidade da mais “simples” das formas de vida se ergue como testemunho em favor dEle. Por exemplo, a minúscula Escherichia coli (E. coli) é uma bactéria que vive na parte final do intestino dos mamíferos, muitas vezes auxiliando na digestão. A E. coli se move graças a um flagelo, um tipo de motor de popa que a impulsiona ao longo de seu mundo microscópico. O flagelo é composto de aproximadamente 40 partes de proteína, incluindo um estator, um rotor, um eixo motor, uma junta universal e um propulsor. Esses componentes só podem ser vistos usando-se um microscópio eletrônico com aumento de 50 mil vezes. Mas, quando visualizados, esses pequenos motores são incríveis, funcionando a uma velocidade de cerca de cem mil rotações por minuto. Eles se movem para a frente ou em marcha-à-ré e, apesar da rápida velocidade, a E. coli é capaz de parar num ponto microscópico exato, dar apenas um quarto de volta para parar, mudar de direção e voltar a toda velocidade na direção oposta. É um sistema incrivelmente complexo que nos faz compreender que a “simples” bactéria não é tão simples, afinal de contas.

Além de sua fina complexidade, o motorzinho da E. coli é composto de múltiplas partes, todas necessárias para que o sistema funcione. É um exemplo de complexidade irredutível. Como bem explica Michael Behe, em seu livro A Caixa Preta de Darwin, se você remover qualquer parte isolada, todo o sistema deixará de funcionar. Cada parte individual é essencial. Não há absolutamente nenhuma explicação naturalística, gradual, evolucionária para o flagelo bacteriano.

Que coisa incrível de se encontrar numa “simples” forma de vida microscópica! Mas, veja, esse é o problema que os cientistas seculares enfrentam. Não existe uma forma de vida “simples”. Todas as coisas vivas são incrivelmente complexas – com componentes internos complicados e precisos. Desde as formas de vida unicelulares até o mamífero humano, toda a criação testifica da existência de um Artista-Mestre e é evidência do toque da mão de um Criador.

Timotey Whitley | Arlington, EUA

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segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Jornada Cristã "REVELAÇÃO" - 27/04/2009 a 02/05/2009

Segunda, 27 de abril

Exposição
Deus Se revela


A “consciência” é, às vezes, definida como a faculdade ou princípio interior que nos ajuda a decidir entre o certo e o errado.

3. Mencione algumas histórias em que podemos ver o impacto da consciência na vida das pessoas (Veja, por exemplo, Gn 42:18-23; Jo 8:1-9; Mt 27:3-5; Daniel 5).

Embora a consciência seja importante, nem sempre é totalmente confiável. Mas existem formas de aguçar a consciência. Estar sintonizado com Deus, mediante a leitura regular de Sua Palavra e pela comunhão frequente com Ele em oração, nos torna mais sensíveis à voz do Espírito, que pode falar conosco através da consciência.

Revelação através da Palavra (Rm 1:18-23. 2Tm 3:14-16). Que tipo de imagem você tem de Deus? Ele é meramente um quadro pintado a partir de uma família desestruturada, um pai irado ou um cônjuge abusivo? Ele é meramente uma estátua que você erigiu em honra ao seu herói favorito da vida real? Ou Ele é formado através de um livro que você leu ou de uma igreja que você frequenta? Romanos 1:18-23 nos fala do perigo de tentar criar Deus à nossa própria imagem ou a partir de exemplos terrenos. Quando rejeitamos a revelação que Ele nos deu de Si mesmo, acabamos distorcendo a verdade sobre quem Ele é.

Se você verdadeiramente deseja conhecer a Deus, a melhor fonte de informações para esse fim é a Bíblia. Afinal de contas, trata-se do diário pessoal de Deus, dada por inspiração a Seus profetas, contando Suas interações com a humanidade. João 5:39 nos diz que as Escrituras testificam de Jesus. Com o estudo das Escrituras, não apenas nos inteiramos de fatos e doutrinas, mas nos é dada a chance de entrar num relacionamento vivo com a Palavra que Se tornou carne e viveu entre nós – a própria Verdade, que revela nosso Pai celestial através de Sua vida terrena (Jo 1:14).

Em meio à adversidade (Êx 7:1-6, Gn 3:16-19). A Bíblia indica que Deus pode Se revelar a nós mesmo em meio à calamidade e à dificuldade. As provas podem derrubar os muros que nosso coração ergueu contra Deus, de uma forma que nada mais pode fazer. Em Êxodo 7:1-6 vemos que Deus comissionou Moisés e Arão a falar com faraó. No verso, Ele disse a Moisés que Seu propósito em trazer pragas sobre o Egito não era somente punir os egípcios e libertar os israelitas, mas também Se revelar aos egípcios, para que eles pudessem saber que Ele é Deus.

A dor e sofrimento com que Deus amaldiçoou Adão e Eva após a queda não foram arbitrários. Embora fossem o resultado natural de sua desobediência, eram também um ato redentor. A dor nos permite reconhecer que há algo errado, que precisamos de cura. Sem a dor física, uma perna quebrada logo se transformaria numa perna aleijada. As provações podem nos ajudar a ver que há algo errado com o mundo e com nosso próprio coração. Elas podem nos motivar a deixar os analgésicos com que nos automedicamos e cujo efeito é passageiro, e buscar o Grande Médico, que tem a cura perfeita e completa.

Os céus declaram a glória de Deus (Sl 19:1-4). Junto à natureza também podem ser encontradas as digitais do Criador. O Salmo 19:1-4 revela que a natureza testifica não apenas da existência de Deus, mas também de Seu caráter. Os intrincados detalhes, a diversidade, a complexidade e a harmonia, todas revelam algo sobre Seu caráter – Sua ordem detalhada, Sua beleza e Sua glória. Assim como as pinturas e esculturas revelam o talento, as ideologias e mesmo o caráter do artista, Deus é revelado mais plenamente através de Sua criação.

Quando passamos tempo em meio à natureza podemos chegar a conhecer o Criador. A Criação dá evidências de Sua bondade e de Sua existência até para aqueles que nunca ouviram o evangelho (Rm 1:18-20).

Deus revela Seu amor em sua vida (Mt 5:13-16). Ao entrarmos num relacionamento vivo com o Criador do Universo, somos transformados. Entramos nesse relacionamento através da meditação em Sua Palavra, da observação de Sua criação, e de Sua obra em nossa vida. Por sua vez, nos tornamos vasos que revelam Deus a um mundo que não O conhece. O cristianismo não é um chamado para uma vida parada e maçante. Nós somos o sal da Terra (Mt 5:13). Apenas um pouquinho de sal dá sabor a toda a receita. Ao entrarmos em contato com nossos vizinhos e outros membros da comunidade, com pessoas de todas as nações, tribos e línguas, temos a oportunidade de acrescentar sabor à vida delas quando demonstramos uma vida poderosa e abundante através de nossa conexão com Deus.

Jesus, a Luz do mundo, também nos chamou para ser luzes (Mt 5:14-16). Se você tem um relacionamento com Deus, isso não é algo que possa esconder. Cristo nos compara a uma cidade edificada sobre um monte, que não pode ser escondida. Também somos comparados à luz numa casa. Somos um reflexo de Deus tanto para o mundo em geral como para outros que estão na igreja de Deus.

Juntamente com todos os santos (Ef 3:16-19). Conquanto o caráter de Deus possa ser revelado através de nossa vida, é também revelado num corpo de crentes. Juntamente com todos os santos, podemos conhecer melhor a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Deus. A plenitude de Deus não pode ser inteiramente revelada numa pessoa. Seu amor é imenso demais para ser compreendido sozinho. Somente num corpo, em Sua igreja, é que Ele pode revelar plenamente Seu caráter. É no relacionamento com outros que somos também confrontados com nossas próprias falhas e defeitos de caráter, com nossa natureza pecaminosa. Ao reconhecermos nossa condição à luz da provisão de Deus, somos capazes de refletir Seu perfeito amor mesmo em nosso corpo imperfeito e corrompido.

Deus continua a Se revelar a nós através de Sua Palavra, através de Sua criação, através de provas e, finalmente, através de nossa vida e nossos relacionamentos com outros. Que incrível privilégio temos de conhecer e adorar esse Deus, o Deus da Bíblia!

Pense nisto


1. De que maneiras Deus já Se revelou a você?
2. Que provações você já enfrentou que lhe ensinaram algo sobre Deus?

Jill Manoukian | Avon, EUA

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domingo, 26 de abril de 2009

A Jornada Cristã "REVELAÇÃO" - 26/04/2009 a 02/05/2009

A JORNADA CRISTÃ "REVELAÇÃO"


“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o Universo” (Hb 1:1, 2, NVI). Prévia da semana: Deus nos ama tanto que quer manter conosco um diálogo contínuo. Ele fala conosco utilizando-Se de muitos meios, dos quais o mais poderoso é Jesus.

Leitura adicional: Caminho a Cristo, capítulos “O Deus Que Eu Conheço” e “Expulse a Dúvida”

Domingo, 26 de abril

Introdução
Para onde você aponta a antena?


1. Resuma com suas palavras o que o Salmo 19:1-4 e Romanos 1:18-20 nos ensinam.

Quando os que creem na Bíblia examinam o céu iluminado pelas estrelas, quando veem as árvores majestosas das florestas ou a beleza do Sol poente, concordam que a natureza declara a glória de Deus. Mesmo os não-crentes, olhando para a natureza, alcançam o vislumbre de um poder divino que projetou e criou tudo isso. Porém, muitos fecham os olhos para esse aspecto e pretendem explicar tudo o que existe em termos de acaso e necessidade.

2. Faça a si mesmo esta simples pergunta: Qual é a explicação mais lógica e razoável para a beleza e a complexidade da vida: puro acaso ou uma criação intencional e planejada? Defenda sua resposta.

A Bíblia declara que “há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o Universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do Seu ser, sustentando todas as coisas por Sua palavra poderosa” (Hb 1:1-3, NVI). Em outras palavras, Deus decidiu Se revelar de muitas formas diferentes para que pudéssemos conhecê-Lo melhor. Não obstante, as perguntas sempre permanecem: Por que é tão difícil ouvir a Deus? Há pessoas que conseguem ouvir a voz de Deus e outras que não conseguem?

É verdade que Deus é o Grande Comunicador. Desde o Céu até aqui, Jesus procurou e continua procurando meios de nos ajudar a ouvir Sua voz. É também verdade que há alguns que conseguem ouvi-Lo e outros que não conseguem. Mesmo assim, eu ousaria dizer que a diferença não está em Deus, mas em nós.

Para explicar meu ponto de vista, vou usar uma ilustração usada por Jean Flory. Ele diz que nossa compreensão é como a antena de um satélite que está focalizada em direção ao solo, de forma que as únicas ondas sonoras que ela pode receber são as que vêm do solo. Com muita frequência, nossas antenas estão apontadas numa direção contrária à do Céu, e por isso não conseguimos receber sinais de Deus. Assim, embora Deus continuamente fale conosco, não O compreendemos. Só aqueles que direcionam sua antena para cima podem verdadeiramente compreender a linguagem do Céu.

Então, que conclusão podemos tirar dessa ilustração? É simples. Deus nos deu livre-arbítrio e, ao mesmo tempo, decidiu não nos deixar sem as informações que precisamos para tomar as decisões corretas. A Bíblia diz que Deus decidiu Se revelar de muitas maneiras diferentes, contudo nossas atitudes determinam se seremos capazes de ouvir e compreender Sua voz.

Nesta semana, você terá a oportunidade de reavaliar como Deus escolheu Se revelar em sua vida e qual é sua atitude para com as informações que Ele continuamente lhe envia. E então, para onde você vai direcionar sua antena?

Patricia Lopez | Arlington, EUA

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