sábado, 16 de agosto de 2008

O Apóstolo João - Resumo semanal 16/08/2008 a 16/08/2008

O APÓSTOLO JOÃO - RESUMO SEMANAL


Pr. Agenilton Marques Corrêa
Departamental de Jovens da Associação Baixo-Amazonas


Sábado

I. O apóstolo João

João (do hebraico Yehôjânân, “Yahweh tem sido gracioso”) deve ter nascido por volta do ano 10 d.C., enquanto o grande Augusto, primeiro imperador romano, ainda ocupava o trono. Era oriundo de família devota aos princípios divinos e materialmente próspera (Mc 1:19-20), pois é bem provável que Zebedeu tivesse uma flotilha de barcos de pesca e vários empregados (Mc 1:20). Era filho de pai dedicado, Zebedeu (Mt 4:21), e de Salomé (Mc 16:1; Mt 27:56), mãe superprotetora e que auxiliava a pregação do Evangelho de Cristo (Lc 8:3; Mc 15:40-41). Após seu desastroso pedido a Jesus (Mt 20:20-21), para que Ele favorecesse seus filhos dando-lhes lugar de destaque no Seu reino, ela mudou de postura ao observar o Messias (Mt 27:56).

João era pescador de profissão e vivia em Cafarnaum. Há indícios de que ele tenha sido primo de Jesus, pois Salomé é identificada por alguns como sendo irmã de Maria, a mãe de Jesus, conforme João 19:25 (Cf. Mt 27:56, 61; Mc 15:40, 47). É um raciocínio incerto, porém não menos provável.

Após o batismo de Jesus, novamente ao se encontrar com Ele, João Batista afirmou ser Cristo “o Cordeiro de Deus” (Jo 1:29). Ali estava um ouvinte atento, João (Jo 1:37), que havia tirado uns dias de folga de seu trabalho de pescador para apreciar as pregações do profeta no deserto. Então, deparou-se com a declaração do profeta de que Jesus era o esperado Cordeiro. Ele teve a certeza de que Jesus era o Messias esperado. A partir daí, João passou a seguir Jesus com André, o irmão de Simão. João estava entre os dois “primeiros discípulos de Jesus.” Seu chamado é mais claramente descrito em Marcos 1:19-20. Depois, de acompanhar todo o ministério de Jesus, João se tornou um dos grandes líderes da igreja primitiva.

Ele estava entre os 120 crentes que foram alcançados pelo Espírito Santo no Pentecostes (At 2:1-4). Pode-se perceber que o apóstolo assumiu um importante papel de liderança na igreja, que estava no seu estágio inicial (At 1:13). Foi enviado juntamente com seu amigo Pedro para Samaria (At 8:14, 25), onde muitos foram evangelizados por eles. Em Jerusalém, foram considerados pilares da Igreja (Gl 2:9). João viajou para vários lugares da Ásia Menor, na condição de missionário, passando seus últimos dias em Éfeso, de onde escreveu seu Evangelho e suas cartas. Influenciou outros discípulos, como Policarpo, seu amigo íntimo e bispo de Esmirna até por volta de 155/6 d.C., Inácio bispo de Antioquia em 110-115 d.C., e Papias, bispo de Hierápolis por volta 130 d.C. (Há indícios de que ele tenha sido martirizado juntamente com Policarpo), conhecidos pais da igreja.

Alguns críticos sem sucesso apontam para evidências do martírio prematuro de João assegurando que ele teria morrido como mártir no início de sua carreira no tempo em que seu irmão Tiago foi morto à espada (At 12:2) por Herodes Agripa I, durante seu breve reinado (41-44 d.C.). Contudo, tal afirmação não tem sustentação e é, portanto, destituída de crédito. O que se sabe é que “João alcançou idade avançada.” Por volta de 94-95 d.C., João foi banido para a Ilha de Patmos, por decreto do imperador Domiciano, a fim de cumprir pena de prisão perpétua. Caso esteja correta a informação que Maxwell apresenta, então se pode dizer que, no ano 27 d.C., por ocasião do batismo de Jesus, João tinha 17 anos. Então se deduz que ele estivesse com 85 anos quando foi exilado em Patmos. Após seu exílio por mando do imperador Domiciano, recebeu anistia em 96 d.C. do imperador Nerva (sucessor de Domiciano). Regressou a Éfeso, onde viveu seus últimos dias. Irineu disse que João continuou vivo até os dias do imperador Trajano (que reinou de 98-117 d.C.). Segundo a tradição, seus seguidores o levavam à igreja e a pregação dele era apenas pedir que seus seguidores demonstrassem amor uns aos outros. Quando lhe perguntavam por que não dizia outra coisa, João teria respondido: “Porque este foi o único mandamento deixado pelo Senhor. Se obedecermos a este mandamento, não precisaremos de mais nada.” Conforme Polícrates (bispo de Éfeso (200 a.D.), e cujas informações coincidem com as de Irineu, João teria sido sepultado na cidade e Éfeso.
II. Um chamado especial

Uma breve análise conclui que João tinha uma relação bastante amistosa com seus pais. Salomé deixa clara sua preocupação com o bem-estar de seus filhos Tiago e João ao pedir que Jesus lhes concedesse lugares de primazia no reino de Cristo. João devia ter uma boa relação com seu irmão Tiago, o que se pode comprovar pela quantidade de citações em que os dois irmãos são vistos juntos. Certamente, foram companheiros constantes, sendo separados somente por ocasião da morte de Tiago (At 12:2). Todavia, João deixou o conforto de seu lar para viver uma vida de “incertezas” ao lado de um “Estranho.” Mas o chamado de Cristo deve ter precedência sobre laços familiares (Cf. Mt 10:37). Assim, a autoridade dEle se torna soberana na vida daquele que é chamado. A iniciativa de chamar é de Cristo, mas a decisão de seguir é de quem é chamado por Ele.

O chamado de João e dos demais apóstolos é desenvolvido em três estágios, segundo Dewey Molholland: (1) Jesus convida os discípulos (Mc 1:16-20); (2) Ele separa os Doze (3:13-19) e (3) os envia numa missão específica (6:6-8:26). Ele afirma ainda que essa é uma forma irônica de começar um reino, uma vez que ninguém estabelece um reino com alguns pescadores. O chamado de Jesus a João e aos demais contêm um imperativo (“vinde”) e uma promessa: (“Eu vos farei pescadores de homens”). Jesus chama alguém para um propósito.

Ellen White descreve com precisão a razão pela qual João e os demais foram chamados para ser pescadores de homens. Dela podemos extrair algumas lições preciosas para os modernos pescadores de homens.

Há um questionamento na escolha dos apóstolos feita por Cristo. Se Israel dispunha de homens de grande capacidade, por que Jesus escolheu homens simples? Três foram as razões principais: (1) “O Salvador não desprezava a instrução; pois, quando regida pelo amor de Deus e consagrada a Seu serviço, a cultura intelectual é uma bênção. Mas Ele passou por alto os sábios de Seu tempo, porque eram tão cheios de confiança em si mesmos, que não podiam simpatizar com a humanidade sofredora e tornar-se colaboradores do Homem de Nazaré. Em sua hipocrisia, desdenhavam ser instruídos por Cristo.” (2) Outra razão é que Jesus escolheu homens ignorantes “porque não haviam sido instruídos nas tradições e errôneos costumes de seu tempo. Eram dotados de natural capacidade, humildes e dóceis – homens a quem podia educar para Sua obra.” (3) Uma última razão é que Jesus preferia tomá-los como estavam para os educar “para Seu serviço”, uma vez que se entregassem a Ele. O Espírito de Deus, recebido no coração, vivificará todas as faculdades. Sob a direção do Espírito Santo, o intelecto que se consagra sem reservas a Deus desenvolve-se harmonicamente e é fortalecido para compreender e cumprir o que Deus requer.” Portanto, aquele que deseja ser um instrumento nas mãos de Deus para ser pescador de homens precisa ser destituído de si mesmo, aceitando as condições de Deus, a exemplo de João e dos demais que se deixaram ser instruídos pelos novos princípios do reino de Deus. Esse terá o coração aberto para a poderosa obra do Espírito Santo, que dará todas as orientações para que a obra de consagração pessoal e de conquista de pessoas seja bem sucedida.

Molholland assegura, ainda, que:

Seguir a Jesus é responsabilidade inadiável de todo aquele que se arrepende e crê no evangelho. O ato de seguir começa com o primeiro passo e segue pela vida toda de participação com Jesus em Sua jornada. O seguidor não sabe tudo que está envolvido no processo. Ele entenderá somente à medida em que prosseguir. Não se trata de envolvimento em um programa; não é aderir a uma causa, movimento ou instituição; nem seguir uma lista de regras. Na verdade, é devoção pessoal a Jesus. “Siga-Me” é a primeira e também a última palavra de Jesus a Seus discípulos (Cf. Mc 1:17; 16:7).

Aqueles a quem Jesus chamou para o apostolado, “o Salvador os amava a todos, mas João era o espírito mais apto a receber-Lhe a influência. Era mais jovem que os outros, e com mais infantil confiança abria a Cristo o coração.” João, portanto, era por assim dizer, o mais especial discípulo de Jesus. Por essa razão é que “os mais profundos ensinos espirituais do Salvador” foram comunicados à humanidade por meio desse apóstolo.

Se Jesus chamou João, que era dotado de temperamento forte, então nosso chamado é possível, a despeito de nossas falhas. Os discípulos eram religiosos praticantes, como nós hoje nos declaramos. Todavia, o chamado para a missão vai além de filiação a uma comunidade religiosa. É resultado da filiação com Cristo, resultado de sentir amor pelas pessoas, como Cristo as ama, pois somente o amor a Cristo e ao próximo nos motivará a missão. Sempre que a palavra apóstolo aparece nos evangelhos, ela está em conexão com a missão. Portanto, a escolha de João como apóstolo de Cristo foi um passaporte para a missão. O chamado de Deus para nós sempre envolve a responsabilidade da missão de levar outros à satisfação de usufruir o dom da salvação em Cristo. Talvez seja por essa razão que Ellen White tenha escrito: “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário. Aquele que bebe da água viva, faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador.”

O peixe que João pescava lhe dava lucros temporários, ao passo que os “peixes” que ele passou a pescar são de valor eterno. O peixe apanhado pelo pescador João servia para alimentar famílias. Os “peixes” que Jesus queria que João pescasse alimentariam, após treinamento adequado, várias outras famílias com a carne de Jesus (Jo 6:54). A pescaria que João praticava no mar da Galiléia não era só uma atividade profissional, mas também lhe proporcionava o prazer de ser pescador. A pescaria sugerida por Jesus proporciona prazer inigualável. Uma rede cheia de peixes, ou mesmo um único anzol trazendo um belo peixe, é motivo de felicidade para o pescador, assim como ocorre quando pessoas são “pescadas” para o reino de Deus. Nada deve ser mais prazeroso para o cristão do que conquistar outros para Cristo. A satisfação de ver alguém que nada sabe sobre o Salvador Jesus, e passa a desfrutar da salvação deve promover prazer tal que nada pode substituir. Nossa missão é a continuidade da missão de Cristo. “Assim como Meu Pai Me confiou um reino, Eu vo-lo confio” (Lc 22:29). Nosso chamado está incluído na grande comissão (Mt 28:18-20). Desse modo, não precisamos aguardar um chamado especial, pois este já foi feito por Cristo. O chamado para a missão está em igualdade com o que João recebeu diretamente de Cristo. Nele, a tarefa está bem delineada com ênfase no ir, fazer discípulos, batizar e ensinar. Este chamado tem a aprovação de Cristo, e conseqüentemente a deliberação do Seu poder para a realização da obra por tempo indeterminado.

III. Filho do trovão

Jesus chamava João e seu irmão Tiago de Boanerges (Mc 3:17), palavra aramaica que significa “filhos do trovão” (ou ainda “filhos do tumulto,” “filhos da ira”). Fica evidente que Cristo chamou João dessa forma em virtude de sua natureza impetuosa. Uma breve observação nos escritos neotestamentários revela esse temperamento de difícil controle. Foi João e seu irmão que propuseram mandar vir fogo do céu para consumir os samaritanos nada hospitaleiros (Lc 9:54). Foi João que tomou a iniciativa de tentar impedir um homem que estava expulsando demônios em nome de Jesus, tão somente porque não fazia parte do grupo dos discípulos (Lc 9:49). João e seu irmão tentaram tirar vantagem e garantir uma posição de destaque no reino de Deus, atraindo a insatisfação dos seus companheiros (Mc 10:35-45).

Juntamente com seu irmão Tiago, João tinha temperamento com tendência às explosões de cólera, sustentado por um gênio forte que o levava a ações impulsivas e irritadiças. As demais características de sua personalidade são ampliadas por Ellen White: “Não era de, si mesmo, dócil e submisso”. Ele tinha mau gênio, era afeito à vingança, ao espírito de crítica, tudo se encontrava no discípulo amado. “Era orgulhoso e ambicioso de ser o primeiro no reino de Deus.”
Maxwell conta: o que os atraiu inicialmente a Jesus foi o fato de que eles não mais suportavam as injustiças de Roma. Por essa razão, acreditavam que Jesus haveria de subverter o governo romano. Assim, eles desejavam lutar ao lado de Cristo, para em seguida governarem junto com Ele (Mc 10:35-45).

Felizmente, João se deixou ser conduzido por Jesus e teve seu caráter modificado à semelhança do caráter dEle. Quando alguém como João se deixa guiar pelo Espírito Santo de Deus “o caráter fraco e vacilante muda-se em outro forte e firme. A devoção contínua estabelece uma relação tão íntima entre Jesus e Seu discípulo, que o cristão se torna semelhante a Ele em espírito e caráter. Mediante ligação com Cristo, tem visão mais clara e ampla. O discernimento se torna mais penetrante, mais equilibrado o juízo. Aquele que deseja ser útil a Cristo é tão vivificado pelo vitalizante poder do Sol da Justiça, que é habilitado a produzir muito fruto para glória de Deus.”

O caráter desse apóstolo foi radicalmente modificado. Gênio forte, ações impulsivas, orgulho exagerado, ambição, espírito de superioridade, agressividade, desejo de vingança, espírito de crítica, tudo foi modificado pela prática de uma lei de caráter espiritual que tem efeito transformador: a contemplação de Cristo. João é exemplo de desenvolvimento de uma natureza amorosa a partir da contemplação de Cristo. “É lei, tanto da natureza intelectual como da espiritual, que, pela contemplação, nos transformamos”. E João foi transformado de “filho do trovão” (Mc 3:17) passando a ser alguém cuja principal característica era o amor. O conteúdo principal de sua pregação era: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4:7). Essa mudança não foi operada com base no esforço pessoal, mas na contemplação diária de Cristo. Podemos imaginar o grande pastor que foi João ao regressar para a cidade de Éfeso e ali cuidar carinhosamente de suas ovelhas. Jesus o amava muito (Jo 20:2, 7, 20)!

O maior cuidado que o missionário deve ter, em contato com os “peixes” que necessitam da água da vida, é não permitir que maus traços de caráter atrapalhem sua pregação. O amor é requisito principal no trato com quem não possui conhecimento do evangelho. As pessoas lerão nossos atos mais que nossas palavras. Por isso, nossos atos devem estar repletos de amor. Lembre-se de que “o mais forte argumento em favor do evangelho é um cristão que sabe amar e é amável.” João conquistou muitas pessoas ao longo do seu ministério. Nós também podemos alcançar sua marca. “Se nos humilhássemos perante Deus, e fôssemos bondosos, corteses, compassivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora há apenas uma.” O amor em prática é o mais espetacular programa de evangelização.
IV. O testemunho de João

Após a ascensão de Cristo, depois de ser capacitado pelo Espírito Santo em Jerusalém, esse apóstolo empreendeu forte investida missionária naquela cidade (Cf. At 3:1), de maneira ousada e não se intimidando com as dificuldades para a pregação do evangelho (4:19). É provável que ele estivesse entre os anciãos e apóstolos que viveram em Jerusalém por longo tempo (At 16:4; Gl 2:9) e, com sua pregação, “as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número” (At 16:5). A preocupação primária de João era o que ele próprio havia registrado das palavras de Jesus em João 3:16: a conquista do maior número de pessoas para a vida eterna. Juntamente com Pedro, João se dirigiu a Samaria para ajudar Filipe (8:14). O martírio de seu irmão Tiago (At 12:2) por volta de 44 d.C., a mando do rei Herodes, não limitou a influência de sua pregação. Ao contrário, “sua mensagem teve grande influência em estabelecer o fato de que Jesus é o Messias, o Redentor do mundo. Ninguém poderia duvidar de sua sinceridade e, através de seus ensinos, muitos foram levados a deixar a incredulidade.” Nos momentos de maior dificuldade para a igreja que Cristo lhe confiou às mãos, ele declarava “com poder e eloqüência a história do Salvador crucificado e ressurgido. Mantinha firmemente a fé, e de seus lábios brotava sempre a mesma alegre mensagem: 'O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida... o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos" (1Jo 1:1-3).”

H.S. Vigeveno disse que, se alguém deseja aprender teologia, terá que ler as cartas de Paulo; se quiser saber de ética, a de Tiago, mas se alguém deseja aprender tudo a respeito do amor, terá que ler os escritos de João. Sua técnica de evangelismo e missão era singular. Seu estilo de pregação era baseado no amor, como resultado de uma natureza amorosa adquirida na convivência com Jesus. Um dos temas em destaque nos seus escritos é o amor, como demonstrado na conhecida citação de 1 João 4:8. O raciocínio é: se Deus é amor, então, a natureza de Deus é amorosa e se revela através da bondade, compreensão, paciência, etc. Natureza espiritual é, portanto, sinônimo de natureza amorosa. Quanto mais amorosa for nossa natureza, tanto mais seremos de natureza espiritual. Alguns só se sentem espirituais quando se vêem sem cometer atos pecaminosos. Em geral, relacionam crescimento espiritual com ausência de atos pecaminosos. Contudo, na Bíblia vemos que o desenvolvimento espiritual está relacionado com o desenvolvimento da natureza amorosa como é apresentada em 1 Coríntios 13:4-8. A perfeição cristã está baseada no amor incondicional ao próximo (Mt 5:43-48; Cl 3:12-14). Esse amor levará o cristão a buscar as pessoas que estão perdidas para experimentar o mesmo que ele experimentou em Cristo. “Aquele que mais ama a Cristo, maior soma de bem fará.”

João demonstra seu estilo de evangelização no desenvolvimento prático de sua natureza amorosa (Jo 5:42; 13:35; 15:9-10, 13; 17:26; 1Jo 2:5; 3:1, 16, 17; 4:7; 9, 10, 12, 16, 18; 5:3; 2Jo 1:3, 6; 3Jo 1:6). Ele procura destacar o cristianismo prático ao mostrar, por exemplo, como Jesus tratou a mulher adúltera (Jo 8:1-11).

Sem dúvida a maior contribuição de João foi seu evangelho. Contudo, a partir do Iluminismo (séc. 18) surgiu a crença de que o Evangelho de João começou a se deteriorar. O Evangelho perde o status de ser o mais confiável a partir de estudos feitos nos evangelhos sinóticos, em que se estabelecem diferenças consideráveis entre eles. Tanto a data de seus escritos quanto sua autoria foram rejeitadas por respeitados teólogos liberais nos séc. 19 e 20. Em decorrência de estudos feitos por estes eruditos, seu conteúdo fora considerado um mito, ou fenômeno da história religiosa de determinada época no passado. Sua mensagem foi interpretada do ponto de vista da filosofia grega. A metade do século 20 conheceu o maior rival do Evangelho de João, aquele que mais ataques consistentes fez contra este Evangelho: O erudito Rudolf Bultmann. Em seu comentário exegético intitulado The Gospel of John (considerado como o monumento a erudição neotestamentário entre os acadêmicos da época), de 1941, Bultmann se concentrou em explicar que o Evangelho teve mais de um autor, os milagres contidos nele não eram reais, além de definir como o Jesus histórico Se transformou no Jesus da fé no contexto gnóstico, ou seja, o Cristo como conhecemos no Evangelho de João foi reduzido a um simples homem com capacidades extraordinárias, porém sem a ênfase na divindade, que é o tema central deste Evangelho. O conteúdo do evangelho, na verdade teria sido produzido num contexto gnóstico e classificado como tal. Desse modo, o Evangelho de João foi reduzido a nada.

Não obstante, Deus fez com que fosse ressuscitada a confiabilidade do quarto Evangelho por meio de achados arqueológicos de grande relevância, que colocaram em total descrédito todos os sofisticados argumentos de Bultmann e de outros eruditos. Bultmann assegurou que o Evangelho de João fora produzido por volta do 2º século d.C. Entretanto, um fragmento de papiro intitulado P52 (contendo apenas Jo 18:31-33) encontrado no Egito em 1920, foi datado, por meio de sofisticados recursos paleográficos, por volta de 125 a.D., data anterior à que propunha Bultmann. Se esse papiro que era cópia de cópia de seu original fora datado de 125 a.D., então o original foi escrito por volta do ano 100 (d.C.), tempo em que João ainda era vivo; o que fortaleceu a crença na autoria e autenticidade desse Evangelho. Outro argumento de Bultmann, de que o Evangelho de João encontra sua origem no gnosticismo, foi colocado por terra com base em outros achados arqueológicos. Estes asseguravam que as idéias gnósticas eram posteriores ao 2º século. Portanto, o Evangelho de João não podia estar baseado no gnosticismo, uma vez que este fora criado em data posterior à sua composição. Outros achados arqueológicos trazem este evangelho para mais perto do 1º século d.C. Hoje, a autenticidade deste evangelho bem como sua autoria por João são reconhecidas por estudiosos de vanguarda do séc. 20.

João foi um ativo missionário, e o Evangelho escrito por ele é um instrumento missionário com dupla ênfase: (1) levar Cristo aos seus leitores e (2) fortalecer a fé dos cristãos posteriores a Jesus, que não tiveram a oportunidade de conhecê-Lo pessoalmente. O propósito do evangelho encontra-se em João 20:30-31. Com a destruição de Jerusalém (70 d.C.), e como a intensificação do debate entre os discípulos e as autoridades das sinagogas tivesse alcançado um estágio crítico por volta de 85 d.C., e quando uma das orações no culto das sinagogas foi modificada para excluir definitivamente os seguidores de Jesus (conhecido como Birkath Raminim), João publicou seu evangelho para que os leitores pudessem crer “que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo”, pudessem ter “vida em Seu nome” (Jo 20:31). João escreveu, portanto, para judeus que aceitavam a Cristo, que eram expulsos das sinagogas e perseguidos pela comunidade judaica. Paroschi lembra que João escreveu para uma segunda geração de crentes que não viram Jesus e que passava por uma forte crise capaz de abalar a fé em Jesus. Por isso, João escreveu seu evangelho de modo diferente dos outros evangelistas. Nos evangelhos sinóticos, Cristo é visto tocando as pessoas, ao passo que no quarto evangelho isso ocorre só uma vez. O evangelho começa com a Palavra e se desenvolve com a Palavra. Isso ocorre porque João escrevia para uma geração que não teria o “toque” de Jesus (Sua presença). Por isso, João apresentou Jesus no seu evangelho declarando que Sua palavra é tão poderosa quanto Sua presença.

No conteúdo do seu evangelho, ele demonstrou a cristologia latente, que é o centro do evangelho. E o ponto central dessa cristologia é a pessoa de Jesus e não o que Ele fez. No prólogo, destaca-se o tema sobre o Logos, cuja melhor tradução (segundo o professor Wilson Paroschi) deveria ser “Palavra” e não “Verbo”. João não usa o termo hema (“palavra”) porque esse termo não era comum entre os gregos, mas logos, sim. Quando os gregos queriam explicar a imanência dos deuses para a transcendência, eles usavam logos. Contudo, ao identificar Jesus como o Logos, ele não estava pensando no logos como usado pelos gregos, mesmo porque eles não concebiam a idéia de um deus encarnado. A identificação de Jesus como o Logos não tem conotação filosófica, mas teológica. O evangelho de Mateus começa com o nascimento de Jesus, o de Marcos, com o batismo de Jesus e o de Lucas inicia com a anunciação antes do nascimento. Entretanto, João começa com o princípio de todas as coisas: a criação em Gênesis 1:1. Ele declara que o Logos é anterior ao princípio, ou seja, no princípio o Logos já existia, sendo, portanto, incriado; e este é Jesus que tudo criou (Jo 1:1-3). João apresenta Jesus como sendo tão divino quanto o Pai (Jo 1:1, 14, 18; 6:46; 10:33; 8:55-59; 20:28; 1Jo 5:20). Não precisamos perguntar a João se Jesus era divino, pois João afirma que Jesus é o próprio Deus.
V. Doador da vida

Depois de ter contemplado a transfiguração de Jesus entre Elias e Moisés (Lc 9:28-36), João ficou ofendido ao vê-Lo ser maltratado pelos samaritanos. “Tiago e João, mensageiros de Cristo, ficaram muito ressentidos ante o insulto feito a seu Senhor. Encheram-se de indignação por verem-nO tão rudemente tratado pelos samaritanos.” Eles não concebiam a idéia de Cristo ter sido tão grandemente desonrado e questionaram a Cristo se Ele desejava que o destino dos samaritanos fosse a destruição pelo fogo como Elias havia feito no passado com os soldados de Acazias (2Rs 1:10-14). A resposta de Cristo foi a do Professor ensinando a Seus missionários como tratar os que rejeitam o evangelho: “O Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los” (Lc 9:56, NVI), pois “não faz parte da missão de Cristo obrigar os homens a recebê-Lo. (...) Cristo está sempre mostrando misericórdia, sempre procurando conquistar mediante a revelação de Seu amor. (...) deseja apenas o serviço voluntário, a espontânea entrega do coração constrangido pelo amor. Não há mais conclusiva prova de possuirmos o espírito de Satanás, do que a disposição de causar dano e destruir os que não apreciam nossa obra, ou procedem em contrário a nossas idéias.”

Logo em seguida a esse episódio, Jesus designou os setenta e os enviou a pregar a mensagem exatamente para aqueles que O haviam rejeitado, como prova do Seu amor pelos samaritanos (Lc 10:1-16). “As instruções transmitidas aos setenta, eram idênticas às comunicadas aos Doze; mas a ordem dada aos Doze, de não entrar em cidade de gentios ou de samaritanos, não foi repetida aos setenta. Embora Cristo houvesse sido repelido pelos samaritanos, permaneceu inalterável Seu amor para com eles. Quando os setenta se foram, em Seu nome visitaram, antes de tudo, as cidades de Samaria.” João não só compreendeu a lição, mas a atitude de Cristo serviu para desenvolver em seu coração a mesma natureza amorosa (sustentáculo de sua missão) que há no coração de seu Mestre.

João passou a compreender melhor a questão morte/vida ao presenciar e relatar a ressurreição de Lázaro (Jo 11), por meio daquele que tem “vida em Si mesmo” (Jo 5:26) e é capaz de “vivificar aqueles a quem quer” (5:21), com “vida... em abundância” (10:10).

A visão judaica de vida eterna diferia da apresentada por Jesus (Jo 5:39). Os judeus acreditavam que o conhecimento da Torá era o fator que promovia a vida (uma vida terrenal abundante, de uma era vindoura terrena). Contudo, Cristo ampliou este conceito de vida eterna não a limitando à concepção terrestre (5:40), mas celestial (muito embora a vida eterna tenha seu início com a aceitação de Cristo no coração do ser humano enquanto ainda está na Terra (Cf. 11:25-26). Ele assegurou que aquele que nEle crê ainda nesta vida temporal e O aceita com seu salvador pessoal, já antecipa a vida eterna (Jo 5:24) a ser concedida em um futuro próximo (5:28-29). Segundo Dodd, a ressurreição de que falou Jesus é algo que pode se realizar antes da morte corporal, e tem como resultado a posse da vida eterna aqui e agora. Ele comenta de maneira significativa que o milagre da ressurreição corporal de Lázaro, que antecipa a ressurreição final, é um símbolo da ressurreição real, pela qual a pessoa passará da mera existência física, que é morta, para a vida real, que é a eterna (Cf. Dt 4:4). O melhor é fazer uso da vida que Deus nos deu de modo a glorificar Seu nome, ainda que seja necessário doá-la ao martírio como testemunha em favor da verdade, como muitos fizeram no passado (Hb 11:35-38). Deus a devolverá a todos os fiéis (Jo 12:25; 5:29; 6:51, 58; 10:28; 11:26).

João compreendeu a questão morte/vida mais do que qualquer outro evangelista. No seu evangelho, este tema é bem característico. Ele é o evangelista que mais bem descreve a morte e a ressurreição do próprio Cristo, para que sirvam de exemplo de que o fiel seguidor de Cristo tem a garantia da vida eterna. O próprio João não hesitou, ao ser convidado a depor a vida em favor de Cristo. Tendo sido sentenciado à morte por Domiciano num caldeirão de azeite fervente, aquelas que seriam suas últimas palavras antes da morte foram registradas pela inspiração: “Meu Mestre Se submeteu pacientemente a tudo quanto Satanás e seus anjos puderam inventar para humilhá-Lo e torturá-Lo. Ele deu a vida para salvar o mundo. Considero uma honra o ser-me permitido sofrer por Seu amor. Sou um homem pecador e fraco. Cristo era santo, inocente, incontaminado. Não pecou nem se achou engano em Sua boca.” Mas, a exemplo dos três amigos de Daniel na fornalha ardente (Dn 3:22-26, 28-30), João também foi poupado para mostrar ao mundo o poder de Deus e confortar o coração dos cristãos com o livro do Apocalipse, bem como com o mais interessante dos evangelhos. De fato, o abismo entre nossa breve existência e a perspectiva da eternidade não é tão imenso quando temos a segurança de vida em Jesus. Como demonstra João (no episódio da ressurreição de Lázaro), a morte é apenas um sono que será interrompido por Jesus na manhã da ressurreição.

VI. Tempo de comunhão com Jesus

Ao contrário do que foi visto no tempo do início do seu chamado, em que ele era conhecido como “filho do trovão”, durante seu convívio com Jesus, após ter sido influenciado por Ele, João apresentou um caráter transformado. Aparentemente, João parece apresentar uma relação de companheirismo com Jesus maior do que as dos demais apóstolos, pois só para ele foi dirigida a declaração de que Jesus o amava (Jo 21:20). Essa transformação se deveu ao fato de que João estava em tempo integral com Jesus. Constantemente presenciamos nos Evangelhos Jesus convidando João, Pedro e Tiago para buscarem a Deus mais intimamente por meio da oração (Mc 14:33). “Dia a dia, em contraste com seu próprio espírito violento, ele contemplava a ternura e longanimidade de Jesus, e aprendia-Lhe as lições de humildade e paciência. Abriu o coração à divina influência, e se tornou não somente ouvinte, mas cumpridor das palavras do Mestre. (...) Contemplando a Cristo, [transformou-se] no caráter.”

A mudança de João não se deu repentinamente. João estava sempre com Jesus; presente no milagre da ressurreição da filha de Jairo (Lc 8:49-56), no monte da transfiguração (Mt 17:1-2), no Jardim do Getsêmani (Mt 26:36-45), próximo no Seu julgamento (Jo 18:15), na ressurreição de Jesus. João foi o primeiro a chegar ao sepulcro (Jo 20:1-4). O apóstolo colocou-se em posição de transformação. Ele estava sempre próximo de Cristo. Essa é a obra de santificação da qual João é exemplo para todos nós. Estar sempre próximo de Jesus, indicando intimidade com Ele. Foi por causa dessa intimidade que Jesus lhe revelou as coisas mais íntimas para Sua igreja, o futuro dela por meio das revelações do Apocalipse. Jesus Se revela àqueles que Lhe são mais íntimos.

É possível para qualquer pessoa ser transformada. Essa transformação tem uma razão específica: motivar a pessoa a realizar o mesmo trabalho que João fazia pelas pessoas carentes de Jesus. “É o perfume de nosso amor aos semelhantes o que revela nosso amor a Deus.”

Podemos nos relacionar intimamente com Jesus mesmo em meio às dificuldades. Todo obstáculo é um convite à oração. Quando estava só e isolado, em lugar de reclamar pela dificuldade em que se encontrava, João manteve “entre as rochas e recifes de Patmos... comunhão com seu Criador. Recapitulou sua vida passada e ao pensamento das bênçãos que havia recebido, a paz encheu-lhe o coração. Ele vivera a vida de um cristão, e pudera dizer com fé: "Sabemos que passamos da morte para a vida" (1Jo 3:14). (...) Em seu isolado lar, João estava habilitado a estudar mais intimamente do que nunca as manifestações do poder divino como reveladas no livro da natureza e nas páginas da inspiração.”

Toda oportunidade que o cristão tiver, deve ser dedicada à comunhão com Deus.

O momento de descanso do missionário, dever ser o de preparo para elaborar estratégias para beneficiar a igreja. “Quando sua voz não mais podia testificar dAquele a quem amara e servira, as mensagens que foram dadas nessa costa desolada deviam avançar como uma lâmpada que arde, declarando o seguro propósito do Senhor concernente a cada nação da Terra.” De Patmos surge um dos mais significativos livros para a igreja cristã: o Apocalipse. O cristão comprometido com Jesus é incansável e aproveita toda oportunidade para testemunhar de Jesus, mesmo em meio a momentos nada favoráveis. Mesmo na condição de prisioneiro, João não desperdiçou a oportunidade de pregar o evangelho que o tinha levado para aquela ilha. “Embora banido das cenas de seus primeiros labores, ele não cessou de dar testemunho da verdade. Mesmo em Patmos, fez amigos e conversos.”

São extremamente significativas as palavras da revelação:

A obra de transformação da impiedade para a santidade é contínua. Dia a dia, Deus opera para a santificação do homem, e o homem deve cooperar com Ele, desenvolvendo perseverantes esforços para o cultivo de hábitos corretos. Deve acrescentar graça à graça; e assim procedendo num plano de adição, Deus opera por ele num plano de multiplicação.
Conclusão

João sofreu perseguição por causa do Evangelho que escreveu e pregou (Ap 1:9). Quando as autoridades tentavam silenciá-lo, ele respondia: “Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4:20). Após suceder cruéis perseguidores do cristianismo, o imperador Domiciano chegou ao poder de Roma em 81 d.C. com a mesma visão. Declarando-se a si próprio como divino, recusando-se a dividir sua divindade com qualquer outro ser humano. Assim, ele começou a perseguição aos cristãos por volta de 95 a.D. Segundo o testemunho de Tertuliano (155 - 222 d.C.), foi nesse contexto que Domiciano, que já havia mandado matar seu próprio seu primo cristão Clemente, cheio de ira por não poder contrafazer seus argumentos em favor da verdade, primeiro tentou assassinar o apóstolo João mergulhando-o em azeite fervente, e em seguida o exilou para a ilha de Patmos, quanto o apóstolo estava com cerca de 85 anos de idade.

Felizmente, Deus ainda tinha muito o que fazer por Sua igreja através desse fiel missionário. Enquanto ele estava isolado em Patmos, “havia muitos que o consideravam como tendo passado do tempo de serviço, um caniço velho e quebrado, pronto para cair a qualquer momento. Mas o Senhor achou próprio usá-lo ainda.”

João aponta para uma nova perseguição que se desencadeará entre nós (Ap 13:15). É bem verdade que “mediante provas e perseguições, a glória – o caráter – de Deus se revela em Seus escolhidos.” Todavia, ela talvez não venha sem que antes intensifiquemos a pregação do evangelho. Ellen White, com idade aproximada a de João por ocasião de seu exílio, e após enviar uma carta em 11 de junho de 1909 ao então presidente da Associação Geral, o Pr. A. G. Daniells, pedindo que ele planejasse a obra de evangelismo e não obtendo respostas positivas, ela mesma realizou em 1910, aos 82 anos de idade, vários evangelismos em cidades ao leste dos EUA. Daniells pediu dispensa de campais e viagens para Austrália a fim de realizar campanhas evangelísticas. Ela aponta para uma futura perseguição, mas não sem antes de a igreja empenhar-se na missão. Ela adverte: “O apóstolo Paulo declara que "todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3:12). Por que é, pois, que a perseguição, em grande parte, parece adormentada? A única razão é que a igreja se conformou com a norma do mundo, e portanto não suscita oposição.” A oposição aqui mencionada é conseqüência da pregação da verdade que só nós possuímos. É lamentável que alguns julguem que todo o mundo já foi alcançado com o evangelho, ou que já tenha passado a época desse tipo de investida missionária. Se assim pensarmos, “o trabalho que a igreja tem deixado de fazer em tempo de paz e prosperidade terá que ser realizado em terrível crise, sob as circunstâncias mais desanimadoras e difíceis.” Portanto, a exemplo do apóstolo João, aproveitemos toda oportunidade para pregar o “evangelho eterno” (Ap 14:6).

João foi considerado pelos eruditos fariseus como homem sem cultura, sem letras, por não ter recebido treinamento acadêmico dos rabinos (At 4:13). Contudo, ao pregar, os assim chamados letrados reconheciam que ele estivera com Jesus (At 4:13). Alguns pensam que somente os afeitos às letras têm a habilidade necessária para a pregação do Evangelho. João é uma prova consistente de que todos podem ser usados por Deus para quebrar as barreiras que impedem a missão. Cristo só precisa daqueles que, como João, se assentem com Ele em íntima comunhão para receber o Espírito Santo e falar ousadamente a respeito dEle, enquanto é tempo de paz.

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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O Apóstolo João - 15/08/2008 a 16/08/2008

Sexta, 15 de agosto


Opinião
"Ação! Não boca grande"

Na Jamaica, minha terra natal, muitas vezes se diz: “Ação! Não boca grande.” Tradução? “Aja! Não fique só nas palavras.” Essa é a mensagem que o apóstolo João passou a vida toda tentando comunicar. Em 1 João 3:18 ele escreveu: “Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.” Diariamente falamos sobre amor, aprendemos as teorias do amor, ouvimos histórias de amor, assistimos filmes sobre o amor, lemos livros sobre o amor, e até cantamos sobre o amor. Mas deixamos de mostrar amor.

A mensagem de João reforçando as instruções de Cristo para nos amarmos uns aos outros era para a igreja primitiva. Mas continua sendo hoje uma das mais relevantes mensagens para nossa igreja. É tão potente que o apóstolo prosseguiu dizendo, em 1 João 4: “Queridos amigos, amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem ama é filho de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não O conhece, pois Deus é amor” (versos 7 e 8). Portanto, o amor que mostramos ou deixamos de mostrar aos outros é um reflexo direto de nosso relacionamento pessoal com Deus. Tomemos tempo para avaliar a saúde de nossa ligação com o Altíssimo e a saúde de nossa igreja hoje.

“Ação! Não boca grande.” Sim, o amor é ação. É pessoal, portanto se não passarmos a conhecer nossos irmãos e irmãs em Cristo, não conseguiremos amá-los. O amor é uma ligação calorosa. Portanto, se não criarmos um ambiente caloroso em nossa família, comunidade e igreja, não criaremos amor. O amor é uma afeição profunda, tão profunda que Jesus foi ferido, abusado e escarnecido por nós. Tão profunda que Ele chorou e morreu por nós. Seu sacrifício é o supremo exemplo de amor. Não é irônico, então, que uma de nossas maiores falhas está em nos amarmos uns aos outros e demonstrarmos isso?

Nossa igreja é doadora, que sempre procura aliviar as necessidades dos que vivem nos campos missionários, enviando ofertas, alimentos, roupas e missionários. Tudo isso é belo, mas há campos missionários em nossas próprias igrejas e vizinhanças que estão sofrendo porque ali está faltando amor. A boa notícia é que não é tarde demais para começar a agir!

Dicas
1. Faça uma linha de tempo do que você sabe sobre a vida de João e pode deduzir de seus escritos, notando seu desenvolvimento espiritual em diferentes pontos.
2. Compare e contraste João com os outros discípulos, notando como Deus usou as qualidades singulares de João.
3. Reflita sobre as transformações em sua própria história espiritual e sua atual abertura a outras experiências de transformação.
4. Pense em maneiras concretas de demonstrar amor a outros, e depois coloque as idéias em prática.

Teka-Ann S. Lawrence | Loma Linda, EUA

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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Apóstolo João - 14/08/2008 a 16/08/2008

Quinta, 14 de agosto


Aplicação
Linguagem de sinais

8. Leia 3 João 11. O que João quis dizer sobre os que não viram a Deus? Como uma pessoa pode ver a Deus?

9. Que princípio evangélico Paulo expressa em 2 Coríntios 3:18? Como se aplicou a João? Como pode se aplicar à nossa própria vida?

Ao ler as epístolas de João, você não pode deixar de notar a bondade, a gentileza, a compaixão manifesta em todas elas. Que profunda diferença do João apresentado nos Evangelhos! Verdadeiramente, aconteceu algo totalmente notável com esse homem. Evidentemente, sabemos o que foi: Ele esteve com Jesus, e sua vida e seu caráter foram radicalmente mudados pela experiência.

Ela é expressa mais com nosso corpo e nossa vida do que com nossa boca. Essa compreensão expressiva e experimental do cristianismo é um tema que João deriva de Jesus. Ele deu ao mundo o direito de julgar a autenticidade de nossa fé cristã pela qualidade de nosso amor (Jo 13:35). O evangelho muda nossa maneira de pensar, mas a menos que o mundo veja o sinal expressivo de nosso amor, fracassaremos. Talvez “amemos” à distância, com nosso dinheiro ou nossa especialização, em vez de encontrarmos a outra pessoa de coração a coração.

É-nos dada a ordem de amar, mas esse amor cresce a partir de um pequeno começo, ao vermos as pessoas de maneira diferente e nos permitirmos o dom de apreciar sua singularidade.

1. Esteja em paz consigo mesmo. Abandone o fardo de ter que parecer perfeito. Ou as pessoas vão se sentir diminuídas diante de você ou vão achar que você está escondendo algo. Qualquer das duas coisas gera distanciamento. Você é uma obra em andamento que Deus prometeu completar. A vida será mais fácil quando você conseguir aprender a viver com pessoas despedaçadas e amá-las.

2. Olhe realmente. Aprendemos a “viajar” junto com seres humanos sem permitir que eles sejam mais que “passageiros” comuns. Experimente olhar realmente para as pessoas, reconhecendo-as como alguém que tem uma história, como alguém que está fazendo a mesma viagem que você. Procure ver o que há dentro de cada passageiro, em vez de se distrair com imagens externas.

3. Importe-se comigo. O poeta inglês John Donne escreveu: “Nenhum homem é uma ilha.” Em outras palavras, todos nós estamos nisto juntos. Não importa se somos inteligentes, encantadores ou fortes. O que importa é que nos importemos uns com os outros agora, para que nos importemos uns com os outros quando chegarmos ao Céu.

Cheryll Bird | Lithgow, Austrália

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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O Apóstolo João - 13/08/2008 a 16/08/2008

Quarta, 13 de agosto

Evidência
O grande exemplo

“Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (Jo 20:31). Nessas palavras, João resume a razão por que escreveu seu Evangelho – levar as pessoas a crer em Jesus para que recebam a vida eterna. Ao longo de todo o Novo Testamento, o tema-chave é que a vida eterna só existe em Jesus.

7. Examine os versos a seguir para ver algumas das coisas que João diz sobre esse tema-chave, a “vida”. Mediante sua leitura, onde se pode ver que a idéia da “vida” não se aplica à vida eterna apenas, mas tem implicações imediatas para toda a vida agora? Jo 6:35, 63; 10:28; 12:25; 14:6; 17:3

A natureza está cheia de exemplos de filhotes de animais que, através do modelo de seus pais, aprendem a arte da sobrevivência. Por exemplo, logo que leões estejam fisicamente maduros, eles se unem à manada para aprender a caçar. Eles estudam a arte de espreitar sob o comando das mais habilidosas leoas. Para se manterem fora da vista de sua presa, os jovens leões aprendem a se abaixar enquanto rastejam até o ponto mais próximo possível de sua presa desapercebida. Eles observam e imitam a corrida e o salto súbito das leoas, que as capacitam a abater animais tão grandes como o búfalo. Os jovens leões também aprendem a finalizar o abate rapidamente, bloqueando a traquéia de sua presa com seus agudos incisivos, sufocando-a eficientemente.

Após algum tempo, os outrora imaturos leões se tornam plenamente capazes de pegar alguns dos maiores, mais rápidos e mais fortes animais da Terra. Como os leões, nós também precisamos procurar imitar nosso Pai celestial a fim de sobreviver e crescer. Foi imitando a Cristo que João aprendeu a cultivar os frutos do Espírito (Gl 5:22, 23) em lugar das ervas daninhas do mundo.

Antes do pecado, os seres humanos comungavam face a face com o Criador do Universo. Eles eram perfeitos e viviam sem pecado. Após a queda, a capacidade dos seres humanos de seguir fiel e sinceramente a Deus foi seriamente minada. Como resultado, os seres humanos se tornaram incapazes de sobreviver a qualquer aspecto da vida sem um Salvador.

Felizmente, o próprio Deus veio à Terra, na forma de Jesus, não só para nos mostrar como viver, mas para morrer a segunda morte em nosso lugar. A vida de Jesus foi uma expressão do bem e uma rejeição do mal. É por causa de Sua vida sem pecado, Sua morte e Sua ressurreição que, como João, nós também podemos ser transformados à Sua semelhança.

Andrew J. Patterson | Loma Linda, EUA

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terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Apóstolo João - 12/08/2008 a 16/08/2008

Terça, 12 de agosto

Testemunho
Por causa do amor

5. O que João disse a respeito de seu Evangelho, e que poderia ser dito também a respeito dos outros? Jo 21:25

6. Como João descreve o Logos, ou o Verbo? Jo 1:1-3, 14. Qual é sua natureza?

Tanto para os leitores judeus como para os gregos, João fez uma afirmação surpreendente em seu evangelho: Jesus é o Logos (o Verbo), e esse Logos é uma pessoa. O Logos Se tornou carne e invadiu a história humana em um lugar específico em um tempo específico com um propósito específico – trazer salvação à humanidade.

Por causa do amor que Jesus lhe demonstrou, “as lições de Cristo, apresentando a mansidão, humildade e amor como essenciais ao crescimento na graça e como condição para Seu trabalho, foram do mais alto valor para João. Ele entesourou cada lição, e constantemente procurava levar sua vida em harmonia com o divino padrão. João tinha começado a discernir a glória de Cristo – não a pompa e o poder terrenos que tinha sido ensinado a esperar, mas ‘a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade’ (João 1:14).

“A fervente e profunda afeição de João por seu Mestre não era a causa do amor de Cristo por ele, mas o efeito desse amor. João desejava tornar-se semelhante a Jesus; e sob a transformadora influência do amor de Cristo, tornou-se manso e meigo. O eu estava escondido em Jesus. Mais que todos os seus companheiros, João se rendeu ao poder desta extraordinária vida. Diz ele: ‘Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos’ (I João 1:2). ‘E todos nós recebemos também da Sua plenitude, e graça por graça’ (João 1:16). João teve do Salvador um conhecimento experimental. As lições de seu Mestre ficaram-lhe gravadas no coração. Quando testificava da graça do Salvador, sua linguagem simples tornava-se eloqüente com o amor que lhe permeava todo o ser.

“Foi o profundo amor de João por Cristo que o levou a desejar estar sempre a Seu lado. O Salvador amava a todos os doze, mas o espírito de João era mais receptivo. Ele era mais jovem que os outros, e com confiança muito de uma criança abria o coração a Jesus. Assim ligou-se por maior afeição a Cristo, e por meio dele os mais profundos ensinos espirituais do Salvador foram comunicados ao povo.

“Jesus ama aos que representam o Pai, e João podia falar do amor do Pai como nenhum outro discípulo poderia fazê-lo. Ele revelou a seus semelhantes o que sentia em sua própria alma, representando em seu caráter os atributos de Deus. A glória do Senhor se revelava em sua face. A beleza da santidade que o havia transformado irradiava de seu semblante com a glória de Cristo. Com adoração e amor contemplou ele o Salvador até que assemelhar-se a Ele e com Ele familiarizar-se, tornou-se-lhe o único desejo, e em seu caráter se refletia o caráter de seu Mestre” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 544, 545).

Lyn Fredericks | Detroit, EUA

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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O Apóstolo João - 11/08/2008 a 16/08/2008

Segunda, 11 de agosto

Exposição
O Apóstolo João


Jesus deu a João e a seu irmão Tiago um apelido especial – “filhos do trovão” (ou Boanerges, em aramaico). As evidências sugerem que esse nome se referia à sua disposição – uma disposição que Jesus corrigiu delicadamente.

3. Que pedido Tiago e João fizeram? Como Jesus respondeu ao pedido deles? O que esse fato nos diz sobre o caráter desses dois homens? Mc 10:35-45

João e seu irmão também exibiam um orgulho doentio. Em resposta a seu pedido, Jesus perguntou se eles podiam compartilhar Seu destino. “Podemos”, eles se jactaram (Mc 10:39). Em outra ocasião, Jesus e os discípulos pretendiam se hospedar em uma aldeia samaritana, mas não receberam hospitalidade.

4. O que a resposta deles a essa indignidade também revela sobre seu caráter? Quanto o amado João tinha que aprender? Lc 9:54

O convite (Mt 4:21, 22). Após Seu batismo, Jesus começou oficialmente Seu ministério público escolhendo discípulos. Um dos mais notáveis desses discípulos foi João. Ele e seu irmão eram também conhecidos como “filhos do trovão”. Pescadores por profissão, Tiago e João aceitaram o convite de Jesus e, assim, deixaram o comércio do pai para ir trabalhar com Ele.

De acordo com o costume judaico, os irmãos deviam trabalhar com o pai até que ele passasse para eles o negócio da família. Contudo, ao aceitarem o convite de Jesus, indicaram que não precisavam de sua herança, e iam fazer a vida com Jesus. Quando Tiago e João entraram no desconhecido, Jesus não lhes fez promessas quanto ao que o futuro lhes reservava, enquanto deixavam para trás a família, os amigos, uma profissão, um futuro definido e um plano de aposentadoria (Mt 8:19, 20). Dietrich Bonhoeffer o expressa desta forma: “Quando Cristo chama um homem, Ele está lhe pedindo para vir e morrer.”1 Quando João respondeu ao convite de seguir a Cristo, estava afirmando estar disposto a abandonar seu passado em troca de um futuro incerto.

O desafio (Mc 10:35-38; Jo 5:30). Durante três anos, João e os outros discípulos observaram o ministério de cura e ensino de Cristo, bem como Seu poder sobre a natureza. Durante o último ano desse ministério, Jesus falou com freqüência sobre o reino de Deus, e foi com isso em mente que João e seu irmão se aproximaram de Jesus com um pedido incomum. Ambos desejavam se sentar ao lado de Jesus em Seu reino. Jesus respondeu fazendo-lhes duas importantes perguntas que basicamente queriam dizer a mesma coisa: Vocês são capazes de passar pelas provas que Eu (Jesus) terei que enfrentar (Mc 10:38)?

Quando Tiago e João responderam afirmativamente, Jesus lhes disse que eles de fato passariam pelas mesmas provas que Ele, mas que Ele não tinha autoridade para decidir quem ocuparia os lugares de honra à Sua direita e à Sua esquerda. Isso demonstrava a total submissão de Jesus à vontade de Seu Pai (Jo 5:30). Quando aceitarmos o convite para seguir a Jesus, um dos maiores desafios será o fato de confiarmos ou não a Ele nosso passado, presente e futuro.

Chamados para servir (Mc 10:35-45). Os discípulos ouviram o pedido egoísta de Tiago e João de se assentar ao lado de Jesus em Seu reino. Esse pedido suscitou dissensão e desconfiança, o que promoveu uma confrontação. Jesus resolveu a disputa introduzindo um conceito que requereria uma mudança de paradigmas por parte de todos os discípulos: os que querem liderar precisam estar dispostos a servir. O paradigma da liderança naquela época, e ainda hoje, enfatiza que os líderes devem ser cultos, astutos, inteligentes e até mercenários. A liderança serviçal, porém, requer submissão a outros a despeito de como eles o tratem. Nós também lutamos com o conceito de liderança serviçal porque cada um de nós deseja estar no controle. Essa característica não deveria ser evidente entre os seguidores de Cristo. Aqueles que seguem Suas pegadas deveriam sempre perguntar: “O que Jesus faria?” E a resposta é: “Porque até o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida para salvar muita gente” (Mc 10:45). Somos chamados a seguir em Suas pegadas todo o caminho, até a cruz.

Agentes de esperança (Jo 15:13; 1Jo 3:1). Parece que em algum momento entre o Getsêmani, o Calvário e a ressurreição de Jesus, João foi ainda mais transformado. Teríamos que procurar muito para achar aquele seguidor de Cristo presumido, ambicioso, impetuoso, vingativo e crítico (Lc 9:51-56; ver Atos dos Apóstolos, p. 540). Em algum ponto ao longo da jornada de João, Cristo nasceu nele. Em João 13:23 e 19:26, ele é mencionado como o discípulo a quem Jesus amava (Jo 13:23; 19:26). Há quatro livros no Novo Testamento que testificam dessa mudança na vida e perspectiva de João. “A fervente e profunda afeição de João por seu Mestre não era a causa do amor de Cristo por ele, mas o efeito desse amor. João desejava tornar-se semelhante a Jesus; e sob a transformadora influência do amor de Cristo, tornou-se manso e meigo. O eu estava escondido em Jesus” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 544). Nenhuma pessoa comum teria pensado que João se tornaria um tal mensageiro do reino do Céu. Mas Jesus pensou. E é assim que Ele vê todo ser humano. Ele vê quem podemos ser quando nos colocamos em harmonia com Ele.

João convida os candidatos a discípulos a amarem como Jesus amou. Leia 1 João 3:1. Todos os discípulos de Cristo, hoje, deveriam ser conhecidos por seu amor e completa submissão à vontade dEle. Nosso mundo necessita urgentemente de pessoas que tenham experimentado a graça transformadora de Cristo. Precisamos examinar nosso coração e entregar tudo a Cristo. Só então poderemos seguir em frente e partilhar as boas-novas da salvação.

Pense nisto
1. Como você reage ao conceito de tornar-se servo ou escravo a fim de ser líder?
2. Como você reage às pessoas que vêem os cargos na igreja como o aspecto mais importante da vida?
3. Qual é a maior pedra de tropeço para uma entrega incondicional de sua vida?
4. Reflita em como você está ou não cumprindo seu papel como agente de esperança.

* Dietrich Bonhoeffer, The Call to Discipleship (New York: Simon & Schuster, 1995), p. 11.

Dilys Brooks Loma Linda, EUA

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domingo, 10 de agosto de 2008

O Apóstolo João - 10/08/2008 a 16/08/2008

O Apóstolo João - 10/08/2008 a 16/08/2008

Nada me alegra mais do que ouvir que os meus filhos vivem de acordo com a verdade” (3Jo 4).

Prévia da semana: João permitiu que os ensinos de Jesus se mostrassem em todas as suas palavras e ações. Sua vida e seus escritos posteriores nos lembram a primazia do amor na vida cristã.

Domingo, 10 de agosto


Introdução
Filho do Trovão/Amigo de Deus

1. Que princípios importantes podemos extrair do chamado de Jesus a João e Tiago? Mc 1:20; Veja também Mt 8:21, 22; Lc 14:26; Fp 3:8

2. Em Lucas 5:1-11, que verso mostra mais uma vez o que significa ser seguidor de Jesus? Novamente, qual é a lição desse verso?

Sem dúvida, aqueles que seguem Jesus precisam assumir um compromisso total e completo. Jesus, como Senhor de tudo, tem direito a tudo. Mas, se houver qualquer abertura, qualquer área em que o eu não esteja submisso, o mal tomará vantagem e o usará para tentar nos destruir. Assim, precisamos nos render completamente ao Senhor.

Tem sido dito muitas vezes que em todas as pessoas há coisas boas e coisas ruins. Contudo, servimos um Pai celestial que nos convida a ir a Ele como estamos. Quando O seguimos, Ele nos molda à Sua semelhança. Leia Jeremias 18:6.

João era um pescador arruaceiro chamado para pescar pessoas do mar do pecado e da destruição. Sua vida foi tocada pelos ensinos de Jesus e, a partir daí, mudada como exemplo do que Seu amor pode fazer. Jesus tinha 12 discípulos a quem Ele treinou para ministrar ao mundo. João se tornou particularmente íntimo dEle. Que qualidades fizeram João se destacar para Jesus? O que podemos aprender de João?

Não temos nenhuma evidência de que, antes de seguir a Jesus, João fosse calmo e pacífico. Por sua própria profissão, podemos concluir que Ele era rude e endurecido pelas muitas tempestades no mar e noites frias. Na verdade, João e seu irmão eram apelidados de “filhos do trovão” (Mc 3:17). Trabalhando no barco do pai, pode-se imaginar que esses pescadores eram responsáveis e dedicados a seu trabalho. Contudo, quando Jesus foi à beira da água naquele dia e os chamou para trabalhar com Ele, a resposta deles foi decisiva e imediata (Mt 4:21, 22).

João, mais tarde, escreveu que Jesus ainda chama pessoas. Leia Apocalipse 3:20. Esse chamado ao discipulado é definido e requer uma resposta de entrega e dedicação totais. Sendo o materialismo uma parte tão grande de nossa vida, muitas vezes ignoramos o chamado de Deus e nos apegamos às coisas temporais. Mas o que pode valer mais que a vida eterna?

Enquanto o estudo desta semana segue João ao longo de todo o Novo Testamento, vamos vê-lo crescer e ser transformado. O fato de que João continuou sendo forte e ousado é evidente em seu evangelho, em suas muitas cartas, e certamente no livro do Apocalipse. Ele não deixou de ser João. Contudo, ao seguir a Cristo, tornou-se um João mais gentil, mais amável, que chegou a ser conhecido como o discípulo do amor. Sua vida transformada é evidência de como Cristo molda o que é singular em nós, tornando-o em algo útil para cumprir Seu perfeito propósito para nossa vida.

Você, como João, vai permitir que Cristo o transforme?

Kamile Baghaloo-Rose St. Catherine, Jamaica

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