sábado, 11 de setembro de 2010

A eleição da graça - Resumo Semanal - 11/09/2010 a 11/09/2010

A ELEIÇÃO DA GRAÇA
Resumo Semanal - 05/09/20101 a 11/09/2010


José Carlos Ramos


Em Romanos 10 e 11, Paulo prossegue com suas considerações quanto à situação de seus compatriotas frente ao evangelho por eles rejeitado. Essa rejeição, confirmada no ano 34 quando apedrejaram Estêvão, os fez perder o status de etnia eleita. A partir daí, o povo de Deus seria exclusivamente a igreja cristã, a “raça eleita, o sacerdócio real, a nação santa” (1Pe 2:9), constituída por membros de todas as etnias, judeus e gentios, na linguagem de Paulo. Portanto, a salvação está disponível para os judeus individualmente da mesma forma que a qualquer povo deste mundo, e é nosso dever a formulação e execução de planos definidos para a evangelização deles. Quanto a isso, Ellen G. White é explícita, como aparece no fim da lição de quarta feira, e principalmente no “Estudo adicional” de sexta-feira. Às citações aí contidas, acrescento as seguintes:


“Vi que Deus havia abandonado os judeus como nação; mas os indivíduos entre eles seriam, contudo, convertidos e habilitados a rasgar o véu de seus corações e ver que a profecia em relação a eles tinha-se cumprido. Eles receberão Jesus como Salvador do mundo e verão o grande pecado de sua nação em tê-Lo rejeitado e crucificado” (Primeiros Escritos [1967], p. 213).


“Alguns têm aprendido a ver no humilde Nazareno, a quem seus antepassados rejeitaram e crucificaram, o verdadeiro Messias de Israel. Ao compreenderem o significado das profecias familiares há tanto tempo obscurecidas pela tradição e errada interpretação, seus corações se têm enchido de gratidão a Deus pelo dom inaudito que Ele outorga a todo ser humano que escolhe aceitar Cristo como Salvador pessoal... Desde os dias de Paulo até o presente, Deus, pelo Seu Espírito Santo, tem estado a chamar tanto judeus como gentios... Quando este evangelho for apresentado em sua plenitude aos judeus, muitos aceitarão Cristo como o Messias (Atos dos Apóstolos [1999], p. 380).


Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos nas Escrituras, e esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabilidade da lei de Deus. O Deus de Israel fará que isto suceda em nossos dias (Ibidem, p. 381).


“Para mim, tem sido coisa estranha que tão poucos estejam preocupados com o trabalho pelo povo judeu, disperso por tantas terras... As faculdades adormecidas do povo judeu devem ser despertadas... Haverá muitos conversos entre os judeus, e esses conversos ajudarão a preparar o caminho do Senhor... Judeus conversos hão de ter parte importante a desempenhar nos grandes preparativos a ser feitos no futuro para receber Cristo, nosso Príncipe (Evangelismo [2008], p. 578, 579).



I. O fim da lei


No texto de estudo para hoje, Rm 10:1-4, chamam a atenção as palavras do verso 4: “...o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.” Essa declaração é costumeiramente usada por aqueles que negam a validade da lei dos Dez Mandamentos depois da morte de Jesus. “A lei terminou em Cristo, e não mais temos nenhuma obrigação para com ela”, afirmam. Mas os que assim se expressam, o fazem apenas em referência ao quarto mandamento, que requer a observância do sábado como dia do Senhor. Em são juízo, ninguém diria que a cruz autoriza os que creem em Cristo a matar, roubar, adulterar, etc., atitudes condenadas pela lei tanto quanto a transgressão do dia de guarda.


Ademais, afirmasse Paulo, com estas palavras, que a lei foi abolida pela morte de Cristo, e estaria fortalecendo a (falsa) acusação de seus adversários de que ele era um antinomista, acusação esta, como temos notado, que o apóstolo repudia em sua epístola. Então, qual é o significado real de suas palavras?


Bem, a lição nos lembra de que a palavra grega télos, traduzido como “fim” em Romanos 10:4, “também pode ser traduzida como objetivo, propósito.” Portanto, fim significando finalidade. “Cristo é o propósito final da lei, no sentido de que a lei deve nos levar a Jesus.” Esse é indiscutivelmente o sentido de télos em 1 Pedro 1:9, onde é afirmado que o “fim da fé” é a salvação. Ninguém deve imaginar, todavia, que, uma vez salvo, o crente não mais precisa da fé; muito ao contrário!


Creio que mais do que isso está envolvido no texto. Com efeito, télos significa “fim”, como quando o texto sagrado fala do fim desta era (Mt 24:6, 14; 1Co 15:24). Aplicando-se este sentido à lei, Cristo é o fim, o término do empenho no cumprimento dela como meio de justiça; a cessação da lei como recurso de salvação.


Télos também significa finalidade, objetivo, etc., como no texto de Pedro acima referido, e também em 1 Timóteo 1:5, onde é traduzido “intuito”. O termo, todavia, tem mais de dois significados, e Paulo, preferencialmente a um termo de sentido mais restrito, empregou télos para deixar claro que Cristo é o tudo da lei.


De fato, se quisesse apenas afirmar que Cristo é o fim da lei, no sentido de que ela caducou na cruz, que acabou ali, Paulo teria empregado péras, que significa limite, o ponto extremo, conclusão, terminação, fim (como em Hb 6:16). Da mesma forma, se ele quisesse afirmar que Cristo é apenas a finalidade, o objetivo, o propósito da lei, teria empregado próthesis ou skopós, ou ainda énnoia.
Além dos dois sentidos acima, télos também significa: imposto (como em Mt 17:25 e Rm 13:7); destinação última (como em Hb 6:8), pleno desempenho, execução, desencargo, cumprimento (como em Lc 22:37); tratamento final (como em Tg 5:11); estágio final (com em 1Co 10:11); resultado (como em Rm 6:21); e plenitude (como em 1Ts 2:16).


É possível divisar em cada um desses sentidos aquilo que Cristo é da lei. Ele é a plenitude dela, considerando que, na qualidade de vida que Cristo viveu, vemos até onde a vai a lei e o que ela abrange. Ele é o resultado da lei, no sentido de que as reivindicações dela, se perfeitamente cumpridas, resultam numa qualidade de vida precisamente idêntica à vida de Jesus.


Ele é o estágio final da lei, no sentido de que ela não pode ser exibida, exposta, desvelada mais do que o foi em Jesus.


Ele é a demonstração mais clara do tratamento final da lei: tudo o que Jesus sofreu agonizando até morrer, é claro, por tomar nosso lugar e nos salvar, é uma antecipação daquilo que a lei requererá que ocorra no último dia com os ímpios impenitentes e perdidos, os quais, por rejeitarem o que Ele fez por eles, “terão de sofrer a angústia sentida por Cristo na cruz...” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1 [2004], p. 124).


Em Jesus, a lei alcança plena execução, desencargo e cumprimento, pois foi profetizado que Ele engrandeceria a lei e a tornaria gloriosa (Is 42:21, Tradução Brasileira). “Cristo... mostrou que ela está baseada no amplo fundamento do amor a Deus e amor aos homens, e que a obediência a seus preceitos compreende todo o dever do homem. Em Sua própria vida Ele deu exemplo de obediência à lei de Deus. No Sermão da Montanha Ele mostrou como seus requisitos vão além dos atos exteriores, e penetram os pensamentos e as intenções do coração” (Atos dos Apóstolos [1999], p. 505).


Além disso, em Jesus não há anomía, isto é, ilegalidade de espécie nenhuma. É plena Sua harmonia com a lei divina e, portanto, com a natureza e caráter de Deus. O cumprimento da lei por Cristo foi total.


Ele também é a destinação última da lei, no sentido de que Sua exaltação e glorificação a partir da ressurreição se tornam uma clara demonstração daquilo que aguarda os que a cumprem perfeitamente, pois Ele viveu integralmente seus justos reclamos. Por nossa vez, também seremos exaltados e glorificados, pois a lei não reserva outro destino final para aqueles que estiverem revestidos da perfeita justiça de Cristo.


Finalmente, Jesus é o imposto, o tributo que ela cobra daqueles que almejam a salvação. Como “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23), e só em Jesus e por Jesus é possível a libertação do pecado, o “imposto” a ser pago pela vida eterna, requerido pela própria lei, é a aceitação dEle como Salvador. Naturalmente o pecador pode se omitir de pagar tal preço; mas, nesse caso, terá que pagar um preço correspondente, isto é, ele mesmo terá que morrer pelo seu pecado. A lei, portanto, se revela um credor implacável: ou nós pagamos, ou Cristo paga em nosso lugar. Não há uma terceira alternativa. Qual é nossa escolha?


Notemos, portanto, quanta coisa está envolvida na declaração paulina de Romanos 10:4. Tudo isso foi tecido por Paulo, sob a direção do Espírito Santo, no esforço de ajudar “seus irmãos... segundo a carne” (9:3), os judeus, a entender que só em Jesus existe a justiça necessária para se desfrutar verdadeiramente a vida. A situação deles era tal que, rejeitando a justiça de Cristo, estabeleciam “a sua própria”, não se sujeitando “à que vem de Deus.” (Rm 10:3). O zelo que tinham por Deus, um zelo sem entendimento (v. 2), era-lhes de nenhuma valia, pois não se apoderando da justiça de Cristo não se apoderaram de justiça nenhuma, pois fora dEle não há justiça.


Não incorremos nós, adventistas, no mesmo perigo? Com razão, alguém já observou que o adventismo é um terreno fértil para o legalismo. Temos que estar constantemente atentos.



II. A eleição da graça


Naturalmente, por exiguidade de espaço, a lição desta semana aborda Romanos 10 apenas em seus primeiros quatro versículos. Mas o restante do capítulo também é importante para se observar a linha de raciocínio de Paulo quanto ao meio correto de salvação, no empenho por admoestar seus concidadãos.


Nos versos 5-8, ele contrasta a justiça da lei com a palavra do evangelho no coração. Essa palavra não é outra senão o próprio Cristo (cf. Jo 1:1, onde o termo “Verbo” equivale a Palavra). O pecador só consegue obter essa justiça se tiver Cristo no coração, pois essa experiência resultará em que a própria lei de Deus seja escrita na mente humana, conforme a provisão do novo concerto (Hb 10:16). Em outras palavras, Cristo é o caminho único para se alcançar aquilo pelo que, inutilmente, os judeus tanto se esforçavam por suas “obras da lei”.


Nos versos 9-13, Paulo expõe de maneira bem objetiva o método de salvação com uma de suas inevitáveis consequências, o testemunho da fé através da pregação. Daí ele realçar a necessidade de pregadores para que o evangelho alcance os corações (v. 14, 15). Nos versos 16-21, ele volta à carga sobre a incredulidade dos judeus, demonstrando que esta ocorreu não por falta de oportunidade de ouvirem o evangelho. De fato, segundo livro de Atos, o evangelho sempre foi pregado a eles primeiramente; e continuaria a sê-lo por mais algum tempo.


A pergunta de Paulo em 11:1, seguida de sua costumeira resposta, não contradiz o fato de que os judeus, por terem rejeitado Jesus como o Messias, perderam o privilégio de etnia eleita, mesmo porque jamais Deus considerou como verdadeiros israelitas aqueles que são “filhos de Abraão” apenas por consanguinidade (9:6-8), os quais Paulo chama de Israel “segundo a carne” (1Co 10:18). Os verdadeiros filhos de Abraão são exclusivamente os da fé, pois só os que são de Cristo são “descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3:29). Então, “Seu povo” é formado por aqueles que, dentre judeus e gentios, recebem Cristo como Salvador e Senhor. A estes, Deus jamais rejeita.


Isso é o mesmo que dizer que, de toda a multidão que professa temer a Deus, apenas o remanescente será salvo (Rm 9:27), isto é, que não será rejeitado. Não basta apenas professar; é necessário viver aquilo que se professa, e isto apenas o remanescente faz.
Paulo lembra que, no tempo de Elias, quando ocorrera uma das maiores apostasias da história de Israel, um remanescente de sete mil havia permanecido fiel como prova de que Deus não havia rejeitado o Seu povo (11:2-4). Isso foi igualmente verdade quando Paulo escreveu aos romanos (v. 5) e, evidentemente, é verdade até nossos dias.


Da mesma forma que há um remanescente no professo povo de Deus, o Senhor também tem um povo lá fora, espalhado em todas as nações da Terra (inclusive entre os judeus), um remanescente no mundo, o qual ouvirá o convite de Deus para deixar Babilônia e se unir aos fiéis (Ap 18:1). “O Senhor declarou que os gentios serão recolhidos, e não somente os gentios, mas também os judeus” (Evangelismo, p. 578); então, e só então, “haverá um rebanho e um pastor” (Jo 10:16).



III. – O ramo enxertado


Naturalmente, não era necessário que os judeus rejeitassem o evangelho para que este passasse a ser pregado aos gentios. Paulo, todavia, afirma que o tropeço deles ensejou uma oportunidade de serem levados a ciúmes através da pregação estendida aos gentios (Rm 11:11). Ele mesmo se esforçava por ganhar o maior número de gentios para incitar seus conterrâneos à emulação, numa tentativa de salvar pelo menos alguns deles (v. 13, 14). Segundo a narrativa do livro de Atos, três vezes Paulo censurou a incredulidade dos judeus para salientar que a mensagem de salvação estava sendo estendida aos gentios, e que eles a aceitavam (ver At 13:46, 47; 18:6; 28:28). À luz do que ele disse em Romanos 11, ele agiu assim tão radicalmente por amor de seu próprio povo.


Nos versos 12 e 15, então, Paulo deixa claro que Deus ainda tem planos com os judeus: “... se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo... quanto mais a sua plenitude! ... se o fato de terem sido rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?”


Estou convencido de que, na fase final da pregação da tríplice mensagem angélica em todas as partes do mundo, um grande número de judeus se converterá à verdade e unirá sua voz com a do remanescente de Deus, para conduzir Sua obra à conclusão. Isso cumprirá o que Paulo anunciou e o que o Espírito de Profecia afirma principalmente em Evangelismo, p. 578, 579, como citei na introdução do presente comentário: “Haverá muitos conversos entre os judeus, e esses conversos ajudarão a preparar o caminho do Senhor... Judeus conversos hão de ter parte importante a desempenhar nos grandes preparativos a ser feitos no futuro para receber a Cristo, nosso Príncipe.” A lição de amanhã toca esse ponto.


A exemplo de Jesus, que usou a natureza para, por meio de parábolas, extrair importantes lições espirituais, Paulo, a seguir (v. 17-24), usou a metáfora do corte e enxerto, comum entre agricultores, para falar de rejeição e aceitação da parte de Deus. A primeira situação (corte) ocorre em consequência da incredulidade, enquanto a segunda (enxerto) é através da fé (v. 19, 20).


Há, todavia, um detalhe que deve ser notado. A colocação paulina inverte o processo natural do enxerto. Habitualmente, Para que a produção do fruto seja assegurada, é o ramo da boa planta que é enxertado na planta brava, não o contrário. Paulo usa a figura de uma oliveira para representar a comunidade de Deus (ver Jr 11:16 e Os 14:6 onde Israel é identificado por essa árvore), e fala de ramos de oliveira brava (os gentios) enxertados na boa (Rm 11:24) para participar de sua seiva e raiz (v. 17).


Acho que essa inversão foi proposital da parte do apóstolo, pois a conversão do pecador é um dos maiores milagres que Deus opera, o que extrapola à mera expectativa natural. Ademais, ele certamente quis salientar o fato de que os “ramos naturais” (os judeus) não haviam produzido o fruto esperado, o que não ocorreu com os “ramos não naturais” (os gentios) enxertados, “contra a natureza”, na oliveira boa (v. 24).


A raiz, que nutre os ramos com a seiva extraída do solo é, primeiramente, o próprio Senhor Jesus, aquele que alimenta Seu povo e o fortalece para tê-lo vitorioso nos embates da vida cristã. E, secundariamente, Abraão, o pai de todos os que creem, “os ramos” (v. 16), não importa se “circuncidados”, os judeus, ou “incircuncidados”, os gentios (4:9-12).A “seiva” significa, naturalmente, as provisões do concerto abraâmico, das quais participam todos os que aceitam o evangelho.


Concluindo a metáfora, Paulo registra uma advertência e uma palavra de estímulo (v. 19-24). Os ramos enxertados não devem se gabar sobre aqueles que foram cortados, porque estes, quando crerem, serão enxertados, e aqueles, se perderem a fé, serão inevitavelmente cortados. Como a lição observa, o conceito de “uma vez salvo, salvo para sempre” é pura fantasia. Serão salvos os que permanecerem fiéis até o fim (ver Mt 24:13). Por outro lado, àquele que se desviou da verdade, é facultada a oportunidade de restauração, ou seja, de reatar sua comunhão e compromisso com Deus, voltando à comunidade dos fiéis. Só um Deus de amor poderia agir assim.



IV. Um mistério revelado


O “mistério revelado” é claramente definido por Paulo no fechamento de sua epístola: “Ora, Aquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para obediência por fé, entre todas as nações...” (Rm 16:25, 26).


Nos termos de 11:25, “a obediência por fé entre todas as nações” foi ensejada pelo endurecimento de Israel, de natureza parcial (porque há sempre alguns que estão dispostos a crer em Jesus agora, razão por que devemos trabalhar pelos judeus hoje) e temporária (porque é “até que haja entrado a plenitude dos gentios”). Quando a obra de pregar o evangelho a todas as etnias (Mt 24:14) estiver para ser concluída, muitos judeus se converterão, ou, como a lição declara, “[nesse] momento, então, muitos judeus começam vir a Jesus.”


“Todo o Israel será salvo” (v. 26) quando houver “entrado a plenitude dos gentios” com a adesão desses “muitos judeus”. Podemos divisar aqui a ideia de que as doze tribos de Israel estarão aí restauradas. Com a ascendência de Roboão, filho de Salomão, ao trono em 931/930 a.C., o reino foi dividido, as dez tribos do norte formaram uma dinastia à parte das duas tribos do sul, Judá e Benjamin. O processo de apostasia das tribos do norte foi rápido e avassalador. Em 722, os assírios conduziram as dez tribos para o cativeiro do qual jamais retornariam, pois acabaram se diluindo entre as nações para onde haviam sido exiladas. O cativeiro das tribos do sul ocorreu a partir de 605. Foram deportados para Babilônia, de onde retornaram setenta anos mais tarde. Esse retorno, todavia, foi parcial. Um grande grupo decidiu permanecer em seu novo habitat, formando a comunidade judaica da Diáspora. Lucas registra que, por ocasião do Pentecostes, que inaugurou as atividades da igreja, faziam-se presentes em Jerusalém “judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu” (At 2:5).


A “esperança de Israel” envolvia a restauração das doze tribos, o que ocorreria sob a regência do Messias. Os judeus estavam certos quanto a esse fato, mas não da forma política e militar como, pensavam, deveria ocorrer. Quando Jesus Se manifestar nas nuvens com poder e glória, Ele enviará Seus anjos, “os quais reunirão os Seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24:31). Esses “escolhidos” são os salvos de todas as épocas e lugares, muitos dos quais aguardam a ressurreição. Mas os salvos vivos naquele glorioso dia, identificados no Apocalipse como os “144 mil” (a meu ver um número simbólico) são provenientes “de todas as tribos de Israel” (7:4).


Esta é a restauração de que o Novo Testamento fala, principalmente nos escritos de Paulo: uma restauração antes espiritual que étnica, condizente com a maneira de Deus considerar os verdadeiros israelitas: aqueles que são descendentes de Abraão através da fé, não do sangue. Sem dúvida, aquilo que Paulo falou dos judeus (membros da tribo de Judá) é também verdade quanto aos membros de qualquer outra tribo: “... judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito...” (Rm 2:29); e é no coração que Cristo deve habitar (Ef 3:17).


Aqui, todos os que compõem a igreja de Deus, não importando a raça, estão incluídos, pois aqueles que recebem a Cristo e se unem ao Seu povo não mais são “estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e [são] da família de Deus” (2:19). Por outro lado, Jesus deixou claro que quem se desliga da igreja deve ser considerado “gentio e publicano” (Mt 18:17), isto é, “separado da comunidade de Israel” (Ef 2:12). Logo, igreja e Israel se equivalem.


Assim, quando o povo de Deus de todas as épocas e lugares estiver finalmente e eternamente salvo, habitando aquele reino cuja capital é a Nova Jerusalém, a cidade guarnecida com doze portas que trazem inscritos em si “os nomes da doze tribos de Israel” (Ap 21:12), então terá cumprido a profundamente significativa afirmação paulina de que “todo o Israel será salvo” (Rm 11:26). Preparemo-nos para esse grandioso evento!



V. A salvação dos pecadores


Muito do que comentei na lição de ontem é aplicável à lição de hoje, pois tem que ver com a maneira de Deus conduzir as coisas até que toda a humanidade esteja plenamente salva, “redimida do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (8:21). A pregação é vital no processo de salvação, pois é através dela que a fé é despertada (10:17). Anjos que nunca pecaram não são comissionados a anunciar o evangelho, pois, se o fizessem, haveriam de proclamá-lo como simples teoria, e não como “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (1:16). Não poderiam dizer: “Já o testamos em nossas vida e sabemos que funciona.”
São os membros da igreja que têm esse privilégio, pois é suposto que eles já desfrutam da salvação em Cristo, e podem anunciar o evangelho como algo real, que salva mesmo, como prova sua própria experiência. Com base em 11:31, a lição, em sua última parte, salienta a importância desse fato, lembrando que, uma vez tendo nos alcançado a misericórdia “oferecida em Jesus”, nós a mostraremos aos outros, principalmente, acrescento eu, por meio do que ela operou em cada um de nós.


Em 11:28-31 Paulo conclui suas considerações iniciadas com o capítulo 9, sumariando o trato de Deus com judeus e gentios, salientando que os primeiros continuavam no apreço de Deus em virtude do pacto abraâmico; em outros termos, “por causa dos patriarcas”, como diz o texto.


Esse pacto estipulava que, em Abraão seriam benditas “todas as famílias [ou nações] da Terra” (Gn 12:3; 18:18). Em outras palavras, o pacto incluía igualmente a salvação dos gentios. Mais que isso, Abraão se tornaria “pai de numerosas nações” (17:4, 5); na verdade, poderia ser dito que o patriarca se tornou pai de todas as nações, no sentido de que membros de todas elas se tornam crentes em Jesus, e, portanto, filhos de Abraão.


Assim, ao instaurar o pacto abraâmico, Deus estava dando prosseguimento ao cumprimento de Seu glorioso plano de, como diz a lição, “salvar a humanidade”, plano esse anunciado desde o Éden perdido (Gn 3:15). Agora, executado o plano com o sacrifício de Jesus, restava aplicá-lo em toda a sua extensão, conforme seu propósito original. Isso foi alcançado com a pregação do evangelho primeiramente aos judeus e depois também aos gentios, como o livro de Atos informa.


Valendo-se de um jogo de palavras, Paulo mostra como Deus opera com discernimento e grandeza: os gentios, no passado, foram desobedientes, mas agora alcançavam a misericórdia, “à vista da desobediência” dos judeus (v. 30); e os judeus agora se mostravam desobedientes, “para que, igualmente, alcancem misericórdia, à vista da que... foi concedida” aos gentios (v. 31). Todos foram tidos como pecadores perdidos (3:9, 23), para Deus “usar de misericórdia para com todos” (v. 32).


Na verdade, o inimigo quis frustrar o propósito de Deus levando os judeus à incredulidade. Mas como é impressionante ver que Deus Se valeu precisamente da incredulidade deles para que Seu propósito fosse plenamente cumprido, por meio da salvação estendida a todos os povos! Como disse Paulo, “os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (v. 29).


A essa altura, nada restava a Paulo, senão registrar a inspirada doxologia dos versos 33-36, que ele abre exaltando a “profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento da Deus”, a insondabilidade de “Seus juízos” e a inescrutabilidade de “Seus caminhos”, para encerrar reiterando que “dEle, por meio dEle, e para Ele, são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente.”
E, com o apóstolo, uno minha voz também dizendo: “Amém!”

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A eleição da graça - 10/09/2010 a 11/09/2010

Sexta, 10 de setembro

Opinião
Olhe ao redor

Separando-se do mundo, os israelitas não percebiam que haviam construído uma barreira entre si mesmos e os gentios, fracassando em declarar a mensagem a outros. Como cristãos, somos muitas vezes pegos em nossas próprias armadilhas. Quando encontramos conforto numa determinada igreja, tendemos a negligenciar o companheirismo saudável com outros cidadãos em nossa vizinhança e cidade. Isso nos impede de partilhar o evangelho com outros.

Deus não rejeita as pessoas com base em costumes ou etnia. Não favorece uma nação sobre outra. Ao contrário, concede salvação a todos (Jo 3:16, 17). Precisamos deixar nossa zona de conforto e partilhar o evangelho, de uma forma ou de outra, com todos aqueles com quem entramos em contato.

O evangelho não pode ser separado das palavras missão e serviço. “Os seguidores de Cristo foram redimidos para serem úteis ao próximo. Nosso Senhor ensina que o verdadeiro objetivo da vida é servir. Vivendo para servir aos outros, o homem é levado
à comunhão com Cristo. A lei de servir torna-se o vínculo que nos liga a Deus e a nosso semelhante.

Através da missão e do serviço, temos tremendas oportunidades de testemunhar para Deus. Pelo fato de os israelitas, como nação, terem recusado a Deus, Ele abriu as portas para que todos fossem testemunhas Suas. Os cristãos hoje precisam sempre manter seus olhos no plano geral oferecido por Deus: salvação para todo homem, mulher e criança. Quando nos isolamos do mundo, tanto em geral quanto ao nosso redor, Deus vai usar outros para declarar Sua mensagem.

Mãos à obra

1. Leia João 15:1-17 e pesquise sobre o cultivo de uvas. Compare esse cultivo com a eleição do povo de Deus e seu processo de crescimento espiritual.

2. Estude a história da igreja cristã para ver quando Deus teve um povo que obedecia aos Seus mandamentos.

3. Crie uma equação que ilustre o processo de adição encontrado em 2Pe 1:3-10. Como seria a equação se você fosse subtrair?

4. Indique maneiras em que você pode usar seus talentos para ser útil à sua comunidade. Depois, encontre figuras que ilustrem os itens de sua lista e as cole em um papel. Com base na lição desta semana, que título você daria à sua colagem?

Fritz e Joice Manurung – Jacarta, Indonésia

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A eleição da graça - 09/09/2010 a 11/09/2010

Quinta, 9 de setembro

Aplicação
Escolha firme


Paulo nos mostra que a salvação se baseia na graça de Deus e na justificação pela fé, na crença de que todas as pessoas são escolhidas para receber a salvação, se aceitarem o sacrifício de Cristo por elas. Quando os incrédulos judeus rejeitaram Cristo, perderam seu papel espiritual como nação (Rm 11:17-24). Isso não significa que a salvação para os judeus individualmente estava totalmente encerrada. Diante disso, como é que podemos viver à altura da salvação que Cristo nos deu?

Reconheça que não há salvação fora de Cristo. Paulo nos ensina continuamente que não podemos ter esperança, paz nem salvação a menos que mantenhamos um relacionamento de fé com Deus através de Cristo (Jo 15:5). Não há nada que possamos fazer para conquistar a salvação. Ela pode ser alcançada apenas através da graça de Deus quando aceitamos o sacrifício de Cristo por nós.

Evite o orgulho. Precisamos ser cuidadosos no que diz respeito ao orgulho espiritual (Pv 16:18). “A advertência de Paulo sobre não nos sentirmos superiores aos outros é tão significativa hoje como há dois mil anos. ... Talvez alguns não sejam antissemitas, mas talvez sejam antinegros, antibrancos, anti-hispânicos, antiasiáticos, ou “anti” qualquer pessoa que não tenha as mesmas crenças deles ou não apreciem o mesmo tipo de música que eles. Os “anti” continuam a dividir a igreja de Cristo.

A única solução para os que têm pensamentos de superioridade em relação a si mesmos é encontrar Jesus na cruz.”*

Mantenha um relacionamento com Jesus. Nossa salvação é conservada enquanto temos um relacionamento forte com nosso Salvador. Parte dessa conservação inclui fazer a vontade de Deus. Em Mateus 7:21 Jesus disse: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos céus”. Também precisamos orar, estudar a Palavra de Deus, meditar nela e servir o próximo.

* George R. Knight, Walking With Paul Through the Book of Romans (Hagerstown, Maryland: Review and Herald, 2002), p. 272.

Mãos à Bíblia

8. Como Paulo mostra o amor de Deus não só pelos judeus, mas por toda a humanidade? Como ele expressa o poder surpreendente e misterioso da graça de Deus? Rm 11:28-36

9. Leia cuidadosamente e em oração o verso 31. Que lição importante aprendemos desse texto sobre nosso testemunho não só aos judeus mas a todos com quem entramos em contato?

Victor Joe Sinaga – Palembang, Indonésia

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A eleição da graça - 08/09/2010 a 11/09/2010

Quarta, 8 de setembro

Evidência

Lições dos israelitas


Em Romanos 10:16-21, encontramos Paulo citando as palavras do profeta Isaías para contrastar a diferença entre a rejeição final da justiça pela fé por parte da nação de Israel e a “fé inesperada”* dos gentios. Para que não cometamos o mesmo erro de Israel, é importante sabermos a condição dos israelitas quando Isaías estava servindo como profeta de Deus. Isaías enfatizou a indisposição de Israel para dar ouvidos a Deus. Enfatizou a desobediência e rebeldia da nação.

Infelizmente, esqueceram-se de Deus e deixaram de cumprir Sua santa missão. As bênçãos por eles recebidas não produziram bênçãos para o mundo. Apropriaram-se de todas as suas vantagens para glorificação própria. Excluíram-se do mundo para escapar à tentação” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 14).

“Os israelitas fixaram suas esperanças em grandezas mundanas. Desde o tempo de sua entrada na terra de Canaã, apartaram-se dos mandamentos de Deus e seguiram os caminhos dos gentios. Era em vão que Deus enviava advertências por Seus profetas. Em vão sofriam eles o castigo da opressão gentílica. Toda reforma era seguida de mais profunda apostasia” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 28).

Pelo que aconteceu com os israelitas, podemos aprender que, não importa quanto afirmemos ser eleitos de Deus, se não nutrirmos nossa fé, perderemos nossa posição diante dEle. Os israelitas fracassaram porque consistentemente se desviaram de Deus, procurando a “comida” e a “água” de outros deuses que julgavam mais atrativos.

* The SDA Bible Commentary, v. 6, p. 601.


Mãos à Bíblia

7. Que grande esperança Paulo tinha a respeito de seu povo? Rm 11:25-27

O teor desses versos mostra que Deus tem interesse na salvação dos judeus. O que Paulo declara vem em resposta à pergunta suscitada no princípio do capítulo: “Terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo?” Sua resposta, evidentemente, é: não! E sua explicação é (1) que a cegueira é só “em parte” e (2) que é só temporária, “até que haja entrado a plenitude dos gentios”. O que significa “a plenitude dos gentios”? Muitos veem essa expressão como uma forma de cumprimento da comissão evangélica, em que todo o mundo ouve o evangelho.

Osvald Taroreh – Jacarta, Indonésia

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

A eleição da graça - 07/09/2010 a 11/09/2010

Terça, 7 de setembro

Testemunho
Os resultados da eleição


“Se cumprirmos as condições que o Senhor determinou, garantiremos nossa eleição para a salvação. A obediência perfeita aos Seus mandamentos é a evidência de que amamos a Deus e de que não estamos endurecidos pelo pecado. Cristo tem uma igreja em todas as épocas. Há na igreja aqueles que não se tornam melhores em nada por estarem unidos a ela. Eles próprios quebram os termos de sua eleição. A obediência aos mandamentos de Deus nos dá direito aos privilégios de Sua igreja” (Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1079).

Em João 15:4 “estão as mais preciosas joias da verdade para toda pessoa, individualmente, entre nós. Aqui está a eleição da Bíblia, e você pode demonstrar ser o eleito de Cristo ao ser fiel; você pode provar-se o escolhido de Cristo ao permanecer na videira” (Ibid.)

“Deus elege aqueles que têm trabalhado no plano da adição (2Pe 1:5-8). A explicação é dada no primeiro capítulo de Segunda Pedro. Para cada ser humano, Cristo pagou o preço da eleição. Ninguém precisa se perder. Todos foram redimidos. A todos os que recebem a Cristo como Salvador pessoal será dado poder de se tornarem filhos e filhas de Deus. Uma eterna apólice de seguros foi provida para todos.

“Aqueles a quem Deus escolhe, Ele redime. O Salvador pagou o preço da redenção por todo ser humano. Não somos de nós mesmos, porque fomos comprados por preço. Do Redentor, que nos escolheu desde a fundação do mundo, recebemos o seguro que nos dá direito à vida eterna. ... Esta não é uma apólice de seguro cujo valor alguém receberá após sua morte; é uma apólice que assegura para você uma vida que se mede pela vida de Deus: a saber, a vida eterna” (Ibid., v. 7, p. 994).

Mãos à Bíblia

4. Que grande esperança Paulo disse que existe para os israelitas, tanto para os daquele tempo quanto para os de hoje? Rm 11:11-15

5. Em lugar do enfoque étnico, que outro critério Deus usa para determinar quem Lhe pertence? Rm 11:16-24

Paulo compara o remanescente fiel de Israel a uma oliveira nobre, da qual foram quebrados bruscamente alguns galhos (os descrentes) – uma ilustração que ele usou para provar que “Deus não rejeitou o Seu povo” (v. 2). Raiz e tronco estão ainda lá. Nessa árvore, os crentes gentios foram enxertados. Mas eles estão extraindo sua seiva e vitalidade da raiz e do tronco, que representam o Israel que crê.

6. Mencione alguns privilégios que temos como resultado de sermos membros da igreja de Deus. Estamos agindo de acordo com esses privilégios?

Leslie J. Scholten – Amsterdã, Holanda

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A eleição da graça - Resumo 11/09/2010 a 11/09/2010

A eleição da graça - 06/09/2010 a 11/09/2010

Segunda, 6 de setembro

Exposição

As segundas chances de Deus e as terceiras e quartas e...


A compaixão de Paulo (Rm 10:1-8). A salvação de Israel – povo escolhido de Deus – era um dos principais objetivos do ministério de Paulo entre os gentios de Roma. No início do capítulo 8, ele expressa seu desejo pela salvação dos líderes judaicos. Eles tinham conhecimento e disciplina legalista, mas estes não os levaram à humildade e completa dependência de Deus.

Evangelismo: mais do que um chamado (Rm 10:14-21). Quando as pessoas aceitam o dom de salvação de Jesus, uma consequência natural é desejar ajudar outros a encontrar também graça e esperança nEle. O verso 14 faz perguntas estimulantes para levar os cristãos a partilhar o evangelho. Num livro devocional sobre Romanos, George R. Knight partilha uma nova perspectiva sobre o verso 14, ao citar o conhecido orador cristão John Stott: “A essência do argumento de Paulo é vista se colocarmos seus seis verbos em ordem oposta: Cristo envia arautos; os arautos pregam; as pessoas ouvem; os ouvintes creem; os crentes invocam; e os que invocam são salvos.”* Ainda hoje, somos inspirados pela verdade dessa mensagem: como as pessoas ao nosso redor ouvirão, se não pregarmos a elas?

O infalível amor de Deus (Rm 11:1-12). A maior parte dos líderes religiosos e seguidores judeus rejeitaram Jesus como o Messias. Contudo, Deus nunca os rejeitou. Paulo enfatizou esse ponto quando escreveu: “Eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o Seu povo, o qual de antemão conheceu” (Rm 11:1, 2). Deus nunca retira Sua mão de misericórdia e graça. Somos nós que cometemos a rejeição.

Deus podia ver que os judeus estavam tentando viver seu papel como Seu povo escolhido. Cumpriam religiosamente seus costumes e práticas cerimoniais. Nunca se pôs em dúvida que eles estavam tentando ser piedosos, porém estavam simplesmente tomando o caminho errado. O caminho certo é visto em João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por Mim”.

Salvação para os gentios (Rm 11:13-26). Paulo continua sua argumentação descrevendo uma árvore com galhos naturais, galhos quebrados e galhos enxertados. Quando os judeus rejeitaram o divino plano de salvação, sua falta de fé em Jesus fez com que se partissem e caíssem da oliveira de Deus. Sua ausência deixou espaço para que os brotos de plantas bravas dos gentios se tornassem parte da família de Deus ao aceitarem o evangelho. A ilustração da árvore nos lembra que a fé judaica ainda está na raiz do cristianismo.
Embora os israelitas tenham se partido e caído de Deus, Ele não os queimou nem os atirou fora. Ao contrário, “se não continuarem na incredulidade, serão enxertados, pois Deus é capaz de enxertá-los outra vez.” (verso 23).

A misericórdia de Deus para com toda a humanidade (Rm 11:29-36). O capítulo 11 termina com comemoração e adoração pela inesgotável graça de Deus e Seu amor incondicional. Paulo declara que Deus ainda está suplicando aos judeus para que aceitem Sua misericórdia, se humilhem e sejam salvos pela fé.

Podemos ser gratos porque a desobediência nunca é o fim, mas é algo do qual Jesus veio nos livrar. Ele é o único que foi perfeitamente obediente à lei de Deus. Seus caminhos estão muito além de nós. Qualquer coisa que possamos dar a Deus não chega nem perto de pagar o que Ele fez por nós. Os judeus tinham orgulho de sua capacidade de guardar os detalhes das leis. Contudo, não compreendiam quão terrivelmente estavam fracassando em guardá-las. Toda a glória pertence a Deus. Só por Sua graça podemos ser salvos.

* George R. Knight, Walking With Paul Through the Book of Romans
(Hagerstown: Review and Herald, 2002), p. 256.


Mãos à Bíblia

2. Que ensino comum Romanos 11:1-7 nega clara e inquestionavelmente? Que evidência Paulo dá de que Deus não rejeitou Seu povo?

Paulo aponta para um remanescente, uma eleição da graça, como prova de que Deus não rejeitou Seu povo. A salvação está aberta a todos os que a aceitarem, judeus e gentios igualmente.

3. Paulo está dizendo que Deus cegou propositalmente para a salvação a parte de Israel que rejeitou Jesus? Rm 11:7-10. O que está errado com essa ideia?

Deus cega os olhos das pessoas para impedi-las de ver a luz que os levaria à salvação? Nunca! Essas passagens devem ser entendidas à luz de Romanos 9. Paulo não está falando de salvação individual, pois Deus não rejeita ninguém coletivamente para a salvação. O assunto neste verso, ao contrário, como foi desde o princípio, se refere ao papel que Israel, como nação, teve em Sua obra.

Debbie Battin Sasser – Friendswood, EUA

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domingo, 5 de setembro de 2010

A eleição da graça - 05/09/2010 a 11/09/2010

A ELEIÇÃO DA GRAÇA

“Pergunto, pois: Acaso Deus rejeitou o seu povo? De maneira nenhuma! Eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim.” (Rm 11:1).

Prévia da semana: No fim, tanto judeus como gentios foram chamados a compartilhar o evangelho ao mundo.

Leitura adicional: Romanos 10 e 11

Domingo, 5 de setembro

Introdução

O orgulho do filho preferido


Havia um homem rico vivia numa aldeia remota. Ele tinha vários filhos bem diferentes uns dos outros em caráter. Como era um pai bondoso e paciente, ensinava a todos os filhos como trabalhar e os ajudava a desenvolver bons traços de caráter.

Um de seus filhos, Joe, era especialmente talentoso e se tornou o filho favorito do homem. Um dia, esse rico homem planejou uma viagem de negócios. Ele disse a Joe que o estava escolhendo como o responsável por ajudar seus irmãos para que se saíssem bem enquanto ele estivesse fora.

Infelizmente, porém, Joe não fez o que o pai esperava. Em vez de ajudá-los, começou a fazer coisas que lhe dariam a fama de bonzinho diante do pai quando ele voltasse. Na verdade, quando um dos irmãos fazia algo errado, em vez de ajudá-lo, Joe dizia que ia contar para o pai como ele havia sido mau.

Quando o pai voltou da viagem, todos os filhos lhe deram as boas-vindas. Contudo, quando ele ficou sabendo que Joe não fizera o que ele lhe havia pedido, ficou triste e disse a Joe que agora teria de passar mais tempo com seus irmãos do que com ele.

Nosso Pai celestial ama a todos nós, embora no passado Ele tenha escolhido uma nação em particular para ensinar às outras sobre Seu amor. Contudo, esta nação a quem Deus deu o nome de Israel, ficou tão empolgada em ser a “filha” favorita, que se separou do resto do mundo. Ficou tão orgulhosa de seu status como escolhida, que se esqueceu da razão pela qual Deus a havia escolhido – para comunicar as boas-novas da justiça pela fé.

Quando Jesus veio à Terra, Ele os ajudou e nos ajudou a compreender que “Não há diferença entre judeus e gentios” (Rm 10:12), que todos são pecadores necessitados da graça de Deus dada ao mundo através de Jesus Cristo. Esta graça vem a todos não por nacionalidade, nascimento, ou obras, mas pela fé em Jesus, que morreu como substituto pelos pecadores de todos os lugares. Sim, os papéis podem mudar, mas o plano da salvação nunca muda.

Nesta semana aprenderemos o que significa ser escolhido ou eleito por Cristo, que não faz distinção entre pessoas, especialmente no que diz respeito à salvação. Hoje, Ele também insiste conosco para que levemos o evangelho a todas as nações (Mt 28:19, 20), não apenas a uns poucos escolhidos.

Mãos à Bíblia

1. Qual é a principal mensagem de Paulo em Romanos 10:1-4? Como corremos, hoje, o perigo de buscar estabelecer “nossa própria justiça”?


Daniel Saputra – Palembang, Indonésia

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