sábado, 31 de janeiro de 2009

A Inspiração dos Profetas - 31/01/2009 a 31/01/2009

A INSPIRAÇÃO DOS PROFETAS
Resumo Semanal - 25/01/2009 a 31/01/2009

A Inspiração dos Profetas
Pr. Renato Stencel
Diretor do Centro White – Brasil

UNASP – EC

I. Introdução

Uma das mais importantes verdades que encontramos nas Escrituras diz respeito ao infinito amor de Deus, expresso em todos os feitos de Sua criação. De acordo com o Espírito de Profecia “desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor”(1). Sua criação e a maneira pela qual Deus Se relaciona com Suas criaturas revelam de forma legítima a essência do Seu caráter. De fato, Deus é o ser mais relacional que existe no Universo. Ele anseia por Se comunicar com os seres humanos e assim tem sido desde a criação de nossos primeiros pais.

Mesmo em face do abismo causado pelo pecado, Deus não rompeu o diálogo com Suas criaturas. Ao contrário, Ele tomou providências para restabelecer a ponte de ligação entre o Céu e a Terra, o Criador e a criatura (Gn 3:9). Desta forma, por intermédio dos profetas, Ele “confiou ao homem finito o preparo de Sua Palavra divinamente inspirada. Esta Palavra, arranjada em livros - Antigo e Novo Testamentos - é o guia para os habitantes de um mundo caído, a eles legado para que, mediante o estudo das direções e a obediência a elas, ninguém perca o caminho do Céu”(2).

Por ser uma inegável fonte de revelação divina, a Bíblia tem sofrido inúmeros ataques ao longo de sua existência. Com o propósito de minar a inspiração da Palavra de Deus, muitos têm colocado em prova sua veracidade. “Nenhum componente da fé cristã tem sido debatido de uma forma tão controvertida nos últimos dois séculos como a natureza e a autoridade das Escrituras. Ao perderem a confiança na Bíblia, muitos cristãos modernos e pós-modernos já não mais a consideram a ‘única regra de fé e prática’”. (3)

No entanto, a despeito dos muitos ataques, críticas e ceticismo, a Palavra de Deus tem resistido a todas as provas. Mediante o poder divino, seu conteúdo tem sido guardado e preservado ao longo dos séculos. E, como uma poderosa luz, a Bíblia tem transformado e enobrecido vidas, conduzindo-as aos pés de Jesus Cristo.

II. A comunicação divino-humana

Para todo aquele que almeja compreender o modo pelo qual Deus Se comunica conosco, é de vital importância examinar os conceitos de revelação, inspiração e iluminação profética. A maneira de entendermos este processo irá influenciar nossa concepção quanto à pessoa de Deus, a maneira de nos relacionarmos com Ele e a forma de manifestarmos e praticarmos nossa fé.

1. Revelação – Envolve a ação divina que comunica a verdade (o conhecimento da parte de Deus). “Compreendemos por revelação o ato divino pelo qual Deus Se descobre a Si mesmo, Se desvenda e Se comunica com o profeta, dando-lhe o conhecimento de Deus e da Sua vontade que ele, o profeta, não poderia ter conseguido por si mesmo e nem de qualquer outra maneira”(4). Esse conhecimento expressa a vontade de Deus sobre certos aspectos que Ele almeja tornar conhecidos aos Seus filhos.

2. Inspiração – Refere-se ao processo pelo qual Deus capacita alguém a ser Seu porta-voz (mensageiro). Ao receber a revelação divina, o profeta é dotado por Deus para comunicar a mensagem de forma fiel e verdadeira. O apóstolo Pedro atesta: “Porque nunca, jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:21).

3. Iluminação – É o poder do Espírito Santo que tem por objetivo auxiliar os seres humanos a compreender o conteúdo da revelação divina. O mesmo Espírito que fala por meio dos profetas fala àqueles que ouvem ou leem a mensagem do profeta. Desta forma, o divino Espírito habilita o cristão a entender e aplicar a mensagem à sua experiência. Enquanto os processos de revelação e inspiração envolvem a atuação dos autores, a iluminação envolve o leitor.

Ao observarmos o processo de comunicação divina, podemos compreender que nosso Deus estabeleceu um modelo de comunicação claro, objetivo e organizado. No entanto, muitos estudiosos divergem na tentativa de compreender esse processo. A lição desta semana enfatiza de maneira mais acentuada o conceito de inspiração, o qual tem sido objeto de muitas dúvidas e questionamentos.

Atualmente, com base em princípios finitos e falíveis, muitas pessoas ousam determinar no conteúdo das Escrituras e do Espírito de Profecia o que é e o que não é inspirado. Tais indivíduos costumam afirmar que alguns profetas foram parcialmente inspirados ao escrever certos conteúdos. Essa abordagem tem conduzido pessoas à descrença e, como conseqüência, a compreensão da verdade tem sido colocada em cheque. Desta forma, os escritos revelados por Deus passam a ser interpretados de acordo com a imaginação e preferência pessoal e, como resultado, a verdade é distorcida.

Antevendo a manifestação desse fenômeno, o Espírito Santo revelou uma mensagem específica ao se referir à maneira pela qual os escritos da Bíblia e do Espírito de Profecia seriam tratados(5):

“Esta é a maneira por que meus escritos são tratados pelos que desejam compreendê-los mal e pervertê-los. Transformam a verdade de Deus em mentira. Exatamente de maneira idêntica por que eles tratam os escritos em meus artigos publicados e nos meus livros, tratam os céticos e os infiéis a Bíblia. Leem-na segundo seus desejos de perverter, aplicar mal, torcer voluntariamente as declarações de seu verdadeiro sentido. Declaram eles que a Bíblia pode provar qualquer coisa e tudo, e cada seita prova que suas doutrinas estão certas, e que as doutrinas mais diversas são provadas pela Bíblia” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 19).

Ao tratar do assunto da inspiração da Palavra de Deus, Ellen G. White apresenta alguns princípios e conceitos que nos auxiliam a compreender melhor o processo divino-humano de comunicação. Tais princípios podem ser encontrados no livro Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 15 a 23.

1. “Deus confiou ao homem finito o preparo de Sua Palavra divinamente inspirada” (p. 16).
2. “Tomo a Bíblia exatamente como ela é, como a Palavra inspirada. Creio nas declarações da Bíblia inteira” (p. 17).
3. “E Ele [Deus] ... não habilitou homem finito algum a desvelar ocultos mistérios nem inspirou um homem ou uma classe de homens a pronunciar juízo quanto ao que é ou não é inspirado” (p. 17).
4. “Os escritores da Bíblia tiveram de exprimir suas ideias em linguagem humana. Ela foi escrita por seres humanos. Esses homens foram inspirados pelo Espírito Santo” (p. 19).
5. “As Escrituras foram dadas aos homens, não em uma cadeia contínua de ininterruptas declarações, mas parte por parte, através de sucessivas gerações, à medida que Deus, em Sua providência, via apropriada ocasião para impressionar o homem nos vários tempos e diversos lugares” (p. 19).
6. “A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de Deus pensar e Se exprimir. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado” (p. 21).
7. “Os escritores da Bíblia foram os instrumentos de Deus, não Seu modo de escrever” (p. 21).
8. “Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que foram. A inspiração não atua nas palavras do homem nem em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é dotado de pensamentos” (p. 21).
9. “A mente divina, bem como Sua vontade, é combinada com a mente e a vontade humanas; assim as declarações do homem são a Palavra de Deus” (p. 21).

A linguagem que Deus empregou para Se comunicar com o ser humano é uma prova inequívoca de Seu infinito amor para conosco. Ele desceu ao nosso nível a fim de revelar Sua vontade e apresentar o plano de resgate da raça humana por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo. De acordo com a revelação do Espírito de Profecia,(6)

“O Senhor fala aos seres humanos em linguagem imperfeita, a fim de os sentidos degenerados, a percepção pesada, terrena, dos seres da Terra poderem compreender-Lhe as palavras. Nisto se revela a condescendência de Deus. Ele vai ao encontro dos caídos seres humanos onde eles se acham. Perfeita como é, em toda a sua simplicidade, a Bíblia não corresponde às grandes ideias de Deus; pois ideias infinitas não se podem corporificar perfeitamente em finitos veículos de pensamento.

III. Teorias de inspiração profética


O Dr. Manuel Angel Rodriguez destaca três teorias de inspiração que têm sido defendidas pelos estudiosos das Escrituras Sagradas na atualidade: (a) inspiração verbal; (b) inspiração do pensamento e (c) inspiração mecânica/ditado(7):

1. Inspiração verbal – A ênfase está nas palavras e não no autor. Compreende que o processo de comunicação do conteúdo da mensagem é de responsabilidade exclusiva de Deus, ou seja, não há participação humana. Todas as palavras e detalhes são pré-selecionados por Deus e a única função do profeta é usar a sua pena (caneta) e escrever. A partir desta ideia é que surgiu a expressão “a pena inspirada”. É notório lembrar que o profeta é o porta-voz de Deus, não a Sua forma de expressar.

2. Inspiração do pensamento – Ao contrário da inspiração verbal, a ênfase aqui está no autor e não nas palavras. A inspiração atinge a mente do autor, e o Espírito Santo assegura que a mensagem seja corretamente comunicada. Esse modelo entende que não é a pena (caneta) do profeta que é inspirada, mas sim, seu pensamento.

3. Inspiração mecânica/ditado – O Espírito Santo dita cada palavra para o profeta sem considerar sua formação sócio-cultural e educacional.

Com base na Bíblia e nos escritos do Espírito de Profecia, a Igreja Adventista do Sétimo Dia adota a inspiração do pensamento como a teoria padrão para explicar o processo de comunicação entre Deus e o homem. Este modelo compreende a união harmônica do divino com o humano, ou seja, a mente e a vontade divina são combinadas com a mente e a vontade humana. Tal fenômeno representa uma ação sobrenatural. “Ao formular ou escolher palavras e expressões para representar os pensamentos recebidos de Deus, o profeta exercita o intelecto e a escolha humana em cooperação com a mente e a vontade divina” (8).

Ellen White compreendia claramente esse processo como algo real e dinâmico que continuava enquanto o profeta permanecia sob a influência do poder divino. Primeiramente, ela reivindicava completa dependência do Espírito Santo para escrever – necessidade da união com a mente e vontade divina. Em segundo lugar, ela afirmava possuir completa responsabilidade e liberdade para escolher as palavras:

“Se bem que eu dependa do Espírito do Senhor tanto para escrever minhas visões como para recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas.”(9)

“Significações diversas são expressas pela mesma palavra; não há uma palavra para cada ideia distinta.”(10)

Em suma, Ellen G. White compreendia a combinação divino-humana como um processo progressivo na experiência do profeta. A inspiração guiava o profeta como comunicador, não somente na formulação inicial para transformar pensamentos em palavras, mas também no aprimoramento subsequente de outras expressões de cunho individual ou com o auxílio de outras pessoas.

Modelos de inspiração profética

É notório lembrar que nem todos os livros da Palavra de Deus foram escritos pelos profetas por intermédio de sonhos e visões. Alguns livros da Bíblia foram escritos sob diferentes processos de inspiração, como por exemplo, o evangelho de Lucas.

Nas páginas da Bíblia podemos identificar pelo menos seis modelos, ou padrões, de inspiração. Esses modelos lançam luz para uma compreensão melhor do modo pelo qual Deus Se comunica com a humanidade e nos ajudam também a entender de maneira mais clara e evidente a dinâmica da inspiração nos escritos proféticos de Ellen G. White. Tais modelos foram desenvolvidos pelo Dr. Juan Carlos Vieira em 1996(11):

1. O modelo “visionário” de inspiração – Esse modelo sugere visões de caráter sobrenatural em que o profeta exibe sinais de estar sob o controle de um poder sobre-humano. O modelo visionário também inclui experiências à parte de sonhos e visões, assim como teofanias, na qual a presença real de um ser divino é vista e ouvida. Moisés, no deserto de Mídia, e Josué, nos planaltos de Jericó, receberam suas mensagens pessoalmente de seres divinos. Visões são tão reais aos profetas que às vezes é difícil para eles distinguir entre a visão e a realidade. Eles podem dizer para as pessoas “Eu vi o Senhor” e “Eu ouvi a voz do Senhor” (Is 6:1, 8).

2. O modelo “testemunho” de inspiração – Nesse modelo, Deus inspira o profeta a dar seu próprio testemunho das coisas vistas e ouvidas. Ser uma testemunha significa relacionar a história como vista ou percebida por um indivíduo. Os evangelhos de Mateus e João são exemplos deste modelo. Esses apóstolos não necessitaram de uma revelação sobrenatural para contar a história de Jesus; eles fizeram parte da história. Os Evangelhos não são em nada menos inspirados do que os escritos visionários só por não terem sido resultado de uma visão. Alguns adventistas têm dificuldade de entender como funciona a inspiração quando Ellen White dá seu próprio testemunho em obras autobiográficas, ou quando ela conta a história do movimento adventista. Estas declarações não são menos inspiradas do que aquelas que ela inicia com a expressão “Eu vi”? Não! A IASD não crê em “níveis” ou “graus” de inspiração; em vez disso, cremos que Deus usa diferentes maneiras para inspirar alguém a escrever uma mensagem.

3. Modelo “histórico” de inspiração – Enquanto os Evangelhos de Mateus e João são resultado do modelo “testemunho”, Marcos e Lucas são produtos do modelo “histórico” de inspiração. Lucas nos conta claramente que sua história sobre Jesus não surgiu por meio de sonhos ou visões, mas por pesquisa (Lc 1:1-3). No modelo histórico, Deus inspira o profeta a procurar informações em fontes como registros históricos, relatos de testemunhas oculares, e tradições orais e escritas. Devemos estar seguros de que Deus guia Seus servos para buscar pessoas confiáveis, a fim de fazer as perguntas certas, e citar a fonte correta.

4. Além de Marcos e Lucas, livros como Atos, Êxodo, Josué, Esdras e Ester ilustram como alguns relatos históricos, incluindo diários de viagem, se tornam parte de escritos inspirados. Nem Moisés nem Lucas precisaram de uma revelação especial para registrar a história do Êxodo ou da igreja apostólica. O modelo histórico de inspiração também nos permite entender melhor por que Ellen White incluiu registros históricos – muitas vezes de fontes seculares – nos seus escritos. O modelo histórico de inspiração nos ajuda a entender o uso de fontes religiosas em vez de visões e sonhos proféticos. Assim como Lucas procurou pessoas religiosas em busca de informação sobre a história de Jesus, Ellen White foi a livros religiosos e outras fontes literárias em busca de subsídios para compor seus escritos.

5. O modelo “conselheiro” de inspiração – Neste modelo, o profeta age como conselheiro para com o povo de Deus. Por exemplo, Paulo lidou com assuntos de família na primeira carta aos Coríntios. Em algumas circunstâncias, ele tinha o “comando” do Senhor (1 Co 7:10). Em outras, ele não tinha revelação especial (v. 25), mas isso não o impedia de dar conselhos inspirados – conselhos vindos de uma mente cheia do Espírito de Deus (v. 40). Uma grande parte dos escritos de Ellen G. White se enquadra neste modelo de inspiração.

6. O modelo “epistolar” de inspiração – Cartas de Tiago, João, Paulo e Pedro trouxeram inspiração, devoção, instrução e correção aos cristãos do primeiro século como também aos de todas as eras. Porém, na estruturação da dinâmica da inspiração, as epístolas nos confrontam com novos dilemas: primeiro, como lidar com cartas pessoais agora sendo feitas públicas por sua inserção no cânon bíblico? Segundo, como entender a inspiração quando o profeta escreve cumprimentos, nomes, circunstâncias, ou até mesmo coisas comuns que não requerem revelação especial? Certamente, Paulo nunca imaginou que suas cartas a Timóteo, Tito e Filemom se tornassem de domínio público. Mas o Senhor planejou que aquelas cartas fizessem parte do cânon para trazer inspiração, instrução e conforto para muitos ministros e cristãos jovens enfrentando circunstâncias parecidas.

7. Da mesma forma, Ellen White nunca imaginou que suas cartas pessoais, especialmente endereçadas ao marido e filhos, se tornassem de domínio público. Ao decidir disponibilizá-las, o comitê de depositários do Patrimônio Literário Ellen White considerou dois princípios: primeiro, a própria Ellen G. White afirmou que aqueles testemunhos que tinham sido dirigidos a uma única pessoa para instruir, corrigir ou encorajar em uma situação específica seriam úteis também a outras. Segundo, se o Senhor permitiu que as cartas pessoais de Paulo estivessem na Bíblia para servir a uma audiência maior, por que Ele não poderia fazer a mesma coisa com um profeta posterior?

8. O modelo “literário” de inspiração – Nesse modelo, o Espírito Santo inspira o profeta a expressar seus sentimentos e emoções íntimos por meio da poesia e versos musicais, como nos salmos. Ellen White não era poetisa, não obstante, ela expressou seus sentimentos e emoções íntimos em milhares de páginas de diários manuscritos. Naquelas páginas o cristão encontra inspiração, instrução, correção e conforto como em qualquer outra porção dos escritos inspirados.

IV. Fenômenos físicos durante as visões

Cada profeta que é chamado e escolhido por Deus para esse ofício é único, singular. “Ao fazer um profeta, Deus toma a pessoa inteira – corpo, mente, espírito, inteligência, personalidade, fraquezas, forças, educação, características individuais – e depois procura por meio dessa pessoa proclamar Sua mensagem e realizar uma missão especial”.(12) No entanto, a autoridade da revelação encontra-se na mensagem e não no mensageiro. Todavia, isso não elimina a possibilidade de conhecermos a vida e obra do profeta.

Porém, há alguns traços de comportamento que podem ser considerados evidências comprobatórias do ofício profético. Tais aspectos são observados, sobretudo durante o momento em que o profeta vivencia o processo da visão. O Dr. Herbert Douglass relaciona dez características(13). Os profetas:

(1) Têm consciência de que uma Pessoa sobrenatural Se comunica a eles; eles sentem um senso de indignidade;
(2) Frequentemente perdem as forças;
(3) Às vezes, caem por terra em profundo sono;
(4) Ouvem e veem acontecimentos em lugares remotos, como se estivessem realmente presentes;
(5) Às vezes, não conseguem falar, mas, quando seus lábios são tocados, eles conseguem fazê-lo;
(6) Muitas vezes, não respiram;
(7) Não têm consciência do que acontece ao seu redor, ainda que tenham os olhos abertos;
(8) Às vezes, recebem força suplementar durante a visão;
(9) Recebem força e alento renovados quando a visão termina;
(10) Ocasionalmente, sofrem algum tipo de lesão física temporária como sequela da visão.

É necessário compreender que nem todas as características apresentadas acima são observadas a cada visão. Desta maneira, não devemos usar tais fenômenos como a única prova para validar o ofício profético. Sendo assim, a credencial de um profeta deve ser comprovada por vários fatores: (a) seus escritos; (b) o fruto de seu trabalho; (c) a consonância entre a escrita e a prática de vida perante a sociedade, etc.

V. Conclusão

Ao encerrarmos este comentário, precisamos reconhecer que nosso Deus é a fonte de toda revelação pura e perfeita; NEle “não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17). No entanto, ao analisarmos o veículo humano (profeta) é necessário considerar a possibilidade de erros e imperfeições, os quais são produtos da ação do pecado durante os quase seis mil anos da história humana.

Entretanto, o Senhor nos surpreende com Seus caminhos maravilhosos e, aos olhos humanos, aparentemente estranhos. Ao Se comunicar conosco, Ele escolhe seres humanos falhos, mas dedicados que usam a linguagem humana imperfeita como instrumento de comunicação de Suas verdades. Devemos ser gratos ainda, pois nosso Pai celestial não escolheu uma linguagem “sobre-humana”, mas optou por usar nosso próprio jeito imperfeito e comum de ver e entender as coisas. Louvemos a Deus por Seu infinito amor manifestado por meio do Seu sistema de comunicação, que nos traz graça, paz e esperança de salvação e vida eterna !

Bibliografia

1. White, E.G., O Grande Conflito. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p. 677-678.
2. Idem, Mensagens Escolhidas, v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, p. 16.
3. Timm, A.R. Hacia un entendimiento adventista de la inspiración. Facultad de Teología de la UAP: Argentina, Revista Logos, Año 3, no 1, p. 17, abril 1999.
4. Dederen, R. Apostila sobre assuntos da Teologia Adventista – Revelação-inspiração: Uma perspectiva adventista do sétimo dia. Campinas, SP: Instituto Bíblico, 1979, p. 22.
5. White, E.G. Mensagens Escolhidas, v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, p. 19.
6. Ibid, p. 22.
7. Rodriguez, M.A. Issues on Revelation, Biblical Research Institute Newsletter v. 10, Nº 2, April 2005.
8. Fortin, D. Ellen G. White como uma profetisa: Conceitos de revelação e inspiração. Apostila do Curso de Mestrado em Teologia do SALT/SUL para a disciplina de Escritos de Ellen G. White. [Org.] Renato Stencel: Engenheiro Coelho, SP, p. 28.
9. White, E.G. Mensagens Escolhidas, v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, p. 37.
10. Ibid, p. 20.
11. Vieira, J.C. A dinâmica de inspiração – olhando de perto as mensagens de Ellen G. White. [Um resumo dos seis modelos de inspiração]. Apostila do Curso de Mestrado em Teologia do SALT/SUL para a disciplina de Escritos de Ellen G. White. [Org.] Renato Stencel: Engenheiro Coelho, SP, p. 42-46.
12. Wood, K.H. Toward an understanding of the prophetic office. Journal of Adventist Theological Society, 1991, p. 21. Citado por Douglass, H.E. Mensageira do Senhor, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p. 26.
13. Douglass, H.E. Mensageira do Senhor, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p. 28.

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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A Inspiração dos Profetas - 30/01/2009 a 31/01/2009

Sexta, 30 de janeiro
Opinião
Acredite!


A Inspiração do sProfetasOs ataques contra o que os cristãos crêem – e especialmente o que os adventistas do sétimo dia crêem – continuam a aumentar e a se tornar mais intensos. Muitas pessoas agora se concentram, não nas Escrituras, para aumentar sua fé, mas nas coisas terrenas como tecnologia e dinheiro, para lhes dar poder. Assim, a fé é afetada, aumenta a compreensão errônea dos eventos, e a mente se torna cética em relação tanto a assuntos religiosos quanto aos fundamentos da fé.

“A alma não desce de pronto da pureza e santidade à depravação, corrupção e crime. Leva tempo para que se degradem aqueles que foram formados à imagem de Deus, ao estado brutal e satânico. Pelo contemplar nos transformamos. Alimentando pensamentos impuros, o homem pode conduzir a mente de tal maneira, que o pecado, que uma vez lhe repugnava, torna-se agradável a ele” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 459). Mais cedo ou mais tarde, cada mente questionará a inspiração profética, porque o Espírito Santo, que convence o coração, não mais está presente.

É importante estudar com a mente aberta. Você não pode crer nas palavras de Deus através dos profetas se não está convencido; e nunca se convencerá se não tiver fé e não estiver constantemente pesquisando a verdade. Nossas atitudes e crenças quanto à inspiração dos profetas determina, em parte, o tipo de cristãos que seremos. Estudar a Bíblia de maneira consistente nos convence de que as profecias são, de fato, inspiradas por Deus.

“Não conseguiremos sabedoria sem fervorosa atenção e estudo acompanhado de oração. Algumas porções da Escritura são, efetivamente, tão claras que não podem ser mal compreendidas. Mas há outras cujo sentido não está sobre a superfície, de modo que possa ser captada de relance. É preciso comparar passagem com passagem. Tem de haver cuidadoso estudo e reflexão acompanhada de orações. E tal estudo será ricamente compensado. Como o mineiro descobre veios de precioso metal sob a superfície da terra, assim aquele que buscar perseverantemente a Palavra de Deus como a tesouros escondidos, encontrará verdades do mais alto valor, as quais se acham ocultas à vista do pesquisador descuidado. As palavras inspiradas, meditadas no coração, serão como torrentes que brotam da fonte da vida."

“Nunca deve a Bíblia ser estudada sem oração. Antes de abrir suas páginas, devemos pedir a iluminação do Espírito Santo, e nos será concedida” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 90, 91).

Dicas


Aprenda mais sobre a vida de Ellen G. White, a profetisa de Deus para os últimos dias. Entre os livros que você pode ler, se incluem: Mensageira do Senhor(Herbert Douglass), Irmã White (Arthur W. Spalding) e Histórias de Minha Avó (Ella M. Robinson), todos da Casa Publicadora Brasileira.

Cante o hino “Abre, Senhor, os olhos meus”, no 401 do Hinário Adventista, e peça ao Espírito Santo que revele a obra especial que Ele lhe deu para fazer.

Planeje seus momentos devocionais – quando estudar, o que estudar e sobre o que orar – e peça a Deus que ajude você a tirar tempo com Ele como a principal prioridade de sua vida.

Jed Alden G. Magbanua | Bacolod, Filipinas

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Inspiração dos Profetas - 29/01/2009 a 31/01/2009

Quinta, 29 de janeiro

Aplicação
Nossas inspirações


A Inspiração dos Profetas5. O que disse Lucas sobre o preparo de seu Evangelho, e como se aplica à inspiração? Lc 1:1-4

Lucas parece não ter contado com sonhos ou visões. Ele também não foi testemunha o­cular dos eventos que descreveu. Em vez disso, ele escreveu sobre o que aprendeu de outros, todos, sem dúvida, sob a inspiração e direção do Espírito Santo. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo não só recebeu informações verbais de outros (1Co 1:10, 11) como, em alguns lugares, citou escritos de autores pagãos. Por exemplo, em Atos 17:28, ele cita o poeta ciliciano Aratus (315-240 a.C.) que escreveu: “É com Zeus que todos nós, em todos os sentidos, temos que nos ver, pois dele também somos descendência.” Veja também 1 Coríntios 15:33 e Tito 1:12, em que Paulo citou outras fontes, tudo a fim de ensinar a verdade inspirada. Em certas ocasiões, Ellen White usou outros livros como fontes de seus próprios escritos.

Qualquer pessoa que goste de fazer alguma coisa, encontra tempo para fazê-la. Um analista de sistemas pensa mais profundamente ao instalar um novo programa. Um escritor faz pesquisas para coligir idéias antes de escrever uma história ou artigo significativos; e um músico precisa de inspiração antes de compor uma doce canção.

Os profetas são inspirados por Deus de muitas formas diferentes, a fim de transmitir as mensagens de Deus. Como cristãos, também precisamos ser inspirados enquanto fazemos Sua obra e esperamos Sua segunda vinda. Para que vençamos as provas e aceitemos as mensagens que Deus nos envia através de Seus profetas, precisamos confiar nEle. Eis, a seguir, algumas sugestões.

1. Tire tempo para estar com Jesus. Não ficaremos perdidos se tirarmos alguns minutos de nosso dia para orar. Através da oração, edificamos nossa fé e confiança em Deus durante todos os momentos de nossa vida (Mt 6:33).

2. Lembre-se de que estamos vivendo em tempo profético.
Precisamos perceber que os sinais estão acontecendo. Deus inspirou os profetas a fim de nos advertirem e nos guiarem na vida cristã. Ler a Bíblia e meditar sobre ela nos ajudará a andar com Ele cada dia e a nos prepararmos para Sua volta.

3. Compreenda que as palavras de Deus são puras. Precisamos compreender que Deus é o autor de nossa vida. Suas promessas são verdadeiras. Embora fracassos, preocupações e sofrimentos possam, às vezes, fazer com que duvidemos, precisamos compreender que Suas palavras são puras (Sl 12:6).

4. Busque a Deus.
A vida sem Deus é miserável e vazia. Buscar a Deus na vida diária nos inspira a viver felizes ao longo dos tempos de aflição. Precisamos nos concentrar na direção de Deus para vivermos nossa vida ao máximo (Sl 119:105).

5. Agradeça a Deus as lições aprendidas.
Agradeça-Lhe as provas que você experimenta. Elas o ajudam a se aproximar mais dEle.

Steve Orven Loriezo | Colônia, Micronésia

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Inspiração dos Profetas - 28/01/2009 a 31/01/2009

Quarta, 28 de janeiro

Evidência
"Levantem-se, Neemias de hoje!"


A Inspiração dos profetasOs profetas não eram a pena de Deus. O que eles viam ou ouviam em visões e sonhos, escreviam de acordo com o melhor de suas habilidades. Nas Escrituras, sabemos que alguns dos autores bíblicos tiveram secretários para ajudá-los a escrever as mensagens de Deus.

4. Quais foram alguns dos autores bíblicos que fizeram uso de assistentes literários? Jr 36:1-4; Rm 16:22; 1Co 16:21; Cl 4:15-18; 2Ts 3:17

Tanto no Antigo como no Novo Testamento, os escritores usaram assistentes ou escribas para escrever as mensagens que Deus lhes deu. Ellen White também usou assistentes literários. Aqui está por quê: (1) com sua instrução formal encerrada com a idade de 9 anos, ela reconhecia as próprias limitações como escritora. Assim, alguns de seus assistentes funcionaram como seus revisores; (2) a grande demanda por seus escritos fazia necessário que ela tivesse ajuda literária; e (3) devido ao fato de que a maioria de seus livros não foi escrita na forma de livros, mas foram selecionados de material escrito anteriormente, ela precisava de ajuda especial em sua produção. Marian Davis era editora dos livros de Ellen White.

O profeta Neemias é um bom exemplo de como uma pessoa se torna um profeta inspirador. Trabalhando entusiasticamente em cooperação com Deus, ele foi usado pelo Senhor para realizar, dentro de pouco tempo, o que era aparentemente impossível.

A reconstrução dos muros de Jerusalém, retardada tanto pela indiferença do povo quanto pela oposição dos inimigos, aparentemente nunca se concluiria. Então, Neemias, por inspiração, apareceu em cena com um propósito ávido e firme. “Neemias não esperou muito tempo antes de entrar em ação. No dia após sua inspeção noturna dos muros, um corpo representativo da aldeia e os anciãos se reuniram para ouvir seu relatório. Em seu discurso, ele os lembrou da vergonhosa situação em que estava a nação, recordou a divina ajuda que ele havia experimentado ao tratar com o rei, e apresentou a extensão de sua autoridade. Seu discurso teve o efeito desejado, e resultou numa resolução entusiasta e aparentemente unânime: ‘disponhamo-nos e edifiquemos’.”1

“São necessários Neemias na igreja hoje.”2 Eles devem se levantar e inspirar a milhares. Devem ensinar que, através do poder do Espírito Santo, podemos terminar nossa tarefa na Terra.

Deus viu a necessidade de dar orientação especial a Sua igreja em meio à confusão destes últimos dias. Ele escolheu Ellen White para ajudá-Lo a dar essa orientação. Desde o princípio de nossa denominação, os adventistas do sétimo dia creem que o testemunho de Jesus é outro nome bíblico para o espírito de profecia (Ap 19:10), que Deus dá aos homens e mulheres para guiar Seus filhos na Terra.

1. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 3, p. 398.
2. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 3, Comentários de Ellen G. White, p. 1.137.

Angel Gay Balida | Bacolod, Filipinas

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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Inspiração dos Profetas - 27/01/2009 a 31/01/2009

Terça, 27 de janeiro

Testemunho
O dom divino


A inspiração dos profetas3. O que dizem os textos seguintes sobre o efeito das visões celestiais em alguns profetas bíblicos? Dn 10:7-9, 17, 18; At 9:1-5; Ap 1:17
Estar na presença de um ser celestial pode ser uma experiência impressionante. Daniel, Saulo (Paulo) e João caíram por terra quando receberam uma visão celestial. Daniel escreveu: “não restou força em mim”, e João disse: “caí a seus pés como morto”. Em 1868, Tiago White, marido de Ellen G. White, deu a seguinte descrição da aparência física da esposa enquanto estava em visão: “(1) Ela fica totalmente inconsciente de tudo o que acontece ao seu redor; (2) ela não respira. ... [isso] foi provado repetidamente pressionando-se seu tórax e fechando-se sua boca e narinas; (3) imediatamente ao entrar em visão, seus mús­culos se tornam rígidos, e as articulações ficam tão fixas que nenhuma força exterior pode influenciá-las; ... (4) ao término da visão, seja de dia, seja em uma sala bem iluminada à noite, tudo parece totalmente escuro. Seu poder de distinguir até os objetos mais brilhantes, mantidos a poucos centímetros de seus olhos, só volta gradualmente” (Life Incidents, p. 272).

Os talentosos jovens adventistas de hoje são chamados por Deus a ajudar a preparar o mundo para a segunda vinda de Cristo. Contudo, o povo escolhido, como os discípulos de Jesus durante Sua estada na Terra, são apenas pessoas comuns. Quão maravilhoso é ser escolhido por Deus para propagar Sua Palavra! “Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de Seus profetas e apóstolos. Nestes dias, Ele lhes fala por meio dos testemunhos do Seu Espírito. Nunca houve um tempo no qual Deus instruísse mais seriamente Seu povo a respeito de Sua vontade e da conduta que este deve ter do que agora” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 661).

Nossa vida física está sob a supervisão de Deus. Não somos robôs postos em operação por algum outro poder. “Em Deus vivemos e nos movemos e existimos. Cada pulsar do coração, cada ato de respirar, são inspiração dAquele que soprou nas narinas de Adão o fôlego da vida – a inspiração do Deus sempre presente, o grande EU SOU” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 295).

Hoje, as pessoas têm várias idéias sobre a Bíblia, devido aos vários contextos de onde procedem. Lêem a Bíblia de acordo com o que desejam que ela diga e de acordo com quaisquer idéias preconcebidas que sobre ela possam ter. Contudo, a Bíblia não foi escrita por pessoas que foram inspiradas por seus próprios pensamentos e idéias. “Os escritores da Bíblia tiveram de exprimir suas idéias em linguagem humana. Ela foi escrita por seres humanos. Esses homens foram inspirados pelo Espírito Santo” (Ibid., p. 19).

“Irmãos, nenhuma mente ou mão se empenhe em criticar a Bíblia. É uma obra que Satanás se deleita que qualquer de vós faça, mas não é obra a vós designada pelo Senhor” (Ibid., p. 17).

Glee-Zeal Castor | Bacolod, Filipinas

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Inspiração dos Profetas - 26/01/2009 a 31/01/2009

Segunda, 26 de janeiro

Exposição
A profecia e os dons dos profetas


A Inspiração dos profetas2. O que nos dizem os textos seguintes sobre inspiração das Escrituras? Is 2:1, 2; Ez 36:16; 1Co 7:10-12, 39, 40; 1Ts 2:13

Estas são duas das teorias mais importantes sobre a inspiração: (1) Inspiração verbal – a ênfase na inspiração verbal está nas palavras da Bíblia, e não no autor; (2) inspiração do pensamento – a ênfase aqui está nos autores, não nas palavras. Com base nas Escrituras e nos escritos de Ellen White, os adventistas defendem a inspiração do pensamento. “Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram. A inspiração não atua nas palavras do homem nem em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é tomado por pensamentos. As palavras, porém, recebem o ­cunho da mente individual” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 21).

A obra profética de Ellen G. White foi mais no sentido de dar instrução e orientação, do que de predição. Contudo, ao longo de seus escritos encontramos predições surpreendentes que já foram ou estão sendo cumpridas. Por exemplo, o capítulo 36 (“O maior perigo para o lar e a vida”) do livro O Grande Conflito contém predições notáveis quanto a eventos que devem acontecer pouco antes do fim do tempo. Esses eventos giram em torno de dois dos grandes enganos de Satanás – a santidade do domingo e a imortalidade da alma.

A seguir temos exemplos de outras predições interessantes que Ellen White fez, e os anos em que foram feitas:

1894 – “O Senhor está removendo da Terra Suas restrições, e logo haverá morte e destruição ... Os que estiverem sem a proteção de Deus não encontrarão segurança em lugar ou situação alguma” (Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 50).
1903 – “Está-se formando uma tempestade, prestes a irromper sobre a Terra; e, quando Deus ordenar a Seus anjos que soltem os ventos, haverá uma cena de lutas que não há palavras que poderão descrever” (Educação, p. 180).
1904 – “Logo, grandes angústias surgirão entre as nações. Angústia que não cessará até que Jesus venha” (Review and Herald,11 de fevereiro de 1904).
1909 – “Nas visões da noite foi apresentada diante de mim uma cena impressionante. Vi uma imensa bola de fogo cair no meio de algumas lindas habitações, destruindo-as imediatamente” (Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 28).

É impossível não ficar impressionado com a solenidade de palavras como essas. Quão bom é saber que “aquele que é o Rei, o Senhor dos Exércitos, senta-Se entre os querubins e, por entre as contendas e tumultos das nações, guarda ainda Seus filhos. ... Quando forem abatidas as fortalezas dos reis, quando as setas da ira penetrarem o coração de Seus inimigos, a salvo se encontrará Seu povo em Suas mãos” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 121).

O propósito do dom de profecia (1Co 12:7; Ef 4:7-14).
O principal propósito dos dons espirituais é tornar possível, através da igreja, a continuação do ministério terrestre de Jesus em todas as terras (At 3:1-10; 5:12-16; 6:8; 8:5-7). Todos os dons estão em perfeito acordo com a declaração de Paulo do triplo propósito dos dons em Ef 4:7-14: (1) para o aperfeiçoamento dos santos; (2) para a obra do ministério; (3) para a instrução do corpo de Cristo.

“Os profetas foram os expositores e explicadores da vontade de Deus que lhes tinha sido tornada conhecida por meios sobrenaturais. Eles são mencionados juntamente com os apóstolos em Efésios 2:20 e 3:5. A idéia de predição não é essencial ao significado da palavra, nem o é o elemento preditivo que se encontra em todos os pronunciamentos proféticos (At 15:32; 1Co 14:3). O dom profético foi indispensável à fundação da igreja nos tempos do Novo Testamento, e é o guia apontado para a igreja remanescente (Ap 19:10).1

“É a vontade e plano de Deus que Sua igreja seja capacitada por dons até o fim do tempo (Ef. 4:8, 11-13). Os dons todos procedem de Deus; portanto, não pode haver base possível para que o agente humano se vanglorie sobre os demais porque ele foi favorecido pelo Céu como um instrumento para a manifestação do poder de Deus de maneira especial para o benefício da igreja como um todo (1Co 12:11).”2

Pense nisto

Aliste os dons espirituais que aparecem em 1 Coríntios 12 e Efésios 4:1-16.
Quais desses dons você vê como sendo particularmente ativos em sua igreja local e em sua denominação como um todo?
Quais desses dons têm feito diferença positiva em sua vida e em sua igreja local? Como você explicaria essa diferença para alguém que não é cristão?

1. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 6, p. 1.023.
2.
Ibid., p. 969.


Gil Balida | Bacolod, Filipinas

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domingo, 25 de janeiro de 2009

A Inspiração dos Profetas - 25/01/2009 a 31/01/2009

A INSPIRAÇÃO DOS PROFETAS

Biblia Sagrada

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (2Tm 3:16).


Prévia da semana: A revelação e a inspiração dos profetas de Deus é um processo dinâmico. Em vez de dominar a humanidade do profeta, Deus o envolve com Seu Espírito.


Domingo, 25 de janeiro

Introdução
A viagem da tinta

1. Descreva a atividade divina na produção dos livros da Bíblia. 2Tm 3:16; 2Pe 1:20, 21

Em 2 Timóteo 3:16, Paulo diz que a Bíblia é “inspirada por Deus”. Paulo está dizendo que a Bíblia teve origem em uma atividade do Espírito Santo. Por visões e sonhos, o Espírito Santo revelou a verdade aos profetas (revelação); e, então, assegurou-Se, mediante Sua direção no processo de escrita (inspiração), de que o profeta escrevesse em harmonia com o que Deus revelou. Ainda assim, a Bíblia também é um livro humano. Ao escrever, os autores registram suas próprias experiências (Ne 1:1-11; Dn 10:1-9; Gl 1:12-20); os costumes e tradições do tempo dos autores são vistos na escrita e alguns dos salmos e provérbios refletem a literatura e ­cultura das nações adjacentes. Em resumo, embora tenha sido inspirada pelo Senhor, a Bíblia também reflete a humanidade de seus autores.

Durante um congresso sobre comunicação missionária em Mainland, fomos entrevistar pessoas no shopping e distribuir alguns folhetos. Perguntei a uma pessoa o que ela achava de Jesus e da Bíblia. “Jesus é só um profeta, e a Bíblia é só um livro comum como os romances. Creio que foi escrita por pessoas que só desejavam vender livros.”

“Se os homens tão-somente estudassem a Palavra de Deus com fervorosa oração para que pudessem compreender seus ensinos, não seriam deixados em trevas, a receber falsas doutrinas” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy, v. 4, p. 347).

Deus concedeu diferentes dons a todo cristão – talentos e inteligência a serem usados em Sua vinha. Leia 1 Coríntios 12:7, 8, 10 e 11. Tendo recebido o dom de profecia, Ellen G. White, através de seus escritos, continua a promover coragem e fé, e a propagar o amor de Deus ao mundo. Seus livros, primeiro escritos com tinta a fluir de uma pena, têm sido impressos em muitas línguas e têm tirado muitas pessoas das trevas.

O apóstolo Paulo, João Batista e outros profetas despertaram o povo de Deus durante os tempos bíblicos. Quem está fazendo isso agora? Nações que sofrem estão suplicando a paz de anos passados. As pessoas estão comparando religiões para descobrir qual lhes convém mais. Alguns colocam sua dependência na Bíblia, enquanto outros estão olhando para a maneira errada como alguns cristãos se comportam, o que os leva a descrer da verdade de Deus. É impressionante que, às vezes, alguns adventistas ainda duvidem dos escritos de Ellen White e de outros profetas apontados por Deus. Às vezes, essa dúvida leva os descrentes a idéias erradas sobre as Escrituras.

“A vitalidade das Escrituras se deve à vida soprada nelas pelo próprio Deus. A continuidade de seu encanto e de sua adequação para satisfazer cada necessidade humana testifica de sua divina autoria.”*

Aprenda como passar pelas tempestades destes últimos dias ao estudar a lição desta semana sobre a inspiração dos profetas, e seja capaz de dizer, como resultado: “Sei em quem tenho crido” (2Tm 1:12).

* The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 7, p. 344.
Stephanie Loriezo Bacolod, Filipinas

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