sábado, 16 de maio de 2009

A Jornada Cristã "GRAÇA" - 16/05/2009 a 16/05/2009

 A JORNADA CRISTÃ "GRAÇA"
Resumo Semanal - 10/05/2009 a 16/05/2009


Pastor José Orlando Silva
Mestre em Teologia Sistemática
Boa Viagem - Recife
Associação Pernambucana

I. Introdução

Os temas do estudo da lição neste trimestre estão entrelaçados e são apresentados em uma relação de interdependência. Depois de estudarmos as terríveis e desastrosas consequências do pecado e sua incômoda definição, podemos estudar nesta semana que Deus interveio para fazer o que o ser humano não podia fazer, ou seja, expiar seus próprios pecados. A intervenção de Deus em favor do ser humano é definida como graça. A palavra Káris significa disposição favorável, especialmente quanto ao amor exercido para com os inferiores, os dependentes ou os indignos. A graça é um favor. Essa palavra também significa estar na graça de alguém.1

No Éden, a graça se escreve com sangue. Em toda a Bíblia, cada página é escrita com o fio da graça. Tirem da Bíblia a atuação da graça e ela se tornará um mero livro histórico tão comum quanto outro qualquer. As biografias passariam a ser regidas pelo acaso sem propósito e sem nenhuma ação sobrenatural de um Deus cuja finalidade é salvar. A graça revela a poderosa ação de Deus impulsionada por Seu sempiterno e incondicional amor.

Embora Berkouwer declare a importância do aspecto subjetivo, também insiste em que: “a justificação não provém de duas fontes: a declaração divina e a fé humana.”2 A salvação oferecida por Cristo pela manifestação de Sua graça pode ter dois lados, mas nunca duas fontes. A salvação se origina exclusivamente na graça de Deus baseada no sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário.

De fato, e sobretudo no Antigo Testamento, a benevolência ocupa o lugar de graça, exprimindo a constância da bondade de Deus, principalmente em relação ao povo eleito. São usadas duas palavras- chaves, que traduzem a ideia de misericórdia e favor de Deus: Hesed [bondade] (Lm 3:22) e Hen [favor] (Gn 33:8, 10, 15; Jr 31:2). Nesse sentido encontramos pessoas que a Bíblia diz que encontraram graça diante de Deus: Noé (Gn 6:8), Moisés (Êx 33:13), Davi (2Sm 15:25)...

O maior ato de graça da parte de Deus é o fato de ter Ele escolhido Israel como Seu povo e de ter feito com ele uma aliança, conservando-Se fiel a ela, apesar das transgressões do povo, deixando transparecer que a vontade de Deus é de salvar e não destruir. Por isso, poderíamos ler a graça como vontade de Deus de salvar o ser humano do pecado.

O Novo Testamento alarga a perspectiva e a graça se torna vocação. Os termos gregos usados para indicar graça são eleos [= hesed] (Rm 9:15-18) e charis [= hen] (1Co 1:4). Nesses dois vocábulos estão os dois significados básicos presentes no Antigo Testamento: favor, bondade ou atitude de misericórdia de Deus para com a humanidade. É nas cartas que o conceito de graça é desenvolvido de maneira eloquente:

1Coríntios 15:10: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a Sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; Antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.”

Efésios 3:7: [Desse evangelho] “fui constituído ministro, conforme o dom da graça a mim concedida segundo a força operante do Seu poder.”

1Pedro 4:10: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.”

II. O centro da graça

A ação favorável de Deus se deu em Cristo. Essa ação conjunta de Deus e Seu filho para salvar o homem (Jo 3:16 e Hb 9:28) constituem o centro da graça. Embora o hinduísmo não tenha fundador específico, se forem retiradas suas divindades, como Krishna, Rama e outras, ainda assim sua filosofia poderá sobreviver. Mas se retirarmos Cristo do evangelho, não restará nenhuma doutrina. Ser cristão significa dizer sim a Cristo, e fazê-lo sem reservas! Tal atitude não tem como causa nenhuma obra meritória. Ninguém está à parte da possibilidade de escolher a graça, nem é discriminado para não recebê-la. “Dado que Judeus e gentios são igualmente justificados pela graça de Deus, sem qualquer mérito pessoal deles, ninguém pode dizer: fiz isso pelo meu próprio esforço. A conclusão de Paulo em sua argumentação é que – o homem é colocado na posição certa à vista e Deus pela fé, inteiramente à parte das obras prescritas pela lei. Deus aceita os judeus em virtude da sua fé, e aceita os gentios fundado exatamente na mesma base.”3

Portanto, no coração da vida cristã existe esse relacionamento pessoal com Cristo, no qual nos entregamos a Ele em obediente amor. Então, tudo passa a girar em torno daquele com quem nossa vida está em direta e viva comunhão.4 A solução parte de Deus para salvar o homem e não há outra explicação que motive tal ato a não ser o amor. Assim como não existe outra palavra para definir sua ação a não ser a graça.

Deus estava em Cristo, quando Ele morreu na cruz. George Buttrick escreveu acerca de um quadro que se encontra em uma igreja italiana, embora não o tenha identificado. À primeira vista é como qualquer outra pintura da crucificação. Quando a pessoa o examina mais atentamente, contudo, percebe a diferença, pois “há uma grande e sombreada figura atrás da figura de Jesus. O cravo pregado na mão de Jesus atravessava até a mão de Deus. A lança que lhe traspassa o lado chega até Deus.5

Portanto, nosso Substituto, que tomou nosso lugar e morreu a nossa morte de cruz, não foi Cristo somente (visto que isso faria dEle um terceiro partido entre Deus e nós), nem Deus somente (visto que isso minaria a encarnação histórica), mas Deus em Cristo, que é verdadeiro e completamente Deus e Homem, e que, por causa disso, foi singularmente qualificado para representar tanto a Deus quanto o homem e mediar entre ambos.6 Portanto, Deus Pai e Deus filho são sujeitos na doação da graça.

Apesar de percebermos pouca menção em termos de detalhes quanto à morte de Cristo, e seus últimos dias de vida, observamos sua ampla influência e incontestável importância teológica. Henry Clarence Thiessen foi longe ao escrever que, “se todos os três anos e meio do ministério público de Cristo tivessem sido escritos tão detalhadamente como Seus últimos três dias, teríamos um volume “A vida de Cristo” de umas 8.400 páginas.7

Sem a cruz não há justificação. Para operar o ato de justificar foi necessário assumir o castigo do pecado. E assumir o castigo é satisfazer a própria exigência. Esse castigo foi a morte de cruz. Esta é a justiça de Deus, concedida gratuitamente ao Homem. Por esta razão é um dom de Deus. E a provisão da cruz se torna o fundamento sobre o qual recebemos perdão e purificação. É uma ação legal. A salvação é gratuita por causa do preço. Este só podia ser pago por Jesus.

A lógica da justificação está no fato de que a salvação é operada com justiça. Se o pecado veio pela ofensa de um só, nada mais justo que, pela perfeita obediência de Cristo, Seus méritos fossem estendidos a todos os que nEle creem” (Rm 5:14-18). O que nós não podemos fazer, Cristo fez por nós (Rm 1:17).

O centro da graça está na providência de Deus em conceder um favor imerecido para salvar o homem por intermédio de Cristo. E foi a cruz o palco desse centro. Tudo gravita em torno do eterno ato de Deus em Cristo, em torno da pessoa e da cruz de Cristo. Essa providência foi profetizada logo após a fatídica queda (Gn 3:15), e na resposta de Abraão para seu filho, diante da grande prova. “Deus proverá para Si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (Gn 22:8).

III. O efeito da graça

Um carro sem rodas é como a graça sem o efeito. Embora a graça seja uma crença da fé cristã que é singular e comum entre os cristãos, sua diferença está em como consideramos seu efeito sobre a vida de quem a recebe. “Por graça suficiente entende-se aquele tipo e grau de influência do Espírito que é suficiente para levar os seres humanos ao arrependimento, à fé e a uma vida santa”.8

Afirmar que a graça foi recebida é fácil, mas apresentar seu resultado e efeito na vida revela como entendemos o que de fato aconteceu no Calvário. Para alguns, o Calvário foi uma simples demonstração de amor que visa suscitar no homem admiração, porque apresenta Jesus morrendo com o pecador, e não necessariamente pelo pecador.

Outros encaram a expiação no Calvário como objetiva e cuja ênfase está no evento histórico. Ainda equivocadamente, teólogos apontam para uma salvação universal, que é o ato de Deus que nos salva independentemente da nossa aceitação ou não. Essa graça sem efeito no coração de quem a recebe é barata e nula. “A menos que a morte de Cristo realmente realize algo, ela não é, de fato, uma demonstração de amor.”9

A Bíblia não apresenta uma graça que não muda o coração. “E, assim, se alguém em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram” (2Co 5:17). O problema do pecado não pode ser solucionado se a graça não restaurar o que o pecado corrompeu: o coração humano. E essa restauração ocorre pelo sangue derramado e o preço pago por Jesus na cruz. “Por Sua obediência perfeita satisfez Ele os reclamos da Lei, e minha única esperança está em olhar para Ele como meu substituto e penhor, que obedeceu perfeitamente a Lei por mim.”10 Com a manifestação da Sua graça, Cristo me atribui Sua obediência e poder do alto para efetivar a graça na minha vida.

A graça veio do sacrifício. De acordo com Paulo, “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15:3). Ou seja, Cristo toma nosso lugar, paga o preço total e completo exigido pelo pecado. Aqui vemos o apoio bíblico da teologia da substituição. Este texto diz, literalmente, que Cristo tomou nosso lugar como sacrifício (hilasterion). De Seu sacrifício provêm todas as metáforas e figuras oriundas do milagre da graça. Jesus, como nossa propiciação, reconciliação, (Jo 2:2) Cordeiro de Deus (Jo 1:29), e Jesus como nosso sacrifício expiatório (hilasmos). “Movido pela perfeição do Seu amor, Deus em Cristo Se substituiu por nós, pecadores. É esse o coração da cruz de Cristo.” 11

“O firme propósito de Deus é oferecer salvação à humanidade toda, sem, contudo, tolher a liberdade do homem no tocante a aceitá-la ou rejeitá-la.” 12 Toda graça disponibilizada por Deus em Cristo tem um forte e inequívoco direcionamento: Salvação e restauração completa do homem. Com Sua morte na cruz, Jesus abriu uma porta na grande muralha do pecado e alcançou o perdão para os pecadores.

“Sem a cruz, o ser humano não teria conexão com o Pai. Nisto se baseiam todas as nossas esperanças... Quando o pecador alcança a cruz, olha para Aquele que morreu para salvá-lo e pode regozijar-se plenamente porque seus pecados foram perdoados. Ajoelhado ante a cruz, o pecador alcança a posição mais elevada a que a humanidade pode chegar.”13

Conclusão

De Gênesis a Apocalipse a graça é o principal assunto. Em cada relato, vida, fato histórico, crônica, salmo, poesia, evangelho, profecia e carta a determinada região, igreja, ou pessoa, vemos a manifestação da graça para criar e resolver a problemática do pecado. A frase que resume toda a Bíblia está em seu último versículo, que diz: “A graça do Senhor Jesus seja com todos” (Ap 22:21). Caso a graça fosse tirada da Bíblia, ela tornaria um livro da antiguidade, comum, a serviço da história e arqueologia. Esse é o tema que faz toda a diferença. Seu centro é Cristo na ação de salvar, e seu efeito ocorre no coração e vida humana. Para merecer a graça é necessário ser pecador, porque ela é um dom imerecido, concedido àquele que crê em Jesus e em Seu sacrifício substituto. Lutero tinha essa consciência quando afirmou em oração: “Senhor Jesus, Tu és a minha justiça, eu sou o Teu pecado. Tomaste sobre Ti o que era meu; e ainda colocaste sobre mim o que era Teu. Tu Te tornaste o que não eras, para que eu me tornasse o que não sou.” Isso é graça. Dom imerecido. Tão complexo e ao mesmo tempo tão simples. Absortos diante de tão maravilhosa graça, só nos resta reverentemente aceitá-la e usufruí-la, enquanto podemos encontrá-la.

Isidro Pereira , S.J, Dicionário Grego-Português e Português-Grego, p. 147.
G.C. Berkouwer, Faith and Justification, (Grand Rapids: Eerdmans Publishing Company, 1954), p.18.
F.F Bruce, Introdução e Comentário de Romanos, p. 82
Raul Dederen, Cristologia, op. cit, p. 35.
George A. Buttrick, Jesus Came Preaching, (London: Independent Press, 1957), p. 207.
Jonh Stott, A cruz de Cristo, op. cit, p.152.
Henry Clarence, Introductory Lectures in Sistematic,(Eerdmans: Grands Rapids)
Charles Hodge, Teologia Sistemática , p. 972
L. Morris, Evangelical Dictionary of Theology, p. 101
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, (Tatuí: São Paulo, Casa Publicadora Brasileira, 1994), Vol 1, p. 296.
John Stott, A cruz de Cristo, p. 149
A.B. Langston, Esboço de Teologia Sistemática, (Rio de Janeiro: Juerp, 1986), p. 203.
Ellen G. White, Review and Herald, 24/04/1902.

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

A Jornada Cristã "GRAÇA" - 15/05/2009 a 16/05/2009

Sexta, 15 de maio

Opinião
Conquistando a graça

Muitos de nós passamos pela vida com a atitude mental fixa na idéia de que, se desejamos algo, precisamos conquistá-lo com esforço. Essa atitude mental pode ser valiosa quando estamos tentando obter um grau acadêmico ou economizando dinheiro para adquirir um carro ou uma casa bonita. Contudo, embora isso possa nos motivar a permanecer disciplinados, também pode se tornar uma pedra de tropeço em nossa caminhada com Deus. Sabemos que somos salvos pela fé e que a obediência é resultado do fato de que o Espírito Santo está vivendo em nosso coração. Contudo, com frequência ainda parecemos agir como se precisássemos nos esforçar para conquistar a salvação.

Se já houve uma forma de descrever o amor incondicional de Deus por nós, é através de Sua graça. É precisamente porque somos indignos e nossas obras são como trapos de imundícia, que Seu amor infalível, incondicional, pode ser posto à prova. Se fôssemos dignos do amor de Deus, não haveria necessidade de Sua graça e Cristo não precisaria ter morrido na cruz por nós.

Em 2 Coríntios, Paulo se orgulha de suas fraquezas como se elas fossem medalhas (2Co 12:3-7; 11:16-30; 12:9). Apesar de passar por injustiça, humilhação e sofrimentos, ele leva essas cicatrizes com prazer, porque veio a compreender que não há maneira de conquistar a salvação. A graça não remove as cicatrizes de nosso corpo, nem nos torna seres perfeitos. Os erros que cometemos não se tornarão acertos. Contudo, a graça de Deus é como uma bela veste sem preço confeccionada de forma a servir em nós perfeitamente. Quando você e eu usamos essa veste, as cicatrizes e recordações da dor e do pecado ainda estão lá, mas tudo o que Deus vê é alguém apto a viver por toda a eternidade com Ele porque crê em Jesus. É a solução perfeita de Deus para tornar perfeitos aos Seus olhos os imperfeitos seres humanos. Ele diz para nós como disse para Paulo, tantos anos atrás: “Minha graça é suficiente para você, pois o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9, NVI). Assim é que, através de nossas fraquezas, Deus pode fazer resplandecer em nós todo o Seu esplendor.

Dicas

Faça um pão para alguém com quem você teve um conflito recente e entregue-o com suas desculpas por sua parte no desentendimento e não espere nada em troca.
Ouça o hino “Excelsa Graça” e pense nos aspectos em que a letra se encaixa em sua experiência com a graça.
Conte num pequeno grupo o que a graça significa em sua experiência pessoal com Deus.
Procure imagens para fotografar na natureza ou na vida diária que, para você, simbolizam a graça.
Anote sua resposta a Efésios 6:10-12, decidindo vestir toda a armadura de Deus cada dia.

Lionel See Yun Song | Cingapura, República de Cingapura

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quinta-feira, 14 de maio de 2009

A Jornada Cristã "GRAÇA" - 14/05/2009 a 16/05/2009

Quinta, 14 de maio

Aplicação
Como resolver conflitos

7. Como você definiria a importância de Cristo para nossa fé? Ef 2:4-10; Tt 2:11-14

8. Que descrição magnífica da posição central de Jesus Cristo em nossa fé encontramos nas palavras de Paulo registradas em Atos 17:28? Veja também Gl 2:16-20.

Pense no ego como sendo a imagem que projetamos de nós mesmos para o mundo. Quando essa imagem é prejudicada ou ameaçada, ficamos magoados e nos inclinamos a reagir de maneiras destrutivas. Quando somos emocionalmente feridos, não podemos nos dar ao luxo de confiar em nossa natureza. O que precisamos é seguir o protocolo de Cristo dado no evangelho de Mateus: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre-lhe o seu erro. Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. Se essa pessoa ouvir o seu conselho, então você ganhou de volta o seu irmão” (Mt 18:15).

A ordem de Jesus pode ser desmembrada em cinco passos:

Aceitar que ocorrerão conflitos. Falta de conflito não reflete necessariamente maturidade espiritual; pode ser simplesmente apatia. É preciso honestidade para reconhecer que existem esgotamentos no relacionamento. É preciso maturidade para tratar deles com o propósito de reconciliação, em vez de descartar o relacionamento.

Assuma a responsabilidade pelo esgotamento. A ira frequentemente contém um elemento de justiça própria que faz com que culpemos a outra pessoa. Contudo, Jesus diz: “você”, indicando que é sua a responsabilidade de dar o primeiro passo em direção à reconciliação, mesmo quando foi a outra pessoa que começou.

Vá diretamente à outra pessoa. É tentador racionalizar que, ao discutirmos com outros as falhas e neuroses da pessoa, os outros podem orar por aquela pessoa de maneira mais inteligente. Contudo, Jesus ordenou que fôssemos diretamente à pessoa envolvida. Falar com qualquer outra pessoa a não ser aquela é simplesmente um ensaio de seus sentimentos de ira e influenciará a percepção do ouvinte.

Seja discreto. Jesus diz: “Mas faça isso em particular, só entre vocês dois.” Isso evita o constranger desnecessariamente a outra pessoa, forçando-a a responder em frente de uma multidão. A revelação pública do problema alimenta a agressão e incita a ira na pessoa com quem você tem de tratar o problema. Portanto, aborde-a da maneira como você gostaria de ser abordado – com sensibilidade e tato.

Busque a reconciliação. O objetivo é restaurar o relacionamento. A confrontação direta pode aumentar o conflito e criar feridas emocionais danosas. É por isso que, se nosso propósito não for a reconciliação, então não estamos prontos para Mateus 18:15. A reconciliação é difícil e pode ser dolorosa, mas é a vontade de Jesus para nós (2Co 5:17-19).

Faith Toh | Cingapura, República de Cingapura

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Jornada Cristã "GRAÇA" - 13/05/2009 a 16/05/2009

Quarta, 13 de maio

Evidência
Graça


As pessoas foram e continuam sendo transformadas ao contemplar o amor de Cristo. Um dos criminosos crucificados com Ele notou que Jesus era alguém especial, com um futuro além dessa morte vergonhosa (Lc 23:39-43). E um centurião romano percebeu que Jesus não era criminoso (v. 47).

6. Como nossa vida deve ser mudada ao contemplarmos Jesus e o que Ele fez por nós? 2Co 3:16-18; Hb 12:2, 3

Não há teoria da expiação que faça justiça à maravilha da graça de Deus (veja 1Co 1:20-25). O que Jesus fez por nós não deve ser apenas assunto de debate, mas de meditação e oração. Mesmo que não entendamos tudo sobre o plano da salvação, temos o suficiente para nos maravilhar com o que Deus fez por nós em Cristo.

Paulo guardava Éfeso no coração. Ele havia passado três anos vivendo entre os efésios e pregando para eles (At 19:1-20). Enquanto estava preso em Roma, foi permitido a Paulo que recebesse visitas. Uma delas foi a de Tíquico, de Éfeso, e foi para ele que Paulo entregou a carta endereçada à igreja de Éfeso (Ef 6:21).

O livro de Efésios foi escrito com um tema abrangente – a unidade; unidade em Cristo, porque todos somos salvos pela graça (Ef 2:8). Essa graça foi dada livremente a judeus e gentios. Todos os que creem partilham da mesma misericórdia de Cristo que tira nossos pecados. Paulo lembra seus irmãos de fé que esse é um “dom de Deus” e que, portanto, não devemos nos orgulhar dele, mas partilhar esse dom com todos.

Paulo vê a igreja como uma extensão viva do corpo de Cristo. Todos nós somos salvos pela graça “em Cristo” e pertencemos ao corpo de Cristo. “Embora ‘em Cristo’ seja uma frase-chave, é difícil escolher um verso-chave, pois raramente há um verso que não apresente de uma forma ou de outra o tema básico ... [de que] todos estão ‘em Cristo’.”* Jesus é o centro de todas as coisas e, ao nos aproximarmos dEle, nos unimos a nossos irmãos de fé. Para isso somos chamados a servir em humildade, possuir um elevado padrão moral e construir um relacionamento amoroso com nossa família.

Paulo encoraja todos os crentes a uma vida nova em Cristo – uma vida dirigida pelo Espírito Santo, colocando de lado nossos maus desejos e nos submetendo a Sua vontade. Para aqueles que pertencem à família de Cristo não há necessidade de nutrir amargura, ira, uma atitude de mexerico ou qualquer outra forma de malícia (Ef 4:31).

Finalmente, Paulo lembra a igreja onde se encontra a verdadeira batalha: “Fortaleçam-se no Senhor e no Seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo, pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e as autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6:10-12, NVI).

* The SDA Bible Commentary, v. 6, p. 995


Jimmy Quek | Cingapura, República de Cingapura

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terça-feira, 12 de maio de 2009

A Jornada Cristã "GRAÇA" - 12/05/2009 a 16/05/2009

Terça, 12 de maio

Testemunho

Dom imerecido


5. Como a Bíblia explica a relação entre o que Cristo fez por nós e o que nós, pecadores, de fato, merecemos? Is 53:4, 5; Rm 5:18, 19
A ideia de que Jesus Cristo morreu em nosso lugar é chamada de conceito de substituição. A grandiosa verdade é que Deus resolveu o problema do pecado da forma que Ele considerou satisfatória. Sendo justo, Ele não poderia ignorar o pecado; sendo amor, Ele não poderia abandonar o pecador. Mas Jesus Se dispôs a tomar nosso lugar! Foi isso o que ocorreu na cruz.

“Quando condenado por seu crime, o ladrão ficou possuído de desânimo e desespero; mas pensamentos estranhos, ternos, surgem agora. Evoca tudo quanto ouvira de Jesus, como Ele curara os doentes e perdoara os pecados. Ouvira as palavras dos que nEle criam e O seguiram em pranto. Vira e lera o título por sobre a cabeça do Salvador. Ouvira-o repetido pelos que passavam, alguns com lábios tristes e trêmulos, outros com gracejos e zombarias. O Espírito Santo ilumina-lhe a mente, e pouco a pouco se liga a cadeia das provas. Em Jesus ferido, zombado e pendente da cruz, o ladrão vê o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Num misto de esperança e de agonia na voz, o homem desamparado e prestes a morrer apega-se ao agonizante Salvador. ‘Senhor, lembra-Te de mim, quando vieres no Teu reino’ (Lc 23:42, Versão Trinitariana).

“A resposta veio pronta. Suave e melodioso o acento, cheias de amor, de compaixão e de poder as palavras: ‘Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso.’ Lc 23:43(Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 750).

Que bela promessa para alguém que estava numa posição tão horrível! O ladrão simplesmente disse: “Senhor, lembra-te de mim”, e Jesus prometeu que um dia o ladrão estaria com Ele no paraíso. A promessa de Jesus é ainda outro lembrete de que a graça não depende do que fizermos por Deus, mas, antes, do que Deus fez por nós.*

A Bíblia define graça como algo que nos ensina como viver. Se tivesse sido permitido ao ladrão viver, ele teria aprendido que “nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade – tudo depende de nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora – permanecendo nEle – que devemos crescer na graça. Ele é não somente o Autor mas também o Consumador de nossa fé. É Cristo primeiro, por último e sempre. Deve estar conosco, não só ao princípio e ao fim de nossa carreira, mas a cada passo do caminho. Diz Davi: ‘Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por isso que Ele está à minha mão direita, nunca vacilarei.’ Sl 16:8(Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 69).

Quando recebemos a graça de Deus, devemos manifestá-la às pessoas ao nosso redor, tanto a amigos como a inimigos. Jesus orou por Seus inimigos mesmo estando ainda na cruz: “Pai, perdoa-lhes; pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23:34, NVI).

* Philip Yancey, Maravilhosa Graça (S. Paulo, Ed. Vida, 2001), p. 55

Pan ShuQin | Cingapura, República de Cingapura

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Jornada Cristã "GRAÇA" - 11/05/2009 a 16/05/2009

Segunda, 11 de maio

Exposição
Além de nosso limite de crédito


3. Qual foi uma das palavras mais preeminentes que Deus usou para nos ajudar a entender alguns vislumbres profundos do mistério da graça? Is 53:7; Jo 1:29

4.
Que outro simbolismo é usado para ilustrar uma dimensão adicional da verdade da expiação? Mt 20:28; At 20:28; 1Co 6:20

A busca por um Salvador (Rm 5:18, 19). O pecado aconteceu, e os seres humanos têm sofrido desde então. Deus, contudo, decidiu que enviaria Jesus para morrer por nós. Jesus o fez, e agora somos salvos se crermos que Ele, de fato, morreu por nosso pecado. Romanos 5:18 e 19 nos dá uma ideia simples de ser seguida. Um homem pecou e, por causa disso, todos somos pecadores. Foi preciso um homem justo para reverter isso. A única pergunta é: Quem foi esse homem? Ainda estamos em busca de um Salvador, ou Ele já foi encontrado?

A Bíblia diz claramente que a condenação é o resultado direto da desobediência de um homem. O pecado entrou no mundo quando a desobediência entrou em cena por causa de uma pessoa. O pecado de Adão marcou o início do fim. Contudo, não somos deixados sem esperança. O texto acrescenta que um único ato de justiça leva à justificação de toda a humanidade. Quem seria essa pessoa justa para reverter os efeitos do pecado? Que ato justo cobriria os condenados e os tornaria novamente aceitáveis aos olhos de Deus?

O homem e o ato justo se referem a Jesus e Sua morte na cruz. A decisão de ir em frente com o plano da salvação que, em última análise, requeria o sacrifício do próprio Filho de Deus, pôs fim à busca por um Salvador. Através de Jesus, Deus pode encontrar novamente favor em Seu povo, e pode justificar qualquer pessoa que confessar seus pecados e deles se arrepender.

A oferta de crédito imerecido (Êx 25:8). Em Êxodo 25, Deus instrui os israelitas a construir um lugar de adoração para que Ele pudesse habitar no meio deles. Isso é totalmente fora do comum. As pessoas geralmente constroem locais de adoração para seus deuses sem que isso lhes seja pedido, mas aqui vemos Deus dizendo a Seu povo que desejava estar com eles. Que maravilhoso Deus é o Deus verdadeiro! Isso foi, definitivamente, graça creditada além do limite de crédito dos israelitas. Com tudo o que os israelitas podiam fazer, nunca teriam estado à altura de um Deus tão amoroso e poderoso. As pessoas escolhem o deus a quem irão servir; mas aqui lemos que Deus escolheu o povo que iria servi-Lo.

A palavra graça no Antigo Testamento é frequentemente traduzida como “favor”. Aqui vemos que os israelitas de alguma forma encontraram favor aos olhos de Deus. De todas as nações que havia naquele tempo, Deus escolheu Israel de preferência às demais. Escolheu liderá-los, guiá-los, lidar com sua infidelidade e murmurações. Um crédito imerecido foi oferecido a esse povo.

Hoje estamos todos na condição em que um crédito imerecido nos é oferecido. Pela graça de Deus, recebemos salvação crendo em Jesus Cristo nosso Salvador (Jo 3:16). Deus poderia facilmente ter tornado difícil para nós obtermos a salvação. Contudo, em algum lugar, de alguma forma, obtivemos favor aos olhos de Deus, e esse favor nos permitiu aceitar o dom da salvação. Deus está esperando que O aceitemos em nossa vida! Apocalipse 3:20 diz: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (NVI).

A liberdade acena para nós (2Co 3:16-18). Paulo escreve sobre um véu que cobre nossa mente. Esse véu representa algo que nos impede de ter uma sólida ligação com Deus. Esse véu é algo que nos impede de abraçar a liberdade que só pode ser encontrada em Cristo. Segundo Coríntios 3:16-18 nos diz que, com o rosto desvendado, seremos transformados à imagem de Cristo.

Os filhos de Israel não podiam olhar para o rosto de Moisés após Moisés ter se encontrado com Deus, porque não podiam suportar a presença da glória de Deus. Eles não tinham aquela ligação com Deus que Moisés tinha. Por amor aos israelitas, o véu tinha de cobrir a glória de Deus que ainda permanecia em torno de Moisés mesmo após ele ter deixado a presença de Deus (Ex 34:34).

Ter os véus removidos e nossa mente fixada em Deus requer plena submissão a Deus. Somente Ele pode nos transformar e trazer liberdade a nossa vida. Que véus estão nos cobrindo, impedindo que a glória de Deus se derrame sobre nós? Desejamos a graça de Deus, contudo tentamos comprar nosso perdão fazendo coisas boas, esperando que um dia acabemos sendo qualificados a receber Sua graça?

Graça – o purificador (Tt 2:11-14). A graça de Deus se manifestou, e traz salvação a todas as pessoas que a aceitam! Um diagrama simples descreve para nós o que Tito 2:11-14 declara:

Você aceita a Deus → Deus purifica sua vida → A salvação é sua

Temos a promessa de nova vida porque Deus achou favor em nós. Ele está à porta de nosso coração batendo, esperando que a abramos para Ele. Você vai permitir que Deus o coloque na trilha certa e opere a vontade dEle na sua vida?

Pense nisto


1. O que está impedindo você de aceitar plenamente a graça de Deus?
2. Como você descreveria o efeito que a graça de Deus está tendo em sua vida?
3. Você está disposto a permitir que Deus o coloque na trilha certa e o use ao mesmo tempo em que o ajuda a desenvolver um caráter cristão?

Nathaniel Tan | Cingapura, República de Cingapura

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domingo, 10 de maio de 2009

A Jornada Cristã "GRAÇA" - 10/05/2009 a 16/05/2009

A Jornada Cristã "GRAÇA"


“Mas Deus demonstra Seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Rm 5:8, NVI).

Prévia da semana: Cristo morreu a fim de que pudéssemos ter a vida eterna. Sem Ele, estaríamos perdidos.

Domingo, 10 de maio

Introdução
Obtendo o que não merecemos


1. Leia Gênesis 22:8. Qual foi o significado profético das palavras de Abraão a seu filho?

2. Que outros textos do Antigo Testamento apontam para a redenção que deveria ser oferecida por Cristo? Quais são esses textos, e o que eles dizem? Veja, por exemplo, Gn 3:15; Êx 25:8; Is 53

Em 2 de outubro de 2006, uma tragédia atingiu uma pacífica comunidade Amish nos Estados Unidos. A silenciosa aldeia de Nickel Mines ficou chocada pela notícia de que um atirador havia entrado na escola deles e estava mantendo refém um grupo de estudantes de seis a treze anos. A polícia chegou logo depois, mas foram incapazes de impedir que o homem atirasse na cabeça de dez meninas. Três morreram imediatamente, enquanto outras duas morreram na manhã seguinte. O atirador, um homem chamado Charles, apontou a arma para a própria cabeça e se suicidou.

Esse evento devastou a comunidade Amish, e muitas vidas nunca mais serão as mesmas. Contudo, o que torna esse evento verdadeiramente especial foi a resposta do povo Amish. Em meio à dor, eles estenderam seu amor fazendo o que poucos poderiam imaginar. O avô de uma das meninas que foram mortas disse à TV CNN logo após a tragédia: “Não podemos pensar mal desse homem.” Outro homem que vivia próximo, disse: “Não creio que haja alguma pessoa aqui que deseje fazer qualquer coisa a não ser perdoar, e não apenas estender a mão àqueles que sofreram uma perda dessa forma, mas também estender a mão à família do homem que cometeu esses atos.”

Muitos atos mais de perdão e graça foram registrados enquanto os Amish lidavam com esse evento devastador. Sabe-se que um vizinho Amish confortou a família do atirador apenas algumas horas após os disparos. Pais das meninas Amish que haviam levado tiros também foram aos pais de Charles e lhes perguntaram o que podiam fazer por eles. Um dos maiores e mais incríveis atos de graça e perdão foi o de que metade das pessoas que estavam no sepultamento do atirador pertencia às enlutadas famílias Amish. Estavam lá para apoiar a viúva de Charles.

Há uma linha muito tênue entre graça e justiça. Justiça é receber o que merecemos. Graça é exatamente o oposto – receber o que não merecemos. A família de Charles não fez nada para merecer a graça e o perdão concedidos a eles durante a tragédia. Contudo, a atitude perdoadora do povo Amish, que com frequência era objeto de ridículo por causa de seu estilo de vida, é um dos melhores exemplos vivos de Cristo no mundo hoje. Cristo também não nos deu o que merecemos. Ao contrário, ao escolher morrer por nossos pecados, nos concedeu graça. Ao estudarmos Sua graça nesta semana, lembremo-nos da comunidade Amish e do que Deus fez por nós. Além disso, que possamos também mostrar graça a nossa própria comunidade, onde quer que estejamos.

Choo Shi En Christon | Cingapura, República de Cingapura

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