sábado, 17 de janeiro de 2009

Dons Espirituais e Profecia - 17/01/2009 a 17/01/2009

DONS ESPIRITUAIS E PROFECIA
Resumo Semanal - 11/01/2009 a 17/01/2009


Pr. Renato Stencel
Diretor do Centro White – Brasil

I. Introdução

A igreja cristã primitiva se originou sob a manifestação de um poder divino adicional, conforme prometido por ­Jesus Cristo quando disse: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da Terra” (At 1:8). Tal poder se materializou por meio do Espírito Santo que distribuiu ‘dons espirituais’ com a finalidade de capacitar a Igreja para o ­cumprimento da missão evangélica (Mc 16:15).

A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) crê na existência e operação dos dons espirituais como parte determinante na preservação de sua unidade e capacitação para que seus membros possam levar ao mundo o último convite de salvação conforme descrito em Apocalipse 14:6-12. Sem o auxílio divino, seria humanamente impossível a pregação do evangelho ‘a toda criatura’. Desta forma, assim como ­Jesus recebera dotação especial do Espírito Santo a fim de Se habilitar para o ministério (At 10:38), também os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo (At 1:5) a fim de serem qualificados para testemunhar.

Ao longo da história do cristianismo, podemos observar que os dons espirituais exerceram papel decisivo na pregação do evangelho. Já no Pentecostes, o batismo do Espírito Santo produziu resultados extraordinários. Muitos passaram a falar em outras línguas (At 2:2); o evangelho foi pregado com grande poder e milhares se converteram (At 2:41); muitos prodígios e sinais foram feitos pelos apóstolos (At 2:43); houve harmonia e unidade entre os seguidores de Cristo (At 2:44); operação de milagres e curas (At 3:6); expulsão de demônios (At 5:16); ressurreição de mortos (At 9:40), etc.

Tais dons foram distribuídos pelo Espírito Santo aos crentes para a “edificação ou erguimento da Igreja. As necessidades da obra do Senhor determinam o que e a quem o Espírito distribui dons. Nem todos recebem o mesmo dom. Paulo mostrou que a um o Espírito concede sabedoria, a outro conhecimento, a outro fé, a outro milagres, a outro profecias, a outro o discernimento de espíritos, a outro línguas, e a outro a interpretação de línguas” (1Co 12:7-11)1. No entanto, todo mérito e valor dessa dádiva devem ser atribuídos ao Doador, e não à pessoa que recebeu o dom. Portanto, o dom jamais pode ser considerado como uma propriedade parti­cular do indivíduo.

De acordo com a Palavra de Deus em Joel 2:28,29, a manifestação desse poder será observada de forma grandiosa e notável por ocasião do tempo do fim. Conforme o Espírito de Profecia, “a grande obra do evangelho não deverá encerrar-se com menor manifestação do poder de Deus do que a que assinalou o seu início. As profecias que se ­cumpriram no derramamento da chuva temporã no início do evangelho, devem novamente ­cumprir-se na chuva serôdia, no final da pregação do evangelho”.2

Ao fazer menção deste período, Ellen White afirmou que os “servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão os crentes”.3

II. Dons falsos

Porém, ao observarmos a manifestação dos dons espirituais na igreja cristã, precisamos estar atentos às próprias palavras de ­Jesus: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt 24:24). O apóstolo Paulo também advertiu seus ouvintes dizendo: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira” (2Ts 2:9). Tais passagens nos levam a concluir que, nos últimos dias, o inimigo estará pronto para colocar em jogo sua contrafação mais sinistra – o engano.

Ao vislumbrar o desfecho da história humana, o Espírito Santo revelou a Ellen White a seguinte mensagem: “Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos... Nosso inimigo deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão”.4

Atualmente, muitos cristãos têm buscado desfrutar uma nova experiência religiosa quanto à percepção da presença de Deus na vida. Tais experiências se manifestam de forma espontânea, desinibida, livre, nas quais o adorador se expressa como quer: chora, dança, bate palmas, entra em transe, fala em línguas, etc. Nessa espécie de religião, Deus aparece como um ser imanente, acessível e tolerante. Desta forma, experimentar o sobrenatural e viver uma fé emotiva parece ser a tônica da nova religiosidade cristã 5. Com base em tais evidências, perguntamos: Poderia ser que aquilo que estamos observando no mundo cristão de hoje represente uma clara prova das contrafações preditas nas Escrituras e no Espírito de Profecia?
Entre os principais fenômenos de contrafações (sinais e prodígios malignos) que vêm sendo utilizados como manifestação do poder divino no moderno cristianismo, destacam-se o “dom de línguas, a cura e o dom de profecia”.6

1. O dom de línguas


Fiéis seguidores de muitas igrejas clamam para si o dom de línguas, ou seja, que são dotados de um poder sobrenatural para falar em outras línguas – fenômeno conhecido como glossolália. O dom de falar em línguas é o mais importante fenômeno e o mais evidente sinal da presença do Espírito no ­culto pentecostal. Contudo, o dom de falar em línguas, conforme compreendido pelos pentecostais, se distingue plenamente do dom do Espírito manifesto em Atos 2.

Como praticado pelos pentecostais, a glossolália é uma linguagem incompreensível, que emerge do inconsciente e que não exerce a capacidade racional do adorador. Charles e Francis Hunter dois especialistas em dom de línguas pentecostais afirmam que “ao orar com seu espírito, você não precisa pensar nos sons da linguagem... Em princípio, produza sons rapidamente para que você não seja tentado a pensar enquanto estiver falando sua linguagem natural”.7 A prática de desligar a mente e desconectá-la de todo exercício racional é uma das características mais marcantes dos ­cultos pagãos.

Muitos estudiosos no campo da ciência linguística têm efetuado diversos estudos a fim de examinar a veracidade na comunicação desses indivíduos. Seus achados comprovam que tais manifestações não representam uma comunicação em outras línguas, mas atestam uma forma de linguagem inarti­culada e inacessível.

Ao vislumbrar a manifestação desse dom nas igrejas, o Espírito de Profecia nos adverte que “alguns seguidores têm certas práticas que eles denominam de dons e alegam que o Senhor os colocou na igreja. Possuem uma linguagem inarti­culada [sem sentido] a qual afirmam ser uma língua desconhecida não apenas pelo homem, mas pelo Senhor e todo o Céu. Tais dons são produzidos por homens e mulheres e têm o auxílio do grande enganador. Fanatismo, falsa excitação, falso dom de línguas e manifestações barulhentas são considerados dons que Deus colocou na igreja. Alguns são enganados aqui. O fruto de tudo isso não é bom”.8

2. O dom de cura

Durante Seu ministério, Jesus curou muitos enfermos e, logo após Sua ascensão, afirmou aos Seus discípulos: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em Meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados” (Mc 16:17,18).

Por meio da mídia televisiva, a cada dia podemos observar inúmeros pregadores que alegam operar o dom de cura. Normalmente, os doentes são colocados em fila para receber o toque milagroso. Geralmente, ao serem tocados pelo pregador, caem no solo e ali permanecem estáticos por alguns instantes. Muitas igrejas que se dizem cristãs têm promovido cultos empolgantes que se baseiam numa espécie de “fé” que visa a proporcionar saúde, riqueza e prosperidade.

Em sua obra Healing: A Doctor in Search of a Miracle (cura: Um médico em busca de um milagre), o Dr. W. A. Nolan efetuou um estudo com a finalidade de testar aqueles que alegam ter sido curados em diversas igrejas que manifestam o dom de cura. Em seu estudo ele afirmou o seguinte: “Pesquise os livros, como eu fiz, e você não encontrará registros de curas de cálculos biliares, doenças cardíacas, câncer ou qualquer outra doença orgânica grave. Certamente, você encontrará pacientes temporariamente aliviados de seus distúrbios estomacais, dores no peito, problemas respiratórios; e você descobrirá que os que operam curas e os crentes irão interpretar esta interrupção dos sintomas como evidência de que a doença foi curada. Mas quando você localiza o paciente a fim de descobrir o que ocorreu após o ato da cura, você verificará que a “cura” foi meramente sintomática e passageira. A doença ainda persiste”.9

Em face de tais evidências, podemos levantar a seguinte pergunta: Qual é a fonte operante desse poder curador? Ao fazer referência às manifestações de cura, Ellen G. White declarou: “Cenas assombrosas, com as quais Satanás estará intimamente ligado, terão lugar em breve. A Palavra de Deus declara que Satanás operará milagres. Fará com que as pessoas fiquem doentes, e depois, de repente, removerá delas seu poder satânico. Serão consideradas, então, como curadas. Essas obras de cura aparente levarão os adventistas do sétimo dia à prova”.10

É notório ressaltar que nem todas as manifestações de curas são provenientes do inimigo, mas, como cristãos, devemos estar sempre alertas quanto às suas contrafações que visam a promover milagres e prodígios. No entanto, precisamos compreender que Deus responde à oração da fé, a fim de salvar o enfermo (Tg 5:14, 15). Essa espécie de cura representa a genuína manifestação da graça divina que opera milagres em favor daquele que crê no poder de Deus.

3. O dom de profecia


Ao longo da história da IASD, o dom de profecia tem exercido uma função de capital importância no processo de sua estruturação, desenvolvimento e missão. Como membros, cremos que o dom de profecia foi renovado no período do fim dos tempos na pessoa de Ellen G. White. Por outro lado, cremos também que esse dom deve ser posto à prova pela Palavra de Deus.

Desde seus primórdios, os pioneiros da IASD tiveram que conviver com manifestações de falsos profetas. Por volta de 1840, surgiram muitos indivíduos alegando possuir o dom profético. Sendo assim, “o extremo fanatismo e as manifestações estranhas associadas com os falsos profetas fizeram com que homens e mulheres equilibrados olhassem com aversão qualquer pessoa que pretendesse falar em nome de Deus”.11

Nesse período apareceram os seguintes personagens que alegavam o dom de profecia: (a) Joseph Smith Jr., fundador da Igreja dos Mórmons em 1830; (b) Ann Lee Stanley, criadora do movimento Shakers (1837 a 1844), o qual se envolvia com comunicações espiritualistas, e (c) As irmãs Fox, que deram início ao espiritismo em 1848.

Não se pode negar também a incidência de pretensos profetas que se levantam em nossos dias a fim de proferir seus prognósticos, visando a impressionar a mente daqueles que almejam desvendar as cortinas do futuro. Suas predições podem variar em conteúdo. Por exemplo, em face do abuso dos dons espirituais, um pretenso profeta, por nome Bob Jones, da cidade de Kansas, EUA, previu a morte de mil líderes religiosos em 1989. Ele também previu uma nova linhagem de seres humanos a qual chamou de “a semente eleita” que fora criada por Deus em 1973. Dessa estirpe seria formada uma super igreja, a qual se tornaria dez mil vezes maior que a igreja descrita no livro de Atos.12

Ao pregar Seu último sermão aos discípulos, ­Jesus os alertou sobre o tempo do fim: “levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24:11). À luz do tema do grande conflito, podemos concluir que o inimigo está atuando com o fim de confundir a mente dos filhos de Deus de tal forma que estejam incapacitados para aceitar e reconhecer o conteúdo dos escritos e o ministério de um profeta verdadeiro. Precisamos notar que “mentir e enganar são ferramentas do ofício de Satanás. Ele investiga os desejos dos homens e mulheres para depois produzir o que parece ser a confirmação religiosa de seus desejos. Em outras palavras, as pessoas geralmente encontram a mensagem ‘profética’ que seu coração deseja”.13

III. Conclusão


Ao encerrarmos nosso estudo, é necessário observar que o ­cumprimento da promessa divina quanto ao derramamento do Espírito Santo trará à Igreja um poder sobrenatural, que habilitará seus membros na conclusão da pregação evangélica. Porém, devemos estar atentos, pois o inimigo está pronto para apresentar suas contrafações a fim de “enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt 24:24). Desta forma, precisamos ponderar nas palavras do apóstolo João, que disse: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1Jo 4:1).

Bibliografia

1. Nisto Cremos – Ensinos Bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia. Tatuí, SP. Casa Publicadora Brasileira, 2003, p. 282.
2. White, E.G. O Grande Conflito. Tatuí, SP. Casa Publicadora Brasileira, 1987, p. 617.
3. Ibidem, p. 617.
4. Ibidem, p. 465, 466.
5. Dorneles, V. Cristãos em busca do êxtase. Engenheiro Coelho, SP. UNASPRESS, 2007, p. xiii.
6. Pfandl, G. The gift of prophecy – The role of Ellen G. White in God’s Remnant Church. Nampa, ID. Pacific Press Publishing Association, 2008, p. 32.
7. Charles Hunter, Receiving the baptism with the Holy Spirit. Charisma, July, 1989, p. 54. Citado por Pfandl, G. The gift of prophecy. Nampa, ID. Pacific Press Publishing Association, 2008, p. 33.
8. White, E.G. Spritual Gifts, (v. 4), 1864, p. 153.
9. W.A. Nolan, Healing: A Doctor in Search of a Miracle. New York: Random House, 1974, p.259,260. Citado por Pfandl, G. The gift of prophecy. Nampa, ID. Pacific Press Publishing Association, 2008, p. 34.
10. White, E.G. Mensagens Escolhidas (v. 2). Tatuí, SP. Casa Publicadora Brasileira, 1986, p. 53.
11. Fitch, C. The Second Advent of Christ – Declaration of Principles. Cleveland, OH. 21 de julho de 1843. Citado por Douglass, H. Mensageira do Senhor. Tatuí, SP. Casa Publicadora Brasileira, 2003, p. 37.
12. Wright, E. E. Strange Fire. Durham, England. Evangelical Press, 1996, p. 291 e 161. Citado por Pfandl, G. The gift of prophecy. Nampa, ID. Pacific Press Publishing Association, 2008, p. 35.
13. Douglass, H. Mensageira do Senhor. Tatuí, SP. Casa Publicadora Brasileira, 2003, p. 35 .

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dons Espirituais e Profecia - 16/01/2009 a 17/01/2009

Dons Espirituais e Profecia - 16/01/2009 a 17/01/2009

Athos dos Apóstolos (pág. 35-46)

O Pentecoste


Ao voltarem os discípulos do Olivete para Jerusalém, o povo fitava-os, esperando descobrir-lhes no rosto expressões de tristeza, confusão e derrota; mas viram a alegria e triunfo. Os discípulos não pranteavam desapontadas esperanças. Viram o Salvador ressurgido, e Sua promessa de despedida lhes ecoava constantemente aos ouvidos.

Em obediência à ordem de Cristo, esperaram em Jerusalém o cumprimento da promessa do Pai - o derramamento do Espírito. Não esperaram ociosos. Diz o registro que "estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus". Luc. 24:53. Reuniram-se também para, em nome de Jesus, apresentar seus pedidos ao Pai. Sabiam que tinham um representante no Céu, um advogado junto ao trono de Deus. Em solene reverência, ajoelharam-se em oração, repetindo a promessa: "Tudo quanto pedirdes a Meu Pai, em Meu nome, Ele vo-lo há de dar. Até agora nada pedistes em Meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra." João 16:23 e 24. Mais e mais alto eles estenderam a mão da fé, com o poderoso argumento: "É Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós." Rom. 8:34.

Ao esperarem os discípulos pelo cumprimento da promessa, humilharam o coração em verdadeiro arrependimento e confessaram sua incredulidade. Ao trazerem à lembrança as palavras que Cristo lhes havia dito antes de Sua morte, entenderam mais amplamente seu significado. Verdades que lhes tinham escapado à lembrança lhes voltavam à mente, e eles as repetiam uns aos outros. Reprovavam-se a si mesmos por não haverem compreendido o Salvador. Como numa procissão, cena após cena de Sua maravilhosa vida passou perante eles. Meditando sobre Sua vida pura, santa, sentiram que nenhum trabalho seria árduo demais, nenhum sacrifício demasiado grande, contanto que pudessem testemunhar na própria vida, da amabilidade do caráter de Cristo. Oh! se pudessem viver de novo os passados três anos, pensavam, quão diferentemente agiriam! Se pudessem somente ver o Mestre outra vez, com que ardor procurariam mostrar quão profundamente O amavam, e quanto se haviam entristecido por terem-nO ferido com uma palavra ou um ato de incredulidade! Mas estavam confortados com o pensamento de que haviam sido perdoados. E determinaram que, tanto quanto possível, expiariam sua incredulidade confessando-O corajosamente perante o mundo.

Os discípulos oraram com intenso fervor para serem habilitados a se aproximar dos homens, e em seu trato diário, falar palavras que levassem os pecadores a Cristo. Pondo de parte todas as divergências, todo o desejo de supremacia, uniram-se em íntima comunhão cristã. Aproximaram-se mais e mais de Deus, e fazendo isto sentiram que era um privilégio o ser-lhes dado associar-se tão intimamente com Cristo. A tristeza lhes inundava o coração ao se lembrarem de quantas vezes O haviam mortificado por terem sido tardos de compreensão, falhos em entender as lições que, para seu bem, estivera buscando ensinar-lhes.

Esses dias de preparo foram de profundo exame de coração. Os discípulos sentiram sua necessidade espiritual, e suplicaram do Senhor a santa unção que os devia capacitar para o trabalho de salvar almas. Não suplicaram essas bênçãos apenas para si. Sentiam a responsabilidade que lhes cabia nessa obra de salvação de almas. Compreendiam que o evangelho devia ser proclamado ao mundo, e reclamavam o poder que Cristo prometera.

Durante a era patriarcal a influência do Espírito Santo tinha sido muitas vezes revelada de maneira muito notável, mas nunca em Sua plenitude. Agora, em obediência à palavra do Salvador, os discípulos faziam suas súplicas por esse dom, e no Céu Cristo acrescentou Sua intercessão. Ele reclamou o dom do Espírito para que pudesse derramá-lo sobre Seu povo.

"E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados." Atos 2:1 e 2.

O Espírito veio sobre os discípulos, que expectantes oravam, com uma plenitude que alcançou cada coração. O Ser infinito revelou-Se em poder a Sua igreja. Era como se por séculos esta influência estivesse sendo reprimida, e agora o Céu se regozijasse em poder derramar sobre a igreja as riquezas da graça do Espírito. E sob a influência do Espírito, palavras de penitência e confissão misturavam-se com cânticos de louvor por pecados perdoados. Eram ouvidas palavras de gratidão e de profecia. Todo o Céu se inclinou na contemplação da sabedoria do incomparável e incompreensível amor. Absortos em admiração, os apóstolos exclamaram: "Nisto está a caridade!" I João 4:10. Eles se apossaram do dom que lhes era repartido. E que se seguiu? A espada do Espírito, de novo afiada com poder e banhada nos relâmpagos do Céu, abriu caminho através da incredulidade. Milhares se converteram num dia.

Disse Cristo a Seus discípulos: "Digo-vos a verdade, que vos convém que Eu vá; porque, se Eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se Eu for, enviar-vo-Lo-ei." "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir." João 16:7 e 13.

A ascensão de Cristo ao Céu foi, para Seus seguidores, um sinal de que estavam para receber a bênção prometida. Por ela deviam esperar antes de iniciarem a obra que lhes fora ordenada. Ao transpor as portas celestiais, foi Jesus entronizado em meio à adoração dos anjos. Tão logo foi esta cerimônia concluída, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi de fato glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento pentecostal foi uma comunicação do Céu de que a confirmação do Redentor havia sido feita. De conformidade com Sua promessa, Jesus enviara do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder no Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo.

"E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." Atos 2:3 e 4. O Espírito Santo, assumindo a forma de línguas de fogo, repousou sobre a assembléia. Isto era um emblema do dom então outorgado aos discípulos, o qual os capacitava a falar com fluência línguas com as quais não tinham nunca tomado contato. A aparência de fogo significava o zelo fervente com que os apóstolos trabalhariam, e o poder que assistiria sua obra.

"E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu." Atos 2:5. Durante a dispersão os judeus tinham sido espalhados por quase todas as partes do mundo habitado, e em seu exílio tinham aprendido a falar várias línguas. Muitos desses judeus estavam nessa ocasião em Jerusalém assistindo às festas religiosas que então se realizavam. Cada língua conhecida estava por eles representada. Esta diversidade de línguas teria sido um grande embaraço à proclamação do evangelho; Deus, portanto, de maneira miraculosa, supriu a deficiência dos apóstolos. O Espírito Santo fez por eles o que não teriam podido fazer por si mesmos em toda uma existência. Agora podiam proclamar as verdades do evangelho em toda parte, falando com perfeição a língua daqueles por quem trabalhavam. Este miraculoso dom era para o mundo uma forte evidência de que o trabalho deles levava o sinete do Céu. Daí por diante a linguagem dos discípulos era pura, simples e acurada, falassem eles no idioma materno ou numa língua estrangeira.

"E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?" Atos 2:6-8.

Os sacerdotes e príncipes estavam excessivamente enraivecidos ante essa manifestação extraordinária, mas não ousavam demonstrar sua má disposição, por temor de se exporem à violência do povo. Tinham assassinado o Nazareno; mas eis que ali estavam os Seus servos, indoutos da Galiléia, contando em todas as línguas então faladas, a história de Sua vida e ministério. Os sacerdotes, resolvidos a atribuir o poder miraculoso dos discípulos a alguma causa natural, declararam estarem eles embriagados por terem bebido demais do vinho novo preparado para o banquete. Alguns dos mais ignorantes dentre o povo creram na acusação, mas os mais inteligentes sabiam ser isto falso; e os que compreendiam as diferentes línguas testificavam da correção com que eram usadas pelos discípulos.

Em resposta à acusação dos sacerdotes, Pedro mostrou que esta demonstração era um direto cumprimento da profecia de Joel, onde é predita a descida de tal poder sobre homens a fim de habilitá-los para uma obra especial. "Varões judeus, e todos os que habitais em Jerusalém," disse ele, "seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do Meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, e os vossos mancebos terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do Meu Espírito derramarei sobre os Meus servos e Minhas servas naqueles dias, e profetizarão." Atos 2:14-18.

Com clareza e poder Pedro testificou da morte e ressurreição de Cristo: "Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por Ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a Este... crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela." Atos 2:22-24.

Pedro não se referiu aos ensinos de Cristo a fim de justificar sua atitude, porque sabia que o preconceito de seus ouvintes era tal que suas palavras sobre o assunto seriam de nenhum efeito. Em vez disso falou de Davi, que era considerado pelos judeus como um dos patriarcas da nação. "Porque", declarou, "dEle disse Davi: Sempre via diante de Mim o Senhor, porque está à Minha direita, para que Eu não seja comovido; por isso se alegrou o Meu coração, e a Minha língua exultou; e ainda a Minha carne há de repousar em esperança; pois não deixarás a Minha alma no Hades, nem permitirás que o Teu santo veja a corrupção. Atos 2:25-27.

"Varões irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura." Ele "disse da ressurreição de Cristo: que a Sua alma não foi deixada no Hades, nem a Sua carne viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas". Atos 2:29, 31-32.

É uma cena cheia de interesse. Eis o povo afluindo de todas as direções para ouvir os discípulos testificarem da verdade como é em Jesus. Eles se acotovelam, lotando o templo. Sacerdotes e príncipes estão presentes, fisionomias carregadas de negra malignidade, o coração ainda cheio de permanente ódio contra Cristo, as mãos maculadas com o sangue do Redentor do mundo, sangue esse derramado quando O crucificaram. Pensavam encontrar os apóstolos acovardados e temerosos sob a mão forte da opressão e assassínio, mas encontraram-nos acima de todo o temor, cheios do Espírito, proclamando com poder a divindade de Jesus de Nazaré. Ouvem-nos declarando com ousadia que Aquele tão recentemente humilhado, escarnecido, ferido por mãos cruéis e crucificado é o Príncipe da vida, agora exaltado à mão direita de Deus.

Alguns dos que ouviam os apóstolos tinham tomado parte ativa na condenação e morte de Cristo. Suas vozes tinham-se misturado com a da turba, pedindo Sua crucificação. Quando Jesus e Barrabás foram colocados perante eles no tribunal, e Pilatos perguntou: "Qual quereis que vos solte?" (Mat. 27:17) eles clamaram: "Este não, mas Barrabás." João 18:40. Quando Pilatos lhes apresentou Cristo, dizendo: "Tomai-O vós, e crucificai-O; porque eu nenhum crime acho nEle" (João 19:6), "Estou inocente do sangue dEste justo", eles exclamaram: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos." Mat. 27:24 e 25.

Agora eles ouviam os discípulos declararem que era o Filho de Deus que havia sido crucificado. Sacerdotes e príncipes tremeram. Um sentimento de convicção e angústia se apoderou do povo. "E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?" Atos 2:37. Entre os ouvintes dos discípulos havia judeus devotos, sinceros em sua fé. O poder que acompanhou as palavras de Pedro convenceu-os de que Jesus era de fato o Messias.

"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar." Atos 2:38 e 39.

Pedro deixou claro ao povo convicto o fato de que haviam rejeitado a Cristo por terem sido enganados pelos sacerdotes e príncipes; e que se eles continuassem a buscar conselho desses homens, e esperassem por eles para reconhecerem a Cristo em vez de ousar fazê-lo por si mesmos, jamais O aceitariam. Esses homens poderosos, embora fazendo profissão de piedade, eram ambiciosos de riquezas e glórias terrestres. Não desejavam vir a Cristo para receber esclarecimento.

Sob a influência desta celestial iluminação, as passagens da Escritura que Cristo tinha explanado aos discípulos apresentavam-se perante eles com o brilho da verdade perfeita. O véu que os impedia de ver o fim do que fora abolido estava agora removido, e eles compreendiam com perfeita clareza o objetivo da missão de Cristo e a natureza de Seu reino. Puderam falar com poder a respeito do Salvador; e ao desdobrarem perante seus ouvintes o plano da salvação, muitos ficavam convictos e vencidos. As tradições e superstições inculcadas pelos sacerdotes eram varridas de sua mente, e os ensinos do Salvador, aceitos.

"De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas." Atos 2:41.

Os líderes judeus tinham imaginado que a obra de Cristo terminaria com Sua morte; mas em vez disto, testemunharam as maravilhosas cenas do dia do Pentecoste. Ouviam os discípulos dotados de poder e energia até então desconhecidos pregando a Cristo, suas palavras confirmadas por sinais e maravilhas. Em Jerusalém, o baluarte do judaísmo, milhares declararam abertamente sua fé em Jesus de Nazaré como o Messias. Os discípulos estavam assombrados e sobremodo jubilosos com a abundante colheita de almas. Eles não consideravam essa maravilhosa colheita como resultado de seus próprios esforços; sabiam que estavam entrando no trabalho de outros homens. Desde a queda de Adão, Cristo estivera confiando a servos escolhidos a semente de Sua Palavra, para ser lançada nos corações humanos. Durante Sua vida na Terra Ele semeara a semente da verdade e regara-a com Seu sangue. As conversões havidas no dia do Pentecoste foram o resultado dessa semeadura, a colheita da obra de Cristo, revelando o poder de Seus ensinos.

Os argumentos dos apóstolos somente, conquanto convincentes e claros, não haveriam removido o preconceito que resistira a tanta evidência. Mas o Espírito Santo com divino poder convenceu o coração pelos argumentos. As palavras dos apóstolos eram como afiadas setas do Todo-poderoso, convencendo os homens de sua terrível culpa em haverem rejeitado e crucificado o Senhor da glória.

Sob a influência dos ensinos de Cristo, os discípulos tinham sido induzidos a sentir sua necessidade do Espírito. Mediante a instrução do Espírito receberam a habilitação final, saindo no desempenho de sua vocação. Não mais eram ignorantes e iletrados. Haviam deixado de ser um grupo de unidades independentes, ou elementos discordantes em conflito. Sua esperança não mais repousava sobre a grandeza terrestre. Todos eram "unânimes" (Atos 2:46) e "era um o coração e a alma da multidão dos que criam". Atos 4:32. Cristo lhes enchia os pensamentos; e visavam a avançamento de Seu reino. Na mente e no caráter haviam-se tornado semelhantes a seu Mestre, e os homens "tinham conhecimento que eles haviam estado com Jesus". Atos 4:13.

O Pentecoste trouxe-lhes uma iluminação celestial. As verdades que não puderam compreender enquanto Cristo estava com eles, eram agora reveladas. Com uma fé e certeza que nunca antes conheceram, aceitaram os ensinamentos da Sagrada Palavra. Não mais lhes era questão de fé, ser Cristo o Filho de Deus. Sabiam que, ainda que revestido da humanidade, Ele era de fato o Messias, e contaram sua experiência ao mundo com uma confiança que inspirava a convicção de que Deus estava com eles.

Eles podiam falar no nome de Jesus com segurança; pois não era Ele seu Amigo e Irmão mais velho? Levados em íntima comunhão com Cristo, assentaram-se com Ele nos lugares celestiais. Com que abrasante linguagem vestiam suas idéias quando testificavam dEle! Seus corações estavam sobrecarregados com benevolência tão ampla, tão profunda, de tão vasto alcance que foram impelidos a ir aos confins da Terra, testificando do poder de Cristo. Foram cheios de um intenso desejo de levar avante a obra que Ele tinha iniciado. Sentiram a enormidade de seu débito para com o Céu, e a responsabilidade de sua obra. Fortalecidos pela concessão do Espírito Santo, saíram com zelo para estender os triunfos da cruz. O Espírito animava-os, e falava por intermédio deles. A paz de Cristo brilhava em suas faces. Tinham-Lhe consagrado a vida para serviço, e seu próprio semblante evidenciava a entrega que haviam feito.

Dons Espirituais e Profecia - 16/01/2009 a 17/01/2009

Sexta

Estudo adicional


Leia Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 35-46: “O Pentecostes”.

"Os dons especiais do Espírito não são os únicos talentos representados na parábola. Esta inclui todos os dons e dotes, originais ou adquiridos, naturais ou espirituais. Todos devem ser empregados no serviço de Cristo. Tornando-nos discípulos Seus, rendemo-nos a Ele com tudo que somos e temos. Devolve-nos Ele, então, essas dádivas purificadas e enobrecidas para que as utilizemos para Sua glória em abençoar nossos semelhantes” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 328).

“O homem que torna a operação de milagres a prova de sua fé verificará que Satanás pode, por meio de uma variedade de enganos, efetuar prodígios que parecerão genuínos milagres” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 52).

“Algumas dessas pessoas têm formas de ­culto a que chamam dons, e dizem que o Senhor os pôs na igreja. Têm um palavreado sem sentido a que chamam língua desconhecida, desconhecida não só ao homem, mas ao Senhor e a todo o Céu. Tais dons são manufaturados por homens e mulheres ajudados pelo grande enganador. O fanatismo, a exaltação, o falso falar línguas e os cultos ruidosos, têm sido considerados dons postos na igreja por Deus. Alguns têm sido iludidos a esse respeito” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 412).

Perguntas para consideração

1. Examine ­cuidadosamente com sua classe as respostas à lição de domingo. Que tipo de dons são manifestados em sua igreja local? Como vocês podem aproveitar melhor o que vocês têm? Mais importante, como esses dons estão sendo usados?

2. Os cristãos pentecostais creem que o falar em línguas é uma evidência de que a pessoa está cheia do Espírito Santo. De acordo com as Escrituras, qual é a verdadeira evidência de uma vida cheia do Espírito? Veja Gl 5:22, 23.

3. Comente o que Ellen White diz na primeira citação acima. O que significa que os dons devem ser “dádivas purificadas e enobrecidas”? O que ela está dizendo? Os dons podem ser usados para propósitos errados? Explique.

Respostas sugestivas:

Pergunta 1: De acordo com Efésios 4:11, os dons foram dados para o aperfeiçoamento do desempenho no serviço dos cristãos.
Pergunta 2: Durarão até que os cristãos cheguem à maturidade espiritual.
Pergunta 3: Muitos que alegam ter os dons do Espírito vão confiar neles para exaltação própria, e não para o serviço de Deus.
Pergunta 4: O inimigo pro­cura fazer predições e exe­cutá-las para ganhar crédito.
Pergunta 5: Porque é a maneira de Deus transmitir Suas orientações para Seu povo e Suas advertências ao mundo.
Pergunta 6: Eram idiomas falados por muitos povos daquele tempo.
Pergunta 7: Não sabemos ao certo. Podiam ser línguas nacionais, mas sem tradutores, ou línguas extáticas, como falsificação do dom ocorrido no dia de Pentecostes.

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dons Espirituais e Profecia - 15/01/2009 a 17/01/2009

Quinta

Dons espirituais e 1 Coríntios 14


Dons EspirituaisA igreja de Corinto tinha muitos problemas:
º Divisão
º Imoralidade
º Casos entre os crentes levados ao tribunal
º Problemas de casamento e
º Abuso da Ceia do Senhor.
Outro problema envolvia os dons espirituais, parti­cularmente o uso do dom de línguas (1Co 14:1-5).

6. Qual era o dom de línguas no livro de Atos? Tomando por base apenas o que esses textos dizem, que tipo de línguas estavam sendo faladas? At 2:1-11

7. Quais eram as línguas faladas na igreja de Corinto? 1Co 14:1-25

Quando aplicamos o princípio de que a Bíblia é seu próprio intérprete, isto é, as passagens obs­curas são explicadas por outras mais claras, temos que concluir que as línguas em 1 Coríntios 14 são da mesma natureza das línguas do livro de Atos, especialmente porque a mesma palavra grego glossa é usada em ambos os livros. Em outras palavras, a evidência é de que as línguas em ambos os lugares eram a habilidade sobrenatural de falar em línguas estrangeiras e não a noção comum e popular a respeito do dom de línguas hoje, em que as pessoas repetem sons em línguas desconhecidas.

Deus também trabalha por meio da inteligência do homem. Será que o Senhor, que nos advertiu contra as repetições como fazem os pagãos (Mt 6:7, NEB), iria inspirar alguém para produzir ruídos desconhecidos? Em 1 Coríntios 14:22, as línguas são um sinal para os incrédulos, como no Pentecostes. Então, como alguém pronunciando ruídos que ninguém entende poderia servir de sinal para os incrédulos? As línguas, como Atos 2 mostra, são idiomas reais. Além disso, os dons espirituais foram dados para o bem comum (1Co 12:7), excluindo o uso de um dom puramente para a satisfação pessoal, como são usados hoje os dons modernos denominados de línguas.

Apesar de todas as manifestações de línguas extáticas de hoje, em nenhuma parte a Bíblia ensina que o dom de línguas seja algo diferente de línguas humanas. O moderno falar em línguas, chamado de glossolalia, não é o mesmo que o dom de línguas bíblico.

Pense nas palavras que fala diariamente. Quanto disso é conversa significativa, propositada, e quanto é gracejo sem sentido?

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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Dons Espirituais e Profecia - 14/01/2009 a 17/01/2009

Quarta

O dom de profecia

O Dom de ProfeciaO médico francês Michel de Notredame (1503-1566), conhecido como Nostradamus, supostamente predisse o grande incêndio de Londres de 1666 com as palavras: “O sangue dos justos será exigido de Londres, queimado pelo fogo no ano 66.” O vidente irlandês Cheiro advertiu o jornalista W.T. Stead em 1894 e novamente em 1911 que ele se afogaria em abril de 1912. Stead morreu quando o Titanic afundou em abril de 1912. Em 1956, Jean Dixon publicou uma visão em que afirmava que um democrata seria eleito Presidente dos Estados Unidos em 1960, só para ser assassinado no exercício do cargo. John Kennedy, democrata eleito em 1960, foi assassinado em 1963 no exercício do cargo.

4. Como podemos considerar essas predições exatas por pessoas que tinham pouco em comum com os profetas bíblicos? Is 8:19; At 16:16; 2Co 11:14

Desde que Satanás usou a serpente no Jardim do Éden para enganar Eva, ele tem usado uma grande quantidade de meios humanos para enganar homens e mulheres, inclusive dando predições que se ­cumpriram. Portanto, o cumprimento de uma predição não é garantia de que essa seja uma profecia verdadeira de Deus.

Ainda assim, profetas e profecias têm uma parte importante no plano de salvação. Essa lição está clara na Bíblia.

5. A profecia, ou o ofício profético, é mencionada em 1 Coríntios 12:8-10 como um dos dons do Espírito Santo. A profecia aparece em primeiro lugar na lista de Romanos 12:6 e em segundo lugar, depois do apostolado, tanto em 1 Coríntios 12:28-30 e Efésios 4:11. Por que o dom profético é tão importante a ponto de ser o único mencionado em todas as quatro listas de dons ou ministérios espirituais?

O propósito do dom profético é fornecer um meio de comunicação entre o Criador e Suas criaturas. As mensagens proféticas nas Escrituras desvendaram o futuro (Dn 2), aconselharam e reprovaram reis (Is 7:3, 4), advertiram dos juízos vindouros (Jr 1:14-16), chamaram ao reavivamento (Jl 2:12, 13) e encorajaram e confortaram o povo de Deus (Is 40:1, 2).

Os profetas eram homens e mulheres que transmitiam a palavra de Deus a suas gerações. A ênfase no dom profético não estava em predizer o futuro (embora esse seja um dos marcos de um profeta verdadeiro), mas em estabelecer o que Deus queria que Seu povo ouvisse.

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Dons Espirituais e Profecia - 13/01/2009 a 17/01/2009

Terça

Dons falsos


Dons falsos3. O que a Bíblia ensina sobre falsos dons e sua origem? Mt 7:22, 23; 2Ts 2:9, 10; Ap 16:13, 14

Pelo poder de Deus, Moisés e Arão, colocando-se diante do faraó, transformaram uma vara em uma serpente (Êx 7:10), o rio Nilo em sangue (v. 20) e fizeram com que as rãs saíssem do Nilo para cobrir a terra (Êx 8:6); mas, pelo poder de Satanás, os mágicos egípcios puderam fazer o mesmo. Porém, a partir da terceira praga em diante, os mágicos egípcios foram incapacitados por Deus para operar falsos milagres.

Isso nos ensina duas coisas: (1) Satanás pode produzir milagres parecidos com os genuínos; (2) Satanás só pode operar dentro dos limites estabelecidos por Deus.

Os falsos dons não são apenas uma perversão dos dons verdadeiros de Deus, mas podem ser manifestações semelhantes de uma fonte diferente – Satanás.

Um estudo dos textos acima deve nos revelar alguns outros pontos importantes sobre a existência dos falsos dons espirituais. Primeiro, como podemos ver, essas falsas manifestações podem ser feitas por pessoas que professam o nome de Jesus; realmente, como Jesus disse, muitos alegarão operar alguns milagres em Seu nome. Mas, de acordo com Jesus, não são dEle.

Segundo, haverá milagres, maravilhas e poderosos sinais miraculosos a ponto de enganar a muitos. Em outras palavras, precisamos ser muito cuidadosos para não ser arrastados pela existência do sobrenatural. Embora algo seja feito em nome de Jesus, e pareça ser sobrenatural, não significa que seja um dom genuíno do Espírito.

Finalmente, Satanás está trabalhando com todo o seu poder para enganar tantos quantos possível. Assim, qualquer que seja a manifestação que apareça, sempre devemos prová-las pela Bíblia. Se não estiverem em harmonia com a Palavra de Deus, temos a resposta, não importando quão impressionantes pareçam ser as manifestações. A Bíblia deve ser nosso padrão final.

Com estes poucos pensamentos em mente, o que devemos fazer a respeito desses ministérios que afirmam manifestar todos os tipos de profecias, curas e maravilhas, domingo após domingo? Sem querer julgar ninguém, por que devemos ser cuidadosos? Que tipo de perguntas devemos fazer, e por quê?

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dons Espirituais e Profecia - 12/01/2009 a 17/01/2009

Segunda

Permanência dos dons espirituais

Nestes dias, encontramos duas posições entre os cristãos com respeito à duração dos dons espirituais. Alguns crêem que os dons edificantes, como conhecimento, sabedoria, ensino, exortação, fé e misericórdia, são dons permanentes, mas que dons de sinais, como profecia, curas, línguas e milagres deixaram de existir com a morte dos apóstolos. Os defensores dessa posição afirmam: “Os dons de sinais tiveram um propósito sem igual: dar credenciais aos apóstolos, isto é, permitir que as pessoas soubessem que todos esses homens falavam a verdade de Deus. Uma vez que a Palavra de Deus foi escrita, os dons de sinais não mais eram necessários e cessaram.” (John F. MacArthur, Jr., Charismatic Chaos, p. 199). Outros cristãos crêem que todos os dons espirituais estarão presentes na igreja até que o Senhor venha.

2. O que os textos a seguir dizem sobre a permanência dos dons espirituais? 1Co 1:6, 7; 13:9, 10; Ef 4:11-13

De acordo com Paulo, os dons espirituais (charismata), estarão na igreja até que Jesus venha, mas significa isso que todos os dons estarão presentes todo o tempo?

O Pai da Igreja, Irineu (120-195 d.C.), escreveu sobre a presença e operação dos dons espirituais mesmo em seus dias. Assim, de acordo com Irineu, os dons espirituais ainda estavam em evidência no fim do segundo século d.C.

Nos dois séculos seguintes, porém, a igreja sofreu uma séria deterioração espiritual e teológica, e os dons espirituais em geral desapareceram. Durante o tempo da Reforma, começando com John Wycliffe, na Inglaterra, Deus usou os reformadores para restabelecer a verdade abandonada, e eles certamente tiveram os dons do conhecimento, sabedoria e ensino. Nenhum dos principais reformadores, entretanto, afirmou ter o dom profético. Esse dom em parti­cular, de acordo com Apocalipse 12:17, deveria ser manifestado novamente sobre a Igreja no tempo do fim.

Em Efésios 4:12, Paulo diz que aqueles dons espirituais foram dados “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do Seu serviço”. A que tipo de aperfeiçoamento Paulo está se referindo, e como você vê isso acontecer na igreja hoje?

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domingo, 11 de janeiro de 2009

Dons Espirituais e Profecia - 11/01/2009 a 17/01/2009

DONS ESPIRITUAIS E PROFECIA


Sábado à tarde

Verso para memorizar: “Os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos” (1 Coríntios 12:4-6).

Leituras da semana: At 2:1-11; Rm 12:6-8; 1Co 1:6, 7; 13:9; Ef 4:11; 2Ts 2:9, 10

Os adventistas do sétimo dia crêem na existência dos dons espirituais. De toda maneira, não estamos sozinhos. Muitas igrejas carismáticas e pentecostais afirmam ver em seu meio a manifestação dos dons espirituais. No passado, alguns desses dons incluíam pessoas na igreja fazendo ruídos como de animais (leões, burros, cachorros e até galinhas!), e também o pronunciamento de prognósticos e profecias, como quando foi profetizado que Deus explodiu o ônibus espacial Challenger a fim de ensinar à América uma lição porque havia uma professora de escola pública a bordo (Aparentemente, alguém cria que Deus não gosta de professoras públicas).

Como adventistas do sétimo dia, cremos nos dons do Espírito, inclusive a profecia, mas cremos também que tudo deve ser provado pela Palavra de Deus. Nesta semana, usando a Palavra, vamos examinar mais detidamente alguns destes dons.

Prévia da semana: Qual é o propósito dos dons espirituais? Como eles se manifestam? Que dizer do dom de línguas? O que a Bíblia ensina sobre os falsos dons?

Domingo

Dons espirituais


“E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4:11).

Os dons espirituais (em grego charismata) são conhecidos como espirituais porque se originam com o Espírito Santo, que os reparte a cada um de acordo com Sua vontade (1Co 12:11). Além disso, o Espírito Santo é dado aos cristãos para que possam entender e apreciar esses dons (1Co 2:10-13).

1. Paulo fornece quatro listas de dons espirituais (Rm 12:6-8; 1Co 12:8-10, 28-30; Ef 4:11, 12). Qual é o propósito dos dons espirituais? Por que eles são dados?

De acordo com o Novo Testamento, os dons espirituais são dados para a conclusão da missão confiada à Igreja. Isso inclui a nutrição e edificação da igreja, bem como a proclamação do evangelho ao mundo. A existência desses dons deve servir como lembrança constante de nossa absoluta dependência do Senhor para o ­cumprimento da tarefa que Ele nos chamou a fazer.

Nos evangelhos, sabemos que os apóstolos tinham dons espirituais mesmo antes do Pentecostes. Em Lucas 9:1 lemos que Jesus “deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas”, e em Mateus 10:8 Ele lhes ordenou: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios”. Então, no Pentecostes, eles foram cheios do Espírito Santo e falaram em línguas (At 2:1-4). Isso parece indicar que é possível receber mais de um batismo do Espírito Santo.

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