sábado, 20 de dezembro de 2008

Unidos a Cristo - 20/12/2008 a 20/12/2008

UNIDOS A CRISTO
Resumo Semanal - 14/12/2008 a 20/12/2008

Pr. João Antonio Alves
Professor de Teologia do IAENE
Rodriguesalves_ja@yahoo.com.br

Se a conseqüência do pecado foi o surgimento de uma humanidade rebelde, contrária a Deus, com uma conduta hostil à vontade divina, o plano da redenção é a recriação do homem atingido pelo pecado. De uma sociedade corrompida e indiferente, Deus, em Cristo, buscou construir uma nova comunidade composta de pecadores resgatados, conscientes de suas fraquezas, mas submissos ao poder celestial para serem feitos novas criaturas. Esta experiência é facultada a todos que a desejarem.

As duas humanidades e uma nova humanidade


Deus criou o homem perfeito, mas o homem escolheu caminhos contrários à vontade do Pai celestial (Ec 7:29). Com isto, o ser humano transtornou seu próprio destino, separando-se de Deus, a fonte da vida, e tornou-se errante pelo mundo. Desconectado de seu passado com Deus, vive um presente de angústia, e seu futuro é cheio de incerteza. Expulso do Éden, jardim de delícias, passou a ter que cultivar a terra e, do suor de seu rosto, comer o seu pão (Gn 3). Em vez de se tornar como Deus, conhecedor do bem e do mal, conforme prometera a serpente, percebeu que estava nu, sentiu o peso da culpa, da transgressão da vontade de Deus, escondeu-se por entre as árvores do jardim, procurando ocultar-se da face de seu Criador. Finalmente, em sua busca inútil por uma solução para o drama que estava vivendo, fez para si vestes com folhas de figueira.

Assim a humanidade iniciou seu caminho descendente. Desceu de seu anterior estado de pureza, santidade, harmonia e comunhão com Deus. Posteriormente, recebeu a visita trágica da morte, uma situação que ressaltou mais uma vez as conseqüências de se escolher um caminho separado de Deus. Neste sentido, está correta a observação de Heidegger, de que o homem é um ser contido em nada, cujo destino é a morte. Mas é nesta encruzilhada da vida, com a sombra ameaçadora da morte pairando sobre a cabeça do pecador, que se projeta a figura da cruz, para interromper a triste jornada do homem rumo à morte; para mudar seu destino. Por Cristo, o destino do homem já não é mais a morte, e sim a vida, a vida eterna. Não mais o vazio, mas a plenitude da existência.

Lembro-me de alguém que disse: “Prefiro ser um macaco em evolução a ser um homem em degradação”. Mas o projeto bíblico não é a contínua degradação do homem, e sim sua restauração. Sem Cristo, o máximo que o engenho humano pode conseguir se reflete nas diferentes sociedades construídas ao redor do mundo, com todo o seu quinhão de diferenças, discriminações, injustiças, clamores não satisfeitos, etc. Independentemente de onde se encontram as sociedades, seja no assim chamado primeiro mundo ou em qualquer outra latitude, as semelhanças são tragicamente as mesmas. Onde está a evolução? Os legítimos anseios humanos continuam insatisfeitos. As fontes deste mundo têm a característica de satisfazer por um momento e depois... depois vem o vazio, a necessidade de algo mais. O único que pode satisfazer de forma duradoura os anelos do coração é Jesus Cristo habitando no coração. Esta é a verdadeira evolução. Evoluir da condição de uma humanidade pecadora, injusta, egoísta, para uma nova humanidade de amor, respeito, paz, justiça e todas aquelas virtudes que resultam de uma vida entregue a Cristo. Mas como pode ser isto?

A Lição destaca alguns paralelos e contrastes entre Adão e Cristo, aquilo que somos naturalmente e aquilo que podemos nos tornar mediante Cristo. Em resumo, a velha e a nova humanidades. Não se trata, porém, de um simples exercício intelectual, de um conhecimento acadêmico, sem valor prático. Ao contrário, este é um saber que inspira a vida do crente. As possibilidades são infinitas, tão infinitas como Aquele que as concede. Instamos a que se estude o texto da Lição e suas reflexões. Apresentamos a seguir outros contrastes, talvez repetindo alguns já presentes na Lição:

Adão
Morte
Condenação
Morte
Condenação
Muitos pecadores
Aumentou o pecado
Reinou o pecado

Texto: Rom 5
v. 15
v. 16
v. 17
v. 18
v. 19
v. 20
v. 21

Cristo
Graça
Justificação
Justiça
Absolvição
Muitos justos
A graça aumentou ainda mais
Reina a graça

É importante considerar o ensino bíblico do novo nascimento. O novo nascimento se dá pela ação do Espírito, que nos convence do pecado e nos leva a crer em Jesus como o enviado de Deus. Nas palavras do evangelista, “a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1:12), ou status de filhos. E não somente status, mas mudança de status: de “filhos da ira” para “filhos de Deus”. O termo traduzido “poder” tem o significado de “direito”, “garantia”, ou “autorização” de ser filho de Deus. E isto é concedido pelo próprio Deus. Destaca-se aqui um aspecto importante nesta relação: o homem se torna “filho de Deus” no sentido pleno da palavra quando responde ao ato divino na pessoa do Filho. Quando os homens recebem a Cristo, nascem de novo na família celestial. Esta é a forma joanina de destacar como nos tornamos realmente “filhos” de Deus. Os “filhos” são os que crêem. Então, ocorre o novo nascimento, a criação de uma nova humanidade, por meio da fé, pois “todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus” (1Jo 5:1).

Jesus enfatizou a necessidade do novo nascimento em Sua conversa com Nicodemos (Jo 3). “Nascer de novo” é a tradução de uma expressão que, segundo William Barclay, pode ter pelo menos três significados:

1. Desde o início, completa e radicalmente;
2. Outra vez ou pela segunda vez;
3. De cima, ou seja, de Deus.

É provável que, neste verso, a expressão signifique do alto, como usado no verso 31, isto é, de Deus. Como se pode perceber no contexto, o fato de que Nicodemos pertencia à elite de seu tempo não lhe garantia automaticamente a entrada no reino. Também ele necessitava passar pela experiência do novo nascimento, de nascer do alto, de Deus, de ter uma origem não simplesmente humana, mas divina. Para entrar no reino de Deus, o que conta não é a origem humana, sua etnia, sua classe social, casta ou sobrenome, etc. Esta é uma questão de decisão pessoal. É um compromisso espiritual consciente.

Vale lembrar, entretanto, que a mudança não é produzida pelo esforço humano. É obra do Espírito. Esta obra, ainda que não plenamente compreendida, é muito real. Também se deve acrescentar a referência feita à cruz no verso 13. A chave para o novo nascimento é levantar o Filho do homem (Cf. Jon Paulien, Juan, 105-107). O que nasceu de novo... tem uma origem e um destino. Sua origem está em Deus e seu destino é o reino de Deus (M. Veloso, Comentário do Evangelho de João, 93). A partir de agora, o homem não está mais à deriva neste mundo. Sabe de onde veio, qual a sua missão na vida e para onde vai: tem orientado sua vida para a vida, e não para a morte. Sua visão é dirigida para Deus, o doador da vida, e não para as coisas transitórias deste mundo, que não podem dar sentido a sua existência, posto que são passageiras e destituídas de sentido.

Aquele que não nasceu de novo “é do mundo” e, em conseqüência, não tem controle sobre a própria vida, ainda que viva na ilusão de ser senhor de si mesmo. Sua realidade é de escravidão, a mais abjeta, servil, a escravidão ao pecado, enquanto usufrui uma suposta liberdade. Resulta que não pode conseguir a salvação por si mesmo, não pode chegar à luz, não pode praticar a verdade e, finalmente, não pode alcançar a vida. Este homem, cuja origem é “do mundo” experimenta todos os antecedentes da morte: trevas espirituais e intelectuais, desequilíbrios psíquicos criadores de angústia e de aflição, inadaptações e conflitos sociais produtores de sofrimento, e, finalmente, um destino de morte (Cf. M. Veloso, O homem – pessoa vivente, ).

João acrescenta ainda que este novo nascimento, esta criação da nova humanidade, se processa pela “água” e pelo “Espírito” (Jo 3:5). O que significa isto? De acordo com Paulien (Ibid.) há argumentos que favorecem uma referência ao batismo literal, ou seja, para que a experiência do novo nascimento seja real, é necessário ser batizado. Vinculada com isto está a obra do Espírito. A vida é transformada pela obra do Espírito. Como resultado, toda a vida se move de maneira conseqüente: de Deus para Deus. Este novo homem crê, vive na luz, pratica a verdade, faz a vontade de Deus e obedece aos Seus mandamentos.

Como enfatizado na Lição, “essa nova humanidade não é um fenômeno abstrato, invisível, carente de expressão concreta na história. Ela se expressa na Igreja como corpo de Cristo. Essa nova humanidade não é determinada por diferenças étnicas ou sociais, mas unicamente pelo poder de Cristo de nos fazer um nEle. Paulo declara que, em Cristo, Deus reuniu na Igreja judeus e gentios, e que é Seu propósito ’criar em Si mesmo [em Cristo], dos dois, um novo homem’ (Ef 2:15, NVI). Esse novo homem é criado em Cristo no sentido de que participa da unidade com Deus, tornada possível por meio de Cristo”.

União com Cristo

O batismo é o rito de passagem que marca, de certa forma oficialmente, o início desta nova humanidade na comunidade cristã. Como já mencionado, Jesus deixou claro na entrevista com Nicodemos (Jo 3), que o batismo é requerido de todos. O conceito judaico entendia que o batismo deveria ser aplicado aos gentios. Mas Jesus surpreendeu Nicodemos com a mensagem de que ele também, um príncipe em Israel, deveria, tanto quanto os gentios, submeter-se ao mesmo rito se quisesse fazer parte do reino de Deus. A riqueza de significado do símbolo merece ser compreendida a fim de que se possa avaliar adequadamente sua aplicação. Não se trata de um “banho”, mas de uma declaração pública de compromisso (Ver comentários da Lição de terça-feira).

As dimensões práticas do rito do batismo merecem ser consideradas. Em primeiro lugar, o batismo abre a porta para que alguém passe a pertencer à igreja, para se tornar membro da comunidade de fé (At 2:41, 42, 47; 1Co 12:13). Não se trata de pertencer a um clube, mas pertencer ao corpo de Cristo. Não se compra um título tal, posto que não se avalia a condição financeira do candidato, mas se requer arrependimento, fé e submissão ao senhorio de Jesus. Por outro lado, é importante destacar que o batismo em si não é um rito mágico que, por si mesmo, garante a novidade de vida. Não há poder sacramental na água como tal. O batismo, entretanto, é simbólico da purificação do pecado e da contaminação moral.

Como expressou Herbert Kiesler (In, Handbook of Seventh-day Adventist Theology, 588), uma vez iluminada pelo Espírito Santo, a pessoa compreende sua condição perdida. Por meio do arrependimento e da confissão, a pessoa pode ser liberta do peso do pecado e da culpa. Encontra plena aceitação diante de Deus e liberdade para viver uma nova vida no Espírito. Esta nova vida é o resultado de um renascimento ou regeneração.

O apóstolo Paulo ilustra esta situação pelo batismo da morte e ressurreição (Rm 6). O cristão é batizado; esse ato simboliza sua morte, seu sepultamento. Quando ele emerge da água, é semelhante a uma ressurreição da sepultura. Simbolicamente, o batismo é morte e, ao mesmo tempo, ressurreição. O cristão morre para uma espécie de vida e ressuscita para outra; morre para a anterior vida de pecado e ressuscita para a nova vida no reino da graça. Passa a viver “em novidade de vida” (Rm 6:4), ou seja, uma vida correspondente à de um ressuscitado, com uma conduta adequada para o novo céu e a nova Terra. Esta é a conduta segundo o Espírito (8:4), energizada pelo mesmo poder glorioso que ressuscitou Cristo (8:11). Como observa o Comentário Bíblico Adventista (sobre o v. 4), “se depois do batismo alguém continuar na antiga vida de pecado, estará negando o significado e o propósito do batismo”.

Em Romanos 6:6, Paulo destaca o aspecto da crucifixão do pecador, pela aceitação do sacrifício de Jesus em seu favor; aceitação esta formalizada no ato do batismo. A conseqüência prática da crucifixão do velho homem é a destruição do “corpo do pecado”, ou seja, o antigo homem pecador, e não mais a subserviência ao pecado, uma vez que fomos libertados de sua culpa e seu poder. Segundo o Comentário Bíblico Adventista, esta passagem destaca que a conversão e o novo nascimento significam mais que uma simples mudança de profissão de fé e de hábitos de vida. Implicam uma mudança radical do homem interior, que pode ser realizada somente pelo Espírito regenerador de Deus.

O plano para a salvação do homem não somente liberta da condenação mediante a aceitação dos méritos do sacrifício de Cristo, como também produz o nascimento ou a criação de uma nova pessoa, livre da escravidão do pecado.

Com todo esse rico simbolismo, o batismo não pode ser considerado um rito vazio e externo. Ao contrário, é uma experiência que confirma a mudança interior operada pelo Espírito Santo, e será sempre recordada como símbolo do fim da antiga vida de pecado e o começo de uma nova vida de retidão em união com Cristo.

“Em Cristo”

Em Filipenses 3:9, Paulo destaca o fato de que a justiça que procede de Deus, baseada na fé, é recebida mediante a fé em Cristo. Portanto, é uma justiça alheia, que não é própria do homem, mas que é imputada ao crente como se fosse própria do pecador: a perfeita justiça de Cristo. O crente é, ao mesmo tempo, pecador, por si mesmo (por seu mérito pessoal), porém justo em Cristo. Romanos 3:24 ressalta mais uma vez que a justificação é gratuita, pela graça, “mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Como visto anteriormente nesta série de estudos, Paulo serviu-se de algumas metáforas para destacar a riqueza de significado do que Deus fez em Cristo. Utilizou tanto a linguagem forense (justificação), como a terminologia do mercado de escravos (redenção) e do santuário (propiciação).
Resumindo: estar em Cristo significa ser justificado, redimido e coberto pelo sangue da propiciação.

Vinculado com a expressão estar em Cristo, a Bíblia destaca também a condição de estar no Espírito, ou uma vida dirigida pelo Espírito. Um não está dissociado do outro. De certa forma, Jesus habita no crente por meio do Espírito. O apóstolo Paulo trata deste assunto em Romanos 8. É instrutivo observar como Paulo, ao tratar do tema, estabelece um contraste entre dois modos de viver, que ele denomina “carne” e “espírito”. A palavra “carne”, nos escritos de Paulo, tem três significados: (1) literal (ex.: circuncisão na carne – Rm 2:28); (2) da perspectiva humana (ex.: Abraão é nosso pai segundo a carne); (3) o terceiro uso de “carne” é uma forma peculiar que encontramos em Paulo. Quando ele fala dos cristãos, fala dos dias em que estávamos “na carne” (Rm 7:5). No capítulo 8, o apóstolo fala daqueles que andam segundo a carne, em contraste com aqueles que vivem a vida cristã (Rm 8:4-5). Quem vive na carne não pode agradar a Deus (v. 8). O pendor da carne dá para a morte. O cristão já não está na carne (v. 9) e não vive segundo a carne (v. 12).

O significado de “carne” neste uso peculiar de Paulo é a natureza humana, com todas as suas fraquezas, é o homem vulnerável ao pecado. É a natureza humana pecaminosa, à parte de Cristo, tudo aquilo que prende o homem ao mundo em lugar de Deus. Viver segundo a carne é viver sob o domínio dos ditados e desejos da natureza humana pecaminosa, em vez de sob o domínio dos ditados e do amor de Deus. A carne é o lado mais baixo da natureza humana.

A espécie de vida dominada pela carne não se restringe exclusivamente aos pecados sexuais e aqueles cometidos por meio do corpo. Gálatas 5:19-21 (lista das obras da carne) inclui tais pecados. Mas também inclui idolatria, ira, heresias, inveja, etc. Carne, portanto, não é alguma coisa física, mas espiritual. É o homem sem Deus e sem Cristo.

Em oposição à vida na carne está a vida no Espírito. Um novo poder, poder do alto, é introduzido na vida anteriormente regida pela carne. Há uma ruptura com o antigo estilo de vida, contrário a Deus e Sua vontade. Essa ruptura somente se dá pela ação poderosa do Espírito Santo na vida do pecador. O resultado é uma vida cristã vitoriosa. O cristão não é mais um indivíduo egoísta, buscando fazer a própria vontade, mas um homem controlado pelo Espírito, dirigido por Cristo, e focado em Deus. O “eu” sai de cena. Cristo se torna o centro de sua vida.

Aqui se pode ver que aqueles que estão em Cristo recebem Seu Espírito, e para eles a lei adquire uma nova significação. Já não mais estão presos a um caminho de morte, mas, por viver uma nova vida, a lei se torna um caminho de vida que transcorre no Espírito. É este poder que os capacita a cumprir a vontade de Deus, fazendo com que a nova natureza triunfe sobre a antiga: é um verdadeiro poder de ressurreição, que completará sua tarefa no dia final. Daí a importância de ter a segurança de que esta vida esteja operando em nós hoje.
“Cristo, nosso Mediador, e o Espírito Santo estão constantemente intercedendo em favor do homem, mas o Espírito não intercede por nós como Cristo o faz. Ele apresenta Seu sangue derramado desde a fundação do mundo. O Espírito atua em nosso coração, ocasionando orações e arrependimento, louvor e ações de graças. A gratidão que promana de nossos lábios é resultado de o Espírito tocar as cordas do ser com sagradas recordações, avivando a música do coração” (Comentários de E. G. White, SDABC, 6:1077-1078).

Finalmente, estar em Cristo significa estar unido ao corpo de Cristo, isto é, a igreja. Na prática, não se pode separar do corpo um membro, ou seja, um indivíduo. O membro não sobrevive à parte do corpo. É uma relação que deve ser mantida, sob pena de sofrimento e perda eterna. Não significa que a salvação se encontre na igreja em si. Mas é um sinal evidente do progresso na vida cristã, quando membros sadios espiritualmente contribuem para a saúde do corpo, que resulta em glória ao nome de Cristo.

Paulo desenvolve seu argumento acerca da unidade da igreja em 1 Coríntios 12:12-26. Os membros da igreja são mutuamente dependentes e devem viver em comunhão de justiça e vida. Embora os dons sejam variados, todos devem humildemente reconhecer que tudo o que têm se origina em Cristo e para Sua glória deve ser usado, não para exaltação pessoal. Em suma, como membros individuais, e como igreja, somos completamente dependentes de Cristo, que é cabeça da igreja. Portanto, todos quantos estamos em Cristo vivemos como parte de Seu corpo – a igreja – empregando os dons para a edificação mútua e o cumprimento da missão da igreja neste mundo, aguardando a manifestação de nosso Senhor, que vem para nos buscar.

Enquanto esperamos, é conveniente considerar em que sentido a presença de Cristo em nossa vida tem moldado nosso estilo de vida, nossos gostos, desejos, preferências, sonhos, etc., e nosso relacionamento com os demais membros do corpo. Lembremo-nos de que inveja, porfia, ciúmes, etc., são obras da carne, mas aqueles que estão em Cristo, e são guiados por Seu Espírito, manifestam as virtudes cristãs do amor, da paz, da alegria, e coisas semelhantes, que contribuem para uma vida vibrante e feliz, consigo mesmo e com os demais. Que diferença Cristo está fazendo em nossa vida neste momento? Ele pode fazer toda a diferença, se Lhe permitirmos.

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Unidos a Cristo - 19/12/2008 a 20/12/2008

Sexta, 19 de dezembro
Opinião
Não podemos fazer nada


Há cristãos que acreditam na doutrina da segurança eterna, mais comumente conhecida como o princípio “uma vez salvo, para sempre salvo”. Alguns fazem desse princípio uma desculpa para viverem como desejam, acreditando erroneamente que seus atos não importam, contanto que professem fé em Cristo.

Contudo, João 15:5 nos ensina outra coisa. Ellen White colocou as coisas desta forma: “Existem entre nós muitos que têm uma fé nominal, mas não introduzem no caráter essa fé. ... Temos de ter aquela fé que opera por amor e purifica a alma, a fim de que essa crença em Cristo nos leve a pôr de lado tudo que seja ofensivo a Sua vista” (Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 118). “Assim aqueles que recebem a Cristo pela fé, tornam-se um com Ele, em princípio e ação. São unidos a Ele, e a vida que vivem é a vida do Filho de Deus” (Ibid., p. 56).

Assim como os ramos recebem nutrição da videira, habilitando-os a dar fruto, o crente que está unido com Cristo revela a bondade e santidade de Seu caráter. Contudo, Satanás e seus anjos estão trabalhando dia e noite para tentar enganar todos os que estão lutando para seguir a Cristo. Ele continuamente procura desviar-nos de nossa lealdade a Cristo. Lembremo-nos de que Cristo, sendo, Ele próprio, vencedor, nos deu a vantagem de Sua vitória. Assim, podemos extrair poder dEle para poder vencer assim como Ele o fez. Podemos às vezes falhar, mas não devemos ficar desanimados, pois Cristo também prometeu que, “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9, NVI). Jesus não é um Deus severo que espera que seus seguidores se tornem perfeitos num instante. Ao contrário, devemos cooperar com Ele, lutando em Sua força para nos tornarmos o que Ele deseja que sejamos. Ele deseja que nos apoiemos totalmente nEle.

Neste momento, examinemos a nós mesmos e entreguemos nossa vida a Ele. Podemos nos sentir indignos, mas Cristo nos quer assim como estamos. Ele conhece nossas fraquezas e limitações. Tudo o que temos a fazer é aceitar Seu convite e confiar nossa vontade a Ele em completa confiança de que Ele sabe o que é melhor para nós. Permaneçamos ligados a Ele. Como os ramos murcham e morrem separados da videira, assim nós morremos sem Cristo – pois, sem Ele, não podemos fazer nada.

Dicas

1. Crie uma colagem de fotos de revistas e/ou jornais sobre o tema da unidade. De que forma a unidade com Cristo supera a das fotos?
2. Examine João 17 para descobrir o número de vezes que Jesus mencionou Seu desejo de que Seus discípulos Se tornassem um com Ele e com o Pai.
3. Escreva uma refutação, com textos bíblicos, para aqueles que afirmam terem sido salvos – unidos com Cristo e perdoados do pecado – e estão, agora, livres para viver do jeito que quiserem.
4. Descubra um(a) amigo(a) que esteja lutando para vencer um pecado ou desafio em sua vida e encoraje-o(a) com a promessa de 2 Coríntios 5:17.
5. Imagine como será sua primeira conversa face a face com Jesus. O que você vai dizer a Ele? Será que vai haver palavras? Qual será seu maior motivo de gratidão a Ele?

Jennifer I. Castillo | Houston, EUA

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Unidos a Cristo - 18/12/2008 a 20/12/2008

Quinta, 18 de dezembro

Aplicação
Reflexo de Jesus


3. Qual é a relação entre estar em Cristo e estar no Espírito? É a mesma coisa? Rm 8:9

Há uma conexão muito íntima entre o Espírito e Cristo. Existem várias idéias em Romanos 8:9 que merecem atenção. Primeira, um contraste entre estar na carne e estar no Espírito. Os crentes não estão na carne; isto é, não são controlados por sua natureza caída, em estado de rebelião contra Deus e impossibilitados de se submeterem à vontade divina (v. 6-8). Ao contrário, estão no Espírito, isto é, espiritualmente vivos (v. 10), se tornaram filhos de Deus (v. 14), e o pecado não governa sobre eles. A passagem descreve dois estilos de vida incompatíveis: um pertence à velha criatura e o outro, à nova criatura, à nova humanidade em Cristo. Segunda, estar no Espírito significa que a pessoa pertence a Cristo. Isso indica que estar em união com Cristo é sinônimo de estar no Espírito. O Espírito e Cristo não são igualados, mas é sugerido que Cristo Se relaciona com os crentes através do Espírito. União com Ele é união com o Espírito.

Deus advertiu nossos primeiros pais do perigo que os ameaçava no Éden, mas mesmo assim Satanás conseguiu enganá-los. Então, foi erigida uma barreira entre Deus e os seres humanos. Contudo, apesar do grande engano de Satanás, a Divindade havia elaborado um plano de salvação (1Pe 1:20). A expiação foi feita através do supremo sacrifício de Jesus Cristo no Calvário. Porque Seu sangue foi derramado, podemos novamente ser reconciliados com Deus.

Estando unidos com Ele, todos nós nos tornamos membros da comunidade dos verdadeiros crentes. Ser um verdadeiro crente significa que refletimos o caráter de Jesus. Conservemos em mente estes simples lembretes, para ajudar-nos a alcançar esse objetivo:

1. Siga a direção de Jesus. Um bom pastor nunca desencaminhará seu rebanho (Jo 10:4). Não vagueie pelo caminho, mas mantenha os olhos focados somente no Mestre. Nunca pense que você pode fazer melhor sozinho.

2. Ouça o Líder. Qualquer time de esportes tem um líder, e geralmente esse líder é a pessoa que inicia a viagem para o sucesso. Ele ou ela incendeia o time, dá exemplos dentro e fora da quadra ou campo, e toma boas decisões que promovem uma vitória após outra. Um time se torna vencedor por causa de seu líder. Na vida, se Jesus for o nosso líder como podemos perder? (1Jo 5:4).

3. Apegue-se a Jesus. Nosso relacionamento com Cristo é exemplificado pela videira e os ramos. Ele é a videira, e nós somos os ramos. Estar ligados a Ele é a única forma de dar fruto; sem Ele não podemos fazer nada (Jo 15:1-11; Gl 5:22, 23).

4. Partilhe seus dons espirituais. Como o corpo consiste de várias partes que têm diferentes funções, todos temos nossos próprios dons espirituais com os quais servimos a Deus (1Co 12:12, 17). Usar nossos dons espirituais não é uma bênção apenas para a igreja e outras pessoas, mas para nós também.

Jonathan G. Divina | Atimonan, Filipinas

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Unidos a Cristo - 17/12/2008 a 20/12/2008

Quarta, 17 de dezembro

Testemunho
Vindo à mente de Deus


2. Nos textos seguintes, como entendemos a expressão “em Cristo”? Rm 16:7; Gl 3:28; Ef 1:1; Cl 1:28; 1Ts 4:16

A expressão “em Cristo” é usada por Paulo em uma variedade de modos. Em alguns casos, Paulo usa “em Cristo” para se referir a algo que Deus faz em Cristo. Por exemplo, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5:19). A expressão também é usada para indicar que tudo o que o cristão faz é feito em união com Ele: Nos alegramos nEle (Fp 3:1), nEle nos gloriamos (Rm 15:17), permanecemos firmes nEle (Fp 4:1), somos fortes nEle (Ef 6:10), e nEle praticamos obras de fé (Gl 5:6). A expressão “em Cristo” também mostra que Ele é nosso centro original de existência e guia tudo o que somos e fazemos, e é a Ele que vamos para conhecer a nós mesmos e o destino glorioso preparado para nós.

A mente é uma importante faculdade do corpo humano e também poderoso instrumento para o bem ou para o mal. Como Ellen White diz, “os homens devem tornar-se súditos do reino de Cristo. ... Por leis e recursos Deus, providenciou uma comunicação com a vida espiritual do homem, que em sua ação é tão misteriosa como a ciência e a atuação do vento (Jo 3:7 e 8). ... Tão espiritual é a espécie da atuação de Deus no coração humano que a recebe, que torna o homem uma nova criatura” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 14, 15).

“A mente deve ser disciplinada, educada e exercitada; pois os homens devem fazer serviço para Deus por maneiras que não se acham em harmonia com sua inata inclinação. Muitas vezes devem o preparo e a educação de toda uma existência ser rejeitados a fim de que a pessoa se torne discípula na escola de Cristo. O coração deve ser educado a firmar-se em Deus. Adultos e jovens precisam formar hábitos de pensamento que os habilitem a resistir à tentação. Cumpre-lhes aprender a olhar para o alto. Os princípios da Palavra de Deus – princípios tão elevados como o céu e que abrangem a eternidade – devem ser compreendidos em sua relação para com a vida diária. Todo ato, palavra e pensamento devem estar em harmonia com esses princípios” (Ellen G. White, Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 20).

“Se desenvolvermos a mente ao máximo de nossa capacidade, havemos de continuar, através da eternidade, a estudar os caminhos e obras de Deus, e conhecer mais e mais a Seu respeito” (Ibid., p. 252).

“Todos quantos se acham sob as instruções de Deus precisam da hora tranqüila para comunhão com o próprio coração, com a natureza e com Deus. ... Devemos, individualmente, ouvi-Lo falar ao coração. Quando todas as outras vozes silenciam e, em sossego, esperamos diante dEle, o silêncio interior torna mais distinta a voz de Deus. Ele nos manda: ‘Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus’” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 58).

Marielet Joy M. Murillo | Antipolo, Filipinas

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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Unidos a Cristo - 16/12/2008 a 20/12/2008

Terça, 16 de dezembro
Exposição
Novidade de vida


1. Como Paulo descreve a incorporação dos seres humanos em Cristo? Rm 6:3-6; 2Co 5:17

Os benefícios plenos da morte de Cristo são apropriados por nós unicamente quando, pela fé, nos unimos a Ele em Sua morte e ressurreição. Morrer com Ele significa reconhecê-Lo como nosso Salvador. Reconhecê-Lo como Salvador significa que vemos nEle o Filho de Deus que morreu na cruz por nossos pecados e nossa rebelião, e que experimentamos arrependimento, batismo e o perdão dos pecados (At 2:38). Verdadeira conversão exige mais que o reconhecimento e aceitação da verdade bíblica. Requer o reconhecimento de nossa verdadeira condição de pecadores, a fim de perceber que, separados de Cristo, somos destinados a uma vida de total escravidão ao pecado e à morte, e que nossa condição desesperada só pode ser mudada radicalmente quando vamos a Jesus.

Ato de desobediência. A epístola aos Romanos, particularmente o capítulo 5, fala sobre o papel de Adão na queda da humanidade. Ele nunca pensou que a escolha que fez significaria tanto para ele, para Eva e para as futuras gerações. Adão amava tanto a Eva que fazia de tudo para torná-la feliz. Por causa disso, ele fez uma escolha que causou desunião não só entre eles e Deus, mas entre Deus e todas as gerações de seres humanos que viriam. Essa desunião ocorreu porque eles escolheram transgredir a imutável e santa lei, abrindo assim “os diques da morte e trazendo sobre o mundo misérias indizíveis” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 33).

Resultados da desobediência. Adão e Eva se tornaram escravos do pecado. As razões pelas quais eles escolheram desobedecer a Deus não foram suficientes para defender seu caso, uma vez que eles cometeram uma violação direta da ordem de Deus. Se não fosse pela curiosidade de Eva e a negligência de Adão, todos poderíamos estar desfrutando de abundância de vida numa Terra livre de poluição, crime e aflição. Estamos agora sofrendo as conseqüências do pecado, e recebendo seu pior efeito: a morte. Ela chega a todos os lares e, como resultado da desobediência deliberada de Adão e Eva, todos nós sofremos. O pecado predomina em toda parte, o tempo todo.

A condenação universal foi outro resultado da desobediência de nossos primeiros pais. Embora Deus tenha planejado redimir os seres humanos quando eles pecassem (1Pe 1:20), foi doloroso para o Pai oferecer Seu Filho a fim de ser a oferta sacrifical para a remissão do pecado.

Além disso, é incompreensível a agonia física, emocional e espiritual que o Filho de Deus sofreria na cruz em nosso favor.

Resgate para a desobediência. Deus tanto amou Adão, Eva e as gerações que se seguiriam que havia formulado com antecedência um plano a fim de tornar bem-sucedida a redenção. “Parecia não haver nenhum lugar de repouso ou segurança para o infante Redentor. Deus não podia confiar Seu amado Filho aos homens, nem mesmo enquanto levava avante Sua obra em benefício da salvação deles. Comissionou anjos para assisti-Lo e protegê-Lo até que cumprisse Sua missão na Terra, e morresse às mãos daqueles a quem viera salvar” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 67).

Do ventre da mãe à tumba, Jesus havia experimentado grande perigo nas mãos de Satanás. Mas o diabo não ganhou a guerra. A abnegada vida e morte de Jesus envergonhou Satanás; e quando Cristo ressuscitou dos mortos, foi concedido aos seres humanos um modo de ser reconciliados com Deus. “Tudo que se havia perdido, rendendo-se a Satanás, poderia ser recuperado por meio de Cristo” (Ellen G. White, Educação, p. 27). Nossa união com Cristo é possível por causa da obediência de Jesus à vontade de Seu Pai. Sim, Jesus Cristo Se tornou a grande força para trazer de volta a glória de Deus aos seres humanos.

A expressão “em Cristo” em 2 Coríntios 5:17 revela de maneira breve, mas profunda, o significado de nossa redenção. Fala de segurança nAquele que suporta o juízo de Deus por nossos pecados, de aceitação nAquele em quem Deus Se compraz, e da certeza de uma glória presente e futura nEle, que está além de nossa capacidade de compreensão.

Por meio da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, os seres humanos são privilegiados em ter uma chance de estar novamente unidos a Cristo, a única escada que os conecta a Deus.

Paulo compara Adão e Cristo, enfatizando a vasta superioridade de Cristo. Adão é o cabeça da era antiga, mas Cristo é o cabeça da nova era. Seu dom de graça é muito mais poderoso que o “dom do pecado” que Adão deu à humanidade. Quando Jesus deu Sua vida, esse sacrifício foi suficiente para pagar pelos pecados de todos os seres humanos. O poder dessa única vida e desse único ato redentor triunfou sobre o poder do primeiro ato pecaminoso.

Obediência sobre a desobediência. Não há como escapar do fato de que os seres humanos são pecaminosos. Contudo, há uma parte de nosso eu interior que deseja as coisas de Deus e anseia estar de acordo com Sua boa e perfeita vontade. Apesar de nossas “nobres” intenções, o pecado freqüentemente assume o controle. Que recurso temos contra o pecado, o qual é mais forte que nossa vontade? Em nossa própria força, nenhum!

Se escolhermos pecar, escolheremos o caminho que leva à morte. A violação deliberada da ordem de Deus tornará a vida difícil, problemática e deprimente. Por que desejaríamos esse tipo de vida? A escolha é nossa. Como diz o texto bíblico: “A obediência é melhor do que o sacrifício” (1Sm 15:22, NVI).

Deus, que criou os seres humanos à Sua imagem, Se deleita grandemente quando um de nós aceita e experimenta a alegria de estar ligado a Cristo. Morrer com Cristo significa morrer para o pecado, pois Cristo morreu pelos pecadores que estavam desligados dEle. Nossos pecados vieram através de Adão mas, louvado seja Deus!, nossa salvação vem através de Cristo.

Pense nisto

1. Nossa desobediência deliberada diminui nosso valor diante do Criador? Por que sim ou por que não?
2. A obediência é resultado da graça de Deus nos salvando. Como a obediência mantém nosso relacionamento com Deus?
3. Explique quando a obediência se torna legalismo.
4. No que diz respeito à vida cristã, o que mais é resultado de estar “em Cristo”? O que, em nossa vida particular, é resultado de “morrer para o eu” e “estar nEle”?

Allen Y. Bano | Bongabon, Filipinas

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Unidos a Cristo - 15/12/2008 a 20/12/2008

Segunda, 15 de dezembro
Evidência
Um mestre ou o Mestre


O objetivo máximo da obra de salvação efetuada por Cristo é renovar todas as coisas, desfazendo assim, permanentemente, o dano causado pelo pecado. Essa esperança do “novo” foi anunciada pelos profetas do Antigo Testamento, particularmente por Isaías, que falou sobre a criação de um novo Céu e uma nova Terra (Is 65:17). O conceito do que é novo no Antigo Testamento é desenvolvido mais plenamente no Novo Testamento, agora sob a perspectiva da obra de redenção em Jesus. Conseqüentemente, o “novo” não é só o que antecipamos pela esperança em Cristo, mas também o que já estamos experimentando agora como cristãos. Por exemplo, já entramos em uma nova aliança com Cristo (Mc 14:24); já estamos em novidade de vida (Rm 6:4). A nova vida está na Terra porque Cristo a iniciou pelo poder de Sua morte e ressurreição. A obra de redenção é essencialmente de recriação, tão radical que resultará em um novo Céu e uma nova Terra. A nova humanidade é a participação humana na humanidade inaugurada por Cristo.

No mundo materialista de hoje, muitos de nós queremos tudo. Mas, quanto ao dar tudo para alguém, isso é outra história. Não queremos pertencer a ninguém nem ser dominados por ninguém a não ser nós mesmos. Contudo, a Bíblia nos ensina que, se somos cristãos, precisamos dar nosso tudo a Cristo e torná-Lo Senhor de nossa vida.

Paulo usa o tema “em Cristo” ao longo de todos os seus escritos. “Em Cristo” é uma expressão que denota um senso de pertencer, e traz o significado soteriológico de que Cristo nos salva e coloca uma reivindicação sobre nós. Esse tema dá significado à maneira de nos vermos em Cristo. Note que Romanos 6:6 apresenta a realidade de que todos fomos “escravos do pecado” no passado, o que significa que o pecado já foi nosso senhor. Essa escravidão terminou quando fomos crucificados com Cristo. Ser crucificados com Ele é morrer para nosso antigo senhor – nós mesmos. Agora, o pecado não mais reina – quem reina é Jesus. Estamos nEle, e Ele é nosso novo senhor.

Essa mudança de senhorio é importante para a discussão da expiação, porque a expiação é, na verdade, uma reconciliação com Deus. Essa reconciliação envolve uma amizade eterna com Deus, um relacionamento que foi rompido pelo pecado. Expiação é reconciliação. Estar crucificado com Cristo é estar em união com Ele; é experimentar justificação e reconciliação com Deus, porque não mais somos escravos do pecado. É por essa razão que Paulo se orgulha em denominar a si mesmo escravo de Cristo (Rm 1:1). Que mudança de senhorio!

Ter Cristo como nosso Senhor nos traz a certeza da salvação. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1, NVI). A Bíblia ainda declara: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1, NVI). A expiação é agora uma realidade.

Agora que somos servos de Cristo, surge nova união que consiste numa amizade eterna com Deus, ilustrando da melhor forma possível a expiação. O pecado já não exerce mais senhorio nenhum sobre nós. Agora, temos uma razão para nos gloriar (Rm 5:11), pois pertencemos a Jesus Cristo e estamos unidos a Ele.

Felixian T. Felicitas | Valência, Filipinas

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domingo, 14 de dezembro de 2008

Unidos a Cristo - 14/12/2008 a 20/12/2008

UNIDOS A CRISTO

“Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo” (2Co 5:17).

Prévia da semana: Vida nova exige novo comportamento. Podemos fazer essas mudanças somente com o poder de Cristo em nossa vida.

Leitura adicional: João15:1-17; Parábolas de Jesus, p. 185; Jim Hohnberger, Fuga Para Deus (Tatuí, CPB, 2003), p. 132-159


Domingo, 14 de dezembro
Introdução
Ele nos ama com ternura


Estude os paralelos e contrastes abaixo e resuma a natureza da humanidade que se tornou pecadora em Adão e a nova humanidade estabelecida por Cristo:

Adão

1. Filho de Deus (Lc 3:38)
2. Foi desobediente (Rm 5:19)
3. Introduziu o pecado (Rm 5:12)
4. Introduziu o reinado da morte (Rm 5:17)
5. Todos os seus descendentes são pecadores (Rm 5:19)
6. Trouxe condenação (Rm 5:18)
7. Nele todos morrem (1Co 15:21)

Cristo

1. Filho de Deus (Lc 3:22)
2. Foi obediente (Rm 5:19)
3. Trouxe graça a todos (Rm 5:20-21)
4. Tornou possível o reinado da vida (Rm 5:17)
5. Por Ele muitos serão feitos justos (Rm 5:19)
6. Trouxe justificação (Rm 5:18)
7. NEle todos serão vivificados (1Co 15:21)


Era uma vez um jovem corajoso. Era o filho único de seus pais e o único herdeiro de suas riquezas, contudo escolheu ir para a guerra para servir ao seu país. Esse jovem estava disposto a sacrificar a vida, nunca pensando em quão perigosa e horrível seria a guerra. Cheio de coragem, tudo em que ele pensava era como salvar sua nação. Antes de empreender viagem, o pai falou com ele, dizendo-lhe palavras de sabedoria, inspiração, encorajamento e amor. Com olhos lacrimosos, os pais o abraçaram como se fosse a última vez, pois sabiam que a guerra possivelmente tiraria a vida do amado filho. O jovem sentiu uma ligeira dor no coração ao deixá-los, mas estava determinado a ir.

Certa tarde, em 3 de março de 1945, a batalha em Manila cessou. A fumaça enchia o ar, e ali na rua jaziam milhares de filipinos sem vida que haviam lutado por seu país. Entre eles estava o corpo daquele jovem. Ele morreu com alegria, pois sabia que havia lutado com um propósito.

Jesus fez algo semelhante, mas com um propósito infinitamente maior. Deu a vida por amor a nós na guerra entre o bem e o mal. “Visto que a lei divina é tão sagrada como o próprio Deus, unicamente um Ser igual a Deus poderia fazer expiação por sua transgressão” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 63). Nem mesmo os anjos podiam pagar o débito.

João 3:16 nos dá o quadro de como o Pai ofereceu Seu único Filho para a salvação do mundo. Jesus, o Cordeiro de Deus, tirou nossos pecados (Jo 1:29). Você já imaginou quão grande é o amor de Deus? Ele teria morrido mesmo que houvesse apenas uma pessoa na Terra! Suportou intensa agonia e derramou Seu sangue na cruz até a última gota. Essa visão quebrantou o coração do Pai. Mas o sofrimento de Deus, o Filho, foi o resgate que Ele pagou pelos nossos pecados.

Jesus fez expiação pelos nossos pecados. Ele também foi para o Céu a fim de preparar um lugar para nós. Hoje, e até os últimos dias da história da Terra, Ele Se coloca em defesa de você e de mim por uma grande razão – Ele nos ama com ternura.

Kimberly Fatima P. San Carlos | Kawit, Filipinas

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