sábado, 28 de fevereiro de 2009

A Integridade do Dom Profético - Resumo Semanal - 28/02/2009 a 28/02/2009

A INTEGRIDADE DO DOM PROFÉTICO
Resumo Semanal 22/02/2009 a 28/02/2009

A INTEGRIDADE DO DOM PROFÉTICOPr. Renato Stencel
Diretor do Centro White – Brasil

UNASP – EC


I. Introdução

Os registros da História Sagrada revelam que, em muitas ocasiões e circunstâncias, a integridade dos profetas foi posta à prova e examinada por inúmeras pessoas que almejavam levantar críticas, censuras ou diversas condenações contra o exercício deste ofício sagrado. Os exemplos mais clássicos podem ser observados nas páginas das Escrituras. O próprio Jesus, o enviado de Deus (a verdade encarnada) para salvar a humanidade, foi alvo de inúmeras críticas e ataques de Seus oponentes.

Quem era aquele acusado de blasfêmia, de quebrar a Lei de Deus, de desviar o povo das tradições antigas, de manifestar insanidade e estar possuído pelo demônio, de não ter educação formal? Qualquer pessoa familiarizada com a história de Jesus Cristo reconhece imediatamente que Ele foi alvo de muitas condenações. Mesmo uma vida perfeita, um ministério puro não foi capaz de escapar das críticas ácidas e corrosivas de seus adversários contemporâneos. Entre os muitos exemplos que podemos observar, destacamos os seguintes:

* Jesus Cristo
* “Responderam-Lhe os judeus: Não é por obra boa que Te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo Tu homem, Te fazes Deus a Ti mesmo (Jo 10:33);
* “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-Lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era Seu próprio Pai, fazendo-Se igual a Deus” (Jo 5:18).
* “Muitos deles diziam: Ele tem demônio e enlouqueceu; por que O ouvis?” (Jo 10:20).
* “Então, os judeus se maravilhavam e diziam: Como sabe este letras, sem ter estudado?” (Jo 7:15).

* Moisés – foi acusado de se exaltar sobre a congregação de Israel.
* “E se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Basta! falou Azarias Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do Senhor?” (Nm 16:3).

* Jeremias – foi acusado de ser um falso profeta e que estava sendo influenciado para profetizar segundo as ideias de seu amigo Baruque.
* “Então, falou Azarias, filho de Hosaías, e Joanã, filho de Careá, e todos os homens soberbos, dizendo a Jeremias: É mentira isso que dizes; o Senhor, nosso Deus, não te enviou a dizer: Não entreis no Egito, para morar. Baruque, filho de Nerias, é que te incita contra nós, para nos entregar nas mãos dos caldeus, a fim de nos matarem ou nos exilarem na Babilônia (Jr 43:2).

* Paulo – foi acusado de insanidade, de virar o mundo de cabeça para baixo e de destruir o comércio dos artesões de Éfeso.
* Dizendo ele estas coisas em defesa própria, Festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!” (At 26:24).
* Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui,” (At 17:6).
* Estais vendo e ouvindo que não só em Éfeso, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e desencaminhado muita gente, afirmando não serem deuses os que são feitos por mãos humanas. Não somente há o perigo de a nossa profissão cair em descrédito, como também o de o próprio templo da grande deusa, Diana, ser estimado em nada, e ser mesmo destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo adoram” (At 19:26, 27).

Todos os exemplos acima citados revelam de forma convincente que, nas mais variadas épocas, os profetas bíblicos (canônicos) tiveram que aprender a conviver com as adversidades do espírito crítico. Sua integridade foi constantemente provada em diferentes situações e experiências. No entanto, a partir deste quadro introdutório, resta-nos levantar a seguinte indagação: “E quanto aos profetas modernos?” Sendo mais específicos, e Ellen G. White? Foi ela alvo de críticas por parte de seus adversários? Sua integridade pessoal, bem como, a integridade de seus escritos foi provada durante os setenta anos de seu ofício profético? É notório ressaltar que a integridade de um profeta continua sendo vindicada mesmo depois de sua morte.

Atualmente, críticos dentro e fora da IASD têm escrito artigos e livros que visam questionar o ministério profético de Ellen G. White. Tais argumentos são arquitetados com a finalidade de levantar dúvida, desconfiança e ruim suspeita quanto a sua integridade. De acordo com o Dr. Jemison(1), as críticas a ela direcionadas salientam: (a) desordem nervosa; (b) falsos ensinos; (c) plágio; (d) profecias não cumpridas e (f) questões da vida pessoal.

II. Razões para o surgimento de críticas quanto à integridade da vida e obra de Ellen G. White

Nesta seção, verificaremos que as mesmas críticas dirigidas aos profetas bíblicos foram também direcionadas a Ellen G. White, o que revela um paralelismo entre ambas as realidades vivenciadas em circunstâncias e épocas completamente diferentes. Muitas das críticas direcionadas a Ellen G. White se manifestam numa cadência cíclica. Tais acusações levantadas contra ela hoje, não são novas, pois tiveram início no começo do seu ministério e continuaram ao longo de sua vida. O mais interessante é que muitas delas ainda persistem mesmo após sua morte.

Entretanto, quando uma nova geração entra em cena, críticos levantam os velhos assuntos novamente – algumas vezes com novas roupagens. Tais gerações, inconscientes de que se trata de “temas antigos” e de que já foram completamente respondidos no passado, muitas vezes se assustam e se julgam enganados. E alguns vão mais longe: ao negar sua crença em Ellen White como uma profetisa genuína, acabam por abandonar a igreja.

De acordo com o Dr. Herbert E. Douglass(2) há pelo menos sete motivos considerados como principais agentes causadores das críticas e acusações quanto à vida e obra de Ellen G. White:

* Os que rejeitam qualquer pessoa que afirme ser um profeta moderno, inclusive Ellen White.
* Os que deixam de utilizar as regras de interpretação básicas e comumente aceitas.
* Os que confiam em rumores e boatos sem nenhuma evidência documental para suas alegações. Deve-se dar pouco crédito a informações que existem apenas na memória de um crítico declarado de Ellen White.
* Os que veem mudanças editoriais nos escritos de um profeta e as chamam de “supressões”.
* Os que ficam perturbados com a aparente dependência literária.
* Os que carregam consigo pressuposições pessoais sobre a maneira de um profeta atuar. Acreditam, por exemplo, que os profetas “devem ter conhecimento completo” desde o início de seu ministério; suas predições devem ser inalteráveis; seus escritos devem ser isentos de erros, discrepâncias e equívocos, e jamais incluir fontes não inspiradas. Para eles, os profetas nunca expressam opiniões meramente pessoais em seus escritos.
* Os que aceitam Ellen White como escritora devocional inspirada, mas rejeitam seu ministério teológico.

Os mais acirrados críticos de Ellen G. White, normalmente se apegam a um ou dois itens desta lista. Na visão do Dr. Coon(3) “De todos os assim chamados assuntos ‘problemas’, talvez dois deles tenham obtido maior impacto em destruir a confiança na credibilidade de Ellen G. White como profetisa autêntica do Senhor: (a) Afirmações questionáveis de natureza científica que motivaram sarcasmo e dúvidas porque parecem ser contrárias à forma que a ciência vê esses assuntos hoje e (b) A alegação de “plágio”.

Em face dessa dupla realidade, pode-se notar que grande parte das críticas direcionadas a ela tem sua raiz ligada à questão da dependência literária, ou seja, ao plágio. De acordo com o dicionário(4), a palavra plágio indica uma “cópia fraudulenta do trabalho de outrem que um autor apresenta como sua.”

Neste ponto, é de vital importância diferenciar tecnicamente dois termos: plágio e empréstimo literário. É importante distinguir entre plágio (o qual descobriremos que Ellen White não cometeu) e “empréstimos literários” (prática que não somente Ellen White adotou, mas que foi usada também – repetidamente – pelos escritores da Bíblia). A seguir apresentamos uma breve distinção entre ambos os termos:

(a) Plágio – Na concepção do Dr. Roger Coon(5), o plágio se caracteriza quando um escritor conscienciosamente e propositalmente toma o material literário de outro escritor e intencionalmente o transforma para seu próprio uso (um tipo de “apropriação” literária). Tal atitude visa persuadir o leitor de que ele – o “copiador” – é na verdade o criador original dessas palavras e ideias. Em suma, plágio é uma literatura mascarada no que diz respeito à identificação do verdadeiro autor.

(b) Empréstimo literário – O empréstimo literário se caracteriza quando um escritor utiliza e emprega as ideias – e algumas vezes até usa a fraseologia – de outro escritor, para reforçar um ponto a fim de sobressaltar uma ideia em seu texto. Sendo assim, de acordo com as leis literárias a prática do empréstimo literário não constitui plágio.

Muitos têm insinuado que grandes porções de todos os seus escritos são produto da mente e literatura de outras pessoas. Partindo desta premissa, perguntamos: Tal acusação tem algum fundamento? A seguir, buscaremos apresentar alguns argumentos que refutam tais insinuações. Em 1981, a IASD se posicionou favoravelmente a uma análise técnica, após sucessivas acusações por parte de críticos quanto à prática de plágio nos escritos de Ellen G. White.

Sendo assim, a Associação Geral da IASD contratou os serviços de um advogado especialista em leis de direitos autorais, o Dr. Vincent Ramik. Tal proposta visava obter a opinião de um perito a fim de saber se Ellen White foi ou não culpada de tais denúncias. Em princípio, foram informadas a Ramik todas as acusações contra Ellen White, e todos os documentos de defesa preparados pela igreja, bem como os livros envolvidos por Ellen White em várias acusações. Em sua primeira leitura Ramik esteve inicialmente inclinado em favor da posição dos críticos.

Porém, após empreender mais de trezentas horas no estudo de mais de mil casos de lei literária norte-americana (1790–1915), no contexto de acusações críticas e respostas da Igreja em sua defesa, O Dr. Roger Coon assim descreve o processo de análise do Dr. Ramik(6): (a) Ele também dedicou um tempo considerável na leitura dos livros de Ellen White, especialmente O Grande Conflito; (b) Apesar de Ramik ser um católico romano por persuasão religiosa, não se sentiu ofendido nem afrontado pelas referências no Grande Conflito em relação à instituição do Papado.

Os resultados das análises do Dr. Ramik vieram após algumas semanas de intenso trabalho e estudo, em que, terminado este período, ele formulou um documento com cerca de 50 páginas. A seguir, podemos encontrar uma síntese de suas conclusões:

(a) Sua opinião legal: Ellen White não pode ser acusada de plagiadora; “tal afirmação não procede...”
(b) Creio que os críticos perderam uma grande oportunidade de focar sua atenção sobre as mensagens de Ellen G. White em vez de focar apenas nos seus escritos.
(c) Ellen White usou os escritos de outros autores; mas a forma como ela os utilizou, foi única e pessoal, de forma ética e legal. Portanto, ela está dentro dos padrões legais “do uso correto” concernente a um autor usando materiais de outros.
(d) Ellen White [usou]. . . palavras, frases, sentenças, parágrafos, sim, e mesmo páginas dos escritos de outros autores. Porém, ela permaneceu dentro dos parâmetros legais e em todo o tempo ela criava algo que era substancialmente maior (e ainda mais belo) do que a soma das partes dos conteúdos de seu empréstimo literário. E eu penso que a tragédia maior é que os críticos falharam em ver esse detalhe.
(e) Ao fim do processo, ele deu seu testemunho pessoal sem nem mesmo ter sido solicitado. No que tange a sua leitura dos livros de Ellen White: “Sou um homem mudado. Nunca mais serei o mesmo. (Vincent Ramik)”.

** Para aqueles que têm interesse em obter uma síntese do processo de condução do estudo e elaboração do documento do Dr. Vincent Ramik, queiram se reportar ao periódico Adventist Review de 17 de setembro de 1981, ou baixá-lo pelo seguinte site:
http://www.adventistarchives.org/docs/RH/RH1981-38/index.djvu


Um dos mais abalizados estudos efetuados sobre o assunto de plágio nos escritos de Ellen G. White foi conduzido pelo próprio Patrimônio White Estate e se tornou conhecido como o “Projeto Surpresa”(7). No mesmo ano de 1981, Tim Poirier, arquivista do Patrimônio White, recebeu uma coleção completa de todos os escritos de Ellen White publicados em inglês. Ao receber tais escritos, foi-lhe solicitado que:

* Tomasse nota nas margens de todas as referências dos conteúdos de autores citados por Ellen White, trechos evidentes ou paráfrases.
* Examinasse todas as descobertas dos críticos de Ellen G. White (plágio) a fim de serem avaliadas, com a finalidade de descobrir paralelos literários entre os escritos dela e outros autores.

Tal projeto levou cinco anos para ser concluído. O “Projeto Surpresa” foi assim designado porque não importava o quanto fosse encontrado – se ela havia tomado emprestado muito ou pouco – isso, sem sombra de dúvida, seria uma “surpresa” para alguns da igreja! Em 1986, Poirier prestou o relatório de sua pesquisa, que revelou os seguintes achados:

* A maior porcentagem dos empréstimos literários foi encontrada no livro O Grande Conflito – 20.16%.
* No livro Sketches From de Life of Paul (Relatos da Vida de Paulo)foi encontrado 12,23% de empréstimos literários.
* No restante dos livros incluídos neste estudo foram encontrados 2% ou menos em seu total de empréstimos literários.

As conclusões de Poirier colocaram por terra as declarações públicas de um dos maiores críticos de Ellen G. White quanto a questão de plágio – Dr. Walter Rea – de que ela havia usado cerca de 80 a 90% de empréstimos literários.

III. Possíveis razões para o uso do “empréstimo literário” nos escritos de Ellen G. White


De acordo com o Dr. Roger Coon(8), podemos destacar pelo menos cinco raz ões pelas quais Ellen G. White teria feito uso dos empréstimos literários em seus escritos:

1. Para ajudá-la a expressar melhor as ideias/verdades reveladas a ela em visão:

(a) Educação formal limitada (cf. breves declarações de William C. White).
(b) Limitada quantidade de tempo disponível para escrever a visão total de seu ministério.

2. Suplantar detalhes não dados a ela em visão:

(a)Ela se obrigava a fazer pesquisas após as visões para melhorar o texto para a publicação. Ex. Detalhes históricos, geográficos, cronológicos, etc.
(b) Ela usou materiais históricos para ilustrar, e não provar (intenção).

3. Embelezar os elementos literários com bonitas pérolas de pensamento:

(a) Razões estéticas: beleza pelo seu próprio objetivo.
(b) Razões de respeito: para honrar a Deus.
(c) Razões psicológicas: como um dispositivo pedagógico para impressionar a memória.

4. Explicar as posições doutrinárias da IASD para o nosso povo:

(a) Relatos da situação das Conferências Sabatinas de 1848-50 foram entendidas em consenso.
(b) Todos contribuíram; todos se sentiriam livres para usar posteriormente.

5. Um possível exercício do subconsciente de uma eventual memória fotográfica de Ellen White:

(a) Durante a semana ela provavelmente lia artigos de vários autores;
(b) No sábado, falando de modo improvisado, sem anotações, ela iria refletir algumas das verdades expressas por outros autores não inspirados.

III. Conclusão

Na visão do Dr. Pfandl(9) “Ellen White lia amplamente e, além disso, ela possuía memória retentiva [fotográfica], o que significa que frequentemente ela usava conteúdos de materiais que tinha lido sem se reportar a sua biblioteca para encontrar a fonte exata de onde ela havia retirado tal empréstimo literário”. Ainda assim, Deus lhe revelara “que ao ler os livros e periódicos religiosos, ela encontraria gemas preciosas de verdades expressas numa linguagem aceitável e que ela receberia auxílio celestial para reconhecê-los e separá-los dos resíduos de erros que por vezes pudesse encontrar.”(10)

Ao enfatizar a importância quanto ao uso das idéias de outros pensadores humanos, em sua obra O Desejado de Todas as Nações(11), ela afirmou:

“O mundo tem tido seus grandes ensinadores, homens de cérebro gigantesco e dotados de admirável capacidade de investigação; homens cujas declarações têm estimulado o pensamento e aberto à visão vastos campos de conhecimento; e esses homens têm sido honrados como guias e benfeitores de sua raça. Alguém existe, porém, que os supera a todos. ‘A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.’ ‘Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse O fez conhecer’ (Jo 1:12 e 18).

Podemos seguir os passos dos grandes homens do mundo até aonde se estende o registro da história humana; a Luz, porém, existia antes deles. Como a Lua e as estrelas de nosso sistema solar brilham pelo reflexo da luz do Sol, assim, no que há de verdadeiro em seus ensinos, refletem os grandes pensadores do mundo os raios do Sol da Justiça. Toda joia de pensamento, todo lampejo de intelecto, provém da luz do mundo”.

Em vez de tentar esconder as fontes literárias de onde efetuava seus empréstimos, Ellen G. White muitas vezes recomendava as pessoas para que lessem os livros que ela utilizava para compor o conteúdo de seus escritos. Desta forma, podemos inferir que sua obra como autora estava em comum acordo com os costumes de sua época. Como vimos, ela não quebrou nenhuma das regras de direitos autorais e sua conduta como autora foi moralmente correta e ética.

Ao concluir este comentário, podemos afirmar que, durante os seus setenta anos de ofício profético, Ellen G. White jamais visou enganar ninguém enquanto se valia do pensamento e palavras de outros autores. Tal fato, não afeta sua integridade nem põe em descrédito a genuína inspiração que a capacitou a ser considerada a Mensageira do Senhor. Podemos ressaltar que seu íntegro propósito foi sempre comunicar a verdade a fim de exaltar e glorificar a pessoa de Deus.

Bibliografia

1. Jemison, T.H. Prophet among you. Mountain View, CA: Pacific Press Publishing Association,
2. Douglass, H. E. Mensageira do Senhor. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p. 468.
3. Coon, R. Ellen G. White e “empréstimos literários”: A questão do plágio. Apostila do Curso de
Mestrado em Teologia do SALT/SUL para a disciplina de Escritos de Ellen G. White. [Org.] Renato Stencel: Engenheiro Coelho, SP, p. 116.
4. Priberam, Dicionário da Língua Portuguesa on-line:
http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx.
5. Coon, pp. 116-117.
6. Ibid. p. 122.
7. Ibid. p. 122.
8. Ibid. p. 123.
9. Pfandl, G. The gift of prophecy – The role of Ellen White in God’s remnant church, Nampa, ID: Pacific Press Publising Association, 2008, p. 86.
10. White, E. G. Brief statement regarding the writings of Ellen G. White, reprint (St. Helena, Calif.: Elmshaven Office of the Ellen G. White Estate, 1935). Citado por: Pfandl, G. The gift of prophecy – The role of Ellen White in God’s remnant church, Nampa, ID: Pacific Press Publishing Association, 2008, p. 86.
11. White, E.G. O Desejado de Todas as Nações, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, pp. 464-465.

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Integridade do Dom Profético - 27/02/2009 a 28/02/2009

Sexta, 27 de fevereiro

Opinião
O que fazer com Ellen White


Desde cedo, em meus anos escolares, desenvolvi apreciação pelos escritos de Ellen White. Antes disso eu sabia quem ela era, mas não tinha lido nenhum de seus livros, que ficavam na estante em nossa sala. De vez em quando, eu tinha o impulso de escolher um para ler. Seus escritos me mostraram o amor de Cristo e o tornaram mais tangível para mim.

Em outras ocasiões, quando minha vida ocupada não me deixava tempo, senão uns poucos minutos para as coisas espirituais, eu notava que minha força e apetite espirituais decresciam. Em minha agitação, eu parava de ler a Bíblia regularmente. Para mim, então, ler o livro Caminho a Cristo reacendia aquela fome de uma conexão com Deus e com a Bíblia. Isso sempre me ajudava a voltar a uma agradável caminhada diária com Deus.

Creio que os escritos da Sra. White são também importantes para a igreja como um todo. Ao lermos a Bíblia, vemos que Deus proveu direção e instrução através de pessoas, desde o próprio princípio do pecado. Moisés foi usado para ajudar os israelitas a saírem do Egito. Noé devia construir um barco e fazer com que as pessoas entrassem nele. João Batista preparou a todos para que o Rei do Universo andasse entre nós. Então, Deus não usaria também pessoas para fazer a proclamação final do fim do mundo? Vendo como Ele atuou no passado, podemos estar certos de que Ele está igualmente envolvido no futuro. Os textos de Apocalipse 12:17 e 19:10 nos mostram que essa cruzada final será acompanhada pelo dom de profecia dado pelo Espírito de Deus. Creio que Ellen White recebeu esse dom.

Cada um de nós precisa decidir o que fazer com Ellen White. Ocasionalmente, converso com pessoas que não creem que ela tenha sido uma profetisa verdadeira, ou que não dão muita atenção aos seus escritos. Com frequência, descubro que elas cresceram e foram ensinadas de maneira imperativa a respeito de Ellen White, ou lhes foi dito que os escritos dela eram uma lista de coisas que os bons cristãos não deviam fazer.

Se, porém, os escritos dela são de Deus, não devemos tratá-los como tal? Deus teria enviado as mensagens por alguma razão, certo? E para aqueles que não estão certos de que ela seja uma profetisa legítima, será que não poderíamos descobrir? Se ela é verdadeiramente mensageira de Deus, precisaremos e desejaremos saber o que Ele lhe revelou para que dissesse a nós, certo? Ele é Deus – quer tenha falado a nós diretamente ou através do dom de profecia. Portanto, sempre devemos estar prontos e dispostos a aceitar Sua mensagem.

Dicas


1. Com base na Bíblia, escreva uma lista de características para um profeta, e veja se algum profeta e/ou tele-evangelista moderno passa nesse exame.
2. Pesquise na internet para ver quantas religiões ou seitas têm um profeta ou profetisa e descubra se eles satisfazem aos requisitos bíblicos.
3. Ore com um amigo ou vizinho sobre um problema importante que ele esteja enfrentando, e, algum tempo depois, verifique junto a ele como a situação se resolveu.

Chandler Riley | Laurel, EUA

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Integridade do Dom Profético - 26/02/2009 a 28/02/2009

Quinta, 26 de fevereiro

Aplicação
Crendo no dom profético

5. Qual foi o conselho de Natã a Davi, e por que estava errado? 2Sm 7:1-7. Por que Davi não deveria construir o templo? 1Cr 22:8

Nem tudo o que um profeta diz ou faz é feito sob inspiração. Ao dar sua aprovação ao plano de Davi, Natã falou como amigo do rei, e não em seu ofício de profeta. Porém, Deus disse a Natã que o que ele dissera a Davi estava errado e que ele deveria dizer isso a Davi.

Ellen White não era infalível, e nunca alegou possuir infalibilidade. Muitas vezes, ela mudava de idéia e estava constantemente aberta para receber mais luz. Quando a casa publicadora do Sul dos Estados Unidos estava mal financeiramente, ela apoiou sua transformação em um depósito da Review and Herald, apenas. “Vão em frente”, ela disse[...] (Manuscript Releases, v. 17, p. 270). Mas, dentro de 24 horas, Ellen G. White recebeu uma visão que a fez mudar de idéia.

Embora o pecado tenha posto fim à comunicação face a face entre Deus e nós, Ele não desistiu de ter proximidade com os seres humanos. Em vez disso, criou outras maneiras para Se comunicar conosco. Enviou Suas mensagens de amor, encorajamento e advertência através dos profetas, entre os quais está Ellen White.

Como podemos crer na integridade do dom profético? A Bíblia nos dá diretrizes específicas pelas quais podemos distinguir e provar a integridade de um profeta.

1. Concordância com a Bíblia. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Is 8:20). Isso significa que a mensagem de um profeta verdadeiro deve estar de acordo com a Bíblia.

2. Cumprimento das predições. A exatidão das predições de um profeta precisa ser demonstrada.

3. A encarnação de Cristo. “Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus” (1Jo 4:2, 3). Um profeta verdadeiro precisa crer no nascimento virginal de Cristo, em Sua verdadeira humanidade, vida sem pecado, sacrifício expiatório, ressurreição, ascensão, ministério intercessor e segundo advento. Afinal de contas, “o testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia” (Ap 19:10).

4. Os “frutos” do profeta. Um profeta verdadeiro produz bons frutos (ver Mt 7:20). Isso não significa que os profetas precisem ser absolutamente perfeitos, mas que devem estar desenvolvendo os frutos do Espírito em sua caminhada com Cristo.

Os escritos de Ellen White não são substitutos para a Bíblia. A própria Ellen White cria e ensinava que a Bíblia é a suprema norma para a Igreja. Ela escreveu: “As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação da... vontade [de Deus]. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 9). Ela via sua obra como sendo a de guiar as pessoas de volta à Bíblia, ajudando-as a compreender os princípios bíblicos e aplicá-los à vida.

Mary Megan Amo-Boateng | Bangcoc, Tailândia

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Integridade do Dom Profético - 25/02/2009 a 28/02/2009

Quarta, 25 de fevereiro

Evidência
Antigo, mas ainda válido


4. O que os textos seguintes dizem sobre a experiência do crescimento espiritual dos profetas bíblicos? Dn 8:27; 9:2; Gl 2:11-16; 1Pe 1:10

Nos tempos bíblicos, a posse do dom profético não significava que alguém tinha conhecimento imediato, pleno e completo de questões espirituais e outras. Os profetas recebiam maior luz com o desdobramento da história e de sua compreensão. Eles também tinham que estudar as Escrituras, como ilustra o caso de Daniel (Dn 9:2).

O mesmo se dava com Ellen White: “Por sessenta anos tenho estado em comunicação com mensageiros celestiais, aprendendo constantemente algo a respeito das coisas divinas e da maneira pela qual Deus está constantemente operando, a fim de conduzir as pessoas do erro de seus caminhos para a luz de Deus” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 71).

Às vezes, nos esquecemos de como Deus usou os profetas no passado. Assim, a lealdade e a integridade são, com frequência, as características menos procuradas em nossa sociedade hoje, abrindo caminho para que prevaleçam a traição e a desonestidade.

Quando o mundo está na verdade faminto de palavras de esperança, o dom de profecia atua como uma chave para destrancar portas que pareciam para sempre fechadas.

O dom de profecia não só nos ajuda a nos concentrarmos no futuro, mas nos faz lembrar sempre de como Deus guiou Seu povo no passado, e de que Ele tem um plano para nós aqui e agora (Jr 29:11).

Um importante requisito da liderança eficaz é ganhar a confiança de outras pessoas, pois sem confiança ninguém consentirá em seguir a outrem. A confiança é a convicção de que os líderes praticam o que falam. É a crença em algo que hoje em dia parece fora de moda – a integridade, que só vem do alto. A solução não é rejeitar todas as profecias, mas pôr à prova todas as profecias (1Ts 5:19-22).

Os profetas precisam aceitar humildemente que vêem só por espelho, obscuramente, e que conhecem apenas em parte (1Co 13:12). Os profetas maduros insistem com todas as pessoas a quem profetizam que julguem, ponham à prova e comparem com a Bíblia tudo o que lhes é dito. Não se ofendem pelo fato de as pessoas serem cuidadosas.

As pessoas se tornam atrevidas quando não há integridade. Essa verdade está escrita na história da humanidade. O fato de haver pouca integridade pode ser parcialmente atribuído a uma mentalidade escapista que tem encorajado muitos cristãos sinceros a ser passivos e pessimistas com respeito a seu papel na Terra.

O profeta Micaías teria perguntado às pessoas de seu tempo: “Será que nosso passado realmente nos deixa embaraçados? Não. Nosso passado é antigo, mas ainda válido.”

Mullah James | Gwangju, Coréia do Sul

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A Integridade do Dom Profético - 24/02/2009 a 28/02/2009

Terça, 24 de fevereiro

Testemunho
Dom inestimável


3. O que os profetas frequentemente mencionavam como fonte de suas mensagens? Jr 1:4; Ez 7:1; Os 1:1. Por que isso era tão importante para o que eles tinham a dizer?

Os profetas assinalavam repetidamente que suas mensagens vinham de Deus. A expressão “Veio a Palavra do Senhor a...” significa que (a) suas mensagens levam a autoridade divina e que (b) eles as receberam por comunicação direta do Senhor.

Ellen White enfatizava fortemente a inspiração das Escrituras. Ao mesmo tempo, ela também afirmou a inspiração divina em seus escritos: “Nestas cartas que escrevo, nos testemunhos que dou, estou apresentando aquilo que o Senhor me tem apresentado...” (p. 29).

“O dom de profecia foi usado a fim de preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo. ‘Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo’ (Hebreus 2:17). Para executar o plano da salvação, era essencial que Deus Se tornasse humano, participasse plenamente da natureza humana, vivesse entre os seres humanos, fosse tentado em todos os pontos como eles, e em carne humana obtivesse completa vitória sobre o pecado. A fim de colocar o pensamento e o viver do homem novamente em harmonia com o de Deus, tinha de ser dada revelação através de uma vida. Escolher seres humanos para trabalhar por outros e transmitir-lhes mensagens especiais de Deus é, obviamente, o método geral mais eficiente que poderia ter sido escolhido. Assim, através dos profetas o Criador realizou o preparo necessário antes de Jesus vir à Terra.

“Os profetas se colocavam diante do povo como representantes do Senhor. A própria presença desses profetas mostrava ao povo que Deus estava suficientemente interessado por ele e próximo dele o suficiente para escolher homens dentre eles a fim de representá-Lo. Essas eram pessoas ‘sujeitas às mesmas paixões’ que seu próximo; não visitantes de outro mundo, mas homens entre os homens. Embora o plano estivesse sujeito a perigos por causa da fraqueza da humanidade nas pessoas escolhidas, apresentava, contudo, possibilidades inerentes de sucesso não presentes em nenhum outro método.”1

“Os profetas mantinham os seres humanos constantemente cientes das instruções de Deus para eles. Nunca deviam entreter a idéia de que não tinham acesso ao conselho divino.”2

O dom profético ainda é usado hoje a fim de preparar um povo para a segunda vinda de Jesus Cristo. Se olharmos para os profetas anteriores ao primeiro advento de Cristo, vemos que eles diziam o que Deus lhes ordenava que dissessem. Nunca faziam discursos retocados, floreados. Eram retos e honestos. Usavam seu dom à medida que eram movidos pelo Espírito. Quando Natã foi à presença de Davi, disse-lhe o que Deus lhe ordenara dizer. Não acrescentou nem tirou nada. Davi também ouviu a mensagem de Deus em som alto e claro, porque ouviu Deus através de Seu mensageiro (2Sm 12:1-16).

1. A Prophet Among You, p. 24.
2. Ibid., p. 25.


Feziwe Ntwana | Busan, Coréia do Sul

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A Integridade do Dom Profético - 23/02/2009 a 28/02/2009

Segunda, 23 de fevereiro

Exposição
O que Ele disse...


Poucos meses depois da queda para Babilônia, em 586 a.C., foi assassinado Gedalias, governador nomeado por Nabucodonosor. Os líderes e o povo deixado na terra temiam as represálias dos babilônios e decidiram buscar segurança no Egito; mas quiseram ter certeza de que Deus estava do seu lado. Então, pediram que Jeremias inquirisse o Senhor a respeito do seu plano.

2. Qual foi a mensagem de Jeremias, e como o povo respondeu a ela? De que eles acusaram Jeremias, e quem disseram que dera origem ao conselho que Jeremias declarava ser do Senhor? Jr 42:22–43:4

Alguns não gostaram das claras instruções que Deus lhes dera e alegaram que a mensagem de Jeremias realmente havia se originado com Baruque, seu assistente literário, e não com o Senhor. O interessante é que, milhares de anos depois, a Sra. White (à semelhança de Jeremias) às vezes tem sido alvo de alegações de que seus assistentes literários escreveram seus livros, ou que ela plagiou (copiou ilegalmente de outras fontes) a maior parte do que escreveu. Mas, na introdução de O Grande Conflito, ela declarou que usava outros livros. Isso justifica a acusação de plágio? Em 1981, a Associação Geral pediu a um advogado de direitos autorais não-adventista que estudasse o assunto. Depois de passar mais de trezentas horas pesquisando, ele concluiu que “Ellen White não foi plagiadora, e suas obras não constituíram uma infração dos direitos autorais ou pirataria” (Adventist Review, 17 de setembro de 1981).

Entendendo certo as coisas na segunda vez (2Sm 7:1-7). Quando Davi pediu permissão para construir ao Senhor um templo, o profeta Natã disse: “Faze o que tiveres em mente, pois o Senhor está contigo” (verso 3, NIV). Mais tarde, Natã voltou a Davi para lhe dizer que o Senhor não aprovara o plano. Ele estava, em essência, dizendo: “Eu estava errado, esqueça o que eu disse. O próprio Deus me disse o que Ele realmente quer.”

Há ocasiões em que a humanidade de um profeta é evidente, mas isso não apaga o fato de que ele é, de fato, o mensageiro de Deus. Natã, com a graça que só um homem de Deus podia ter, deu meia volta e foi de novo a Davi. Um profeta não tem o luxo de colocar suas próprias opiniões e pensamentos num momento de “assim diz o Senhor”. Contudo, é confortador saber que, quando isso acontece, Deus opera para conservar Sua mensagem pura, até dizendo aos profetas que eles entenderam as coisas de maneira equivocada.

“Não o que você deseja que Eu diga” (1Rs 22:10-34). Foi dito ao profeta Micaías que profetizasse uma grande vitória para o rei Acabe de Israel. O mensageiro que havia ido convocar Micaías lhe disse que profetizasse de acordo com os outros cerca de quatrocentos profetas que haviam se reunido diante do rei. Micaías seguiu essa instrução e também predisse uma esmagadora vitória para o rei. Acabe, contudo, estava convencido de que Micaías não estava falando as palavras de Deus e lhe pediu a verdadeira mensagem. Micaías, então, deu a notícia de que ele morreria, se fosse para a batalha. Por causa dessa profecia, Micaías foi entregue ao governador da cidade e colocado na prisão até que Acabe voltasse.

Por alguma razão não especificada na narrativa bíblica, Acabe não acreditou que Micaías estava dizendo a verdade quando predisse uma vitória. Acabe creu na profecia de Micaías de derrota e morte, mas foi para a batalha. Nem mesmo seu disfarce o impediu de ser mortalmente ferido.

Não o que eles disseram (1Rs 22:10-18). Com cerca de quatrocentos “profetas” profetizando vitória para Israel, Josafá, rei de Judá, ainda sentiu a necessidade de consultar um profeta do Senhor. Quando Micaías foi conduzido à presença do rei, o mensageiro o informou da profecia de vitória, dizendo a Micaías que concordasse com os outros quatrocentos homens e falasse favoravelmente a Acabe. A resposta de Micaías foi: “Posso dizer apenas o que o Senhor me disser.” Aparentemente, Josafá não foi a única pessoa a duvidar da capacidade profética dos quatrocentos homens. O mensageiro enviado para convocar Micaías achou que era necessário dizer a esse profeta de Deus a resposta à pergunta do rei Acabe.

Micaías compreendeu que não importava o que 401 homens, contando com o mensageiro, estivessem dizendo. O que importava era o que o único Deus diz. E, às vezes, apegar-se às palavras de Deus faz com que você seja contra o consenso popular. Mas a preocupação de Micaías não era ser diferente de todo mundo. Sua preocupação era estar do lado que Deus.

Uma olhada nos bastidores (Dn 8:27). Daniel narrou a extensão do cansaço que sentiu após ter uma visão particularmente espantosa. Ficou tão debilitado que permaneceu doente por vários dias antes de finalmente poder voltar ao trabalho. Essa exaustão sobreveio a Daniel logo após ter recebido a visão, quando ele estava sozinho, mesmo antes de ter tido tempo de contá-la a qualquer pessoa ou mesmo escrevê-la. Quando recebem uma visão, não é oferecida aos profetas a opção de escolher se desejam ouvir primeiro as boas notícias ou as más notícias. A mensagem é simplesmente dada e então, se necessário, explicada mais detalhadamente.

“Estava além da compreensão humana” (NVI). Se você já viajou para outro lugar e ligou um aparelho elétrico de 110 volts na tomada de 220 volts, pode entender parcialmente como um ser humano se sente ao ser ligado ao conhecimento e sabedoria divinos. Contudo, há muito pouco que os verdadeiros profetas de Deus não estejam dispostos a suportar.

Conclusão. A integridade de um profeta deve ser questionada para se descobrir se o profeta é verdadeiro. Esse questionamento de autoridade não atrapalha a mensagem do profeta; antes, a realça. A boa notícia, pelo menos para o profeta, é que não é preciso ser alguém perfeito para reconhecer um profeta de Deus. E a boa notícia para nós é: havendo encontrado um verdadeiro profeta de Deus, podemos estar certos de que Deus está atuando através dele (ou dela), e de que Ele está monitorando atentamente a transmissão de Sua mensagem a nós.

Gerald ‘Noy’ Christo | Tokuyama, Japão

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

A Integridade do Dom Profético - 22/02/2009 a 28/02/2009

A INTEGRIDADE DO DOM PROFÉTICO


“Respondeu Micaías: Tão certo como vive o Senhor, o que meu Deus me disser, isso falarei” (2 Cr 18:13).

Prévia da semana: Os profetas não são perfeitos. Nossas expectativas a respeito de Ellen G. White devem refletir o modelo dos profetas bíblicos. A qualquer momento, Deus pode corrigir e desenvolver ainda mais a compreensão a respeito dos profetas em Sua igreja.

Domingo, 22 de fevereiro

Introdução
O custo do conhecimento futuro

1. Como o oficial de Acabe tentou influenciar Micaías, e o que o profeta fez, apesar das circunstâncias? 1Rs 22:10-18

A mensagem de Micaías foi desagradável ao rei Acabe e, por isso, ele foi enviado para a prisão (1Rs 22:27). Apesar da advertência do profeta, Acabe foi para a batalha e foi morto; e o rei Josafá, que em um momento de fraqueza concordou em apoiar o rei Acabe, escapou por pouco de perder a vida.

Durante a vida de Ellen White, os críticos questionaram sua integridade e continuam a fazer isso desde sua morte. Ela foi acusada de engano, falsidade e mentira.

A Bíblia está repleta de profecias, muitas das quais se cumpriram, e muitas ainda não. As profecias bíblicas que se cumpriram são indicação de que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus. Ele nos dá essas profecias não como uma forma de vermos o futuro em nossa vida individual, mas como uma forma de vermos nosso futuro espiritual, apontando-nos o Salvador. Há muitas outras profecias no mundo hoje, além das que se encontram na Bíblia. Dessas, em quais podemos crer? A profecia é um grande negócio. Vemos isso em nossa rotina diária. Há profecias nos tablóides localizados nas bancas e supermercados, e na vizinhança, há locais em que supostos profetas ou videntes leem o futuro para nós mediante o pagamento de uma taxa. Podemos até fazer uma ligação telefônica do conforto de nossa casa para obter predições feitas por certos indivíduos. É claro que precisamos ter um cartão de crédito para obter essa informação. As pessoas desejam saber o futuro e estão dispostas a gastar dinheiro para obter um vislumbre sobre o que está por vir. É por isso que há tantas profecias hoje em dia.

Há também pessoas nas igrejas que afirmam ter o dom de profecia. Como sabemos se essas pessoas estão verdadeiramente predizendo algo que acontecerá no futuro, ou se suas predições são falsas? Há apenas um modo de saber ao certo quais profecias são verdadeiras. Esse modo é estudar a Bíblia. 1 João 4:1 declara: “Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (NVI).

A Bíblia é a única fonte que devemos usar ao decidir em quais profecias podemos crer. Só Deus é onisciente. Portanto, Ele é o único que pode, na verdade, ver o futuro. Se pusermos à prova as profecias, por Sua Palavra, então poderemos saber quais se cumprirão e quais são falsas. A Bíblia dá maneiras definidas de provarmos todas as profecias.

Deus deseja que saibamos alguma coisa do que vai acontecer no futuro, a fim de que estejamos preparados para elas. Ao lermos essas profecias, precisamos sempre nos lembrar de que é a vontade de Deus que está sendo cumprida.

James Lawson | Burleson, EUA

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