sábado, 5 de dezembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - Resumo Semanal - 05/12/09 a 05/12/09

A "LOUCURA" DO PROFETA
Resumo Semanal - 29/11/2009 a 05/12/2009


Márcio Dias Guarda
Mestre em Teologia
Editor de Livros na Casa Publicadora Brasileira

Introdução


Histórias saborosas, que mesclam tragédia com humor, sempre despertam a atenção das pessoas. E ganharam espaço nas páginas da Bíblia aquelas que contêm alguma preciosa lição para o povo de Deus.

Eis alguns dos elementos que fazem parte da lição desta semana:

* Um profeta que não vivia com o povo de Deus nem foi reconhecido como profeta por nenhum escritor bíblico. Proclamava-se capaz de ver e ouvir Deus, mas deixou de atender às instruções mais claras que recebeu diretamente do Senhor, chegando a enxergar menos do que um asno.
* Um rei pagão e trapalhão, a quem o povo de Israel tinha ordens de não atacar, se dispôs a pagar uma quantia incalculável para que o suposto profeta derrotasse os israelitas numa batalha espiritual.
* O povo de Israel foi vitorioso e abençoado enquanto Deus conteve ou dirigiu o estranho profeta, mas caiu fragorosamente diante da sugestão maliciosa do mesmo profeta de se reunir com os midianitas para uma festa em homenagem a Baal.

Como disse Wiersbe: “Satanás, muitas vezes, vem como um leão devorador, mas se isso falha, ele ataca novamente como uma serpente enganadora.” A lição desta semana certamente nos ajudará a ficar mais atentos em relação a essas artimanhas, mas principalmente nos ensinará a prestar mais atenção à graça e à bondade de Deus.

I. Um rei temeroso e iludido


Época: os fatos narrados em Números 22 a 24 ocorreram durante a última grande parada de Israel, antes de entrar em Canaã. Como aconteceu nas duas paradas prolongadas anteriores (em Sinai e Cades), esse foi um período de preparação, recapitulação das promessas, das leis e também com a ocorrência de apostasia. Isso se deu perto do fim do ano 40 desde a saída do Egito.

Local: Planícies de Moabe, com área de cerca de 150 km2. Algum tempo antes, esse território tinha sido conquistado pelos amorreus, mas conservava o nome dos antigos dominadores. Corresponde a uma parte do que hoje é a Jordânia.

Israel havia peregrinado desde o sul até Basã, ao norte, que se situava a leste do Lago da Galileia, e então voltado para o sul e acampado nessas planícies, em frente a Jericó. Nessa movimentação, havia derrotado os poderosos reis Ogue (de Basã, ao norte) e Seom (dos amorreus, mais ao sul).

O tempo (os 40 anos de peregrinações) estava quase cumprido. Em algum momento viria a ordem para levantar o acampamento, atravessar o Jordão e entrar na Terra Prometida, mas antes de isso ocorrer Israel teve que enfrentar inimigos ocultos como o rei moabita (dos descendentes de Ló), os líderes midianitas (descendentes de Abraão e Quetura), e Balaão, por eles importado a peso de ouro da Mesopotâmia, para lançar maldições contra o povo de Deus.

O rei Balaque (significa saqueador) sabia que não conseguiria vencer Israel numa guerra convencional, por isso teria que apelar para uma guerra espiritual. Mas ele não confiou nos seus deuses, mandou emissários empreenderem uma viagem de cerca de duas semanas (650 km) para trazerem, a qualquer custo, Balaão, que vivia em Petor, na Mesopotâmia (atual Iraque), o qual conhecia o Deus de Israel.

Ellen White disse: “Balaão havia sido um bom homem e profeta de Deus, mas apostatara e se entregara à cobiça, enquanto professava ainda ser servo do Altíssimo” (Patriarcas e Profetas, p. 439). [Aliás, não deixe de ler todo esse capítulo 40 do livro Profetas e Reis, que dá algumas informações sobre Balaão, as quais diferem de todos os comentaristas bíblicos.]
Voltando a Balaque, nesta primeira parte, a lição leva a duas reflexões:

1. Até o rei moabita havia ouvido sobre os grandes feitos do Deus de Israel e as vitórias de Seu povo, por isso os temia.
2. Como em tantas outras circunstâncias, esse temor, que deveria levar à obediência, acabou desembocando numa solução completamente estranha: chamar um suposto profeta para amaldiçoar o povo abençoado por Deus.

II. Balaão

A Bíblia não dá muitas informações biográficas. Cada personagem aparece pronto, construído, desempenha seu papel e passa para a história, deixando as consequências dos seus atos que interagem com a marcha do povo de Deus.

É isso que ocorre com Balaão. Tudo o que sabemos sobre ele vem da análise de sua participação nesses episódios com Balaque:

1. Devia ser muito famoso como homem de grande poder espiritual para que Baraque tivesse informações sobre ele e tamanha admiração, a ponto de contratá-lo com enormes despesas.
2. Ele vivia longe do povo de Deus, num país distante, mas se comunicava com Deus de maneira direta. Deus lhe respondia e ele entendia claramente a vontade de Deus.
Ele buscava a Deus por sua própria iniciativa (22:8, 19; 23:3, 15) e Deus ia ao seu encontro (22:22; 24:1, 2).
3. Apesar dos seus defeitos evidentes (teimoso, ambicioso, mercenário, dissimulado) foi portador de uma importante profecia messiânica.
Não há nenhuma impossibilidade nisso, pois na Bíblia a profecia e outros dons de revelação são considerados sinais de inspiração, mas não de santidade. Deus pode usar qualquer pessoa (ou até um animal, como no caso de Balaão) sem que isso signifique atestado de santidade ou de salvação.
4. Outras informações sobre Balaão aparecem em textos que serão estudados na próxima lição (Nm 25; 31:8-16; Ap 2:14) e outros do Novo Testamento (Jd 11; 2Pe 2:15).

III. Confronto sobrenatural


Nesta parte, a lição analisa o episódio da jumenta, que o apóstolo Pedro (2Pe 2:16) chamou de a insensatez do profeta.

Veja esta contribuição de Gordon Wenham: “Da mesma forma que Balaão cavalga sua mula até ser detida pelo anjo do Senhor, Balaque igualmente impulsiona Balaão a amaldiçoar Israel até que é detido pelo seu encontro com Deus. Da mesma forma como Deus abriu a boca da mula, Ele colocou as Suas palavras na boca de Balaão, para declarar a Sua vontade. Este paralelismo entre Balaão e a mula sugere que a capacidade de declarar a palavra de Deus não é necessariamente sinal de santidade de Balaão; revela apenas que Deus pode usar qualquer pessoa (e até um animal) para ser Seu porta-voz.”

Noutro ponto, o mesmo teólogo destaca: “Os atos e palavras da mula preveem os problemas que Balaão estava para enfrentar. A mula ficou três vezes entre a espada do anjo e a vara de Balaão. Logo Balaão iria se encontrar três vezes entre os pedidos de Balaque e as proibições de Deus. Mediante esse terceiro encontro com Deus, Balaão ficou sabendo que Deus usa uma espada, e que a desobediência significa morte.”

O mesmo Deus que abriu a boca da jumenta também abriu os olhos de Balaão para que visse o Anjo temível que estava no caminho com sua espada desembainhada. Finalmente, Balaão fez alguma coisa certa e se prostrou com o rosto em terra, e o Anjo lhe disse que a jumenta tinha salvo sua vida.

Em seguida, Balaão disse: “pequei” (22:34) e, surpreendentemente, o Anjo do Senhor lhe disse: “Vai com esses homens” (22:35, comparar com v. 20), mas para declarar as palavras de Deus e não para se submeter aos desejos de Balaque.

Feito esse acordo com Deus, Balaão concluiu a viagem e se apresentou a Balaque, antecipando que ele não estava livre a não ser para falar o que o Senhor colocasse em seus lábios.

IV. “A morte dos justos”


Esta parte da lição se refere aos capítulos 23 e 24 de Números, os quais apresentam as primeiras três bênçãos ou profecias de Balaão proferidas à vista do povo de Deus.

Como preparação, Balaão orientou Balaque a que construir sete altares e sobre cada um sacrificasse um bezerro e um carneiro, e ainda pediu que Balaque se envolvesse pessoalmente e ficasse junto ao holocausto até que Deus desse ao profeta as palavras que deveria dizer.

Balaão se afastou e buscou a orientação de Deus. Como resposta, veio uma profecia. O mesmo aconteceu após mais duas tentativas ou insistências de Balaque, sempre precedidas da mesma preparação.

1. A primeira profecia (23:7-10): Este povo habitará só (“não será considerado como qualquer nação”, diz a NVI). Conforme a profecia, antes dada a Abraão, não se poderá contar o número dos seus descendentes. Deus tem um fim glorioso para todos os que fazem parte (verdadeiramente) do Seu povo (tanto que o próprio Balaão gostaria de ser incluído nessa bênção).
2. A segunda profecia (23:21-24): O Senhor é o Deus e o Rei de Israel. Ele já havia provado isso por muitas evidências e jamais desapontaria o Seu povo. Esse povo se levantará como um leão e prosseguirá vitorioso até derrotar o último dos seus inimigos.
3. A terceira profecia (24: 5-9): Assim como Israel estava acampado de forma ordeira e bela, o futuro da nação seria de progresso e prosperidade, com completa supremacia sobre seus inimigos. Israel seria abençoado e seria também uma bênção entre as nações.

O relato bíblico informa que, após pronunciar esse oráculo, Balaque perdeu completamente a paciência com o profeta que trouxera de tão longe, prometendo régio pagamento para que amaldiçoasse Israel. Interrompeu-o batendo palmas (24:10) e o despediu sem pagamento nenhum.

V. Estrela e cetro


Antes de ir embora, Balaão fez uma profecia final, apoteótica, sem aqueles elaborados sacrifícios preliminares, e é dessa quarta profecia de Balaão que trata a lição de quinta-feira.

4. A quarta profecia (24:15-25): Uma estrela procederá de Jacó, o Rei que reinará em Israel no futuro (o profeta sentia uma lacuna cronológica entre a sua visão e a vinda do Messias) vencerá a todos os inimigos (e Balaão cita os inimigos daquele tempo como exemplos da dominação e vitória final do Messias).

No decorrer dos séculos, essa profecia foi considerada uma visão do Messias, cujo nascimento seria marcado pelo aparecimento de uma estrela do oriente.

É impressionante Deus ter dado essas profecias através de um ex-profeta ganancioso ou apostatado em vez de colocar as palavras nos lábios de um consagrado profeta de Israel.

As profecias de Balaão foram citadas por profetas posteriores (Jr 48:45 cita Nm 24:17; Dn 11:30 cita Nm 24:24; e Sl 110 contém várias alusões a Nm 24:15-19).

Nota final: Veja na lição da próxima semana outra reviravolta surpreendente na vida de Balaão e seu fim trágico, o que justifica as menções nada elogiosas do Novo Testamento ao personagem desta semana.

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - 04/12/09 a 05/12/09

Sexta, 4 de dezembro

Opinião
Realmente temos liberdade?


Quando a comitiva de Balaque chegou para solicitar a presença de Balaão, ele disse algo bastante curioso. Leia Números 22:18. Em outras palavras, Não posso fazer nada em relação ao povo de Deus, exceto o que Ele disse que devo fazer.

Aplaudimos o fato de que Deus nos deu a liberdade de escolha. Podemos escolher se aceitaremos ou não a Jesus como nosso Redentor. Podemos escolher se obedeceremos aos mandamentos. Podemos escolher o que comer e beber. Podemos escolher nossos amigos. A despeito das consequências, sabemos que Deus nos permite fazer escolhas. Então por que Balaão fez essa declaração? O que poderia impedi-lo de proferir uma maldição sobre os filhos de Israel?

Quando Satanás se rebelou nas cortes celestes, um de seus argumentos foi essa questão da escolha. Deus não nos deixa escolher se vamos obedecer ou não. Ele requer obediência porque sabe que há algo melhor para nós. Era essa a razão por que Balaão não podia amaldiçoar os israelitas? Satanás estava certo?

Deus não permite ou proíbe arbitrariamente nossas decisões. Números 23:21 diz que Deus “não viu iniquidade em Jacó, nem contemplou desventura em Israel; o Senhor, seu Deus, está com ele”. Foi por causa da justiça de Israel naquele momento que Deus não permitiu que Balaão amaldiçoasse Seu povo.

Esse é um grande exemplo do que Pedro escreveu em 1 Pedro 3:13, 15 e 16. A Bíblia nos diz que enfrentaremos conflitos, mas se estivermos vivendo de acordo com as palavras da Escritura, ninguém poderá nos causar dano para a eternidade. Isso significa que somos invencíveis? Não. Significa que somos imortais porque estamos guardando o sábado? Absolutamente não. Nossa obediência não é um pré-requisito para receber a proteção de Deus. Ao contrário, é o resultado de Sua proteção.

Colocando-nos no lugar de Israel, descobrimos que não há ninguém que possa causar-nos dano eterno se vivermos segundo a Palavra de Deus. A história de Balaão nos ensina que conquanto possamos causar ou sofrer dano físico, ninguém pode mudar o status de uma pessoa no que diz respeito a sua salvação.

Temos liberdade de escolha, mas essa liberdade não nos permite ordenar a Deus que salve ou que não salve outras pessoas.

Mãos à obra

1. Faça entrevistas perguntando que lei teria a prioridade máxima se essa pessoa que você está entrevistando governasse o mundo. Com base em suas entrevistas, determine se as pessoas parecem ser mais a favor da liberdade ou do controle.
2. Ore para que Deus lhe dê evidências de Sua direção em sua vida. Anote num diário exemplos dessa liderança durante pelo menos uma semana.
3. Observe, na natureza, exemplos da perfeição de Deus versus resultados do pecado.

Aaron Purkeypile | Omaha, EUA

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - 03/12/09 a 05/12/09

Quinta, 3 de dezembro

Aplicação
Permanecer forte em defesa de Deus


Balaão nos lembra de alguns traços de caráter que serão úteis quando estivermos enfrentando a tentação e a pressão do grupo. Vamos colocar isso em prática. Você está conhecendo alguns amigos novos. Eles sabem que você é adventista do sétimo dia, mas não têm nenhuma ideia do que seja viver como um adventista. Esses amigos sabem que você está precisando de dinheiro. Descobriram uma ótima oportunidade de trabalho e convidaram você para ir com eles. A escola tem um jogo de futebol toda sexta-feira à noite e eles precisam de alguém para recolher o lixo das arquibancadas depois do jogo. O salário é muito bom por duas horas de trabalho. Você sabe que esse emprego envolve o dia especial que Deus deseja que você passe com Ele. Mas parte de sua mente racionaliza por que provavelmente isso não faz mal. O que você faz?

Consulte a Deus. Discernir o certo do errado é seu primeiro passo. Talvez você não precise passar longas horas em oração e estudo sobre esse assunto, porque sabe que o sábado começa ao pôr do sol da sexta-feira, e que você deve santificá-lo não trabalhando nele. Então, talvez você esteja precisando orar para que Deus lhe dê forças para fazer o que você já sabe que é o certo. Outras situações podem não ser tão claras como esta. Nesses casos, a oração e o estudo da Bíblia terão um impacto notável.

Diga aos outros. Esse é o passo que faz com que a história de Balaão se destaque. Quando ele decidiu o que Deus desejava que ele fizesse, disse ousadamente aos príncipes, e até ao rei (Nm 22:12, 13, 18, 23, 38) que tinha que falar as palavras de Deus. Ele conhecia a importância de seguir a Deus e a loucura de ir contra Ele.

Diga a si mesmo. Este passo surge da necessidade. Balaão consultou a Deus e até falou aos outros quais eram suas crenças, mas quando teve que decidir, escolheu ir com os moabitas para ver se podia amaldiçoar Israel. Preocupou-se com o dinheiro que ia perder e com sua reputação como adivinhador pago (Nm 22:7). No fim, acabou perdendo o dinheiro de qualquer forma.

Se você sabe o que é certo, continue dizendo isso a si mesmo. E faça-o. Você poupará a si mesmo muitos problemas. Pode acreditar.

Mãos à Bíblia

7. Leia a profecia de Balaão em Números 24:15-17. De que tratava e como ela se cumpriu? Gn 49:10; Mt 2:1, 2

Por muito tempo, os estudiosos da Bíblia viram nessas palavras uma predição messiânica, referindo-se ao Redentor vindouro, Jesus. A imagem de um cetro (poder) e de uma estrela (luz) são símbolos apropriados de Jesus. Embora, no momento da profecia em si, o Senhor tenha usado símbolos locais, que teriam significado para aqueles que a ouviram naquele tempo, o princípio por trás da profecia – de poder e da vitória de Cristo – se aplica ao mundo todo. Jesus é a luz do mundo e seu proprietário legítimo, e não importa quais sejam os planos humanos, no fim, o mundo inteiro O verá prevalecer (veja Is 45:23; Rm 14:11; Fp 2:10).

Jarrod Purkeypile |
Keene, EUA

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - 02/12/09 a 05/12/09

Quarta, 2 de dezembro

Testemunho

O pecado de um homem


“O Senhor apareceu a Balaão e disse: ‘Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles. ...’ (Nm 22:20). Até este ponto o Senhor permitiria que Balaão seguisse sua vontade, porque ele estava resolvido a isto. Não procurou fazer a vontade de Deus, mas escolheu seu próprio caminho. ... Há na atualidade milhares que estão seguindo uma conduta semelhante. Não teriam dificuldade em compreender seu dever se este estivesse em harmonia com suas inclinações. Acha-se na Bíblia claramente posto diante deles, ou é evidentemente indicado pelas circunstâncias ou pela razão. Mas porque tais evidências são contrárias aos seus desejos e inclinações, frequentemente as põem de lado, e ousam ir a Deus para saberem o seu dever. Aparentemente com grande consciência, oram demorada e fervorosamente rogando luz. Mas com Deus não se brinca. Ele muitas vezes permite que tais pessoas sigam seus desejos, e sofram o resultado. ‘O Meu povo não quis ouvir a Minha voz. ... Pelo que Eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram segundo os seus próprios conselhos’ (Sl 81:11, 12). Quando alguém vê claramente o dever, não tome a liberdade de ir a Deus com oração para que possa ser dispensado de o cumprir. Antes, deve com espírito humilde e submisso, rogar força e sabedoria divinas para satisfazer as exigências desse dever” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 440, 441).

“Balaão... [havia] recebido grande luz e desfrutado privilégios especiais; mas um simples pecado que era acalentado... [lhe] envenenou todo o caráter, e ocasionou... [sua] destruição. ... É coisa perigosa permitir que uma característica infiel viva no coração. Um pecado acariciado pouco a pouco aviltará o caráter, levando todas as suas faculdades mais nobres em sujeição ao ruim desejo. A remoção de uma única salvaguarda da consciência, a condescendência com um mau hábito sequer, o descuido das elevadas exigências do dever, derribam as defesas da alma, e abrem o caminho para entrar Satanás e transviar-nos. O único meio seguro é fazer nossas orações subirem diariamente, de um coração sincero, como fazia Davi: ‘Dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem. Sal. 17:5’” (Ibid, p. 452).

Mãos à Bíblia


5. Leia as palavras que Balaão, controlado por Deus, falou sobre os filhos de Israel. Que poderosa mensagem e promessa é encontrada nessa profecia? Que esperança nelas é também oferecida a nós todos? Nm 23:5-10; veja também 1Co 15.

“[Balaão] Viu-os amparados pelo Seu braço, ao entrarem no escuro vale da sombra da morte. E viu-os saírem de seus túmulos, coroados de glória, honra e imortalidade. Contemplou os resgatados se regozijando nas glórias imarcescíveis da Terra renovada. Olhando para esta cena, exclamou: ‘Quem contará o pó de Jacó, e o número da quarta parte de Israel?’ E, ao ver a coroa de glória em cada fronte, a alegria irradiando de cada semblante, e olhando para aquela vida intérmina de pura felicidade, proferiu a solene oração: ‘A minha alma morra a morte do justo, e seja o meu fim como o seu’”(Nm 23:10; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 447).

6. Que significa morrer a morte “dos justos”? Qual é a única forma pela qual podemos morrer assim? Rm 3:20-24.

Eileen Neave | Keene, EUA

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - 01/12/09 a 05/12/09

Terça, 1º de dezembro

Exposição
O profeta em conflito


Um profeta com o coração dividido (Nm 22; 2Pe 2:14-16). Balaão é definitivamente um personagem digno de nota no livro de Deus. Aqui está um profeta que se comunica com o verdadeiro Deus, contudo não é israelita. É um homem que está em conflito – desejando simultaneamente agradar a Deus, por um lado, mas desejando ainda mais gratificar seu próprio ego e ganância, por outro. Além disso, ele tem uma mula que fala. Singular? Talvez, mas ele é mais semelhante a nós do que pode parecer a princípio.

Infelizmente, para Balaão, sua tentativa de conciliar na vida duas coisas incompatíveis chega ao fim antes de avançarmos muito com sua história. Uma coisa singular sobre Deus é que Ele não pode partilhar Seu trono com outros (Êx 20:3). Ele não vive num panteão como um deus entre outros. Essa singularidade dificultou as coisas para Balaão, porque ele amou “o salário da injustiça” (2Pe 2:15, NVI). A ganância estava competindo pelo trono de seu coração, e Balaão teria que escolher com que deus ficaria, pois Jesus disse: “Nenhum servo pode servir a dois senhores. ... Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16:13, NVI).

Será que alguma vez pensamos, como Balaão, que podemos fazer as coisas a nosso modo e servir a Deus ao mesmo tempo?

Hábitos pecaminosos não resolvidos assumirão o controle (Nm 23; Tt 3:3-8). O fato de que Deus falou a Balaão em sonhos e visões subentende que eles tinham algum tipo de relação significativa. O que sabemos sobre Deus é que Ele nos aceita como estamos (Tt 3:3-5). Ele deseja fazer tudo o que pode para ajudar-nos a eliminar nossos hábitos pecaminosos que, de outra forma, acabariam nos matando. Balaão não foi exceção. Assim, no princípio de Seu relacionamento com Balaão, podemos estar certos de que Deus sabia sobre seu problema com a ganância. Podemos estar seguros de que Deus tentou buscar, atrair e conquistar o coração de Balaão. Ele desejava que Balaão experimentasse a liberdade da entrega total, a liberdade da salvação pela graça.

Balaão recusou lidar com os hábitos pecaminosos profundamente enraizados em sua vida. Em vez de ouvir o Espírito Santo, racionalizou Seus apelos e resistiu a Ele até que o problema da ganância se transformou numa erva daninha gigantesca que encheu o jardim de seu coração (Jd 1:11). Quando a delegação de Balaque chegou, oferecendo-lhe riquezas, recompensas e honra, Balaão estava pronto a fazer o que há algum tempo seu coração lhe dizia para fazer. O resultado foi um pecado não resolvido que levou a um fim desastroso.

Como podemos resolver o pecado em nossa vida?

Como não amar uma mentira (2Ts 2:9-11; Ap 2:14). O interessante sobre Balaão é sua professa preocupação em buscar fazer a vontade de Deus. Por que ele se preocupava tanto com o que Deus pensava quando ia fazer, de qualquer forma, o que queria? Por que continuou pressionando a Deus por uma resposta diferente quando já sabia qual era a vontade de Deus? Talvez Balaão fosse como a maioria de nós. Gostava de pensar que estava bem com Deus, enquanto desejava fazer o que queria. Não somos do mesmo jeito?

O apóstolo Paulo nos diz que as pessoas serão assim até o fim dos tempos. “Estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira” (2Ts 2:10, 11, NVI). É da natureza humana desejar se sentir bem com respeito ao que se está fazendo, e Balaão não foi exceção à regra. Ele sabia demais sobre Deus para desejar viver afastado dEle, por isso decidiu ver se podia fazer Deus ser do jeito que ele desejava que Deus fosse.

De certa forma, Balaão vivia uma vida bastante legalista. Fazia exatamente o que Deus lhe dizia para fazer, no que diz respeito a cumprir ordens específicas. Contudo, violava os princípios sobre os quais as ordens específicas de Deus estavam baseadas. Não quis amaldiçoar Israel com palavras (Nm 24:12, 13), mas mais tarde chegaria ao mesmo objetivo atraindo Israel ao pecado (Ap 2:14). Os fariseus tinham o mesmo problema nos dias de Jesus. Devolviam o dízimo de suas especiarias, mas não viam problema em planejar matar alguém. Eram bons em fazer o que lhes era ordenado, mas o coração não estava naquilo. Jesus os repreendeu por negligenciarem os princípios e fazerem as coisas mecanicamente (Mt 23:23).
Uma espiritualidade de boas obras exteriores sem mudança de coração não é espiritualidade que vem de Deus. No fim, Balaão é exemplo de alguém que “ajustou” a vontade de Deus segundo sua própria ideia o suficiente para poder sentir-se confortável em fazer quase tudo o que quisesse. Ele não amava a verdade, portanto, Deus deixou que ele cresse numa mentira. Sua história é uma advertência para pessoas que vivem numa geração em que nada é absoluto, e a verdade é considerada relativa.

Como sabemos se amamos a verdade ou não? Como podemos estar seguros?

A vontade de Deus se cumpre (Nm 24). Apesar dos atos egoístas de Balaão que iam diretamente contra o plano de Deus para Israel, Deus orquestrou as circunstâncias de tal forma que Sua vontade ainda se cumpriu. Ele transformou o pedido de Balaque por uma maldição na realidade de uma bênção.

Como Deus transformou algo mau em bom em sua vida?

Mãos à Bíblia

4. Leia Números 22:22-34 e responda as seguintes perguntas:

a. Que significado simbólico existe no fato de que o animal mudo podia ver o anjo do Senhor e Balaão, suposto profeta de Deus, não o via? (Veja Sf 1:17; Mt 15:14; Ap 3:17.)

b. Leia a primeira resposta de Balaão à jumenta depois que esta falou com ele. Pense no que estava acontecendo. Que resposta irracional de Balaão revela a verdadeira natureza de seu coração e seu desejo de obter riqueza? Afinal, o que a maioria das pessoas faria se um animal começasse a conversar com elas?

c. Como essa história revela a graça de Deus, mesmo para Balaão, apesar de sua má escolha?

Steve Allred | Sacramento, EUA

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - 30/11/09 a 05/12/09

Segunda, 30 de novembro

Evidência
Mulas realmente podem falar?


Balaão é um dentre alguns profetas não-judaicos que pronunciaram profecias a respeito dos israelitas. Balaque escolheu Balaão para pronunciar uma maldição sobre a nação judaica. Mas Deus só lhe permitiu pronunciar bênçãos. A caminho da casa de Balaque, um anjo permitiu que a mula de Balaão falasse em oposição ao cruel tratamento que estava recebendo.

Três vezes a mula tentou se desviar do anjo que estava bloqueando a estrada, e três vezes Balaão a surrou. Quando a mula falou com Balaão, ela revelou o verdadeiro coração dele. Essa era a mesma mula que ele sempre usava em suas viagens, contudo Balaão a amaldiçoou. Balaão perdeu a confiança em sua mula assim como perdeu a confiança em Deus. O mesmo Deus que disse a Balaão, na primeira vez, que não fosse até Balaque, é o mesmo Deus no qual Balaão perdeu a confiança e depois fez sua própria vontade.

Só duas vezes na Bíblia lemos sobre animais que falaram. O primeiro animal se encontra em Gênesis 3, onde uma serpente falante enganou a Eva. Apocalipse 12:9 confirma que a serpente era o próprio Satanás. Nesse relato, Satanás fala através do animal a fim de tentar Eva, pervertendo as palavras de Deus. A segunda vez que lemos sobre um animal falante é em Números 22, onde encontramos o relato de Balaão e sua mula.

Há uma grande ironia nessas duas ocorrências, pois em ambas as ocasiões há grande oposição a Deus e a Suas instruções específicas. A serpente em Gênesis é Satanás enganando Eva. Em Números 22:22 o anjo é enviado como um adversário de Balaão. A palavra hebraica para adversário é satan. Essa palavra é usada em Números 22:22 e Apocalipse 12:9.

No caso de Balaão, contudo, não era Satanás que estava parado no caminho. Era o anjo do Senhor. Deus não estava usando o anjo para bloquear Balaão, porque ele estava determinado a seguir sua própria vontade em vez da vontade de Deus. Balaão é que era o adversário do plano de Deus de abençoar os israelitas.

Pouco tempo depois desse incidente, Balaão pronunciou três bênçãos sobre a nação israelita. As referências a Balão em 2 Pedro 2:14-16 e Apocalipse 2:12-14 não contam uma bonita história sobre ele. Ele sempre será lembrado como alguém que faria qualquer coisa por dinheiro.

Mãos à Bíblia

Quem foi Balaão? “Balaão já havia sido um bom homem e profeta de Deus; mas apostatara e se entregara à cobiça; todavia professava ainda ser servo do Altíssimo. Não ignorava a obra de Deus em favor de Israel; e quando os enviados comunicaram sua mensagem, bem sabia que era seu dever recusar as recompensas de Balaque e despedir os embaixadores. Mas se arriscou a contemporizar com a tentação” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 439).

3.
Aparentemente, Balaão estava se mantendo firme ao lado do Senhor. Porém, se lermos cuidadosamente, que sugestões podem indicar que ele estava brincando com a tentação? Nm 22:7-21

Jenni Glass | Overland Park, EUA

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domingo, 29 de novembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - 29/11/09 a 05/12/09

A “LOUCURA” DO PROFETA


“Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1Tm 6:10, NVI).

Prévia da semana: Um profeta que no passado fora fiel se desencaminhou pela cobiça da recompensa de um rei mundano.

Leitura adicional: Mateus 6:9-14

Domingo, 29 de novembro

Introdução
O Senhor quer que eu faça o quê?


Você já achou alguma vez que Deus lhe pediu para fazer algo ilógico? Ele já pediu que você seguisse um plano que não fazia sentido, e você ficou pensando como isso O glorificaria? Muitas vezes julgamos as situações com base em nossa própria perspectiva; e usamos nossas próprias experiências, conhecimento e intuição para determinar o que achamos ser o caminho correto.

Em muitas circunstâncias, me vejo diante da oportunidade de fazer algo que Deus me pede, mas não parece lógico. Às vezes, eu acho que talvez isso fosse o que Deus queria dois mil anos atrás. Mas agora, as coisas são diferentes! Então pergunto a mim mesmo o que devo fazer, e muitas vezes racionalizo o que Ele diz para que faça sentido para mim. Eis aqui um exemplo clássico:

Viajei para a Jamaica recentemente a fim de conhecer aquele belo país. Era uma longa viagem de automóvel do aeroporto até o local em que eu iria me hospedar. Era um dia quente de verão e nós serpeávamos pelas estradas estreitas que atravessavam a paisagem verdejante. Cansados de dirigir, paramos numa banca de frutas para comprar alguma comida e esticar as pernas. Saindo de nossa van quente e lotada, esfreguei os olhos ao deparar com o brilho do sol. Enquanto meus olhos se ajustavam, vi um homem sem-teto se aproximando de mim. “Desculpe-me, senhor, pode me dar alguns trocados?”, ele timidamente me pediu. Ora, eu estava bem ciente de que Deus me diz que dê aos pobres, mas pensei: Deus deve querer dizer que só deseja que ajude os pobres que ajudam a si mesmos. Não devo dar dinheiro para qualquer mendigo que peça porque, é claro, ele pode gastá-lo em bebida. Então eu disse ao homem sem-teto: “Desculpe. Não tenho dinheiro jamaicano.”

Embora Deus possa nos enviar a fazer uma tarefa ilógica, Ele sabe o que bem pode advir daquilo. Sim, pode parecer estranho; mas Deus só nos chama a seguir a Sua vontade. Ele fará o resto. 1 Coríntios 1:20 e 21 nos lembra que a sabedoria de Deus realmente vai além de todas as nossas ideias sobre “fazer sentido”. Ao estudar a história de Balaão nesta semana, lembre-se de que embora possamos não entender o plano de Deus, podemos ser uma pequena peça do quebra-cabeças que forma uma figura grande e cheia de detalhes.

Mãos à Bíblia

Compreensivelmente, Balaque estava inquieto. Afinal, veja o que os israelitas haviam acabado de fazer ao rei Ogue de Basã e ao rei Seom, dos amorreus – cuja nação já havia derrotado Moabe (veja Nm 21:26). Isso sem mencionar o que eles haviam feito aos cananeus (v. 1-3). Era motivo de sobra para estar com medo.

1. Por que o rei tinha tanto medo dos israelitas? Nm 22:1-6

2. Em realidade, se Israel representava uma ameaça, do que Balaque deveria realmente ter medo? Veja Gn 48:21; Êx 15:1; Dt 1:30; 20:4.

RoyLyn Palmer-Coleman | Paradise, EUA

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