terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A “Loucura” do Profeta - 01/12/09 a 05/12/09

Terça, 1º de dezembro

Exposição
O profeta em conflito


Um profeta com o coração dividido (Nm 22; 2Pe 2:14-16). Balaão é definitivamente um personagem digno de nota no livro de Deus. Aqui está um profeta que se comunica com o verdadeiro Deus, contudo não é israelita. É um homem que está em conflito – desejando simultaneamente agradar a Deus, por um lado, mas desejando ainda mais gratificar seu próprio ego e ganância, por outro. Além disso, ele tem uma mula que fala. Singular? Talvez, mas ele é mais semelhante a nós do que pode parecer a princípio.

Infelizmente, para Balaão, sua tentativa de conciliar na vida duas coisas incompatíveis chega ao fim antes de avançarmos muito com sua história. Uma coisa singular sobre Deus é que Ele não pode partilhar Seu trono com outros (Êx 20:3). Ele não vive num panteão como um deus entre outros. Essa singularidade dificultou as coisas para Balaão, porque ele amou “o salário da injustiça” (2Pe 2:15, NVI). A ganância estava competindo pelo trono de seu coração, e Balaão teria que escolher com que deus ficaria, pois Jesus disse: “Nenhum servo pode servir a dois senhores. ... Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16:13, NVI).

Será que alguma vez pensamos, como Balaão, que podemos fazer as coisas a nosso modo e servir a Deus ao mesmo tempo?

Hábitos pecaminosos não resolvidos assumirão o controle (Nm 23; Tt 3:3-8). O fato de que Deus falou a Balaão em sonhos e visões subentende que eles tinham algum tipo de relação significativa. O que sabemos sobre Deus é que Ele nos aceita como estamos (Tt 3:3-5). Ele deseja fazer tudo o que pode para ajudar-nos a eliminar nossos hábitos pecaminosos que, de outra forma, acabariam nos matando. Balaão não foi exceção. Assim, no princípio de Seu relacionamento com Balaão, podemos estar certos de que Deus sabia sobre seu problema com a ganância. Podemos estar seguros de que Deus tentou buscar, atrair e conquistar o coração de Balaão. Ele desejava que Balaão experimentasse a liberdade da entrega total, a liberdade da salvação pela graça.

Balaão recusou lidar com os hábitos pecaminosos profundamente enraizados em sua vida. Em vez de ouvir o Espírito Santo, racionalizou Seus apelos e resistiu a Ele até que o problema da ganância se transformou numa erva daninha gigantesca que encheu o jardim de seu coração (Jd 1:11). Quando a delegação de Balaque chegou, oferecendo-lhe riquezas, recompensas e honra, Balaão estava pronto a fazer o que há algum tempo seu coração lhe dizia para fazer. O resultado foi um pecado não resolvido que levou a um fim desastroso.

Como podemos resolver o pecado em nossa vida?

Como não amar uma mentira (2Ts 2:9-11; Ap 2:14). O interessante sobre Balaão é sua professa preocupação em buscar fazer a vontade de Deus. Por que ele se preocupava tanto com o que Deus pensava quando ia fazer, de qualquer forma, o que queria? Por que continuou pressionando a Deus por uma resposta diferente quando já sabia qual era a vontade de Deus? Talvez Balaão fosse como a maioria de nós. Gostava de pensar que estava bem com Deus, enquanto desejava fazer o que queria. Não somos do mesmo jeito?

O apóstolo Paulo nos diz que as pessoas serão assim até o fim dos tempos. “Estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira” (2Ts 2:10, 11, NVI). É da natureza humana desejar se sentir bem com respeito ao que se está fazendo, e Balaão não foi exceção à regra. Ele sabia demais sobre Deus para desejar viver afastado dEle, por isso decidiu ver se podia fazer Deus ser do jeito que ele desejava que Deus fosse.

De certa forma, Balaão vivia uma vida bastante legalista. Fazia exatamente o que Deus lhe dizia para fazer, no que diz respeito a cumprir ordens específicas. Contudo, violava os princípios sobre os quais as ordens específicas de Deus estavam baseadas. Não quis amaldiçoar Israel com palavras (Nm 24:12, 13), mas mais tarde chegaria ao mesmo objetivo atraindo Israel ao pecado (Ap 2:14). Os fariseus tinham o mesmo problema nos dias de Jesus. Devolviam o dízimo de suas especiarias, mas não viam problema em planejar matar alguém. Eram bons em fazer o que lhes era ordenado, mas o coração não estava naquilo. Jesus os repreendeu por negligenciarem os princípios e fazerem as coisas mecanicamente (Mt 23:23).
Uma espiritualidade de boas obras exteriores sem mudança de coração não é espiritualidade que vem de Deus. No fim, Balaão é exemplo de alguém que “ajustou” a vontade de Deus segundo sua própria ideia o suficiente para poder sentir-se confortável em fazer quase tudo o que quisesse. Ele não amava a verdade, portanto, Deus deixou que ele cresse numa mentira. Sua história é uma advertência para pessoas que vivem numa geração em que nada é absoluto, e a verdade é considerada relativa.

Como sabemos se amamos a verdade ou não? Como podemos estar seguros?

A vontade de Deus se cumpre (Nm 24). Apesar dos atos egoístas de Balaão que iam diretamente contra o plano de Deus para Israel, Deus orquestrou as circunstâncias de tal forma que Sua vontade ainda se cumpriu. Ele transformou o pedido de Balaque por uma maldição na realidade de uma bênção.

Como Deus transformou algo mau em bom em sua vida?

Mãos à Bíblia

4. Leia Números 22:22-34 e responda as seguintes perguntas:

a. Que significado simbólico existe no fato de que o animal mudo podia ver o anjo do Senhor e Balaão, suposto profeta de Deus, não o via? (Veja Sf 1:17; Mt 15:14; Ap 3:17.)

b. Leia a primeira resposta de Balaão à jumenta depois que esta falou com ele. Pense no que estava acontecendo. Que resposta irracional de Balaão revela a verdadeira natureza de seu coração e seu desejo de obter riqueza? Afinal, o que a maioria das pessoas faria se um animal começasse a conversar com elas?

c. Como essa história revela a graça de Deus, mesmo para Balaão, apesar de sua má escolha?

Steve Allred | Sacramento, EUA

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