sábado, 28 de junho de 2008

Seu Retorno como Rei e Amigo - Resumo Semanal 28/06/2008

Rodrigo P. Silva
O Dr. Rodrigo P. Silva é professor de Teologia do SALT
Unasp Campus II.

Seu Retorno como rei e Amigo
Sábado, 28 de junho

Introdução

I – Como esperar?

II – Para quando esperar?

III – A quem esperar?


Introdução



Certa vez, o Pastor Valdecir Lima iniciou um belo sermão com uma frase que, para mim, já fez valer os trinta minutos que se seguiram. Ele disse: Eu tenho uma notícia boa e também ruim para vocês. A notícia boa: se você estiver preparado, Jesus em breve voltará! A notícia ruim, se você não estiver preparado, Ele voltará do mesmo jeito!

De fato, a volta de Jesus é uma verdadeira “espada de dois gumes” em termos de qualificação. Ela pode ser ao mesmo tempo algo maravilhoso ou algo desesperador. Tudo depende de “como” a estamos aguardando.

Na infância, quase todos conheceram a experiência de praticar uma travessura e ouvir da mãe a declaração: “Quando seu pai chegar, você vai ver!”. Se a espera pelo retorno do “papai”, é algo prazeroso nos outros dias, não o será no dia da desobediência, pois sabemos as conseqüências que ela trará.

I – Como esperar?

A lição inicia corretamente lembrando da apreensiva espera do povo no pátio durante o dia da expiação e correlaciona este quadro à nossa condição. Afinal, profeticamente falando, desde 1844 estamos vivendo o dia da expiação. Em breve, Cristo deixará o santuário celestial. Não deveria a solenidade do antigo e tipológico dia da expiação dos hebreus nos ensinar algo sobre o modo de esperar nosso Senhor?

Durante muito tempo, a pregação adventista pareceu por demais fundamentada nas noções de medo e terror da volta de Cristo. Aqueles que nasceram em berço adventista anterior aos anos 80, certamente sabem do que estamos falando. Veja a tônica de muitos hinos e corinhos cantados na ocasião: “Se tu soubesses que Jesus viria ainda antes da manhã raiar, temor ia sentir ou alegria, sabendo que esta noite Ele ia chegar?” Outro: “Perto está o fim da graça, volve já, ó pecador! Oh! Será cruel desgraça todo mau se perderá” (veja como a nova versão do Hinário amenizou esta letra). E para não deixar de citar os corinhos infantis: “Cuidado olhinho com o que vê! Deus lá no Céu está olhando prá você... cuidado olhinho com o que vê!”

Mas não sejamos apressados em criticar essa ênfase. Mesmo que o tom tenha sido um pouco acima do que deveria ser, ele fez parte de uma época e atraiu muitas pessoas aos pés de Cristo. Mas, talvez alguém dirá, sim, trouxe almas e criou “traumas”. É verdade. Contudo, é importante mencionar que não somente a geração de ontem, mas principalmente a de hoje, também precisa da mesma dosagem de temperança em anunciar os importantes eventos que em breve ocorrerão neste mundo.

Para fugir do extremo do terror que dominava o discurso do passado, é bem provável que nossa geração se tenha refugiado num outro extremo igualmente perigoso que é o do completo destemor. Irmãos leigos da igreja adventista tomaram a elogiável iniciativa de produzir dois filmes sobre a volta de Jesus. Um nos anos 70 (“O Grande Conflito”) e outro mais recentemente (“A última batalha”). Ambos tiveram seu mérito e suas limitações, mas não é no filme que gostaria de me focar e sim no comportamento mais ou menos geral que ambos produziram no público que os assistiu. O primeiro causou em muitas pessoas, num grupo considerável eu diria, uma sensação de indagações preocupadas com o futuro e a brevidade do advento. Muitos jovens terminavam de assistir ao filme se perguntando se haviam ou não cometido o pecado contra o Espírito Santo, se daria tempo de se casarem antes do regresso do Senhor, se compensaria terminar a faculdade, etc... Com o segundo filme, a reação geral foi sensivelmente diferenciada. Não havia tanto temor ou expectativa como no primeiro; os comentários, com louváveis exceções, é claro, giravam em torno de frases do tipo: “É, foi um filme legal”, “a asa do anjo poderia ser mais realista, dava para ver que era de isopor”.

Quando me tornei adventista, qualquer aparente rumor a respeito do decreto dominical ou fechamento da porta da graça passava a ser tema de conversa na porta das igrejas ou em vigílias. Hoje, porém, a sensação causada por este tipo de assunto parece menor. Talvez a explicação esteja num diálogo que tive com um amigo a quem muito admiro. Falávamos sobre a tragédia ocorrida em 11 de setembro e o cenário americano atual. Ele, adventista de berço, me esclareceu: “Não mais me sinto tocado por esse tipo de assunto. Passei a infância e a juventude achando que Jesus em breve voltaria. Qualquer rumor dos Estados Unidos era motivo de alarde em minha igreja. Depois, tudo se desfazia em nada. Hoje, estamos vacinados contra esse tipo de coisa.” Foi então que o interpelei, com o argumento que acredito ser algo a considerar em nossos dias: “Raciocine comigo”, eu o desafiei, “na Bíblia, há uma pergunta retórica de Cristo que se responde a si mesma: ‘Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na Terra’? Ora, se os últimos eventos aparentemente ameaçavam acontecer e a igreja (e em alguns casos até o mundo), como um todo, se despertava, isso era um indicativo de que não poderia ser aquele o tempo fim. Agora, novamente e com muito mais força, esses eventos estão na iminência de acontecer e as pessoas já não se sentem tão mobilizadas. Este quadro sim, responde melhor à pergunta feita por Cristo.

Em relação ao temor, embora saibamos que o medo é doentio, e seria “tropeçar no óbvio” fazer qualquer discurso acerca disto, devemos nos lembrar de que a Bíblia fala várias vezes em temer a Deus. Aliás, é até possível escrever todo um tratado baseado na “Teologia do Temor”.

Apenas para registrar: a distinção moderna entre “ter medo” e “temer”, pode até parecer boa e interessante para descrever a diferença entre um sentimento cauteloso e doentio, mas não vem da Bíblia. O hebraico tem várias palavras para temor, mas a que mais se repete e que tem um cognato perfeito no grego do Novo Testamento é a palavra Yârê’. Seu sentido básico é admiração, espanto, tremor, perplexidade, medo.

Eis algumas passagens em que ela aparece: Êx 15: 11; Dt 5:5; 2Sm 14:15. Uma passagem, para mim especial é a do Salmo 119:120 cuja tradução literal seria: “Arrepia-se de temor [diante de] Ti a minha carne, e de Teus juízos tenho medo”.

Mas é interessante que essa sensação, embora legítima e intentada por Deus, seja aliviada posteriormente no crente com a aproximação do amor divino que suaviza a sensação de medo. Então, o temor passa a ser respeito, reverência (Veja Sl 112:1 e Ec 8:12). Na Bíblia, temer também é sinônimo de obedecer ao Senhor!

Uma contradição, porém, parece surgir ao vermos textos como Filipenses 2:12, onde Paulo incentiva a desenvolver nossa salvação em “temor e tremor” e 1 João 4:18, onde o apóstolo sugere que descartemos o sentimento de medo, para que possamos ser aperfeiçoados no amor. Na verdade, a contradição é aparente e o equilíbrio resolve tudo. É impossível chegar diante de alguém tão poderoso como o Deus de Israel sem “perder a fala”. Não dá para não tremer as pernas diante da potência de Sua voz ou a grandeza de Sua luz ofuscante. Por outro lado, não há como ignorar Seu carinho e amor. A vontade que temos é de correr para Ele, apesar da profundeza desconhecida de Sua grandeza.

Os pais que têm um bom relacionamento com os filhos têm experiências muito bonitas de se contar. O pastor Dave Stone disse, certa vez, que foi surpreendido por sua filhinha de quatro anos quando ambos estavam numa piscina. Ele estava na parte mais funda e ela, que não sabia nadar muito bem, na rasa. Em pouco tempo ela disse: “Papai, estou com medo. Quero ir onde você está”. O pai achou engraçada a ingenuidade dela e disse: “Filhinha, é muito mais fundo onde eu estou”! “Não me importo”, ela respondeu, “quero ir até onde você está”. “Tudo bem, venha, eu pego você”, respondeu o pai. Imediatamente, ela começou a nadar em estilo cachorrinho, atravessou a piscina até onde ele estava e, ao chegar perto do pai, o pânico se transformou em alívio e segurança. Ela estava junto do pai dela, não precisava temer a profundidade.

E quanto ao juízo? Bem, vi na Internet uma história contada pela escritora americana Astrid Lindgren que talvez ilustre este aspecto do relacionamento. Uma senhora contou que, certa vez, o filho de 5 anos fez alguma coisa que ela considerou muito errada e sentiu que deveria dar-lhe um castigo físico. Ela ordenou que ele fosse até o quintal de sua casa e trouxesse uma varinha de árvore para que ela pudesse aplicar-lhe a punição. O menino ficou longo tempo fora da casa e, quando voltou, estava chorando e disse para a mãe: “Mãezinha, não consegui achar uma varinha, mas achei uma pedra que você pode jogar em mim”. Imediatamente, a mãe entendeu como a situação é sentida do ponto de vista de uma criança: se minha mãe quer bater em mim, não faz diferença como ou com o quê. Ela pode até fazê-lo com uma pedra. O que mais dói é tê-la desapontado. Para o verdadeiro crente, o castigo não está em ser ameaçado pelo lago de fogo ou pelas pragas do Apocalipse. O castigo está em incorrer no risco de decepcionar e machucar alguém que muito amamos.

Analise bem mais essa comparação: um jovem pode ter medo de uma gangue de rua que lhe assalta com um canivete e ordena que entregue sua carteira, pois precisam de seu dinheiro para comprar drogas. O jovem dá o dinheiro porque tem medo deles, mas não os respeita. Se pudesse, ele acabaria com eles. Mas esse mesmo jovem chega em casa e o idoso avô que ele tanto ama, lhe pede algum dinheiro para ajudar-lhe a comprar um remédio para pressão alta. O rapaz esvazia a carteira sem vacilar e entrega ao avô até mais do que ele precisa. Qual é a diferença? Note que o velhinho não tinha como obrigá-lo fisicamente como a gangue, mas o temor que o jovem tinha em relação a ele era de respeito e não chantagem.

II – Para quando esperar?

Muitos séculos se passaram desde que a promessa de Cristo foi feita aos apóstolos no arborizado Monte das Oliveiras (Mt 24:3-31). Com toda essa demora, a impressão que se tem é de que Ele nunca vai cumprir o que prometeu ou que a esperança de vê-Lo voltar não passa de uma fantasia infantil. Mas isto não é verdade. A Bíblia deixa claro que poderia haver uma longa espera.

Depois de ter recebido uma visão do juízo final, o profeta Habacuque, escreveu num letreiro o seguinte: “Ainda não chegou o tempo certo para que a visão se cumpra; mas ela se cumprirá sem falta. O tempo certo vai chegar logo; portanto, espere, ainda que pareça demorar, pois a visão virá no momento exato” (Hc 2:3).

O apóstolo Pedro também, antes de morrer, deixou para a Igreja Cristã uma carta na qual escreveu: “Vocês precisam saber que nos últimos dias vão aparecer homens dominados pelas suas próprias paixões. Eles vão zombar de vocês, dizendo: ‘Ele prometeu vir, não foi? Onde está Ele? Os nossos pais morreram, e tudo continua do mesmo jeito que era desde a criação do mundo’!” (2Pe 3:4).

Pode ser que alguém questione: “Mas, espere um pouco! Na Bíblia, Jesus disse várias vezes que viria em breve, mas dois mil anos não são tão breves assim. Ele Se equivocou na promessa?”

É lógico que não! Para começo de conversa, a tônica do discurso de Jesus sobre Sua vinda era de que ninguém podia saber quando ocorreria.

Quando Ele profetizou a destruição de Jerusalém, por exemplo, disse: “Lembrem-se disso: essas coisas vão acontecer antes de morrerem os que estão vivos.” Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, não obstante (no grego há uma conjunção adversativa muito clara), “mas a respeito daquele dia (da Sua volta) e hora, ninguém sabe, nem os anjos dos Céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt 24:24 e 36).

Jerusalém seria destruída naquela geração, e foi realmente. Quatro décadas depois de Jesus ter dito isto, os romanos cercaram a cidade e queimaram tudo, até o templo dos judeus. Mas o dia do Juízo Final, ninguém saberia quando haveria de ocorrer.

E as promessas da brevidade? O que faremos com aquela história do “fiquem calmos” pois “certamente, venho sem demora” (Ap 22:20)? É simples: Se Jesus deixasse bem claro, no primeiro século, que ainda haveriam de se passar pelo menos dois mil e poucos anos sem que Ele voltasse, os cristãos primitivos entrariam em pânico. Isso não significa, porém, que Jesus tenha mentido para eles. O Mestre apenas deixou patente a idéia de que devemos estar preparados para encontrá-Lo como se Ele viesse hoje. Por outro lado, devemos trabalhar em favor da sociedade e de nossa própria vida como se Ele fosse demorar ainda cem ou mil anos.

Sabe por quê? É que existem pessoas que, em vista da promessa de Jesus voltar, acham que os cristãos não têm nada a fazer no mundo a não ser esperar a volta do Senhor. Pensam que preocupações políticas, programas de combate à fome, conscientização político-social são coisas que não interessam, pois só a volta de Jesus corrigirá o mundo.

De modo mais particular, há fanáticos que não votam, não participam de nenhuma sociedade beneficente, não se casam, ou, se são casados, não deixam os filhos estudarem porque “Jesus voltará em breve, logo, não se justifica perder tempo com estudos”.

Alguns chegam a argumentar o seguinte: “A Bíblia previu que, antes da volta de Jesus, o mundo estaria em caos. Sendo assim, se tentarmos melhorar a sociedade estaremos indo contra a profecia da Palavra de Deus.” Pessoas que agem assim, infelizmente, não entenderam as orientações do Mestre.

Numa de Suas parábolas acerca do segundo advento, Jesus perguntou: “Quem é, então, o empregado fiel e inteligente? É aquele que o patrão põe para tomar conta dos outros empregados, para lhes dar mantimentos no tempo certo. Feliz aquele empregado que estiver fazendo isso quando o patrão chegar! Eu afirmo que, de fato, o patrão o porá para tomar conta de toda a sua propriedade” (Mt 24:45 e 46).

III – A quem esperar?


Conta-se que, certa vez, uma garotinha de seus seis ou sete anos, entregou a um homem um folheto com os dizeres: “Jesus em Breve voltará”. Sem a menor sensibilidade para com a criança, o adulto devolveu-lhe o panfleto soltando uma irritante gargalhada e dizendo com voz de deboche: “É mesmo, garota? Quer dizer que Jesus está chegando?! Então, quando Ele vier, diga-Lhe que deixei para Ele um abraço, isto é, se Ele vier mesmo...”

Com simplicidade, a garotinha respondeu: “Se Jesus vai aceitar o abraço do senhor, eu não sei, mas agora me lembro do que o apóstolo Pedro disse que viriam homens como o senhor, debochando da promessa de Cristo. Eles serão queimados e virarão cinza no dia do Juízo. Desculpe, moço, mas acho que o senhor tem um problemão para resolver!”

Segundo a Bíblia, a volta de Jesus é um evento que encerra dois sentimentos ao mesmo tempo. Para aqueles que estão em paz com Deus e amam Sua lei, ela será um momento de alegria e muita expectativa. Aquele que está por vir não é um estranho nem um exterminador do futuro; Ele é o seu Salvador e virá buscá-lo para que você vá morar em Seu reino eterno.

Por outro lado, há uma grande multidão que não demonstra nenhuma vontade de estar com o Mestre. Essas pessoas rejeitam Sua graça e fecham os olhos à lógica de Sua palavra profética. Estes, diz o Apocalipse, pedirão aos montes que caiam em cima deles e os livrem da visão daquele dia (veja Ap 6:15 e 16).
Diz um romance medieval que, certa vez, durante as campanhas para conquistar Jerusalém, um poderoso príncipe cruzado apaixonou-se por uma jovem otomana. Tomando a moça, ele a levou para um belo castelo que ficava num lugar protegido da guerra. Ela que tinha sido uma jovem pobre acostumada ao sofrimento do deserto, mal se continha diante da suntuosidade daquele que, para o príncipe, não passava de um pequeno chalé.

Por motivos legais, o príncipe não podia ainda levá-la para seu reino e, por isso, teve que deixá-la provisoriamente no castelo até que pudesse voltar para a oficialização de seu casamento com ela. Para que nada faltasse à sua amada, ele providenciou um escudeiro que, de tempo em tempo, iria ao castelo levar todas as provisões que, eventualmente, pudessem lhe ser necessárias. No retorno da viagem, o escudeiro aproveitaria para trazer ao príncipe notícias sobre a que um dia dividiria com ele o trono do seu reino.

No primeiro retorno do escudeiro, o jovem regente quase não mais agüentava tanta ansiedade. Queria logo saber qual era a mensagem que sua amada teria lhe enviado. Como a moça não sabia escrever, era o escudeiro quem devia relatar o conteúdo do recado.

“Majestade,” disse ele, “sua amada noiva alegrou-se muito com os vestidos e demais presentes que o senhor lhe enviou. Disse que tem muitas amizades perto do castelo e que todas as noites dá uma festa para vários convidados. Está tudo, muito bem.

No segundo retorno, a mensagem não havia mudado muito. Disse o escudeiro: “Majestade, sua amada noiva continua muito feliz. Disse que usou seu vestido novo no casamento de uma pessoa da aldeia local. Comentou também que não vê a hora de participar de outras festas, ainda maiores no palácio de vossa soberania. E, por fim, solicitou que enviasse mais dinheiro para que ela pudesse comprar especiarias de um burguês que eventualmente aparece na região oferecendo produtos da Índia.

Depois de várias idas e vindas sempre trazendo recados semelhantes, o príncipe enviou o escudeiro com uma forte mensagem para a bela moça.
“Querida, escreveu ele, esta é a última vez que envio meu escudeiro com o fim de trazer-me notícias suas. Junto com ele vai um pouco de ouro e provisões para que você possa deixar esse meu castelo e voltar para sua terra. Sinto muito ter que romper nosso compromisso, mas não posso ter por noiva alguém que não sente saudade de mim. Você parece estar muito bem com os vestidos, jóias, festas e outras coisas mais que há na região. Minha pessoa não está fazendo falta na sua vida e, por isso, deduzi que você não me ama. Por isso, desfaço nosso noivado. Pelo menos uma única vez, gostaria de ter ouvido dizer que você me ama ou que tem saudades de mim. Eu daria o meu reino para ter o seu sorriso, mas descobri que você não me ama. Por isso, adeus!”

Jesus também deixou-nos no mundo provisoriamente, até que possa voltar para levar-nos ao Seu reino. Para que nada nos faltasse, Ele enviou o Espírito Consolador que cuida de nossa vida e eleva a Deus as nossas preces. De modo semelhante ao da história da jovem otomana, há alguns que se deleitam em ficar pedindo coisas. Seu grande desejo está no materialismo e nos bens que o mundo oferece. Em momento algum, eles parecem saudosos de Cristo. Seu coração não pede para Jesus voltar.

Outros, porém, agem de maneira diferente. Não são alienados e sabem aproveitar bem a vida que Deus lhes deu. No entanto, sentem que sua história deve ser uma seta apontando para o reino vindouro.

Sabe, nosso amadurecimento espiritual deve nos ensinar que, por mais bela que seja a vida, por mais vitoriosos ou bem-sucedidos que sejamos, nossa existência não terá sentido se, na eternidade, não estivermos com Jesus. Tudo de bom que aqui experimentamos será nada, se comparado às surpresas que nos estão preparadas para aquele grandioso dia.

Agora, pare por alguns instantes e imagine como será estupenda a ocasião da volta de Cristo. Na Terra, o caos estará em seu grau máximo. As pragas apocalípticas estarão caindo com fúria, provocando os mais dramáticos acidentes de toda a história. O remanescente fiel estará sendo perseguido por ter rejeitado servir ao governo do Anticristo.

Tudo parecerá sem saída. Satanás comandará livremente o mundo como se aqui fosse seu verdadeiro domínio. O mal triunfará e o bem parecerá ter fracassado. Porém, no momento de maior escuridão, romperá no céu a luz fulgurante da intervenção de Deus.

O relógio profético indicará meia-noite e a Terra começará a tremer diante da potente voz que anunciará a chegada do Filho de Deus.

Então, surgirá do oriente uma pequena nuvem do tamanho da metade da mão de um homem. Essa nuvem crescerá e começará a revelar seu caráter sobrenatural. Junto dela, há uma sombra de juízo que parecerá cobrir todos os povos. Os que estiverem em falta sentirão ser chegada a hora do acerto de contas e não haverá meio de escape.

Fulgurante, no meio do céu, a nuvem se tornará um túnel de onde sairão milhares de anjos com suas trombetas dando sonido à mais melodiosa canção jamais executada por qualquer orquestra humana.

Eles voarão majestosos por todos os cantos. Seu brilho será superior ao do Sol brilhando no meio do dia e seu número parecerá incontável. De repente, do meio da nuvem branca, surgirá a figura nobre de nosso Salvador. Sua glória é maior do que a de todos os anjos reunidos. Ele erguerá Sua mão e a Terra silenciará. Então, com voz suave, começará a convocar a presença dos Seus amigos – aquelas pessoas que decidiram amar Sua vinda e preparar-se para o grande encontro.

Das sepulturas surgirão santos que há tempos aguardavam no pó a ressurreição do último dia. Alguns deles estarão mortos por séculos e nada mais restará deles senão o pó de seus ossos espalhados pelos quatro ventos. Esses serão formados no ar e levados até à presença do trono celestial.

Os que ficarem vivos (talvez alguns de nós) também serão elevados nos braços de anjos que os conduzirão para o encontro com o Senhor.

Imagine você no meio dos remidos! Parece inacreditável, mas você está ali. O Mestre chama seu nome e você responde. Ele, então, diz algo que parece resumir tudo o que você sempre desejou ouvir da boca de Deus: “Valeu, filho(a), você venceu! Foi muito bom ter criado você. Agora, entre e sinta-se em casa; o Céu é todo seu!”

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sexta-feira, 27 de junho de 2008

Seu Retorno Como Rei e Amigo - 27/06/2008 a 27/06/2008


Sexta, 27 de junho

Ainda não...


A segunda vinda de Cristo para mim, hoje, tem um significado muito especial. Quando criança, porém, não era bem assim. Medo era o que eu sentia quando pensava nesse assunto. Lembro que, certa vez, tive um sonho. Jesus voltava, e eu me perdia. Que pesadelo!

Passaram-se alguns anos. Depois, no ápice da juventude, não era mais o medo de perder a salvação que me levava a não desejar tanto assim a volta de Jesus, e sim o receio de que não desse tempo de realizar todos os meus planos. "Ainda, não, Senhor! Dá um tempinho. Eu quero que o Senhor volte, mas não agora. Eu ainda nem me casei... E o meu curso no exterior?! Calma aí, Senhor, ainda não."

Você também já se sentiu assim, com medo de não estar preparado para o Céu? Ou, quem sabe, já desejou que Jesus demorasse só mais um pouquinho para dar tempo de "curtir a vida"...

A Palavra de Deus diz: "Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a Sua vinda" (2Pd 3:11, 12; NVI). Ou, como em outras versões: "desejando ardentemente", "aguardando ansiosamente". Paulo também afirma: a salvação está reservada unicamente para os que "amam a Sua vinda" (2Tm 4:8).

Desejo ardente, grande expectativa, regozijo – é isso que deve inundar nosso coração ao pensarmos na volta do nosso grande Amigo, Rei e Senhor Jesus Cristo!

"Devemos nos encher de alegria com o pensamento da breve volta de Cristo. Aos que amam a Sua vinda, virá Ele, sem pecado, para salvação. Mas se temos a mente repleta de pensamentos de coisas terrenas, não poderemos aguardar com alegria o Seu aparecimento" (Visões do Céu, pág. 165).

Veja, se não estamos aguardando o segundo advento de Cristo com toda essa alegria e expectativa, é simplesmente porque nossa mente está lotada de pensamentos seculares. É claro que não há problema algum em querer aproveitar a vida, fazer planos para o futuro, realizar sonhos e ser feliz aqui na Terra. O problema é quando nossa mente fica tão cheia dessas coisas que não sobra espaço para as coisas celestiais, e Deus deixa de ser a prioridade nº 1.

Por outro lado, se Deus for o centro da nossa vida, se Jesus for nosso maior amigo, se o Céu for nosso alvo, nosso prazer nas coisas de Deus será tão grande, nosso amor por Ele tão intenso, que responderemos prontamente: "Amém. Vem, Senhor Jesus!" (Ap 22:20). Que essa promessa encha de alegria o seu coração!

Dicas


1.
Leia o capítulo 17 do livro Visões do Céu, de Ellen White.
2. Faça uma lista de tudo que é importante para você em ordem de prioridade. Depois, refaça a lista de tal forma que Deus assuma o topo da lista. Se necessário, acrescente mais itens (testemunho, culto pessoal, culto familiar, etc.). Por último, faça uma oração pedindo ajuda para seguir esse plano de agora em diante.
3. Procure descobrir a história do hino "Oh, Que Esperança!". Leia os versos para a classe e diga o que esse hino representa para você (nº 469 do Hinário Adventista do Sétimo Dia).


Marily Sales dos Reis | São Paulo, Brasil

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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Seu Retorno Como Rei e Amigo - 26/06/2008 a 27/06/2008


Quinta, 26 de junho

Amigos para sempre


Os mileritas esperaram o advento em 22 de outubro de 1844. E aqui estamos nós hoje, cerca de 164 anos mais tarde. Como vamos resolver esse problema em nossa mente? Uma forma é nos concentrarmos na veracidade e na certeza do evento. Podemos ter certeza dele considerando, acima de tudo, quem fez a promessa. Ela veio do próprio Jesus, cuja honradez e credibilidade resistiu à prova dos séculos.

4. Recapitule estas passagens. Elas falam do primeiro advento. Se elas se cumpriram, o que podemos esperar do segundo advento? Gn 3:15, Is 40:8, Gl 4:4; veja também Dn 9:24-27

Quando Cristo esteve na Terra, andando pelas estradas empoeiradas, agiu como servo ministrando em favor de muitos. Trocou a coroa por espinhos, o manto real por uma túnica. Falou aos corações com o poder do amor. Curou as feridas do corpo e da alma. Foi um Rei Amigo que caminhou com Seus súditos e deu a própria vida para resgatá-los do império das trevas.

O Rei Amigo virá pela segunda vez. Não há dúvidas quanto a isso, pois os sinais que Ele deu (Mt 24) são claros e estão ocorrendo numa intensidade ascendente. Será um grande encontro em que todos os amigos do Rei de todas as épocas assistirão a esse glorioso evento. A pergunta que fica é: Como manter amizade com Jesus? Como se preparar para esse grande encontro de amigos? Devemos voltar aos princípios da fé. Coisas que sabemos, mas que por vezes negligenciamos:

1. Busque o reino de Deus em primeiro lugar. Deixe Cristo ocupar o trono do seu coração e reinar em todas as esferas de sua vida (Mt 6:33). Crucifique o eu e suas vontades. Deixe o Amigo Espírito Santo fazer uma transformação diária de dentro para fora. É no coração que começa o reino de Deus.

2. Leia a mensagem real. O Rei Amigo lhe enviou uma carta. Fixe os olhos no Céu e busque na Bíblia palavras de conforto, encorajamento e esperança. Reserve tempo cada dia para meditar em sua mensagem. Assim terá forças para prosseguir. Comunhão negligenciada acarreta prejuízos à espiritualidade. A Palavra de Deus é pão do Céu para a alma.

3. Entre na sala do trono. Ajoelhe-se perante o Rei encostando a cabeça em Seu colo (Hb 4:16) e converse como se faz com um amigo. Conte a Ele tudo que vai dentro d’alma. Nenhuma palavra se perderá. A oração vai colocar seu coração junto ao dEle.

4. Seja embaixador real. Ele nos deu uma nobre missão: a de representá-Lo aqui na Terra. Com sua vida e palavras apresente as novas do Seu reino aos que não o conhecem. Divulgue a mensagem com criatividade para que outros se preparem para o grande encontro.

Quando Ele voltar em Sua carruagem de anjos, teremos o maior encontro de todos os tempos em todo o Universo. Jesus Cristo nos abraçará e nos levará para casa. Portanto, prepare-se, erga a cabeça, tenha esperança! Por toda eternidade, seremos amigos do Rei Amigo! Assim diz certa canção: "Ser amigos é pra sempre como eterno é o nosso Deus."

Marcos Ribeiro | BA, Brasil

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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Seu Retorno Como Rei e Amigo - 25/06/2008 a 27/06/2008


Quarta, 25 de junho

Jesus está demorando?

A sociedade pós-moderna em que vivemos valoriza a velocidade. Quando estou com fome, posso ir a um restaurante ou simplesmente fazer o pedido em um drive-thru e em menos de três minutos recebo meu sanduíche. Quando compro pela internet ou pelo telefone, o meu desejo é que minha compra chegue o mais rápido possível. Dessa maneira, a cultura em que estamos inseridos pode afetar nossa fé.

Na revista Ufo de setembro 2006, a reportagem dizia que Jesus voltaria até abril de 2007. Certamente essa notícia causou polemica entre os leitores, mas revela mais uma vez a tendência imediatista desta geração.

A Bíblia é clara e enfática sobre a iminente volta de Jesus. Porém, esperar a volta dEle não tem sido fácil. Nós racionalizamos infinitas razões para Jesus voltar logo: injustiça, guerra, fome, desastres naturais, falta de amor. Aos nossos olhos elas parecem ser suficientes. Então, por que Ele não vem?

Quando Pedro escreveu aos cristãos em seu tempo, ele os alertou a respeito dessa ansiedade, dizendo: "Nos últimos dias, virão escarnecedores com seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda?" (2Pd 3:3, 4). Mas Pedro nos confortou quando escreveu: "Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrario Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento."

A volta do Rei terminará com a incessante procura de preencher o vazio do nosso coração. Mas enquanto Jesus não volta, nós devemos: (1) aguardá-Lo; (2) viver corretamente; (3) estudar a Bíblia; e (4) crescer em graça.

Quando tudo terminar, iremos desfrutar a recompensa por ter aguardado e acreditado nas promessas de Deus. Quão maravilhoso será esse dia!

"A voz de Deus é ouvida no Céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e reafirmando o concerto eterno com Seu povo. Semelhantes a estrondos do mais forte trovão, Suas palavras ecoam pela Terra inteira. O Israel de Deus fica a ouvir, com o olhar fixo no alto. Tem o semblante iluminado com a Sua glória, brilhante como o rosto de Moisés quando desceu do Sinai. Os ímpios não podem olhar para eles. E, quando se pronuncia a bênção sobre os que honraram a Deus, santificando o Seu sábado, há uma grande aclamação de vitória.

"Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra" (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 640).

Aline Santos | SP, Brasil

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terça-feira, 24 de junho de 2008

Seu Retorno Como Rei e Amigo - 24/06/2008 a 27/06/2008


Terça, 24 de junho

Fique alerta

3. Leia as passagens seguintes e veja como elas fortalecem essa noção de expectativa e alegria. Jo 14:1-3; At 1:11; Fp 3:20, 21; 1Ts 4:13-18; Ap 7:9, 10, 13-17

"Ao se aproximar o povo de Deus dos perigos dos últimos dias, faz Satanás ardorosa consulta com seus anjos quanto ao plano de maior êxito no sentido de lhes transtornar a fé. Vê que as igrejas populares já estão sendo embaladas para dormir, pelo seu poder enganador. Por meio de agradáveis sofismas e mentirosas maravilhas, pode ele continuar a conservá-los sob o seu domínio. Dirige, portanto, seus anjos para que lancem suas ciladas especialmente para os que aguardam o segundo advento de Cristo e se estão esforçando por observar todos os mandamentos de Deus."

"O mundo, cheio de rixas, repleto de ímpios prazeres, acha-se adormecido, adormecido em segurança carnal. Os homens estão dilatando a vinda do Senhor. Riem das advertências. Ouve-se a soberba jactância: ‘Todas as coisas continuam como desde o princípio da criação’ (2Pd 3:4). ‘O dia de amanhã será como este, e ainda maior e mais famoso’ (Is 56:12). Aprofundar-nos-emos no amor do prazer. Mas Cristo diz: ‘Eis que venho como ladrão’ (Ap 16:15). Ao mesmo tempo em que o mundo está perguntando zombeteiramente: ‘Onde está a promessa da Sua vinda?’ (2Pd 3:4) estão-se cumprindo os sinais. Enquanto eles gritam: ‘Paz e segurança’, aproxima-se repentina destruição. Quando o escarnecedor, o rejeitador da verdade, se tem tornado presunçoso; quando a rotina do trabalho nos vários ramos de ganhar dinheiro é prosseguida sem consideração para com princípios; quando o estudante está ansiosamente buscando o conhecimento de tudo menos a Bíblia, Cristo vem como ladrão."

"As igrejas de nosso tempo estão procurando o engrandecimento mundano, e acham-se tão pouco dispostas a discernir a luz das profecias e aceitar as evidências de seu cumprimento, as quais revelam que Cristo virá em breve, como sucedeu com os judeus no tocante a Seu primeiro aparecimento. Eles aguardavam o reinado temporal e triunfante do Messias em Jerusalém. Cristãos professos de nosso tempo estão esperando a prosperidade temporal da igreja, na conversão do mundo e na posse do milênio temporal."

"Desviem os olhos de si mesmos para Jesus. Ele é ‘tudo em todos’ (Cl 3:11). Os merecimentos do sangue de um Salvador crucificado e ressurgido serão suficientes para purificar do menor como do maior dos pecados. Com fé confiante, entreguem a guarda de sua alma a Deus como a um fiel Criador. Não estejam em constante temor e apreensão de que Deus os abandone. Jamais o fará, a menos que dEle se apartem. Cristo virá e habitará em vocês, caso Lhe abram a porta do coração. Pode haver perfeita harmonia entre vocês e o Pai e o Filho, uma vez que morram para o próprio eu e vivam para Deus."

Fontes: Conselhos Sobre Mordomia, p 154; O Desejado de Todas as Nações, p. 635; Maranata, o Senhor Vem (MM 1977), p. 9; Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 543.

Adriana Teixeira | SP, Brasil

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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Seu Retorno Como Rei e Amigo - 23/06/2008 a 27/06/2008


Segunda, 23 de junho

Ele vem para resgatar-nos

Jesus disse que Sua vinda será um tempo de angústia para as nações (Mt 24:30). Mas não devemos temer esse dia, pois nos encontraremos com nosso Amigo Jesus.

2. O que dizem os textos seguintes sobre a segunda vinda? Mt 25:31-33, 41; 2Ts 1:6-9; Hb 12:25-29

Mais de 2.500 versos da Bíblia afirmam que Cristo virá uma segunda vez para a Terra. "Eu voltarei", o próprio Jesus prometeu (Jo 14:3). Mas este assunto tem sido misturado com muitas especulações filosóficas e teológicas tentando nos convencer de que o Salvador já veio espiritualmente ou que Ele virá secretamente para raptar a igreja. Somente um estudo das Escrituras guiado pelo Espírito Santo revelará a razão, a maneira e o tempo da segunda vinda de Cristo. Acima de tudo, encontraremos Jesus Cristo retornando para resgatar Seus filhos.

A razão (Mt 24:31; Jo 14:1-3; Hb 9:28). Jesus voltará para completar Sua obra de salvação. Como vimos antes, o preço dos nossos pecados já foi pago na cruz e agora é aplicado a nós no ministério de Cristo no santuário celestial. Seu segundo advento é o próximo passo no qual Ele leva consigo o povo que Ele "comprou com Seu próprio sangue" (At 20; 28; Ap 5:9). Para nos salvar,era necessário que Cristo nascesse, vivesse como humano, enfrentasse provas, morte, ressurreição e também fosse nosso sacerdote. Porém, seremos efetivamente "salvos" apenas quando Cristo voltar para nos tirar desta realidade de pecado.

Portanto, assim como as Escrituras ensinam, o principal objetivo da segunda vinda de Cristo é reunir Seus filhos: "E Ele enviará os Seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os Seus escolhidos..." (Mt 24:31). Em vez de vir simplesmente para destruir, exterminar, Ele aparecerá para buscar "aqueles que O aguardam para a salvação" (Hb 9:28). De fato, Cristo vem para "buscar para Si as Suas jóias" (Ellen White, Serviço Cristão, p. 271).

Não podemos esconder que haverá destruição para outros. Grande parte do mundo irá "lamentar" vendo Cristo pairar sobre as nuvens (Mt 24:30). Para aqueles que rejeitarem a graça, a segunda vinda será o dia de ira divina, tão terrível que implorarão às montanhas que caiam sobre eles (Ap 6:16). Mas, no quadro profético, enquanto um grupo se desespera, outro pula de alegria. A diferença entre eles não é uma escolha divina, mas, de acordo com decisões pessoais que trazem suas sérias conseqüências. Levantando essa discussão, muitos acusam Jesus de vir para destruir, para "trazer o fim" de tudo. Mas o único fim que Ele trará será para o pecado, a injustiça e o sofrimento. Será o fim da morte e o começo da vida. Depois do retorno de Cristo, haverá apenas verdadeira felicidade (Ap 21:4).

Em vez de ficarmos apavorados, como filhos de Deus, vamos festejar a segunda vinda de Cristo. Será uma ocasião de alegria, porque será o casamento espiritual de Cristo com Sua igreja (Ap 19:7). Cristo prometeu: "Voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também", portanto, nosso coração não deve temer (Jo 14:1-3). Se amamos a Cristo, se sonhamos finalmente estar com Ele, a segunda vinda será a realização do nosso sonho. O retorno de Jesus, a ressurreição dos fiéis e a transformação física acontecerão porque somente assim "estaremos para sempre com o Senhor" (1Ts 4:17).

"Esta Terra é o lugar de preparação para o Céu. O tempo gasto aqui é o inverno do cristão... Mas em um futuro próximo, quando Cristo voltar, tristeza e suspiros de saudade acabarão para sempre. Então, será o verão do cristão. Todas as provas estarão acabadas e não haverá mais doença ou morte" (Manuscript Releases, p. 107).

A maneira (Mt 24:27, 30; Lc 21:25-31; 1Ts 4:13-18). Não há razão para dúvidas acerca da maneira como Jesus virá. A segunda vinda de Cristo não será um evento secreto, mas aberto a "todas as nações" e a "todo olho" (Mt 24:30; Ap 1:7). Nosso Salvador virá da próxima vez não mais como uma pessoa comum, mas como glorioso soberano. Nosso planeta estará em intensa convulsão (Ap 6:14; 2Pd 3:10). A segunda vinda de Cristo será claramente audível: trombetas soarão enquanto anjos cobrirão o horizonte. Milhões de filhos de Deus de todas as eras se levantarão das sepulturas fisicamente transformados e flutuarão em direção a Cristo juntos com os salvos que estarão vivos naquela ocasião (1Ts 4:13-18).

O tempo (Dn 9:24-27; Mt 24; Lc 21:25-31). Assim como a primeira vinda de Cristo ocorreu num tempo estabelecido por Deus (Dn 9:24-27), a segunda também. Porém, ninguém sabe quando Jesus virá (Mt 24:36). Por outro lado, o Salvador nos deu alguns sinais que indicariam a proximidade de Sua vinda, porque sabia quão ansiosamente esperaríamos por Ele. Calamidades naturais e sociais, confusão religiosa em escala global e fenômenos astronômicos seriam indicadores iniciais de Seu retorno (Mt 24; Lc 21:25-31). No entanto, antes que Ele volte, o evangelho será pregado a "todas as nações" (Mt 24:14).

Jesus destacou fortemente nossa necessidade de estarmos preparados para Sua vinda (Mt 24:42). Não podemos perder aquele dia. Nada pode ser melhor do que encontrar a Cristo. Aqui e agora temos a chance de recebê-Lo como nosso Salvador e Senhor, aguardá-Lo com esperança e alertar as pessoas à nossa volta acerca daquele dia no qual nossas vidas serão definitivamente transformadas.

Diogo Cavalcanti Cerquilo, SP, Brasil

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domingo, 22 de junho de 2008

Seu Retorno Como Rei e Amigo - 22/06/2008 a 27/06/2008


Seu Retorno Como Rei e Amigo
"Assim também Cristo foi oferecido uma só vez em sacrifício, para tirar os pecados de muitas pessoas. Depois Ele aparecerá pela segunda vez, não para tirar pecados, mas para salvar as pessoas que estão esperando por Ele" (Hb 9:28).

Prévia da semana: A promessa da volta de Cristo é certa. O Senhor deu muitos sinais de Sua volta. Ao vermos – e já vemos – o cumprimento dessas coisas, sabemos que Sua vinda está próxima.

Leitura adicional: O Grande Conflito, capítulos 40 e 42 (p. 635-652 e 662-678)

Domingo, 22 de junho

Devaneios

O período em que estamos vivendo agora foi prefigurado pelo Dia da Expiação no antigo Israel. Conforme o sumo sacerdote executava seu ministério anual no Lugar Santíssimo, o povo esperava pelo seu aparecimento no pátio exterior, pois sinalizava a conclusão bem-sucedida da obra do Sumo Sacerdote em favor do povo. Desde 1844, Cristo tem estado comprometido com uma fase do ministério prefigurado pelo Dia da Expiação em Israel. Quando essa obra estiver consumada, Ele aparecerá para receber Seu povo.

1. Que esperança podemos ter nas promessas destas passagens? Lc 12:40-48; Tt 2:11-13; 1Pe 1:3-8

Então, Ele finalmente voltou. Parece maravilhoso demais para ser verdade, mas, sim: Jesus Cristo finalmente voltou. Observo ao meu redor para ver a reação das pessoas. Algumas sorriem, felizes pela chegada do dia tão aguardado; outras revelam o desespero na face e procuram negar para si mesmas a consumação das profecias – em vão. A despeito dessas expectativas, a nuvem de glória se aproxima solenemente, envolta por uma trilha musical nunca antes ouvida.

Procuro distinguir entre uma multidão de asas o par pertencente ao meu anjo. Logo, inevitavelmente, eu o vejo, sorrindo e vindo em minha direção. É esse ser de luz que deve me conduzir às nuvens. Com poucas palavras, ele me cerca com seus braços – como já fez tantas vezes, ao me proteger do perigo – e, então, alçamos vôo. A visão que se segue deixa para trás qualquer show pirotécnico produzido pela humanidade, com uma profusão de cores imensa, faiscante. Uma viagem extraordinária.

É no fim dessa viagem que eu O vejo, assentado em Seu trono. Ao me avistar, imediatamente Ele Se levanta e começa a caminhar até mim. Em posição de adoração, recolho-me, tímido em minha insignificância, mas isso não interrompe o Rei dos reis. Para Ele, esse momento é a coroação de um plano de milhares de anos. Foi para viver essa cena de reencontro que Ele veio até a Terra pela primeira vez, viveu como um mortal, morreu por meus pecados e, afinal, ressuscitou.

Frente a frente a Jesus, não sei o que dizer. Todas as palavras ensaiadas durante os anos de espera desaparecem. No lugar dos verbos, há um turbilhão de emoções. Inevitáveis, as lágrimas se seguem, com um efeito de bálsamo.

Emocionado e com a cabeça baixa, não vejo quando Ele estende as mãos marcadas pelas cicatrizes dos pregos em direção ao meu rosto; apenas sinto Seus dedos ao redor de meus olhos, secando as lágrimas quase que instantaneamente. Os olhares se cruzam segundos antes do abraço – um abraço adiado por muitos anos, mas que agora é o símbolo de uma aliança eterna entre Pai e filho.

No enlevo desse abraço, apenas consigo balbuciar: "Obrigado!"

Ele responde: "Eu faria tudo novamente, Meu filho. Eu amo você."

Fernando Torres SP, Brasil

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