sábado, 28 de junho de 2008

Seu Retorno como Rei e Amigo - Resumo Semanal 28/06/2008

Rodrigo P. Silva
O Dr. Rodrigo P. Silva é professor de Teologia do SALT
Unasp Campus II.

Seu Retorno como rei e Amigo
Sábado, 28 de junho

Introdução

I – Como esperar?

II – Para quando esperar?

III – A quem esperar?


Introdução



Certa vez, o Pastor Valdecir Lima iniciou um belo sermão com uma frase que, para mim, já fez valer os trinta minutos que se seguiram. Ele disse: Eu tenho uma notícia boa e também ruim para vocês. A notícia boa: se você estiver preparado, Jesus em breve voltará! A notícia ruim, se você não estiver preparado, Ele voltará do mesmo jeito!

De fato, a volta de Jesus é uma verdadeira “espada de dois gumes” em termos de qualificação. Ela pode ser ao mesmo tempo algo maravilhoso ou algo desesperador. Tudo depende de “como” a estamos aguardando.

Na infância, quase todos conheceram a experiência de praticar uma travessura e ouvir da mãe a declaração: “Quando seu pai chegar, você vai ver!”. Se a espera pelo retorno do “papai”, é algo prazeroso nos outros dias, não o será no dia da desobediência, pois sabemos as conseqüências que ela trará.

I – Como esperar?

A lição inicia corretamente lembrando da apreensiva espera do povo no pátio durante o dia da expiação e correlaciona este quadro à nossa condição. Afinal, profeticamente falando, desde 1844 estamos vivendo o dia da expiação. Em breve, Cristo deixará o santuário celestial. Não deveria a solenidade do antigo e tipológico dia da expiação dos hebreus nos ensinar algo sobre o modo de esperar nosso Senhor?

Durante muito tempo, a pregação adventista pareceu por demais fundamentada nas noções de medo e terror da volta de Cristo. Aqueles que nasceram em berço adventista anterior aos anos 80, certamente sabem do que estamos falando. Veja a tônica de muitos hinos e corinhos cantados na ocasião: “Se tu soubesses que Jesus viria ainda antes da manhã raiar, temor ia sentir ou alegria, sabendo que esta noite Ele ia chegar?” Outro: “Perto está o fim da graça, volve já, ó pecador! Oh! Será cruel desgraça todo mau se perderá” (veja como a nova versão do Hinário amenizou esta letra). E para não deixar de citar os corinhos infantis: “Cuidado olhinho com o que vê! Deus lá no Céu está olhando prá você... cuidado olhinho com o que vê!”

Mas não sejamos apressados em criticar essa ênfase. Mesmo que o tom tenha sido um pouco acima do que deveria ser, ele fez parte de uma época e atraiu muitas pessoas aos pés de Cristo. Mas, talvez alguém dirá, sim, trouxe almas e criou “traumas”. É verdade. Contudo, é importante mencionar que não somente a geração de ontem, mas principalmente a de hoje, também precisa da mesma dosagem de temperança em anunciar os importantes eventos que em breve ocorrerão neste mundo.

Para fugir do extremo do terror que dominava o discurso do passado, é bem provável que nossa geração se tenha refugiado num outro extremo igualmente perigoso que é o do completo destemor. Irmãos leigos da igreja adventista tomaram a elogiável iniciativa de produzir dois filmes sobre a volta de Jesus. Um nos anos 70 (“O Grande Conflito”) e outro mais recentemente (“A última batalha”). Ambos tiveram seu mérito e suas limitações, mas não é no filme que gostaria de me focar e sim no comportamento mais ou menos geral que ambos produziram no público que os assistiu. O primeiro causou em muitas pessoas, num grupo considerável eu diria, uma sensação de indagações preocupadas com o futuro e a brevidade do advento. Muitos jovens terminavam de assistir ao filme se perguntando se haviam ou não cometido o pecado contra o Espírito Santo, se daria tempo de se casarem antes do regresso do Senhor, se compensaria terminar a faculdade, etc... Com o segundo filme, a reação geral foi sensivelmente diferenciada. Não havia tanto temor ou expectativa como no primeiro; os comentários, com louváveis exceções, é claro, giravam em torno de frases do tipo: “É, foi um filme legal”, “a asa do anjo poderia ser mais realista, dava para ver que era de isopor”.

Quando me tornei adventista, qualquer aparente rumor a respeito do decreto dominical ou fechamento da porta da graça passava a ser tema de conversa na porta das igrejas ou em vigílias. Hoje, porém, a sensação causada por este tipo de assunto parece menor. Talvez a explicação esteja num diálogo que tive com um amigo a quem muito admiro. Falávamos sobre a tragédia ocorrida em 11 de setembro e o cenário americano atual. Ele, adventista de berço, me esclareceu: “Não mais me sinto tocado por esse tipo de assunto. Passei a infância e a juventude achando que Jesus em breve voltaria. Qualquer rumor dos Estados Unidos era motivo de alarde em minha igreja. Depois, tudo se desfazia em nada. Hoje, estamos vacinados contra esse tipo de coisa.” Foi então que o interpelei, com o argumento que acredito ser algo a considerar em nossos dias: “Raciocine comigo”, eu o desafiei, “na Bíblia, há uma pergunta retórica de Cristo que se responde a si mesma: ‘Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na Terra’? Ora, se os últimos eventos aparentemente ameaçavam acontecer e a igreja (e em alguns casos até o mundo), como um todo, se despertava, isso era um indicativo de que não poderia ser aquele o tempo fim. Agora, novamente e com muito mais força, esses eventos estão na iminência de acontecer e as pessoas já não se sentem tão mobilizadas. Este quadro sim, responde melhor à pergunta feita por Cristo.

Em relação ao temor, embora saibamos que o medo é doentio, e seria “tropeçar no óbvio” fazer qualquer discurso acerca disto, devemos nos lembrar de que a Bíblia fala várias vezes em temer a Deus. Aliás, é até possível escrever todo um tratado baseado na “Teologia do Temor”.

Apenas para registrar: a distinção moderna entre “ter medo” e “temer”, pode até parecer boa e interessante para descrever a diferença entre um sentimento cauteloso e doentio, mas não vem da Bíblia. O hebraico tem várias palavras para temor, mas a que mais se repete e que tem um cognato perfeito no grego do Novo Testamento é a palavra Yârê’. Seu sentido básico é admiração, espanto, tremor, perplexidade, medo.

Eis algumas passagens em que ela aparece: Êx 15: 11; Dt 5:5; 2Sm 14:15. Uma passagem, para mim especial é a do Salmo 119:120 cuja tradução literal seria: “Arrepia-se de temor [diante de] Ti a minha carne, e de Teus juízos tenho medo”.

Mas é interessante que essa sensação, embora legítima e intentada por Deus, seja aliviada posteriormente no crente com a aproximação do amor divino que suaviza a sensação de medo. Então, o temor passa a ser respeito, reverência (Veja Sl 112:1 e Ec 8:12). Na Bíblia, temer também é sinônimo de obedecer ao Senhor!

Uma contradição, porém, parece surgir ao vermos textos como Filipenses 2:12, onde Paulo incentiva a desenvolver nossa salvação em “temor e tremor” e 1 João 4:18, onde o apóstolo sugere que descartemos o sentimento de medo, para que possamos ser aperfeiçoados no amor. Na verdade, a contradição é aparente e o equilíbrio resolve tudo. É impossível chegar diante de alguém tão poderoso como o Deus de Israel sem “perder a fala”. Não dá para não tremer as pernas diante da potência de Sua voz ou a grandeza de Sua luz ofuscante. Por outro lado, não há como ignorar Seu carinho e amor. A vontade que temos é de correr para Ele, apesar da profundeza desconhecida de Sua grandeza.

Os pais que têm um bom relacionamento com os filhos têm experiências muito bonitas de se contar. O pastor Dave Stone disse, certa vez, que foi surpreendido por sua filhinha de quatro anos quando ambos estavam numa piscina. Ele estava na parte mais funda e ela, que não sabia nadar muito bem, na rasa. Em pouco tempo ela disse: “Papai, estou com medo. Quero ir onde você está”. O pai achou engraçada a ingenuidade dela e disse: “Filhinha, é muito mais fundo onde eu estou”! “Não me importo”, ela respondeu, “quero ir até onde você está”. “Tudo bem, venha, eu pego você”, respondeu o pai. Imediatamente, ela começou a nadar em estilo cachorrinho, atravessou a piscina até onde ele estava e, ao chegar perto do pai, o pânico se transformou em alívio e segurança. Ela estava junto do pai dela, não precisava temer a profundidade.

E quanto ao juízo? Bem, vi na Internet uma história contada pela escritora americana Astrid Lindgren que talvez ilustre este aspecto do relacionamento. Uma senhora contou que, certa vez, o filho de 5 anos fez alguma coisa que ela considerou muito errada e sentiu que deveria dar-lhe um castigo físico. Ela ordenou que ele fosse até o quintal de sua casa e trouxesse uma varinha de árvore para que ela pudesse aplicar-lhe a punição. O menino ficou longo tempo fora da casa e, quando voltou, estava chorando e disse para a mãe: “Mãezinha, não consegui achar uma varinha, mas achei uma pedra que você pode jogar em mim”. Imediatamente, a mãe entendeu como a situação é sentida do ponto de vista de uma criança: se minha mãe quer bater em mim, não faz diferença como ou com o quê. Ela pode até fazê-lo com uma pedra. O que mais dói é tê-la desapontado. Para o verdadeiro crente, o castigo não está em ser ameaçado pelo lago de fogo ou pelas pragas do Apocalipse. O castigo está em incorrer no risco de decepcionar e machucar alguém que muito amamos.

Analise bem mais essa comparação: um jovem pode ter medo de uma gangue de rua que lhe assalta com um canivete e ordena que entregue sua carteira, pois precisam de seu dinheiro para comprar drogas. O jovem dá o dinheiro porque tem medo deles, mas não os respeita. Se pudesse, ele acabaria com eles. Mas esse mesmo jovem chega em casa e o idoso avô que ele tanto ama, lhe pede algum dinheiro para ajudar-lhe a comprar um remédio para pressão alta. O rapaz esvazia a carteira sem vacilar e entrega ao avô até mais do que ele precisa. Qual é a diferença? Note que o velhinho não tinha como obrigá-lo fisicamente como a gangue, mas o temor que o jovem tinha em relação a ele era de respeito e não chantagem.

II – Para quando esperar?

Muitos séculos se passaram desde que a promessa de Cristo foi feita aos apóstolos no arborizado Monte das Oliveiras (Mt 24:3-31). Com toda essa demora, a impressão que se tem é de que Ele nunca vai cumprir o que prometeu ou que a esperança de vê-Lo voltar não passa de uma fantasia infantil. Mas isto não é verdade. A Bíblia deixa claro que poderia haver uma longa espera.

Depois de ter recebido uma visão do juízo final, o profeta Habacuque, escreveu num letreiro o seguinte: “Ainda não chegou o tempo certo para que a visão se cumpra; mas ela se cumprirá sem falta. O tempo certo vai chegar logo; portanto, espere, ainda que pareça demorar, pois a visão virá no momento exato” (Hc 2:3).

O apóstolo Pedro também, antes de morrer, deixou para a Igreja Cristã uma carta na qual escreveu: “Vocês precisam saber que nos últimos dias vão aparecer homens dominados pelas suas próprias paixões. Eles vão zombar de vocês, dizendo: ‘Ele prometeu vir, não foi? Onde está Ele? Os nossos pais morreram, e tudo continua do mesmo jeito que era desde a criação do mundo’!” (2Pe 3:4).

Pode ser que alguém questione: “Mas, espere um pouco! Na Bíblia, Jesus disse várias vezes que viria em breve, mas dois mil anos não são tão breves assim. Ele Se equivocou na promessa?”

É lógico que não! Para começo de conversa, a tônica do discurso de Jesus sobre Sua vinda era de que ninguém podia saber quando ocorreria.

Quando Ele profetizou a destruição de Jerusalém, por exemplo, disse: “Lembrem-se disso: essas coisas vão acontecer antes de morrerem os que estão vivos.” Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, não obstante (no grego há uma conjunção adversativa muito clara), “mas a respeito daquele dia (da Sua volta) e hora, ninguém sabe, nem os anjos dos Céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt 24:24 e 36).

Jerusalém seria destruída naquela geração, e foi realmente. Quatro décadas depois de Jesus ter dito isto, os romanos cercaram a cidade e queimaram tudo, até o templo dos judeus. Mas o dia do Juízo Final, ninguém saberia quando haveria de ocorrer.

E as promessas da brevidade? O que faremos com aquela história do “fiquem calmos” pois “certamente, venho sem demora” (Ap 22:20)? É simples: Se Jesus deixasse bem claro, no primeiro século, que ainda haveriam de se passar pelo menos dois mil e poucos anos sem que Ele voltasse, os cristãos primitivos entrariam em pânico. Isso não significa, porém, que Jesus tenha mentido para eles. O Mestre apenas deixou patente a idéia de que devemos estar preparados para encontrá-Lo como se Ele viesse hoje. Por outro lado, devemos trabalhar em favor da sociedade e de nossa própria vida como se Ele fosse demorar ainda cem ou mil anos.

Sabe por quê? É que existem pessoas que, em vista da promessa de Jesus voltar, acham que os cristãos não têm nada a fazer no mundo a não ser esperar a volta do Senhor. Pensam que preocupações políticas, programas de combate à fome, conscientização político-social são coisas que não interessam, pois só a volta de Jesus corrigirá o mundo.

De modo mais particular, há fanáticos que não votam, não participam de nenhuma sociedade beneficente, não se casam, ou, se são casados, não deixam os filhos estudarem porque “Jesus voltará em breve, logo, não se justifica perder tempo com estudos”.

Alguns chegam a argumentar o seguinte: “A Bíblia previu que, antes da volta de Jesus, o mundo estaria em caos. Sendo assim, se tentarmos melhorar a sociedade estaremos indo contra a profecia da Palavra de Deus.” Pessoas que agem assim, infelizmente, não entenderam as orientações do Mestre.

Numa de Suas parábolas acerca do segundo advento, Jesus perguntou: “Quem é, então, o empregado fiel e inteligente? É aquele que o patrão põe para tomar conta dos outros empregados, para lhes dar mantimentos no tempo certo. Feliz aquele empregado que estiver fazendo isso quando o patrão chegar! Eu afirmo que, de fato, o patrão o porá para tomar conta de toda a sua propriedade” (Mt 24:45 e 46).

III – A quem esperar?


Conta-se que, certa vez, uma garotinha de seus seis ou sete anos, entregou a um homem um folheto com os dizeres: “Jesus em Breve voltará”. Sem a menor sensibilidade para com a criança, o adulto devolveu-lhe o panfleto soltando uma irritante gargalhada e dizendo com voz de deboche: “É mesmo, garota? Quer dizer que Jesus está chegando?! Então, quando Ele vier, diga-Lhe que deixei para Ele um abraço, isto é, se Ele vier mesmo...”

Com simplicidade, a garotinha respondeu: “Se Jesus vai aceitar o abraço do senhor, eu não sei, mas agora me lembro do que o apóstolo Pedro disse que viriam homens como o senhor, debochando da promessa de Cristo. Eles serão queimados e virarão cinza no dia do Juízo. Desculpe, moço, mas acho que o senhor tem um problemão para resolver!”

Segundo a Bíblia, a volta de Jesus é um evento que encerra dois sentimentos ao mesmo tempo. Para aqueles que estão em paz com Deus e amam Sua lei, ela será um momento de alegria e muita expectativa. Aquele que está por vir não é um estranho nem um exterminador do futuro; Ele é o seu Salvador e virá buscá-lo para que você vá morar em Seu reino eterno.

Por outro lado, há uma grande multidão que não demonstra nenhuma vontade de estar com o Mestre. Essas pessoas rejeitam Sua graça e fecham os olhos à lógica de Sua palavra profética. Estes, diz o Apocalipse, pedirão aos montes que caiam em cima deles e os livrem da visão daquele dia (veja Ap 6:15 e 16).
Diz um romance medieval que, certa vez, durante as campanhas para conquistar Jerusalém, um poderoso príncipe cruzado apaixonou-se por uma jovem otomana. Tomando a moça, ele a levou para um belo castelo que ficava num lugar protegido da guerra. Ela que tinha sido uma jovem pobre acostumada ao sofrimento do deserto, mal se continha diante da suntuosidade daquele que, para o príncipe, não passava de um pequeno chalé.

Por motivos legais, o príncipe não podia ainda levá-la para seu reino e, por isso, teve que deixá-la provisoriamente no castelo até que pudesse voltar para a oficialização de seu casamento com ela. Para que nada faltasse à sua amada, ele providenciou um escudeiro que, de tempo em tempo, iria ao castelo levar todas as provisões que, eventualmente, pudessem lhe ser necessárias. No retorno da viagem, o escudeiro aproveitaria para trazer ao príncipe notícias sobre a que um dia dividiria com ele o trono do seu reino.

No primeiro retorno do escudeiro, o jovem regente quase não mais agüentava tanta ansiedade. Queria logo saber qual era a mensagem que sua amada teria lhe enviado. Como a moça não sabia escrever, era o escudeiro quem devia relatar o conteúdo do recado.

“Majestade,” disse ele, “sua amada noiva alegrou-se muito com os vestidos e demais presentes que o senhor lhe enviou. Disse que tem muitas amizades perto do castelo e que todas as noites dá uma festa para vários convidados. Está tudo, muito bem.

No segundo retorno, a mensagem não havia mudado muito. Disse o escudeiro: “Majestade, sua amada noiva continua muito feliz. Disse que usou seu vestido novo no casamento de uma pessoa da aldeia local. Comentou também que não vê a hora de participar de outras festas, ainda maiores no palácio de vossa soberania. E, por fim, solicitou que enviasse mais dinheiro para que ela pudesse comprar especiarias de um burguês que eventualmente aparece na região oferecendo produtos da Índia.

Depois de várias idas e vindas sempre trazendo recados semelhantes, o príncipe enviou o escudeiro com uma forte mensagem para a bela moça.
“Querida, escreveu ele, esta é a última vez que envio meu escudeiro com o fim de trazer-me notícias suas. Junto com ele vai um pouco de ouro e provisões para que você possa deixar esse meu castelo e voltar para sua terra. Sinto muito ter que romper nosso compromisso, mas não posso ter por noiva alguém que não sente saudade de mim. Você parece estar muito bem com os vestidos, jóias, festas e outras coisas mais que há na região. Minha pessoa não está fazendo falta na sua vida e, por isso, deduzi que você não me ama. Por isso, desfaço nosso noivado. Pelo menos uma única vez, gostaria de ter ouvido dizer que você me ama ou que tem saudades de mim. Eu daria o meu reino para ter o seu sorriso, mas descobri que você não me ama. Por isso, adeus!”

Jesus também deixou-nos no mundo provisoriamente, até que possa voltar para levar-nos ao Seu reino. Para que nada nos faltasse, Ele enviou o Espírito Consolador que cuida de nossa vida e eleva a Deus as nossas preces. De modo semelhante ao da história da jovem otomana, há alguns que se deleitam em ficar pedindo coisas. Seu grande desejo está no materialismo e nos bens que o mundo oferece. Em momento algum, eles parecem saudosos de Cristo. Seu coração não pede para Jesus voltar.

Outros, porém, agem de maneira diferente. Não são alienados e sabem aproveitar bem a vida que Deus lhes deu. No entanto, sentem que sua história deve ser uma seta apontando para o reino vindouro.

Sabe, nosso amadurecimento espiritual deve nos ensinar que, por mais bela que seja a vida, por mais vitoriosos ou bem-sucedidos que sejamos, nossa existência não terá sentido se, na eternidade, não estivermos com Jesus. Tudo de bom que aqui experimentamos será nada, se comparado às surpresas que nos estão preparadas para aquele grandioso dia.

Agora, pare por alguns instantes e imagine como será estupenda a ocasião da volta de Cristo. Na Terra, o caos estará em seu grau máximo. As pragas apocalípticas estarão caindo com fúria, provocando os mais dramáticos acidentes de toda a história. O remanescente fiel estará sendo perseguido por ter rejeitado servir ao governo do Anticristo.

Tudo parecerá sem saída. Satanás comandará livremente o mundo como se aqui fosse seu verdadeiro domínio. O mal triunfará e o bem parecerá ter fracassado. Porém, no momento de maior escuridão, romperá no céu a luz fulgurante da intervenção de Deus.

O relógio profético indicará meia-noite e a Terra começará a tremer diante da potente voz que anunciará a chegada do Filho de Deus.

Então, surgirá do oriente uma pequena nuvem do tamanho da metade da mão de um homem. Essa nuvem crescerá e começará a revelar seu caráter sobrenatural. Junto dela, há uma sombra de juízo que parecerá cobrir todos os povos. Os que estiverem em falta sentirão ser chegada a hora do acerto de contas e não haverá meio de escape.

Fulgurante, no meio do céu, a nuvem se tornará um túnel de onde sairão milhares de anjos com suas trombetas dando sonido à mais melodiosa canção jamais executada por qualquer orquestra humana.

Eles voarão majestosos por todos os cantos. Seu brilho será superior ao do Sol brilhando no meio do dia e seu número parecerá incontável. De repente, do meio da nuvem branca, surgirá a figura nobre de nosso Salvador. Sua glória é maior do que a de todos os anjos reunidos. Ele erguerá Sua mão e a Terra silenciará. Então, com voz suave, começará a convocar a presença dos Seus amigos – aquelas pessoas que decidiram amar Sua vinda e preparar-se para o grande encontro.

Das sepulturas surgirão santos que há tempos aguardavam no pó a ressurreição do último dia. Alguns deles estarão mortos por séculos e nada mais restará deles senão o pó de seus ossos espalhados pelos quatro ventos. Esses serão formados no ar e levados até à presença do trono celestial.

Os que ficarem vivos (talvez alguns de nós) também serão elevados nos braços de anjos que os conduzirão para o encontro com o Senhor.

Imagine você no meio dos remidos! Parece inacreditável, mas você está ali. O Mestre chama seu nome e você responde. Ele, então, diz algo que parece resumir tudo o que você sempre desejou ouvir da boca de Deus: “Valeu, filho(a), você venceu! Foi muito bom ter criado você. Agora, entre e sinta-se em casa; o Céu é todo seu!”

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