terça-feira, 3 de novembro de 2009

Planejando de Antemão - 03/11/09 a 07/11/09

Terça, 3 de novembro

Exposição
Cor que levanta o ânimo


Quebrando o silêncio (Nm 15:1, 2, 17, 18, 37, 38). Aquele tinha sido o maior rompimento que os israelitas tinham tido até então com seu Pai e Guia espiritual. Após uma birra coletiva e uma tentativa insana de reivindicar o prêmio prometido, Israel tinha aprontado uma grande trapalhada. Enquanto relutantemente desmontavam o acampamento, o silêncio espiritual deve ter sido ensurdecedor. Quem iria quebrá-lo?

Para surpresa deles, foi Deus. Contudo, o fato de ter sido Ele quem quebrou o silêncio não foi a única surpresa. Em vez de uma intimidadora censura ou de palavras tranquilizadoras, Deus apresentou detalhada mensagem sobre sacrifícios e borlas!

Enquanto os israelitas ouviam a Deus, devem ter se dado conta de que Ele estava reafirmando Sua promessa original de lhes dar a terra. Com o risco real de a comunidade mergulhar em profunda depressão espiritual com relação a seu destino, Deus quebrou o silêncio para reafirmar-lhes Sua promessa e a realidade de que a terra era algo que Ele lhes estava dando, não algo que haviam perdido. Em segundo lugar, essa reiteração das leis de Deus lembrou aos israelitas que Ele ainda estava lhes apontando claramente um modo melhor de vida.

Ofertas perfumadas de esperança (Lv 7:28-36; Nm 15:1-13; 2Co 2:15, 16; Ef 5:2). Essas leis quanto a ofertas queimadas e ofertas voluntárias se pareciam com receitas. Misture um décimo de um efa de farinha com um quarto de hin de azeite e passe grossas fatias de carne de carneiro nessa mistura para produzir uma oferta que tem aroma muito agradável.

Essas instruções quanto a sacrifícios são fascinantes e, surpreendentemente, encorajadoras. Tanto a farinha quanto o vinho subentendem que as pessoas envolvidas em apresentar esses sacrifícios já eram parte de uma comunidade agrícola estabelecida, onde se colhia trigo e se prensava uvas. Portanto, essas leis reafirmam intrinsecamente a promessa de que Israel se estabeleceria na fértil Terra Prometida. Não só isso, mas essas ofertas retratam o fato de que Deus estava convidando Seu povo para participar de uma apetitosa refeição de paz com Ele e com os sacerdotes.1 Esses sacrifícios representavam o perdão e a restauração do relacionamento.

Talvez isso identifique a verdadeira razão pela qual os sacrifícios eram um aroma agradável a Deus. Em vez de Deus gostar particularmente do cheiro de carne marinada, Ele aprecia a possibilidade de desfrutar de um relacionamento restaurado conosco. É por isso que a vida de Jesus foi tão fragrante para Deus; e é por isso também que somos chamados a espalhar essa mesma fragrância de Cristo onde quer que formos.

O verdadeiro status dos estrangeiros (Nm 15:14-16; Gl 3:26-29; Cl 3:1-11). Também é revigorante notar quão inclusivo Deus foi nas leis que Ele partilhou com os israelitas. Em muitos lugares do capítulo 15, Ele disse aos israelitas que as mesmas leis quanto às ofertas voluntárias e pacíficas se aplicavam aos estrangeiros que viviam entre eles, da mesma forma que se aplicava a eles. Deus estendeu a eles a paz, assim como Ele a estendia aos israelitas.

Contudo, é possível ver esse inclusivismo com lentes muito mais otimistas do que correspondia à realidade. Na verdade, os estrangeiros não tinham exatamente o mesmo status dos israelitas. Conquanto pudessem desfrutar do mesmo status civil que os judeus nativos (Lv 24:22; Nm 35:15), os estrangeiros não partilhavam exatamente do mesmo status religioso.2

Somente em Jesus Cristo são removidas as desigualdades raciais, de gênero e econômicas. Conquanto as leis humanas possam sugerir que os desequilíbrios sociais sejam corrigidos, tais desequilíbrios são plenamente eliminados somente através da obra abarcante de Cristo.

Pequenos lembretes de identidade (Nm 15:37-40; 1Pe 2:1-9; Ap 1:4-6). Finalmente, chegamos ao fim de todas essas leis, e o que resta? Leis relativas a borlas! Isso certamente deve ser um exemplo perfeito de leis insignificantes relativas a assuntos periféricos. Mas, pare para considerar o que as borlas representavam. Deus reconhecia quão fácil seria que os israelitas se esquecessem dEle e de Seus caminhos. Portanto, lhes deu uma forma tangível de se lembrarem. O propósito dessas borlas era semelhante ao dos adesivos de carros, vendidos hoje, falando de Deus.

O Senhor também especificou que as borlas deviam ter um fio azul passando por dentro. Nos tempos do Antigo Testamento, as tintas azul e púrpura eram produzidas com o caracol Murex Trunculus, que vivia no oceano que margeava o Líbano. As pessoas precisavam pegar 12 mil caracóis para fazer apenas 1,4 kg de tinta azul-púrpura, portanto, essa era uma cor muito cara!3 A pessoa precisava ser rica e famosa para usar roupas azul-púrpura.4 É interessante descobrir que Deus pediu a Seu povo que vestisse os sacerdotes e decorasse o santuário com material azul-púrpura (Êx 26:1; 28:5-8; 39:1). Assim, quando Deus ordenou que todo o Seu povo usasse borlas com um cordão azul, Ele estava dizendo: “Vocês são valiosos e especiais! Vocês são Meu sacerdócio real!” Em meio à rebelião e à potencial depressão espiritual, Deus levantou o ânimo de Seu povo com a cor da prosperidade.

1. The New American Commentary, v. 3-B: Numbers (Nashville, Tenn.: Broadman & Holman Publishers, 2000), p. 245.
2. Jacob Milgrom, The JPS Torah Commentary: Numbers (Philadelphia: Jewish Publication Society, 1990), Excursus 34, p. 399.
3. Ibid., p. 127.
4. Lembre-se de que Lídia era vendedora de roupas azul-púrpura (At 16:14).


Mãos à Bíblia

5. Se a congregação percebesse que, como um grupo, havia se desviado dos mandamentos do Senhor, o que deveria ser feito? Qual é o significado do fato de que eles tinham que levar uma “oferta pelo pecado perante o Senhor, por causa do seu erro”? Nm 15:22-27

É interessante que o Senhor distinguia entre as coisas praticadas involuntariamente das que eram deliberadas. Ao mesmo tempo, porém, até mesmo as coisas praticadas sem querer eram consideradas “pecado” e precisavam ser atendidas.

6. Como o indivíduo obtinha expiação por seu pecado de ignorância? Qual era a diferença do procedimento do pecado da congregação? Nm 15:27-29

Sven Östring | Perth, Austrália

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