sábado, 1 de novembro de 2008

O Anúncio da Expiação - 01/11/2008 a 01/11/2008

RESUMO SEMANAL - 26/10/2008 a 01/11/2008

A EXPIAÇÃO ANUNCIADA


Pr. João Antonio Alves
Professor de Teologia do IAENE

Verso para memorizar: “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:5).

Pensamento-chave: Mostrar como, séculos antes da cruz, Deus anunciou de diferentes maneiras Seu plano de salvação.

Como vimos em lições anteriores, a decisão de Adão e Eva em não atender a ordem de Deus com relação à árvore da ciência do bem e do mal resultou na ruptura da relação, o medo de se encontrar com o Senhor (“Tive medo e me escondi” – Gn 3:10), entre outras conseqüências. Ellen White expressa vividamente a situação: “...o pensamento de seu pecado o encheu de terror. ... Experimentavam uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez de alma.” E, quando ouviram a voz do Senhor, “fugiram aterrorizados, e procuraram esconder-se nos mais profundos recessos do jardim” (Patriarcas e Profetas, p. 49, 51). É possível que intuíssem a execução do decreto de morte que pesava sobre eles (“No dia em que dela comeres, certamente morrerás” – Gn 2:17), daí a profundidade de seu terror. Iria Deus executar a sentença naquele encontro? Não lhes seria dada uma segunda chance?

Na verdade, o Criador não estava ali para “passar a mão sobre a cabeça”, ignorar o pecado, como se nada houvesse acontecido. Mas, apesar das conseqüências que deveriam ser anunciadas, Deus era portador de boas-novas. Como é destacado na lição, “o primeiro missionário na história cósmica não foi uma criatura, mas o próprio Criador!” Deus ali estava para lhes anunciar que, embora fossem merecedores da morte eterna, havia uma solução para o problema do pecado. Este não seria ignorado, mas o pecador teria uma saída, e a vida eterna ainda era possível. Essa mensagem de salvação deveria ser mantida viva na mente de Seu povo, até que Cristo viesse e concretizasse o plano. Deus utilizou diferentes meios para preservar a promessa entre Seu povo. Um deles foi reafirmar a variados personagens o Seu plano. Isto é o que veremos nesta semana.

1. Uma promessa para Adão e Eva

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).

O Novo Testamento interpreta esta passagem, atribuindo-lhe um significado messiânico. Isto pode ser visto na referência de Paulo a Deus “esmagando a Satanás” (Rm 16:20), como também ao dizer que Cristo, “por Sua morte”, destruiria o diabo (Hb 2:14). De forma ainda mais explícita, Apocalipse 12 se refere à “antiga serpente”, interpretada aqui como um símbolo do “diabo e Satanás” (v. 9), no contexto de sua guerra contra Miguel, aqui entendido como Jesus. Antigos autores cristãos, como Justino (ca. 160 d.C.) e Irineu (ca. 180 d.C.), interpretaram Gênesis 3:15 como um Protoevangelho, a primeira profecia messiânica do Antigo Testamento.

Não repetiremos aqui os argumentos apresentados na lição, mas recomendamos que sejam estudados com atenção. Queremos destacar alguns aspectos adicionais no episódio, particularmente os que se referem à promessa e seus resultados na vida de Adão e Eva. A situação de culpa é suficientemente clara, e a punição – dores de parto, distorção do desejo no relacionamento homem x mulher, maldição sobre a terra, produção de espinhos, trabalho penoso para conseguir o sustento diário e, finalmente, a morte – ainda assim é menor do que o que foi prometido, ou seja, a morte imediata. O fato de eles serem punidos não deveria impressionar a ninguém, e sim o fato de continuarem vivos. A sentença veio como uma vida separada do ambiente amigável do Éden, uma vida em conflito, cheia de dor, etc., ma,s ainda assim, era vida, e não a morte que fora indicada (Gn 2:17). O homem escolheu o caminho da morte, mas Deus insistiu em lhe oferecer a vida. O santo casal foi amaldiçoado, mas, ao mesmo tempo, foi protegido pela promessa – a de um Libertador. Assim, ambos poderiam se livrar da morte, abandonando o caminho da morte e voltando a viver em harmonia com o objetivo original de Deus.

Entenderam eles o significado das palavras de Deus? A morte era inevitável – ao fim, deveriam voltar ao pó. Esta era a realidade da qual não podiam fugir. Mas as palavras do Legislador provocaram uma consciência apenas de morte, como se este fosse o futuro inescapável? Em realidade, não. Adão tornou-se o homem da esperança. Esta esperança se expressa no nome dado a sua mulher. Observe que, até este momento da narrativa, a mulher não havia recebido um nome (em 2:23 há uma designação genérica). Mas agora, após a promessa do v. 15, “deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos” (Gn 3:20). O nome Eva – hebraico Hawwah – é uma forma semítica arcaica da palavra “vida” (M. Veloso, O homem, pessoa vivente, p. 97). O significado do nome transcende o simples ato de denominar alguém e expressa a confiança na promessa de Deus, da vitória do descendente da mulher sobre Satanás, o que resultaria finalmente na recuperação da vida. A partir da promessa, o homem viveria em esperança. Esperança que se fundamenta na promessa de Deus. A promessa os vincula ao passado, à sua vida original, à experiência do jardim, particularmente à vida de comunhão com o Criador. Desconhecer a promessa é seguir o próprio destino, é tentar construir com as próprias mãos um lugar substituto para o Éden perdido, é desprezar a oferta divina de restauração; enfim, é rejeitar o único Substituto que pode tornar acessível o futuro.

Para reflexão: Qual é o fundamento de sua esperança? Seu esforço pessoal, seu planejamento? Os planos humanos quase sempre frustram seus idealizadores. Mas a promessa de Deus ainda pertence a quem confiar em Sua provisão. Quem assim o fizer, jamais será desapontado.

2. “Abraão viu Meu dia”

“Abraão alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8:56).

Como Abraão viu Jesus? Afinal, Jesus era ainda muito jovem. Portanto, esta era uma impossibilidade, raciocinaram os ouvintes. Aqui temos uma mudança de perspectiva: Jesus lhes falara que Abraão vira o Seu dia, e eles perguntam se Ele vira a Abraão. Com isto pretendiam mostrar a superioridade de Abraão sobre Jesus. E que dia é este mencionado por Jesus? A partir do episódio narrado em Gênesis 22, é possível obter uma compreensão acerca do que Abraão viu. Quem é pai (ou mãe) pode imaginar o dramático da cena: Abraão e Isaque em viagem para oferecer um holocausto (v. 3), o que implicava em um sacrifício. Entretanto, o relato diz que eles levaram a lenha para o holocausto, o fogo e o cutelo (v. 6), mas faltava o cordeiro (v. 7). Esta referência implica que o cordeiro era um animal costumeiramente oferecido em holocausto. O coração de Abraão chorava ao ouvir a pergunta filho: “Onde está o cordeiro?” Mas o outrora descrente Abraão se havia entregado completamente nas mãos de Deus. Este era um assunto que ele não podia resolver. Não era possível encontrar uma alternativa (caso do nascimento de Ismael). Tampouco era possível mentir (como no Egito, ao dizer que Sara era sua irmã). Ele podia, sim, ignorar e desobedecer a Deus. Mas ele escolheu o caminho da fé. Confiou inteiramente na misericórdia divina ao se dispor a entregar o filho da promessa. Ainda assim, seu coração estava profundamente angustiado.

Foi neste estado de ânimo que Deus Se revelou, ou, como disse Paulo, o evangelho foi antecipadamente anunciado a Abraão (Gl 3:8). O que era impossível a Abraão, Deus proveu. Deus é provedor. Provê às necessidades mais profundas do ser humano. Se Ele já nos deu Cristo (Jo 3:16), podemos ter a certeza de que tudo o mais Ele nos dará. Não nos dá o que queremos, mas o de que necessitamos. No cordeiro que o Senhor proveu, Abraão viu o mistério do evangelho, da expiação substituinte, do animal sacrifical, símbolo de Jesus, que morreria em lugar do pecador. Foi assim que Abraão viu o dia de Cristo. Como expressou Ellen White, “Abraão desejara grandemente ver o prometido Salvador. ... E viu a Cristo. Foi-lhe concedida uma luz sobrenatural, e ele reconheceu o divino caráter de Cristo. Viu o Seu dia e alegrou-se. Foi-lhe dada uma visão do divino sacrifício pelo pecado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 453).

Abraão esteve disposto a sacrificar o que de mais precioso possuía, ou seja, seu filho, o filho da promessa. Isto ele fez porque teve fé. Não foi um ato de loucura, e sim de fé. Pela fé, o que você está disposto a sacrificar pelo Senhor? Abraão confiava em Deus e acreditava que Ele poderia trazer seu filho de entre os mortos. Você crê que Deus pode dar a sua vida um significado que transcende tudo o que você experimentou até agora? Se sim, entregue a Deus aquilo que impede que você desfrute uma experiência plena com o Salvador. Como disse Jon Paulien, “a melhor evidência de que uma pessoa aceitou ou não a Cristo não é o que diz com a boca, mas sim com sua conduta” (Juan, 188).

Segundo Ellen White, “Satanás estava a postos para sugerir que ele [Abraão] devia estar enganado, pois que a lei divina ordena: ´Não matarás´, e Deus não exigiria o que uma vez proibira” (Patriarcas e Profetas, p. 146). Acrescenta ainda que “perto estava Satanás para insinuar dúvidas e incredulidade...” (Patriarcas e Profetas, p. 147). Qual é sua reação pessoal quando Deus lhe pede alguma coisa que ultrapassa a lógica humana?

3. Moisés e a revelação da salvação

Deus tirou Israel do Egito com mão forte, braço estendido, operando maravilhas. Conduziu-o por meio do mar, como em terra seca, proveu-lhes do pão do céu, a água não faltou, e tantas maravilhas quantas forem possíveis conceber. Mas isto não foi suficiente para aquele povo. Na ausência de Moisés, fabricaram um ídolo, como conheceram no Egito, um bezerro de ouro, e entregaram-se à idolatria, esquecendo-se do pacto que pouco tempo antes tinham feito com o Senhor. Rebelião! O resultado deveria ser a morte de todo o povo. Mas exatamente aqui entendemos o papel simbólico desempenhado por Moisés: intercessor em favor do pecador. Neste sentido, Moisés atuou como um tipo de Cristo, o verdadeiro e único intercessor/mediador entre Deus e o homem pecador.

Moisés ofereceu a própria vida em favor do povo. Mas o sacrifício de Moisés não podia servir de expiação para o povo por um pecado que o próprio Moisés não havia cometido. A resposta de Deus é muito clara: “Riscarei do Meu livro todo aquele que pecar contra Mim” (Êx 32:33). É uma prerrogativa do Criador perdoar e expiar pecados.

Moisés não buscou justificativas para o pecado do povo. Ele confessou o pecado. Desde o Éden, é comum o pecador procurar justificativas para suas decisões que contrariam a vontade de Deus. Mas a verdadeira atitude, a única que pode encontrar a solução almejada, passa pela confissão completa e específica de todo pecado. Moisés não tentou aliviar a extensão do pecado do povo: “O povo cometeu grande pecado” (Êx 32:31). Posteriormente, ele acrescenta “a iniqüidade, a transgressão e o pecado” (Êx 34:7). Se tamanho era o pecado do povo, então, a morte era inevitável, certo? Errado! Moisés discerniu nas palavras do Criador que a graça divina ainda estava disponível.

Em que Moisés confiava para falar assim ao Senhor? No conhecimento que tinha de Deus. Moisés era homem poderoso em fé. Observe que Deus é descrito como sendo “compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa...” (Êx 34:6,7). Se, na experiência de Abraão, Deus é provedor, neste caso Ele é o Deus que perdoa. Por isso, Moisés clama: “Perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado” (Êx 34:9). E Deus perdoa.

Podemos resumir com duas palavras a lição contida neste episódio: intercessão e perdão. O pecador não pode salvar a si mesmo. Seu pecado o condena. Diante de um Deus santo, o único resultado seguro é a morte. Daí a necessidade de alguém que atue como mediador, que pleiteie diante do Soberano do Universo em favor do condenado. Este Alguém é Cristo. Como está escrito, Ele vive “sempre para interceder” por aqueles que se chegam a Deus (Hb 7:25). É com base nesta intercessão, conduzida por Ele no santuário celestial, que o perdão alcança o pecador arrependido.

Além das duas palavras-chave do parágrafo anterior, devemos destacar ainda que a idolatria, não importando a forma como se manifesta na vida de alguém, inevitavelmente provoca a Deus em Sua santidade e exige a punição. O que se deve pensar no presente é como abandonar a idolatria em todas as suas formas e restabelecer a aliança com o Senhor, mediante o sangue da cruz e a intercessão de nosso Sumo Sacerdote.

Existe algum ídolo acariciado em seu coração, que necessita ser abandonado? Faça isto agora.

4. O Servo do Senhor

Alguns autores consideram o texto de Isaías 52:13–53:12 como o mais importante do Antigo Testamento. Independentemente de tal apreço, é o mais citado/aludido no Novo Testamento, visto ser uma das mais completas descrições da obra redentora do Messias. Com isto se anunciava, sem margem para dúvidas, que a única solução para o problema introduzido pelo pecado seria a obra do Servo do Senhor.

Isaías 53 fala de rejeição: o Servo foi rejeitado enquanto viveu (53:1-3). E o clímax da rejeição ocorreu na morte do Servo (53:4-9). Por que morreu? Que significado tem Sua morte? Ele morreu em nosso lugar, como nosso substituto. Sua obra foi realizada em nosso favor. Ele não morreu por Seus pecados, visto que não pecou, e sim por causa dos nossos. Teologicamente, trata-se de morte expiatória e expiação vicária.

A morte do Servo foi iniciativa divina, evidência de Sua graça, livremente concedida ao pecador.

O v. 7 declara que o Servo foi como um cordeiro levado ao matadouro. O cordeiro era o animal por excelência do sistema sacrifical. Mas ali estava o verdadeiro , “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Ao ser sacrificado como cordeiro, o Messias cumpriu com todo o simbolismo dos sacrifícios levíticos, tornando-os desnecessários.

Mas o Servo não permaneceria morto. Voltaria a viver. Seria exaltado (52:13). E ficaria satisfeito ao ver que não morrera em vão. Muitos seriam justificados em virtude de Seu sacrifício expiatório.

Esta descrição profética da morte sacrifical de Cristo foi oferecida por Isaías como a única forma eficaz de expiação do pecado. Cristo Se tornou o que nós somos para que fôssemos restaurados à comunhão com Deus.

Pense na grandeza da obra de Cristo realizada na cruz do Calvário em seu favor. A obra foi definitiva. Não é necessário repetir-se. Que resposta você tem dado a esta manifestação da graça infinita? Foi por você. Aceite a oferta! O caminho da salvação está aberto. O Messias espera por você.

“Este capítulo [Isaías 53] deve ser estudado. Ele apresenta Cristo como Cordeiro de Deus. Os que são contaminados pelo orgulho, que estão cheios de vaidade, devem considerar este quadro de seu Redentor, e humilhar-se até o pó. Todo o capítulo deve ser decorado. Sua influência subjugará e humilhará o coração poluído pelo pecado e enaltecido pela exaltação própria” (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 4, p. 1.147).

5. Anunciado em Daniel

A expiação também foi anunciada em Daniel. Qual era a situação? A data indicada no capítulo 9 é o primeiro ano de Dario, o Medo, ou seja, 539 a.C. Fazia muitos anos que o povo de Deus estava no cativeiro, enquanto a cidade e o templo estavam desolados. Estudando a profecia de Jeremias, Daniel entendeu que o período do cativeiro deveria estar perto do fim, mas não sabia como harmonizar tal informação com a profecia das 2.300 tardes e manhãs que, segundo o anjo, “se refere a dias ainda mui distantes” (Dn 8:26). Em angústia mental, desejando ver o retorno de seu povo para Jerusalém, “levando ainda o fardo pelo bem de Israel” (Patriarcas e Profetas, p. 533), Daniel fez uma confissão completa de pecados.

Deve ser observado que Daniel se identificou com o povo em seus pecados, ainda que ele mesmo recebesse uma boa avaliação de seus inimigos (Dn 6:4, 5), e lhe fosse assegurado que ele era “mui amado” pelo Céu (9:23; 10:11, 19). Esta é uma lição que necessitamos aprender com Daniel: todos devemos continuamente buscar a graça divina para nossos problemas espirituais, confessando nossos pecados, e ter a certeza de que somos “mui amados”.Merece ser destacado neste estudo que a oração de Daniel inclui vários termos gerais para “pecado” (a lista é parcial):

1. “temos pecado” (v. 5) – ḥāṭā˒ – significado básico é “errar o alvo” – Falando eticamente, pecar é errar o alvo que Deus tem para os seres humanos de uma vida santa. Israel, como nação, não tinha alcançado o desígnio de Deus de que fosse um povo santo.

2. “cometido iniqüidade” (v. 5) – ˓āwâ – parece derivar de uma raiz que significa “curvar” ou “torcer”. Parece enfatizar o fato de que o pecado é alguma coisa “torcida” ou “pervertida” ou que aquele que peca tem mudado de direção, afastando-se do caminho estreito e direto, e assim entorta os seus caminhos. Palavras que expressam justiça no Antigo Testamento geralmente têm o significado primário de “retidão” (straightness); assim, fazer tortuosos os caminhos de alguém é pecado. Esta mudança de direção, apartando-se do caminho prescrito por Deus, é condenada, porque é deliberada.

3. “fomos rebeldes” (v. 5) – rāša˓ – o hebraico pode descrever alguém que é culpado de crimes contra a humanidade ou contra Deus. O crime de Israel foi o da rebelião (mārad) contra seu Deus.

4. “apartando-nos dos Teus mandamentos” (v. 5) – Esta parece ser uma descrição da natureza da rebelião de Israel contra Deus, que teria deixado de lado e se recusado a obedecer às leis e mandamentos de Jeová. O termo para “lei” aqui é mišpāṭ, definida como “declarações autoritativas concernentes à espécie de comportamento que é aceitável e a espécie que não é” (Goldingay, Daniel,245).

5. “transgressões” – (v.7) ma’al – infidelidade a Javé no culto ou na vida.

Diante de tanto pecado, o que faria Deus? Deus perdoa. Esta é a maravilha do amor divino. Não importa qual seja o pecado, “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9).

Mas como Deus faz isto? Através do sacrifício expiatório de Cristo. Gabriel foi enviado do Céu com uma mensagem para Daniel. A mensagem centraliza-se em Cristo e na obra que Ele realizaria. Isto não pode ser passado por alto. A ênfase é posta na pessoa de Jesus. Observe o que envolvia a obra do Messias:

1. Ele faria uma grande expiação: “Para expiar a iniqüidade” Dn 9:24c.
2. Esta expiação traria a justiça eterna: “Para trazer a justiça eterna” - Dn 9:24d.
3. O santuário celestial seria ungido para o início de Sua obra sumo-sacerdotal: “Para ungir o Santo dos Santos” - 9:24f.
4. Data para a vinda do Messias: “Até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” (Dn 9:25), que nos leva até o ano 27 d.C., quando Jesus foi ungido em Seu batismo.
5. Seria morto: “Será morto o Ungido” (Dn 9:26a). Ano 31 d.C.
6. Seria rejeitado em Sua morte: “E já não estará” (Dn 9:26b)
7. Faria a grande oferta final do velho concerto a Israel: “Ele fará firme aliança com muitos por uma semana” (Dn 9:27a)
8. O Messias traria o sistema sacrifical a um fim: “Na metade da semana fará cessar o sacrifício” (Dn 9:27b); “E o véu do santuário rasgou-se de alto a baixo” (Mt 27:51). A partir da morte do Messias, os sacrifícios no templo perderam seu significado.

A morte do Messias é o foco da profecia. Esta é a maneira mediante a qual o Senhor oferece a solução para o problema do pecado. Não importa a extensão do pecado. Confessá-lo e confiar na graça perdoadora de Deus, isto é o que necessitamos fazer.

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