segunda-feira, 26 de julho de 2010

A justificação e a lei - 26/07/2010 a 31/07/2010

Segunda, 26 de julho

Exposição
A justiça de Deus por nós

Durante os tempos bíblicos, era evidente que um cidadão rico e importante não seria tratado numa corte de justiça da mesma forma que uma pessoa insignificante. Isso às vezes era escrito nos estatutos. Por exemplo, o antigo Código de Hamurábi declarava que, se um cidadão quebrasse um dente de outro cidadão, seu próprio dente deveria ser quebrado. Porém, se a vítima fosse um vassalo, bastava pagar uma pequena multa. Ninguém esperava justiça estrita em tribunais humanos, mas os escritores bíblicos estavam seguros de que Deus é um Deus de justiça. Ao longo de toda a Bíblia, a justiça é uma categoria de importância fundamental.1

O problema (Rm 3:24). Em toda religião o problema é: “Como pessoas pecaminosas podem ser justas (justificadas) diante de um Deus santo?” De acordo com o Dicionário Bíblico de Easton, justificação é um “termo forense [jurídico] oposto a condenação. No que diz respeito a sua natureza, é o ato judicial de Deus, pelo qual Ele perdoa todos os pecados daqueles que creem em Cristo, e os considera, aceita e trata como justos perante a lei, isto é, em conformidade com todas as suas exigências. Além do perdão do pecado, a justificação declara que todas as reivindicações da lei estão satisfeitas com relação ao justificado. É o ato de um juiz e não de um soberano. A lei não é relaxada nem posta de lado, mas é declarada cumprida no mais rigoroso sentido; e assim, declara-se que a pessoa justificada tem direito a todas as vantagens e recompensas decorrentes da perfeita obediência à lei (Rm 5:1-10).”2

Solução fiel (Rm 3:24-28; 4:2-4). Os primeiros três capítulos de Romanos argumentam que todas as pessoas são culpadas diante de Deus. Ninguém que confie em sua observância da lei será declarado justo no tribunal divino. A lei, como uma revelação moral de justiça, não oferece esperança; testifica contra nós, de forma que “toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus” (Rm 3:19, 20).

Contudo, a análise de nossa circunstância humana termina com uma nota de esperança. Paulo insiste que as pessoas não são justificadas pelo que elas próprias fazem (Rm 3:21, 22, 28). Ele aponta para o exemplo de Abraão, o grande antepassado da nação judaica, como alguém que não foi justificado pelas obras (Rm 4:2, 3). E, é claro, se Abraão não foi justificado por obras, então quem o poderia ser? Paulo diz explicitamente: “Ninguém é justificado pela prática da lei”; na verdade, “diante de Deus ninguém é justificado pela lei” (Gl 2:16; 3:11).

A solução de Deus e a condição da promessa (Rm 4:1-17). “A fé é a condição sob a qual Deus escolheu prometer perdão aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual se mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos de Cristo, o remédio provido para o pecado. A fé pode apresentar a perfeita obediência de Cristo em lugar da transgressão e rebeldia do pecador. Quando o pecador crê que Cristo é seu Salvador pessoal, então, de acordo com Suas promessas infalíveis, Deus lhe perdoa o pecado e o justifica livremente” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 366, 367).

A lei em seu legítimo lugar (Rm 3:31). Paulo é rápido em lembrar-nos de que, só por sermos justificados pela fé, não podemos pensar em eliminar a guarda dos Dez Mandamentos (a lei). Na verdade, é porque agora somos justos diante de Deus (justificados) e estamos mais do que dispostos a viver de acordo com os preceitos de Deus escritos em nosso coração, em vez de em tábuas de pedra (Ez 36:24-27).

“Justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas ele é incapaz de a apresentar. A fé é a única maneira pela qual ele pode alcançar a justiça. Pela fé ele pode apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador” (Idem, p. 367).

Um aparente problema? (Tiago 2). Será que há um problema entre Paulo e Tiago, tendo em vista que Paulo afirma que a justificação é pela fé e não pelas obras, enquanto Tiago sustenta que “uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé” (Tg 2:24)? Tanto Paulo quanto Tiago comentam sobre o ato de Abraão, mas Tiago escolhe Abraão e Raabe como exemplos de pessoas que foram justificadas por obras (Tg 2:21, 25).

Leia Tiago 2:17. A experiência de Abraão revelou que as obras constituem evidência de um genuíno relacionamento com Deus. A fé que conduz à justificação é, pois, uma fé viva, que opera (Tg 2:24).

“Paulo e Tiago estão de acordo no tocante à justificação pela fé. Enquanto Paulo destaca o erro de se buscar a justificação através das obras, Tiago salienta com o perigo de se pretender a justificação sem as obras correspondentes. Nem as obras e nem a fé morta podem conduzir à justificação. Ela pode ser obtida unicamente através de genuína fé, que opera por amor (Gl 5:6) e purifica a alma.”3

1. Walter A. Elwell (ed.), Baker’s Evangelical Dictionary of Biblical Theology (Grand Rapids: Baker Books, 1996).
2. M. Easton, Easton’s Bible Dictionary (Oak Harbor: Logos Research Systems, Inc., 1996, 1897).
3. Nisto Cremos, 3. ed. (Tatuí, CPB, 1995), p. 173.

Mãos à Bíblia

3. Como Paulo expande o tema da justificação pela fé? Rm 4:6-8



Steve A. Thomas – St. Albans, Inglaterra

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1 Comentários:

Às 28 de julho de 2010 às 16:03 , Anonymous Luana disse...

Na verdade Paulo e Tiago estão em completo acordo quando falam sobre as obras e a fé . Eles não excluem nenhuma das duas no processo de salvação . As obras são consequências da fé . Você vai à um hospital visitar os doentes porque ACREDITA e SABE que este é um caminho bem aberto ao evangelho de Cristo . Você ajuda à um necessitado porque CONFIA nas promessas que Jesus fez àqueles que ajudam . Alguns fazem por pena. Mas na própria pena está mascarada a piedade ... que também é um sentimento divino .

 

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