terça-feira, 20 de julho de 2010

Justificados pela fé - 20/07/2010 a 24/07/2010

Terça, 20 de julho

Exposição
Favor imerecido


A igreja em Roma era composta de pessoas de judeus e gentios. Isso colocava Paulo na difícil posição de apresentar o evangelho de maneira agradável para uma congregação dividida. Além do mais, ele não tinha a vantagem de poder se encontrar com eles pessoalmente. Não podia responder a perguntas, solucionar divergências ou fazer com que a jovem igreja se envolvesse numa discussão significativa. Tudo o que ele tinha era pergaminho e pena. Mas, com estes, criou a mais abarcante exposição do evangelho. Para os gentios, ele pintou o quadro de um Deus inclusivo e justo. Para os judeus, salientou a futilidade de buscar a salvação pelas obras.

Todos somos pecadores (Rm 3:23). Antes de se dirigir à igreja romana como uma congregação singular, Paulo tinha de unir os grupos fragmentados. Portanto, destacou o elo que tinham em comum – sua pecaminosidade inerente. Esse fator em comum se tornou a base de seu argumento sobre a justificação pela fé – a afirmação de que todos somos pecadores, culpados e estamos debaixo da lei. Ele comprova isso em Romanos 3:10, citando Salmos 14:1-3, 53:1-3 e Eclesiastes 7:20.

Paulo destaca nossa pecaminosidade novamente em Romanos 3:23: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Torna-se claro que, como pecadores, não podemos, por nós mesmos, refletir Sua imagem. Por nós mesmos, nunca cumpriremos os requisitos da lei. Paulo ilustra isso no sentido mais básico: “Pois o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23).


Esta pode ser uma percepção desanimadora – não importa o que façamos, não importa o quanto tentemos, sempre estaremos aquém da glória de Deus.

Esperança através da fé (Rm 3:21, 22). Deus, em Sua infinita misericórdia, nos oferece outra maneira: “a justiça que provém de Deus, independente da lei”. Ele nos oferece uma segunda chance. Oferece-nos graça. Aceitando o sacrifício de Jesus, não somos julgados por nossa natureza pecaminosa, mas pela perfeição de Cristo. Ele é nosso único caminho verdadeiro para a justiça, o caminho para sermos justificados a despeito de nosso pecado intrínseco.

Deus, em Sua infindável compaixão, nos oferece a troca mais generosa que existe: a justiça de Jesus em lugar dos nossos pecados. Toda essa troca requer de nós fé.

O que é justificação? (Rm 3:24-26). Quando um réu comparece diante de um juiz humano, ele só pode ser considerado inocente, se sua inocência for comprovada. Entretanto, no caso do homem em relação a Deus, apesar de ser comprovadamente culpado, o homem é considerado inocente. Isso não deixa espaço para nos orgulharmos de nossas obras. Somos justificados apenas pela graça de Deus.

“Paulo insiste que nada que possamos fazer pode ganhar para nós o perdão de Deus; só o que Deus fez por nós pode ganhar isso; portanto, o caminho para um relacionamento correto com Deus está, não numa tentativa frenética, desesperada, inútil de ganhar a absolvição por nossas realizações; está na aceitação humilde, penitente, do amor e da graça que Deus nos oferece em Jesus Cristo.”*

Viver de acordo (Rm 3:19, 20, 27, 28). Então, como o conhecimento de nossa justificação transforma nossa vida? É crucial que compreendamos plenamente que não há absolutamente nenhum modo de alcançarmos a libertação do pecado por nós mesmos. A penalidade do pecado, exigida pela lei, só pode ser cumprida através de Deus e do dom de Seu Filho. Paulo, havendo pessoalmente experimentado e aceitado esse dom, nos assegura que, embora possamos tropeçar em nossa jornada com Cristo, ainda estamos salvos. É somente através de Sua infinita graça que somos salvos (Ef 1:7).

Quais são as implicações da graça de Deus em nossa caminhada cristã? Tiago 1:22 insta conosco: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos”. Ser cristão não significa uma passagem grátis para o Céu. O dom da graça é uma coisa linda, maravilhosa, mas é apenas uma parte do cristianismo. O cristianismo é mais do que a aceitação da Palavra de Deus; é um estilo de vida que se esforça por refletir a Cristo. Jesus nos ordenou que partilhássemos as boas-novas de Sua graça, que fizéssemos discípulos de todas as nações (Mt 28:19). Paulo nos diz: “Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados.” (Ef 5:1, 2).

* William Barclay, The Daily Study Bible: The Letter to the Romans (Filadélfia: Westminster Press), p. 59.


Mãos à Bíblia


4. Tendo em vista o estudo sobre a lei e o que ela não pode fazer, o que Paulo diz sobre a fonte de nossa redenção? Rm 3:24. Que significa “a redenção que há em Cristo Jesus”?

A palavra grega traduzida como justificar, pode significar fazer justo, declarar justo ou considerar justo. A palavra vem da mesma raiz de justiça. Somos justificados quando somos “declarados justos” por Deus. Antes dessa justificação, a pessoa é injusta e, deste modo, inaceitável a Deus; depois da justificação, ela é considerada justa e, portanto, aceitável a Ele. E isso só acontece por meio da graça de Deus. Graça significa favor. Quando um pecador se volta para Deus em busca de salvação, é um ato de graça considerar ou declarar que essa pessoa é justa.

Fylvia Fowler Kline – Medford, EUA

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