sábado, 9 de agosto de 2008

O Compassivo Salvador - Resumo Semanal 09/08/2008 a 09/08/2008

O SALVADOR COMPASSIVO - Resumo Semanal

Sábado, 9 de Agosto

Diretor de Ministérios Pessoais e Escola Sabatina
União Norte Brasileira

Introdução

A compaixão é um tema do ministério prático de Jesus que aparece nos Evangelhos com bastante realce. Jesus viveu, de fato, a compaixão. Não se tratava apenas de mero sentimento. Ele a manifestava em atitudes práticas. Jesus fez uma clara opção pela prática em relação ao dis­curso e à fala. Com a prática da ­cura, Jesus devolvia dignidade aos pobres, aos marginalizados (mulher adúltera, leprosos) e outras categorias oprimidas pelo sistema social daquela época. Com a prática da cura Ele restaurava a saúde física, mental e espiritual do povo: deficientes (cegos, mudos, surdos, paralíticos), enfermos (febre, hemorragia, mão atrofiada, lepra, etc.) e endemoninhados. O reino de Deus não chega apenas através da palavra falada, ou por adesão exclusivamente intelectual, emocional, espiritual e moral. O reino de Deus surge através da prática da misericórdia de Jesus. Por isso, a multidão à qual Ele devolveu a dignidade e a esperança reconheceu Nele o Salvador.

I) Jesus demonstrava compaixão no contato com as pessoas

Jesus atraía as multidões, mas também tinha a habilidade de estabelecer contato pessoal com as pessoas.

As multidões iam ao Seu encontro, apesar da difi­culdade de locomoção que havia na época, pois não havia meios de transporte como carro, ou bicicleta, o que tornava as viagens cansativas, lentas e arriscadas. As pessoas iam ao encontro de Jesus porque elas viam nEle o evangelho compassivo. A mulher, que, havia doze anos, sofria de hemorragia, “ouviu sobre a fama de Jesus”, e isto a motivou a ir ao Seu encontro em busca da ­cura. Jesus tinha “a fama” de compassivo, misericordioso, que atendia às necessidades das pessoas.

Outro aspecto prático do ministério de Jesus era o contato pessoal que Ele tinha com as pessoas, especialmente caracterizado pelo toque. Para Jesus, não importava se as pessoas eram ricas ou pobres, se eram homens ou mulheres, se eram israelitas ou de outras nações, se estavam na multidão (mulher enferma) ou sozinhas (Nicodemos). O que mais importava para Jesus é que todas as pessoas que se encontravam com Ele necessitavam do Seu toque.

O que significava para as pessoas o toque de Jesus?
  • 1. Aceitação. O leproso que se aproximou de Jesus foi tocado por Ele e recebeu a cura não apenas física, mas a cura da rejeição (Mt 8:1-3).
  • 2. Alívio. Jesus convidava as pessoas: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28).
  • 3. Oportunidade de um recomeço. A mulher apanhada em adultério recebeu o toque de Jesus quando Ele a abordou: “Mulher, onde estão aqueles teus a­cusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem Eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8:10 e 11).
Outro aspecto do toque pessoal de Jesus, é que Ele também permitia que as pessoas O tocassem. Em certa ocasião, Jesus disse a Seus discípulos: “Alguém Me tocou, porque senti que de Mim saiu poder” (Lc 8:46). Pedro e os discípulos até argumentaram com Jesus: “Vês que a multidão Te aperta e dizes: Quem Me tocou?” (v. 45). Aquele toque em Jesus fora um toque de fé, diferente de um toque casual ou acidental. “Por que não vamos a Jesus com fé? Muitos O tocam de modo casual, entrando em contato apenas com Sua pessoa. A mulher fez mais do que isso. Ela estendeu a mão com fé e foi instantaneamente ­curada” (Ellen G. White, Cristo Triunfante, MM 2002, p. 238).

Uma das coisas mais urgentes hoje é o toque de Deus em nossa vida. Com o Seu toque, Jesus ensina que a nossa experiência com Deus não é algo cartesiano, que se apreende pela lógica apenas, mas é algo tangível, sensorial, palpável.

II) Jesus demonstrava compaixão ao oferecer perdão

Perdão é derivado da compaixão. A palavra compaixão significa o que sente alguém movido até as profundezas de seu ser. Somente alguém capaz de mover-se até as profundezas de seu ser também é capaz de perdoar.

Jesus ensinou sobre o padrão do perdão, quando proferiu a parábola do servo ingrato e disse que “o reino dos Céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos” (Mt 18:23-35). Quando o rei chamou seus servos para lhe prestarem contas, veio um servo que lhe devia 10 mil talentos e não tinha como lhe pagar. Então o rei ordenou: “Vendam a ele como escravo, a mulher, os filhos, a casa e tudo que ele tem.” Aquele servo devia tanto que nem ele mesmo com tudo que possuía era suficiente para pagar sua dívida. Ou seja, ele devia mais do que valia. Mas o servo caiu de joelhos, chorando e suplicando o perdão do rei. Tocado, o rei lhe disse: Sua dívida está paga, você está perdoado.

O servo saiu da presença do rei e, quando ia pelo caminho, encontrou um homem que lhe devia cem denários. Ele ferozmente lhe cobrou a dívida. O homem que lhe devia cem denários lhe implorou o perdão, mas aquele servo não o perdoou. Mandou que o lançassem na prisão até que lhe pagasse a dívida. Alguém observou aquela atitude desprovida de compaixão do servo e foi contar para o rei. O rei mandou-o chamar e lhe disse: “Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?” (v. 32 e 33).

Esta parábola ensina quatro características do padrão divino do perdão:

1. Devemos sempre lembrar que todos nós somos devedores. Nosso pecado, nossa ­culpa, nossa condenação, nossa dívida é maior do que nossa capacidade de pagar (Sl 51:5; Rm 5:12).
2. Deus é a única fonte de perdão. Quando suplicamos que Deus nos perdoe, Ele já perdoou toda a dívida. Está paga, consumada; não há mais o que pagar. Deus cancelou todo o débito, usou de graça porque Ele é a fonte da graça (Rm 4:7 e 8; 6:23).
3. Tudo quanto nosso próximo nos deve é infinitamente menor do que aquilo que devemos a Deus. Na parábola, a dívida do servo para com o rei era de 10 mil talentos, um valor muito maior que cem denários, a dívida do homem para com o servo do rei. Isso exemplifica que a ofensa (dívida) que o meu próximo me causou não se compara com o que eu devo a Deus.
4. Receber o perdão de Deus nos compromete a repetir o mesmo gesto com os outros tantas vezes quantas forem necessárias (Mt 18:32 e 33). Recebemos graça e perdão? Então, estamos eternamente comprometidos a perdoar como Deus perdoa.

III) Jesus, o Deus compassivo

A Bíblia declara que o “Verbo Se fez carne e habitou entre nós (Jo 1:14). Este texto revela um Deus pessoal, verdadeiro, que Se identifica conosco, que Se preo­cupa com Seus filhos.

A palavra habitou, no grego, significa armar uma tenda, que é a mesma palavra usada no original para taberná­culo. Esta palavra evoca lembranças do taberná­culo do Antigo Testamento, que era o lugar em que os homens encontravam Deus. Jesus, que é a expressão exata do Pai (Hb 1:3), é a Pessoa em quem encontramos o Deus compassivo, cujo movimento é descendente, ou seja, que desce do Céu e habita entre nós, na Terra, para ser Deus conosco. Assim tem início uma relação tão próxima, capaz de nos comunicar a mensagem do Seu reino.

Foi habitando entre as pessoas que Jesus Se comunicou no nível delas. Sua abordagem era simples, porém rica em significado. Ele usou um método comum ao povo da Sua época: as parábolas. Estas eram comumente usadas para ensinar o povo nas sinagogas. Mas a principal razão que levou Jesus a ensinar por parábolas é que este método manifesta o mesmo princípio de Sua missão ao mundo. Assim como Jesus tomou a nossa natureza e habitou entre nós para que Deus Se revelasse na semelhança do homem, também Jesus tornaria clara a mensagem do reino de Deus a partir de ensinamentos de fatos ou acontecimentos conhecidos que ilustrassem realidades desconhecidas acerca das verdades divinas. Ellen White fala claramente sobre isso no primeiro capítulo de seu livro Parábolas de Jesus:

“As coisas naturais eram o veí­culo para as espirituais; cenas da natureza e da experiência diária de Seus ouvintes eram relacionadas com as verdades das Escrituras Sagradas. Guiando assim, do reino natural para o espiritual, as parábolas de Cristo são elos na cadeia da verdade que une o homem a Deus, e a Terra ao Céu” (p. 17).

Desta forma, Jesus Se revelava como Deus compassivo que transmite esperança para o perdido.

Conclusão

Como igreja, temos que ser mensageiros da esperança para pessoas que são discriminadas, marginalizadas, sofredoras; pessoas que estão perdidas no pecado.

No Evangelho de Lucas 9:10-17 encontramos um grande exemplo do Salvador compassivo. Podemos imitá-Lo, para nos tornarmos agentes de esperança. Leia o texto.

A conclusão a que chegamos é que a igreja deve reagir às demandas da sociedade. Para que a igreja revele o que tem a oferecer, a exemplo de Jesus Cristo, neste texto, deve se ver como resposta de Deus para a sociedade.

Jesus Cristo Se via como resposta de Deus à ignorância espiritual do povo: “...falava-lhes a respeito do reino de Deus” (v. 11). Via-Se, também, como resposta de Deus à enfermidade do povo: “...socorria os que tinham necessidade de ­cura” (v. 11).

Via-Se como resposta de Deus à fome do povo: “E, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou, partiu e deu aos discípulos para que os distribuíssem entre o povo. Todos comeram e se fartaram...” (v. 16 e 17).

Via-Se como resposta à desorganização e desorientação do povo: “Fazei-os sentar-se em grupos de cinqüenta” (v. 14).
Tudo que Jesus Cristo usou para responder as demandas do povo foi motivado pela compaixão, pois Ele acolhia as pessoas. Como igreja, devemos seguir os passos do Salvador compassivo.

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