sábado, 23 de agosto de 2008

Da Loucura para a fé "O Apóstolo Pedro " (I) - RESUMO SEMANAL DE 17/08/2008 A 23/08/2008

Da Loucura para a fé "O Apóstolo Pedro " (I)

RESUMO SEMANAL DE 17/08/2008 a 23/08/2008

Pr. Arilton C. de Oliveira
Diretor de Ministérios Pessoais e Escola Sabatina
União Este-Brasileira


Introdução
I. Pedro nos evangelhos
II. Pedro em Atos
III. Pedro nas epístolas
Conclusão

INTRODUÇÃO

Dos 148 papas sepultados debaixo da Basílica de São Pedro, em Roma, sendo os dois últimos João Paulo I (1978) e João Paulo II (2005), Pedro ocupa um lugar de preeminência e sua sepultura é a mais importante e mais bem guardada. Sem dúvida, isto mostra a posição de destaque dada a este apóstolo.

Mas, qual é a história do humilde pescador de Betsaida (“casa de pesca” ou “cidade dos pescadores”)? O que existe em Pedro que chama tanto nossa atenção? Poderia ser que muitas vezes nos identifiquemos com ele? Seria possível que seus sentimentos muitas vezes reflitam os nossos?

Nesta semana, estudaremos a primeira parte da vida de Pedro (na próxima semana, a segunda). Através de sua história, aprenderemos como as emoções podem influenciar nossa vida cristã.

I) PEDRO NOS EVANGELHOS

a) Pedro e seu chamado

Os evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) traçam um perfil magnífico do apóstolo. Quando Jesus o chamou para o discipulado, Pedro era casado (Mt 8:14; 1Co 9:5) e vivia com a esposa e a sogra na cidade de Cafarnaum. Era irmão de André (outro discípulo), e ambos ganhavam a vida como pescadores.

A Bíblia apresenta o nome de Pedro 157 vezes. Na primeira menção, vemos o chamado de Cristo (Mt 4:18). Pedro foi o primeiro dos 12 a ser chamado. E ele respondeu imediatamente.

Reflexão: Como foi o seu chamado por Cristo? Você respondeu imediatamente? Qual foi o custo?

Os evangelhos apresentam um Pedro insensato:

1. Mt 14:22 – Pedro andou sobre as águas e depois afundou;
2. Mt 26:36 – Dormiu no Getsêmani enquanto deveria ter orado;
3. Mc 14:29 – Prometeu nunca se escandalizar, mas negou Jesus;
4. Jo 18:10,11 – Cortou a orelha de um servo do sumo-sacerdote (Malco) e atuou em outros episódios.

Por três anos e meio, Jesus Se dedicou ao convívio, ao ensino, a estar com os discípulos e, dessa forma, ensinar-lhes os segredos do reino.

Mas, parece que este tempo não foi suficiente para conceder a Pedro uma visão correta do Messias e Sua obra. Pedro, a exemplo dos judeus de seu tempo, esperava um messias militar, que viesse para depor o império romano e colocar os judeus mais uma vez no poder.

Por outro lado, Jesus começou a falar de um reino espiritual estabelecido pelo amor, perdão e justiça.

b) Pedro no círculo íntimo de Jesus

Pedro pertencia ao círculo íntimo de discípulos de Cristo com o qual Ele dividiu experiências, emoções e informações. Em várias ocasiões, o registro sagrado aponta para este grupo seleto:

1. A cura da filha de Jairo
2. O monte da transfiguração
3. O Getsêmani, etc.

A queda de Pedro foi gradual:

1. Confiou em si mesmo (Mc 14:31). Ellen G. White escreveu: “Pedro caiu porque não conhecia a própria fraqueza. Julgava-se forte... Foi a confiança em si mesmo que o levou a cair”. The Youth's Instructor, 15 de dezembro de 1898.
2. Ele seguiu Jesus de longe (Lc 22:54). Infelizmente, suas palavras eram vazias. Quando chegou a hora da verdade, ele foi vencido. Muitos estão seguindo Jesus desta maneira. Veja o que diz Jesus: “Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim” (Mt 15:8).
3. Ele se misturou entre o povo (Lc 22:55; Jo 18:18). Pedro foi se aquecer perto de uma fogueira onde estavam alguns soldados e outras pessoas. O salmista diz: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1:1).

Reflexão: O que de fato aconteceu? Que evento foi o “divisor de águas” na experiência deste discípulo? Resposta: Foi o olhar de Jesus (Lc 22:61, 62).

“Mas mesmo enquanto Pedro O negava, Cristo mostrou que ainda o amava. Na sala do julgamento, cercado por aqueles que clamavam por Sua vida, Jesus pensou em Seu sofredor e errante discípulo e, voltando-Se, olhou para ele.

Naquele olhar, Pedro leu o amor e a compaixão do Salvador, e uma torrente de recordações invadiu sua mente. ... Viu que estava fazendo exatamente aquilo que havia declarado que não faria. ... Olhou uma vez mais para o Mestre, e viu sacrílega mão levantada para Lhe bater na face. Incapaz de suportar por mais tempo a cena, precipitou-se, coração quebrantado, para fora da sala”. Manuscrito 115, 1902.

“O olhar de dor e tristeza que Jesus lançou a Pedro não era um olhar sem esperança; quebrantou o coração de Pedro, que negara a seu Senhor... Mas o discípulo se converteu...” (Ibid.).

De volta ao Getsêmani

“E avançou, pela solidão e treva, sem saber nem cuidar para onde. Encontrou-se, enfim, no Getsêmani. A cena de poucas horas antes acudiu-lhe vivamente à memória. Pensou em como o Salvador, durante Sua agonia no jardim, viera em busca de simpatia e conforto por parte daqueles que tão intimamente ligados haviam estado com Ele no trabalho. ... No próprio lugar em que Jesus derramara o coração em agonia perante o Pai, Pedro caiu sobre o rosto e desejou morrer... Pedro foi um homem melhor depois de sua queda. ... Assim como o fogo purifica o ouro, também Cristo purifica Seu povo pela tentação e prova” (Ibid.)

II) PEDRO NO LIVRO DE ATOS

Se nos evangelhos é notória a figura do pescador tão discutido, ora vitorioso, ora derrotado, a prefigurar-nos como cristãos comuns, em Atos, encontramos Pedro a projetar uma nova imagem: a do anão que virou gigante.

Pedro anão: Tipificando sua relativa pequenez, nos evangelhos, face a tantas fraquezas, quedas, instabilidades, medo, covardia e omissões.

Pedro gigante: Tipificando sua relativa pujança, face a tantos arroubos de coragem, pronunciamentos, ações, segurança, testemunho, não somente para o minúsculo mundo social que o rodeava, mas para a eternidade da história. (Celso A. S. Barbosa, Pedro de Betsaida. p. 107).

A partir do livro de Atos, temos a história de um novo Pedro.

Aquele Pedro impetuoso, presunçoso, propenso a violência, deu lugar ao poderoso pregador e missionário. Por sua submissão a Cristo, ele se tornou uma testemunha poderosa do Senhor. Passou a ser o Pedro cuja virtude fluía tão poderosamente que as pessoas eram curadas pelo simples fato de ser tocadas por sua sombra.

Apesar de seus erros e quedas, o Senhor o usou de maneira maravilhosa.

1:15 – Ele propôs a escolha de um novo apóstolo para o lugar de Judas;
2:14 – Ele pregou no Pentecostes e quase três mil se converteram;
3:1 – Curou um homem coxo havia mais de 40 anos;
4:8 – Cheio do Espírito Santo, deu testemunho diante do Sinédrio;
5:3 – Pronunciou a sentença de morte contra Ananias e Safira;
5:15 – Sua sombra curava os enfermos;
9:34 – Curou um paralítico chamado Enéias;
9:40 – Ressuscitou Dorcas;
10 – Converteu toda a casa de Cornélio;
12:7 – Um anjo o livrou da prisão, etc.

III) PEDRO NAS EPÍSTOLAS

Jesus apareceu várias vezes aos discípulos após Sua ressurreição. A terceira vez aparição ocorreu junto ao mar de Tiberíades. A mensagem de Jesus para Pedro foi clara: “apascenta as Minhas ovelhas”. Esta missão Pedro desempenhou em dois momentos: pessoalmente, em seu ministério, e por toda a história da igreja cristã, através de suas duas cartas.

Ao escrever estas cartas, Pedro obedeceu a duas ordens específicas dadas por Jesus.

1. Animar e fortalecer os irmãos (Lc 22:32).
2. Alimentar o rebanho de Deus (Jo 21:15-17).

As cartas de Pedro levam a seu destinatário a emoção profunda do conforto nos momentos difíceis. São marcadas com mensagens que emocionam, porque foram endereçadas a pessoas que experimentavam a realidade do sofrimento.

Ao analisarmos sua primeira carta, vemos que o apóstolo escreveu o que poderia se chamar de uma carta circular dirigida “aos expatriados da dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”. Estas cinco regiões incluíam quase tudo o que hoje chamamos de Ásia Menor.

Pedro, como missionário enviado a eles (Gl 2:9), tinha um interesse especial nos judeus; mas não limitava suas saudações e instruções ao grupo minoritário dessas igrejas. Isso fica evidente pela declaração de que seus leitores em outro tempo não tinham sido “o povo de Deus”, e que eram idólatras convertidos (1Pe 2:10 ; 4:3-4). O apóstolo, que foi o primeiro a batizar gentios e defender sua condição de igualdade com os demais na igreja, sem dúvida considerava a todos os cristãos, tanto de origem judia como gentílica, como unidos em Cristo, e não fazia distinções ao se dirigir a eles. (Fonte: SDABC).

Ao escrever suas epístolas, Pedro tinha um propósito pastoral. Falou do perigo de perseguições e tempos de prova para a igreja. Pedro tentou fortalecer a fé de seus leitores, exortou-os a uma conduta exemplar, a testemunhar lealmente por Cristo e a se prepararem devidamente para o encontro com seu Senhor. E para ajudá-los a atingir estas metas, incluiu conselhos específicos para os criados (cap. 2:18), as esposas (cap. 3:1-6) os maridos (cap. 3:7), os anciões (cap. 5:1-4) e os membros mais jovens da igreja (cap. 5:5-9) (Ibid.).

Através de toda a carta se vinculam um terno espírito com firme sentido de liderança, ambos santificados mediante um elevado conceito de Cristo.

CONCLUSÃO

Ao recapitularmos a história deste tremendo apóstolo, notamos uma clara divisão em sua vida: antes e depois do olhar de Jesus. O olhar do Mestre mudou tudo. É maravilhoso sabermos que tudo o que Cristo fez por Pedro, também está disposto a fazer por nós, hoje. A mesma oração que Cristo proferiu por Pedro, Ele a faz por todos os Seus seguidores de hoje.

“Muitos hoje se encontram onde Pedro esteve quando, autoconfiante, declarou que não negaria seu Senhor. E por serem auto-suficientes, caem presa fácil dos ardis de Satanás. Aqueles que conhecem sua fraqueza, confiam num poder mais alto do que o seu. E enquanto buscam a Deus, Satanás não tem poder contra eles” (Manuscrito 115, 1902).

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1 Comentários:

Às 11 de março de 2011 às 13:44 , Blogger Unknown disse...

legal seu blog

 

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