sábado, 19 de julho de 2008

João Batista: Preparando o caminho para Jesus - Resumo Semanal 19/07/2008

Manoel Chaves
Líder de Ministérios Pessoais da Associação Bahia
JOÃO BATISTA : Preparando o caminho para Jesus - Resumo Semanal 19/07/2008

O foco do estudo desta semana é João, filho de Zacarias e Isabel. Ele foi o escolhido de Deus para encerrar um ciclo de profetas que anunciaram a vinda do Messias (Mt 11:13). Seu chamado, estilo de vida e ministério encerram lições importantes para a igreja nos dias atuais.

I – Chamado e Preparo

Em ocasiões especiais da história do Seu povo, Deus chamou e comissionou homens com uma missão específica. Alguns desses tiveram seu chamado mesmo antes de nascer, como no caso de Samuel, Sansão, Jeremias e João. Esses chamados especiais sempre ocorreram em momentos críticos do povo hebreu, quando se exigia uma intervenção direta do Senhor. Em todos esses casos, o chamado esteve acompanhado de orientações detalhadas sobre o preparo desses mensageiros.

Para João, o anúncio do seu chamado e a especificação de sua missão foram feitos por Gabriel a Zacarias, durante o exercício de seu ministério sacerdotal no templo (Lc 1:11). A escolha divina da família em que nasceria o pre­cursor de Cristo não foi casual, pois Zacarias tinha sido contado “dentre os fiéis de Israel, que desde longo tempo esperavam a vinda do Messias” e que “por muitos anos orara pela vinda do Redentor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 97).

As profecias que indicavam a vinda do Messias estavam prestes a cumprir-se, e poucos em Israel estavam sintonizados com a proximidade da chegada do Filho de Deus. “Quinhentos anos antes, Gabriel dera a conhecer a Daniel o período profético que se devia estender até à vinda de Cristo. O conhecimento de que o fim desse período estava próximo, movera Zacarias a orar pelo advento do Redentor. Agora, o próprio mensageiro por meio de quem a profecia fora dada, viera anunciar seu cumprimento” (ibid.). Esse era um período de extrema importância no plano da redenção e, por isso mesmo, Deus suscitou um arauto da era messiânica.

Pela presciência divina, alguns detalhes da vida de João foram descritos pelo anjo a Zacarias (Lc 1:14-17) visando a orientar seus pais quanto ao preparo do profeta para que este ­cumprisse sua missão. Esse é um dos temas teológicos que o­cupam o centro de muitas dis­cussões: esses homens que tiveram vida e missão preditas por Deus tinham, ou não, liberdade de escolha?

Para nos auxiliar nesse sentido, devemos pensar na presciência divina, nesses casos, como descritiva e não causativa. Ou seja, aquilo que Deus anuncia previamente, Ele o faz por Sua capacidade de antever o futuro, sem, contudo, causar tais eventos. Sansão foi alguém ­cuja escolha e preparo foram preditos pelo Senhor, mas, ao longo da vida, fez escolhas divergentes do que fora anunciado.

II – Vida e mensagem

João viveu de acordo com sua mensagem. Foi chamado com o propósito de preparar o povo para se encontrar com o Senhor (Lc 1:17) e fez de sua vida uma constante preparação para esse encontro. Por seu viver simples e abstêmio dos vícios e ostentações comuns à sua época, ele mostrou ao povo o tipo de conduta próprio dos que pretendiam estar na presença e companhia do Messias.

Na aparição angélica a Zacarias, foi delineado o conteúdo da mensagem a ser proclamada por João (Lc 1:16-17), que, segundo Ellen G. White (O Desejado de Todas as Nações, p. 100) consistia em:

* Pregar como mensageiro de Jeová, para levar aos homens a luz de Deus;
* Imprimir-lhes nova direção aos pensamentos;
* Impressioná-los com a santidade dos reclamos divinos, e sua necessidade da perfeita justiça de Deus;

A nota fundamental na mensagem de João era o anúncio da aproximação da Era Messiânica. Mas, enquanto apresentava a si mesmo como a voz do arauto preparando o caminho do Senhor, despertando as multidões para ouvir sua palavra, sua visão da natureza do reino diferia da visão nutrida por seus ouvintes. Em vez da expectativa do dia de libertação do reino opressor, seria um dia de julgamento para Israel. Isso representava boas-novas para o penitente, mas destruição para os maus. “Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com o fogo que nunca se apaga” (Mt 3:12 – NVI). “O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo” (Lc 3:9 – NVI).

O chamado ao arrependimento era, então, uma natural mensagem de preparação para tal hora de julgamento. Mas, para João, o arrependimento era algo real e radical. Significava completa mudança do coração e da vida. “Dêem frutos que mostrem o arrependimento” (Lc 3:8). No que consistiam esses frutos, ele descreveu claramente na resposta às multidões, aos publicanos e soldados que inquiriram sobre o que fazer (Lc 3:10-14).

III – Tipo e antítipo

Há na teologia um estudo a que chamamos de tipologia, ou o contraste entre tipo e antítipo. Um “tipo” pode ser definido como: evento, pessoa ou objeto que, por natureza e significado, prefigura ou prenuncia algum evento, pessoa ou objeto posterior. O termo é derivado da palavra grega “typos” que significa “modelo” ou “figura”.

Podemos ver que a missão de Elias no Antigo Testamento tipificava a obra que seria realizada por João Batista, e esse, por sua vez, torna-se um tipo perfeito daqueles que hão de proclamar a vinda gloriosa do Senhor em Seu segundo advento.

Elias, João e o remanescente do tempo do fim se identificam pelo caráter urgente de sua mensagem, seu conteúdo exortativo ao arrependimento e confissão de pecados, ­cuja finalidade única é: preparar um povo para estar em pé diante do Deus Criador e Redentor.

Conclusão

A exemplo de João, somos chamados por Deus para um momento especial e com uma específica mensagem para este tempo (Ap 14:6-12). Nosso chamado envolve também o preparo necessário a fim de cumprirmos fielmente a missão. Nesse preparo estão envolvidas as horas investidas em meditação na Palavra de Deus e oração para clarificar os componentes de nossa missão.

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