segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Expiação e a Cruz de Cristo - 29/09/2008 a 04/10/2008

Segunda

Exposição
Oni... Oni... Oni...

As Escrituras nos dizem que Deus é, por natureza, amor; quer dizer, a essência de Seu ser é a autodoação, e isso está expresso em Sua preocupação pelo bem-estar de outros.

3. De acordo com a Bíblia, que podemos dizer sobre o caráter e a natureza de Deus? Sl 118:1-4; Rm 5:8; 8:37-39; 1Jo 4:8, 9, 16

A declaração “Deus é amor” nos leva ao cerne do divino e nos diz: (1) “Deus é amor” significa que, por natureza, uma exploração sobre a essência de Deus nos revelaria amor. (2) “Deus é amor” significa que Ele é um ser relacional; por natureza, Ele aprecia a comunhão com Suas criaturas. (3) “Deus é amor” significa que o amor faz parte de Sua natureza. Assim, é desnecessário, ou até mesmo impossível, tornar-nos amáveis a fim de sermos aceitos por Ele.

Onisciente (que sabe todas as coisas). Onipotente (que pode todas as coisas). Onificente (com poder ilimitado para criar). Atribuímos estas características a Deus. Decidi acrescentar outra. A palavra não se encontra no dicionário, mas certamente se aplica a Deus: oniamoroso. Vamos dar uma olhada nestes vocábulos “oni” que ilustram diferentes aspectos da natureza de Deus.

Onisciência (Sl 139:1-4). Com belas expressões poéticas, Davi fala sobre o Deus que tudo sabe. Ele usa a palavra hebraica yāda‛, “conhecer”. Aqui ela significa “o conhecimento que Deus tem do homem” como “a mais íntima familiaridade”.1 Deus conhece tudo sobre mim, mesmo o que ainda vou dizer, escrever e fazer. Se Deus tem esse conhecimento, deve ter conhecido o futuro deste planeta, mesmo antes de criá-lo. Sabendo o que iria acontecer, Ele Se antecipou a isso e Se preparou adequadamente.

Onipotência (Is 46:9-11). Deus conhece o fim desde o princípio, e partilhou esse conhecimento conosco na Bíblia. Como Deus todo-poderoso, Ele pode colocar esse conhecimento em prática. Ninguém e nada pode impedir Seus propósitos de se cumprirem.

Em Isaías 10, o profeta usa duas vezes a palavra hebraica ‛āsa’, “fazer”. Deus declara categoricamente que fará tudo o que Se propôs a realizar. Ele já deu a conhecer tudo o que ainda precisa ser feito, e o fará. Tem poder para fazer o que desejar. Já mostrou Seu poder no passado, começando com a Criação, continuando com o Dilúvio, e realizando inconcebíveis sinais para tirar os israelitas do Egito. Ele é capaz de dar à história deste mundo o fim que planejou há muito tempo.

Onificência (Jo 1:4). De todas as palavras do Novo Testamento que descrevem “vida”, apenas zōē tem o significado de “vida como princípio, vida no sentido absoluto, vida como a que Deus possui”.2 Trata-se de vida eterna. João diz: “NEle estava a vida.” A forma verbal ēn (de eimi,“eu sou”), sendo um imperfeito, tem o significado de ação contínua no passado. Portanto, podemos dizer que nEle a vida (no sentido absoluto) continuou a existir. Esse atributo, combinado com a onipotência, dá a Deus poder ilimitado para criar.

Deus é, então, o único que pode prometer vida eterna, pois pode continuar a criar e recriar. Ele promete que fará novas todas as coisas (Ap 21:5).

Oniamor (Rm 5:8; 8:35-39). Deus é todo-amor, todo-amoroso. Não existe essa palavra em nenhum dicionário. Talvez não tenhamos conseguido encontrar uma palavra que descreva o que é, na realidade, o amor de Deus. Tentamos compreendê-lo através dos vislumbres que a Bíblia nos dá sobre ele, como o de Romanos 5:8. Deus mostra Seu amor deixando Seu Filho morrer pelas pessoas que Ele criou. Não porque as pessoas o tivessem pedido. Não porque o tivessem desejado. Não porque o tivessem merecido. Nem mesmo porque o tivessem aceitado! Jesus morreu a despeito do total desinteresse e rejeição humanos. Ele morreu porque nos ama. Essa foi a única maneira de tornar possível que as pessoas vivessem para sempre num mundo de amor. É difícil imaginar que Jesus tenha morrido por Osama Bin Laden ou Adolf Hitler, mas Ele o fez. Ele morreu por todas as pessoas enquanto elas ainda eram pecadoras. Foi esse amor humanamente insondável que fez isso.

Esse amor demonstrado através da morte de Jesus tem outra dimensão. Ele tem uma força magnética que atrai firmemente todos os que aceitam a morte de Jesus em seu favor. Nada pode romper esse “poder oniamoroso”. Paulo menciona algumas forças poderosas: a morte, a vida, os anjos, os demônios, etc. Ninguém deste planeta foi capaz de vencer a morte. Estamos diariamente, dolorosamente conscientes de seu domínio sobre nós. Contudo, Paulo diz que a morte não pode separar-nos do amor de Deus. Embora a morte nos separe de nossos entes queridos, Paulo estava certo de que ela não pode separar-nos do amor de Deus. Esse amor divino, juntamente com Suas outras características, rompe todas as barreiras aparentemente intransponíveis.

Eternidade (1Jo 5:11, 12). Esses dois versos apontam para alguns fatos interessantes ao apresentarem tempos verbais específicos a fim de descrever ações. Deus nos deu a vida eterna no aoristo, que no grego “freqüentemente, mas nem sempre, subentende uma única ação passada”.3 De fato, Deus deu a vida eterna ao dar Jesus. Uma vez para sempre – uma “única ação passada” mais que suficiente para nossa vida eterna. O restante dos versos 11 e 12 está no tempo presente, o que indica uma ação que ocorre agora. Portanto, a vida está e continua a estar no Filho. Aquele que continuamente tem o Filho, continuamente tem a vida eterna.

1. 944 vezes, segundo Harris R. Laird, Gleason L. Archer Jr., e Bruce K. Waltke, Theological Wordbook of the Old Testament, v. 1 (Chicago: Moody Bible Institute, 1980), p. 848.
2. W. E. Vine, An Expository Dictionary of New Testament Words (Nashville: Thomas Nelson, 1984), p. 367.
3. Jeremy Duff, The Elements of New Testament Greek, 3a ed. (Cambridge: Cambridge University Press, 2005), p. 68. O verbo grego é edōken, de didomi, “dar, conceder, permitir”.

Danijela Schubert | Papua-Nova Guiné

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