sábado, 26 de julho de 2008

O FILHO DE DEUS ENTRE NÓS - Resumo Semanal 26/07/2008

O Filho de Deus Entre Nós - Resumo Semanal 26/07/2008

Sidnei Silva Mendes
Líder de Ministério Pessoal.

I. Quem foi Jesus?

– Papai, acorde! Quero ir ao banheiro!

Eram 2h45 da madrugada quando a pequena Taynara, de apenas cinco anos, acordou o papai pedindo que a acompanhasse. O banheiro ficava do outro lado da casa, no fim de um corredor es­curo.

–Vá, minha filha, e obrigado por me manter informado.

Para a menina de apenas cinco anos, um corredor como aquele parecia ter quilômetros de distância, com diversos quartos nas laterais, onde monstros e animais ferozes poderiam saltar a qualquer momento sobre ela, que caminhava solitária por ali.

Obediente, Taynara deu os primeiros passos pelo corredor, parou e voltou ao quarto.

– Papaaaaaai! Por que não vem comigo?

– Muito obrigado pelo convite, pode ir sozinha.

Ela deu mais alguns passos e parou. Voltou ao quarto.

– Papaaaaai? Acho que deveria ir comigo!

– Você está com medo, minha filha?

– Nãooooooo! Só quero que venha comigo!

O papai saltou da cama e atravessou aquele corredor es­curo segurando firme a pequena mão da menina.

Na vida, muitas pessoas estão atravessando um corredor longo e es­curo. Talvez tenham embarcado numa nova oportunidade de negócios. Se der tudo certo, todos os seus sonhos se concretizarão. Se “pisar na bola”... perderão as economias, o carro, a casa, tudo! Quem sabe, estejam enfrentando uma ação judicial. Talvez estejam apavorados pela idéia de trazer um bebezinho recém-nascido para casa, ou ver o filho mais novo ir para a fa­culdade. Outros, talvez, estejam sendo forçados a caminhar por aquele longo corredor es­curo do desemprego, de um tratamento médico experimental ou de um relacionamento familiar decepcionante. Há muitos corredores es­curos.

O papai de Taynara saltou da cama para atravessar o corredor ao lado da filha, segurando sua mão, dando-lhe segurança. A menina tinha uma necessidade: precisava enfrentar o corredor e o pai era sua esperança. Seja qual for o corredor por onde tenhamos que passar, há uma mensagem de esperança, de alguém que um dia deixou Seu trono para estar entre nós e andar conosco: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam – Isso proclamamos a respeito da Palavra da vida” (1Jo 1:1, NVI).

O anjo que levou a Maria a notícia sobre o nascimento do Salvador disse que Ele seria chamado Emanuel, que quer dizer “Deus conosco”. Um elemento significativo é que este nome vem de “IMANU+EL”. “Nu” é sempre a terceira pessoa no hebraico. “El” significa Deus, e “IMANU” é conosco, portanto Deus conosco, Deus entre nós. “Desde os dias da eternidade, o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai; era ‘a imagem de Deus’, a imagem de Sua grandeza e majestade, ‘o resplendor de Sua glória’. Foi para manifestar essa glória que Ele veio ao mundo. Veio à Terra manchada pelo pecado, para revelar a luz do amor de Deus, para ser ‘Deus conosco’” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19).

A única esperança para o mundo afetado pelo pecado era “O Filho de Deus Entre Nós”, mas isto só seria possível se Ele Se tornasse um “como” nós. “Houvesse aparecido com a glória que possuía com o Pai antes que o mundo existisse, e não teríamos podido resistir à luz de Sua presença. Para que a pudéssemos contemplar e não ser destruídos, a manifestação de Sua glória foi velada. Sua divindade o­cultou-se na humanidade – a glória invisível na visível forma humana” (Ibid., p. 18). Tornar-se um “como” nós, para estar “entre nós” foi uma decisão totalmente voluntária, motivada pelo amor, e é por isso que o Universo olha para nosso planeta como um livro de estudos. “Desde que Cristo veio habitar entre nós, sabemos que Deus está relacionado com as nossas provações, e Se compadece de nossas dores” (Ibid., p. 24).

Ao tomar a natureza humana, Cristo baixou ainda mais na escala da humilhação, assumindo uma natureza enfraquecida pelos anos de degradação, porém, uma natureza humana sem pecado. “Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte” (Ibid., p. 25).

Com o braço da humanidade, Jesus Se liga de tal forma com o homem, a ponto de compreender suas lutas, dores, limitações e provações. Com o braço da divindade firma-Se no trono como Deus, derramando Seu poder para fazer do homem um vencedor. “Era o intuito de Satanás causar entre o homem e Deus uma eterna separação; em Cristo, porém, chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado. Ao tomar a nossa natureza, o Salvador ligou-Se à humanidade por um laço que jamais se partirá” (Ibid.).

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1).

Nesta passagem, existem três ênfases sobre Jesus: eterno (no princípio, não um momento parti­cular do tempo, mas antes da criação de todas as coisas, antes de todo e qualquer outro princípio, Ele era o verbo); união com o Pai (estava com Deus); igualdade (era Deus). A expressão logos, traduzida por verbo, foi utilizada por João para identificar Cristo como a expressão encarnada da vontade do Pai de que todos os homens sejam salvos.

“E o verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14).

No texto anterior a este, João afirma categoricamente a divindade de Jesus, e neste, Sua humanidade. Cristo é divino no sentido absoluto e supremo da palavra, e também é humano da mesma forma, com a exceção de não ter conhecido o pecado. “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). As duas naturezas, a divina e a humana, estavam misteriosamente combinadas numa pessoa.

A divindade revestiu a humanidade, porém, não a substituiu. Em nenhum sentido Cristo deixou de ser Deus quando Se fez homem. As duas naturezas chegaram a ser íntimas e inseparáveis, no entanto, permaneceram distintas. A natureza humana não se converteu em divina, nem a divina em humana. “Não obstante o Criador dos mundos, Aquele em quem habitava corporalmente a plenitude da divindade, manifestou-se no impotente nenê da manjedoura. Incomparavelmente mais elevado que qualquer dos anjos, igual ao Pai na dignidade e glória, e todavia revestido da humanidade! A divindade e a humanidade achavam-se misteriosamente combinadas, e o homem e Deus tornaram-se um” (Ellen G. White, Exaltai-O [MM, 1992], p. 76).

Para aquele que crê no que diz a Bíblia a respeito de Jesus, nada é mais significativo. Não há tempo a perder com espe­culações absurdas que surgem sobre Ele. Na história de Israel, quantos lançaram mão de re­cursos falsos para iludir os filhos de Deus em proveito próprio, manchando a mensagem de esperança que Moisés levara àquele povo. Se os ouvissem e se distraíssem com eles, não haveria terra prometida. Isso aconteceu com muitos que se envolveram com as falsas teorias no deserto, apresentadas por pessoas que poderiam ter sido usadas por Deus, mas que se tornaram instrumentos nas mãos de Satanás. De certa forma, hoje a história se repete. Esses desvios têm sido motivados pelo inimigo, para fazer com que o povo de Deus perca o foco na verdade de Sua Palavra.

Cristo caminha conosco pelos corredores da vida. Podemos crer no “Filho de Deus Entre Nós” porque está escrito na Bíblia. E quando se tem esta crença uma extraordinária experiência pode ser vivida, pois nada é mais relevante do que crer nesta mensagem de esperança.

II. Jesus entre os pecadores e publicanos

Jesus tinha um modo pe­culiar de olhar para alguém, diferente da maneira de olharmos às pessoas e a nós mesmos. Olhar e julgar pelo exterior tem sido a maneira clássica utilizada por muitos. Jesus olhava para o coração das pessoas, onde via o que normalmente não vemos. Por isso, era comum encontrá-Lo entre as pessoas que a sociedade e a igreja repeliam.
Pecadores e publicanos formavam uma classe inferiorizada. Jesus foi criticado pelos líderes religiosos por Se aproximar desse grupo desprezado pela sociedade. A antipatia que os judeus nutriam era alimentada pela corrupção presente entre os coletores de impostos. Consideravam vergonhosa essa prática e recriminavam aquele que estivesse com ela envolvido. Jesus não estava entre eles para assemelhar-Se a eles, mas para dissuadi-los do mau caminho.

Os escribas e fariseus se colocavam em posição de superioridade. Tinham senso de justiça própria. Os publicanos e pecadores eram pessoas que não viam justiça alguma em sua vida. Por isso, Jesus tinha palavras de ânimo para eles e censurava os escribas e os fariseus. Jesus amava os pecadores mas não aprovava o pecado. Muitos não conseguiam entender essa diferença. É interessante notar que alguém que ama outrem, normalmente tenha sido atraído por algum motivo que tenha despertado esse amor. Mas com Deus não é assim. O que poderia existir em nós para que Ele nos amasse? Deus nos ama porque escolheu nos amar. Nossos relacionamentos não seriam diferentes se conseguíssemos amar sob este prisma?

O Dr. James I. Packer comenta que o amor divino é o exercício da Sua bondade para com os pecadores, individualmente. Berkhof disse que é “a perfeição em Deus que O leva a tratar generosa e gentilmente todas as Suas criaturas. É a afeição que o Criador sente por Suas criaturas susceptíveis” (O Conhecimento de Deus, p. 8).

Nunca houve alguém com uma vida tão abnegada, desapegada às coisas deste mundo nem tão pronto para servir a quem O aceitasse, como Jesus.

Quando alguém se considera justo, coloca-se fora do alcance da salvação. Os publicanos e pecadores que seguiram a Cristo deixaram uma lição muito clara: a consciência da própria indignidade. Quando ela existe, abre-se o caminho para as intervenções divinas. Ao Se aproximar dos pecadores, Jesus pagou um preço muito alto, e isso nos mostra que nossas melhores ações podem se converter em objetos das maiores a­cusações.

III. Expondo os hipócritas

Jesus era amoroso em Suas abordagens diante do errante, mas não deixava de ser firme e direto diante dos que relutavam. Esta foi a razão que O levou a expor os escribas e fariseus, chamando-os de hipócritas. Estava falando pela última vez, no templo, de forma pública. Era a oportunidade de arrependimento. A palavra hipócrita pode ser entendida como manifestação de fingidas virtudes. Assim, ao olhar o coração daqueles líderes religiosos, Ele censurou pelo menos dezesseis tipos de fingimento.

Esta classe mantinha aparência de santidade mas, por trás daquela capa, estava escondida uma vida es­cura, suja, manchada pelo pecado. A religião será o meio pelo qual o pecador encontra o caminho para a libertação e o poder para ser vencedor, ou será apenas uma capa de aparente santidade a fim de poder continuar no pecado, dando a impressão de que foi liberto? Se Jesus aparecesse pessoalmente em cada uma de nossas igrejas para expor de forma pública os fingidos, como seria?

Nos dias de Cristo, a hipocrisia trancava o caminho de muitos que desejavam conhecer o plano da salvação. Vamos relacionar a palavra hipocrisia com testemunho. O Dr. Daniel Rode em seu livro “Crescimento, Chaves para Revolucionar sua Igreja”, na página 31, enfatiza que o “testemunho” é o método de Cristo por excelência para a evangelização do mundo.

Consideremos o que Deus espera de cada pessoa que aceita Sua mensagem: “Nessas pessoas inteiramente convertidas, tem o mundo um testemunho do poder santificador da verdade sobre o caráter humano. Por intermédio delas, Cristo dá a conhecer ao mundo Seu caráter e Sua vontade” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 316).

Nas páginas 31 e 32 de seu livro, Rode comenta sobre a existência de uma poderosa armadilha que tem envolvido muitos cristãos, provocando uma das piores enfermidades da igreja: a síndrome de João (Ap 3:17). Devido a essa situação, indivíduos pensam que se tornaram os donos da verdade, superiores a seus irmãos, defensores da ortodoxia cristã, aspectos supérfluos, verificação de aspectos exteriores na vida das pessoas, detalhes da vida dos outros, preo­cupação com a hortelã, o endro e o cominho modernos, mas geralmente desprezando o importante na vida religiosa: a justiça, a misericórdia e a fé.

Os “ais” que Jesus proferiu, na verdade foram expressões de tristeza. Os líderes haviam pervertido a religião, e nada pode ser mais triste e deletério do que essa forma de perversão. Há uma expressão conhecida como “Corruptio optimi pessima", que significa: “a corrupção dos excelentes é a pior”. Esse era o problema nos dias de Jesus. Não havia testemunho convincente e o caminho à salvação era obstruído. “Vocês não entram e não deixam os outros entrarem”. Jesus sofria com o dano que estes escribas e fariseus hipócritas causavam aos outros e com o inevitável juízo que estavam trazendo sobre si mesmos (R.V.G. Tasker, Mateus - Introdução e Comentário, p. 209).

“Iremos a juízo pela própria atmosfera que irradiamos; pois isso é vital, e está influenciando pessoas para o mal ou para o bem. ...” (Ellen G. White, Para Conhecê-Lo [MM 1965], 90).

IV. Amor pelos hipócritas

Jesus amava demais os hipócritas para desejar que permanecessem na hipocrisia. Mas trabalhar pela salvação das pessoas não é uma atividade muito fácil. Isto é notório quando todo esforço está sendo feito e não há resposta positiva de quem está recebendo a mensagem. Essa cir­cunstância gera sofrimento. Jesus nos surpreende em muitas coisas e, neste sentido, o faz mais uma vez, deixando uma lição muito preciosa. Diante de cir­cunstâncias críticas, Ele não perdia de vista Sua missão: salvar os perdidos, pois para Ele nada é mais precioso que os seres humanos.

Após conhecermos a Cristo, nossa principal o­cupação é ganhar outras pessoas para Ele, não importa quem sejam, tampouco a situação em que se encontrem. Um mecânico precisa conhecer automóveis, um cozinheiro, alimentos, um veterinário, animais... Um convertido a Cristo precisa entender as pessoas e como ganhá-las para Deus.

No livro “O Conquistador de Almas”, Charles H. Spurgeon menciona sete segredos para se tornar um apaixonado mensageiro conquistador de almas:

1. Caráter santo: um mensageiro que seja santo, de verdade, ainda que tenha o mínimo de aptidão, será nas mãos de Deus um instrumento. Esta santidade é resultado de sua comunhão com Ele.
2. Alto grau de espiritualidade: quando o Espírito Santo habita no mensageiro, segue-se que do seu ser flui a vida como uma fonte ou um rio, a fim de que outros participem das influências da Sua graça.
3. Humildade: o mensageiro humilde se sentirá como não sendo nada nem ninguém. Se Deus é quem lhe concede sucesso no trabalho, a Ele o mensageiro atribui toda a glória, pois nenhum crédito lhe pertence.
4. Fé viva: a conquista das pessoas para Cristo requer crença em Deus e no Seu Evangelho. Algumas outras coisas poderão ser deixadas de lado, mas a fé, nunca.
5. Constante ardor: a certeza deve acompanhar o mensageiro e ele deve estar certo de que haverá homens que compreenderão a verdade.
6. Singeleza de coração: conduzir pessoas a Jesus e glorificar a Deus, colocando de lado os interesses pessoais.
7. Submissão a Deus: uma das principais qualidades do pincel de um grande artista é sua submissão ao dono para que faça dele o que bem entender.

Estas são as qualidades de Jesus e podem ser nossas também. Muitos desqualificados seguiram a Cristo. Mesmo alguns que O desqualificavam e criticavam, diante da Sua misericórdia e compaixão, acabaram por seguir o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Mensageiro dos mensageiros.

“Ganhar almas é a principal o­cupação do sincero cristão. Na verdade deveria ser a principal atividade de todo crente verdadeiro” (C.H. Spurgeon).

“Eu desejaria antes levar um só pecador a Jesus Cristo do que desvendar todos os mistérios da Palavra de Deus, pois a salvação é aquilo pelo que devemos viver” (C.H. Spurgeon).

Conclusão

O Filho de Deus Entre Nós é a certeza de que Ele está sempre presente, está no controle de tudo, pronto para rir e chorar conosco. Ele é nosso refúgio. Ele nos dá a certeza de que o Senhor é misericordioso e nos guia. Ele está sempre com os braços abertos para nos receber. Ele nos dá a certeza de que poderemos trabalhar como Ele trabalhou, sendo “Mensageiros da Esperança”.

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