segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Segunda, 24 de janeiro

Exposição
O dom da culpa


As primeiras emoções negativas (Gn 3:7-13). É interessante notar os sentimentos e emoções que vão aparecendo após Adão e Eva terem pecado. Em Gênesis 3:7, eles “descobrem” que estão nus e sentem vergonha. A nudez os incomoda, e eles inventam um modo criativo de se esconderem. Quando ouvem Deus andando no jardim, planejam se abaixar e correr. Chamamos isso de medo. Quando confrontados e indagados sobre o porquê de estarem nus e com medo, Adão, que comeu da fruta por causa de seu amor idolátrico por Eva, começa a andar pelo trilho no qual ainda viajamos hoje – ele joga a culpa nela. Eva rapidamente leva isso ainda mais longe e joga a culpa na serpente, que tinha sido criada por... Deus. No fim, nem Deus foi perdoado.

Nossas decisões erradas deveriam, ainda hoje, evocar em nós sentimentos de desconforto e nos levar a fazer correções imediatas. A culpa nos faz saber que ultrapassamos uma linha. Podemos dar desculpas. Podemos racionalizar. Podemos justificar. Mas, no final, sabemos a verdade, a despeito do que possamos persuadir outros a pensar. Cabe a nós fazer as coisas certas ou pagar o preço. E andar por aí carregando uma consciência culpada é um preço alto demais a ser pago, como a maioria de nós já sabe.

Canção de alívio (Salmo 32). Embora talvez seja mais fácil obter perdão que permissão, o Salmo 32 ecoa a experiência humana com o pecado e a culpa. Nossos atos pecaminosos pesam sobre nós, como é o certo; mas esse salmo começa com ações de graça e depois recapitula a experiência de Davi. Ele esconde seu pecado e acha difícil suportá-lo, até que decide confessá-lo, momento em que experimenta a liberdade do perdão e a gratidão natural que o acompanha. A experiência de Davi é a experiência humana, que todos nós conhecemos, quer a levemos ou não até o fim, através da confissão, arrependimento e obtenção do perdão. Muitas vezes, paramos no meio do dia e deixamos de experimentar a liberdade que Deus está tão disposto a nos dar.

O galo e o choro (Mt 26:75). Pedro era um homem adulto, mas chorou amargamente. A convicção do que ele havia feito se apoderou dele e provocou uma reação dramática. O pecado é uma coisa séria e não deve ser tratado de maneira banal.
Temos a tendência de nos sentir à vontade, até certo ponto, com o pecado, e a enormidade dele deixa de nos impactar como deveria. O pecado rompe relacionamentos. Estraga o que afirmamos valorizar. Devemos chorar amargamente mais vezes!

Sem condenação (Rm 8:1). Quando Paulo usa a palavra “portanto” em Romanos 8:1, isso significa que ele está extraindo uma conclusão que exigiu vários versículos para ser fundamentada. Geralmente é uma boa ideia voltar um pouco atrás e ir seguindo seu raciocínio, mas nesse caso ele é inequivocamente claro. “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus...” (Rm 8:1, 2). Que declaração! As palavras “não há condenação” são magníficas, mas a palavra “agora” é ainda melhor! A chave para isso, é claro, é estar “em Cristo Jesus”.

É-nos dito que “o salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor” (Rm 6:23). Um salário é tanto conquistado como esperado. Nessa passagem, a norte não é um presente. É o pagamento pelo pecado. Contrasta com o que Deus oferece – um presente, que não é conquistado, esperado ou merecido! Um presente é gratuito para aquele que o recebe, mas tem um custo para a pessoa que o dá – neste caso – Deus. Por causa do que Deus fez na cruz “em Cristo” e pelo trabalho do Espírito Santo no nosso coração, Paulo pode dizer que “agora já não há condenação”! Romanos 8:2 prossegue dizendo: “porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte”. Essa é uma ótima notícia para os seres humanos perseguidos pela culpa, que precisam do que só Deus pode dar. O chorar amargamente nos prepara para apreciar o presente da absolvição que Deus oferece. Sem uma compreensão da enormidade de nosso pecado não pode haver verdadeira gratidão pelo perdão de Deus!

A bondade derrete até pedra (Rm 2:4; Ez 11:19). Paulo diz, em Romanos 2:4, que “a bondade de Deus o leva ao arrependimento”. Esse é um jeito incomum de causar mudanças em alguém. A bondade. À primeira vista parece algo fraco, mas, é como uma semente que brota numa rachadura da calçada, cresce e, com o tempo, a destrói. A bondade de Deus começa a derreter o coração de pedra que somos tão propensos a ter e, se Lhe permitirmos, Ele substitui esse coração por um de carne. Não é uma troca ruim! Isso nos leva novamente à declaração de louvor de Davi: “Alegrem-se no Senhor e exultem, vocês que são justos! Cantem de alegria, todos vocês que são retos de coração!” (Sl 32:11). Esse é o coração novo e melhorado!

Mãos à Bíblia

2. Que lembrança particular provocadora de remorso continuava na mente dos irmãos de José? O que isso nos revela sobre eles? Gn 42:21

3. De que outra forma a culpa afetava os irmãos de José? Gn 45:3

Quem é afetado pela culpa pensa nela repetidamente. Essas reflexões produzem muita angústia, frustração e ira contra si mesmo. O nobre caráter de José emerge no fato de que ele ofereceu perdão e encorajou seus irmãos a deixar de se zangar consigo mesmos. Ele lhes assegurou que a providência divina atuou naqueles eventos para salvar muitas vidas. No entanto, isso não mudou o fato de os irmãos terem cometido um crime horrível. No caso, Deus tirou algo bom de uma situação ruim.

4. Como a obediência ao que está nesses versos nos ajuda a lidar com a culpa? Tg 5:16; 1Jo 1:9

Todos os pecados causam dor ao pecador e a Deus. Muitos pecados envolvem também outras pessoas. Cada canto do triângulo (Deus–Outros–Eu) precisa ser trabalhado a fim de trazer uma solução para os males passados.

Jan Yakush | Smithsburg, EUA

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