segunda-feira, 8 de março de 2010

Justiça - 08/03/2010 a 13/03/2010

Segunda, 8 de março

Exposição
Uma causa justa


Recebendo a vida eterna (Mc 17-22). Esta é uma das perguntas mais urgentes que alguém pode fazer: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10:17, NVI). O jovem rico, que fez a pergunta a Jesus, achava que já sabia a resposta. Achava que sua cuidadosa lista de coisas a fazer já continha a solução. E, sim, lemos que ele partiu triste quando Jesus acrescentou mais um item à lista – renunciar a todos os seus bens.

Mas, a menos que essa história seja lida de maneira correta, ela só aprofundará o mistério de como podemos herdar a vida eterna. É lógico que precisamos reconhecer que ainda faltaria ao jovem rico uma justiça eficiente ainda que ele houvesse dado tudo o que possuía. Ele então teria estado no caminho certo para “conhecer Jesus” – uma expressão curta para exprimir algo sobre o qual os teólogos discutem e que tornam obtuso, mas que é a própria essência daquilo em que se centraliza todo o tema da salvação.

Jesus passou mais de três anos com Seus discípulos. Mas será que eles realmente já O conheciam quando os soldados O prenderam no jardim? Sim, eles O reconheciam como um grande Mestre. Em certa ocasião, após Jesus ter deixado assustados e afugentado muitos de Seus seguidores com a conversa sobre Seu martírio, Pedro na verdade confessou que achava que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo. O quanto ele entendia de sua própria declaração pode ser visto no comentário de Jesus de que isso não vinha do homem, mas de uma resposta dada a ele por Deus. Certamente, Pedro recorreu facilmente a uma força proibida ao tentar salvar Jesus, e depois fugiu da cena de Sua prisão ao negar sua fé pela repetição de profanidades. Ele conhecia Jesus o suficiente para ficar triste pela perda de um amigo; mas foi só no Pentecostes que ele ficou sabendo o que realmente significava “conhecer” a Jesus.

O que a obediência tem que ver com isso? (1Jo 2:3). João, em sua primeira epístola, volta esse conhecimento para a direção em que estamos indo. “Sabemos que O conhecemos se guardamos os Seus mandamentos” (NVI). Grande parte da vida cristã não é facilmente deduzida pela própria pessoa. Na verdade, como ocorreu com o jovem rico, quase nem é preciso dizer que o fato de alguém afirmar ser bom ou perfeito só ressalta sua deficiência – revela pelo menos orgulho, que foi, afinal de contas, o pecado original de Lúcifer. Contudo, um sinal de que alguém conhece a Jesus está na guarda dos Seus mandamentos.

Às vezes, acho que temos explicado demais a dinâmica da obediência, da perfeição e da justiça. A legalidade da nossa salvação é clara. Perdemos tudo por causa do pecado de Adão e de nossa contínua propensão para repeti-lo. Por uma vida de obediência levada avante até a cruz, o Deus-homem Jesus Cristo nos redimiu das consequências do pecado e deu a nosso Criador o direito moral, diante de Sua própria criação, de recuperar-nos do estado de desobediência. Até aí não entramos com nada – foi um favor imerecido do Criador. Grande parte da confusão está na prática pela qual voltamos a Deus.

Em 1 João 5:1, lemos que “todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (NVI). Crer aqui é mais do que assentimento mental. No verso 6, João fala de água e sangue. Nisto, está falando do Espírito. Isso, é claro, é uma repetição do conselho de Jesus a Nicodemos de que, a fim de ser salva, a pessoa precisa nascer da água e do Espírito. Em 1 João, somos lembrados de que, para nós, a água significa morrer para a velha vida. Contudo, para Jesus foi o “sangue” – Sua morte de fato – que teve valor prático para nossa transformação. E o poder para tudo isso vem do Espírito.

Há um maravilhoso triunfalismo nas palavras de João. “O que é nascido de Deus vence o mundo”, proclama ele. “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (verso 4, NVI).

A fé sem obras é morta, diz-nos João em sua epístola. João nos mostrou que a fé é a verdadeira dinâmica de crença e ação que prova a justiça de Deus em nossa vida. Sem essa dinâmica, não estamos salvos. Sem ela, mostramos que nunca “vimos” Jesus. Sem ela, nunca podemos começar a imitar nosso Senhor e vindicar a confiança que Ele colocou em nós.

Expressa de outra forma, a causa da justiça que proclamamos não é quão bons somos. Todos somos maus juízes de nossos próprios atos. Devemos nos preocupar em ter a mente de Cristo. Esse é um chamado muito elevado de caráter. Graças a Deus que temos o poder do Espírito Santo para nos inspirar e moldar não só nossos atos, mas nossa própria condição mental.

Mãos à Bíblia

5. Leia Romanos 10:3. A respeito de quem Paulo estava falando? Como alguém pode estabelecer sua “própria justiça”? Considerando a natureza humana, por que isso é impossível?

Uma atividade “faça você mesmo” é aquela em que a pessoa faz algo sem treinamento nem ajuda profissional. De acordo com a Bíblia, porém, é impossível uma justiça do tipo “faça você mesmo”. Não existe nada que possamos fazer por nós mesmos, não importando o esforço que façamos, para ser justos diante de Deus. Nossa justiça é como “trapos da imundícia” (Is 64:6).

6. Como Jesus define o problema daqueles que buscam tornar-se justos? Mt 5:20; 23:25-28

Lincoln Steed | Hagerstown, EUA

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