terça-feira, 2 de novembro de 2010

Urias - 02/11/2010 a 06/11/2010

Terça, 2 de novembro

Exposição
Triunfo e tragédia


O elo mais fraco (Ef 6:10, 11). Ao aconselhar o cristão sobre como o diabo trabalha para derrubar as pessoas, Paulo nota que há um “método” em suas maquinações (Ef 6:10, 11). A história de Davi, Bate-Seba e Urias, o heteu, ilustram essa verdade.

Satanás nos ataca em nosso ponto mais fraco, porque não faz nenhum sentido tentar as pessoas num ponto onde não é provável que elas reajam. A história de Davi e Urias revelam detalhes de um momento de loucura.

O poder da lascívia (2 Samuel 11; 1Rs 15:5). A fidelidade de Davi à vontade de Deus e a única falha de seu caráter são destacadas em 1Rs 15:5. A exceção é uma história cheia de drama, paixão, lascívia, desastre e crueldade. Em vez de estar à frente do exército em batalha, Davi ficou em casa em Jerusalém. Uma noite, de seu palácio, ele viu uma bela mulher tomando banho. A beleza dela despertou seu desejo. Ao descobrir quem ela era, fez com que fosse trazida ao palácio, onde cometeu adultério.

O marido de Bate-Seba era bem conhecido de Davi. Era um dos valentes que o acompanharam nos momentos mais difíceis de sua vida (1 Cr 11:41). Davi estava ciente de que Urias estava fora, liderando o exército em combate. Tudo isso tornou o comportamento de Davi ainda mais desprezível.

A ilusão do pecado (Gl 6:7). Ao saber que Bate-Seba estava grávida, Davi tentou encobrir seu pecado. Chamou Urias de volta a Jerusalém, com a intenção de que Urias tivesse relações sexuais com a esposa, de forma que, quando o bebê nascesse, Urias fosse reconhecido como o pai. O comportamento de Davi é esclarecedor. Parece que ele atribuiu a Urias os mesmos desejos lascivos que o dirigiam. É comum que achemos que os a outros têm os mesmos desejos egoístas que temos. Contudo, Davi julgou Urias erradamente. Sua duplicidade é desmascarada pela lealdade e integridade de Urias.

Quando Urias se recusou a visitar a esposa, Davi tentou outro truque. Embebedou Urias. Isso não funcionou também, pois Urias ainda não se encontrou com Bate-Seba. Davi, então, decidiu que Urias precisava morrer. Escreveu uma carta para Joabe, o general do exército de Israel, instruindo-o a colocar Urias na frente de batalha quando ele muito provavelmente seria morto. E foi exatamente isso o que aconteceu. Essa é a estupidez dos seres humanos em sua pecaminosidade. Esquecem-se de que nada está escondido de Deus.

A integridade de Urias e o comportamento insensível de Davi exigiam justiça e retribuição. E ela veio quando o profeta Natã confrontou Davi com a natureza do crime. Davi pronunciou a sentença de morte sobre si mesmo, mas foi poupado pela misericórdia de Deus (2 Sm 12:1-10). O que se destaca na história é o caráter de Urias. Ele verdadeiramente era um homem segundo o coração de Deus.

O pecado paga um salário (Rm 6:23). O adultério de Davi com Bate-Seba lhe trouxe grande sofrimento e dor. Ele perdeu quatro filhos, foi-lhe negado o privilégio de construir o templo, e ele deixou uma terrível herança para Salomão e a nação de Israel. A prevenção é preferível à tristeza e culpa, pois a tristeza e a culpa não podem fazer o relógio voltar e cancelar as consequências do pecado – “desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos” (Os 6:6). Felizmente, porém, há perdão em Deus. Nisto há esperança. A estupidez de Davi é uma advertência; a integridade de Urias, uma inspiração.

A virtude é sua própria recompensa (Rm 15:4). A história de Urias tem uma lição oportuna e duradoura para homens e mulheres em todas as épocas. Há lealdade e domínio próprio em Urias, enquanto que a lascívia descontrolada de Davi e o silêncio de Bate-Seba são dois dos atos mais vergonhosos da Bíblia.

Em nosso mundo contemporâneo de moral frouxa, a integridade de Urias, o heteu, nos encoraja a ser moralmente puros. Assim como fez José, Urias demonstrou que podemos escolher não dar lugar às paixões da carne, por mais difícil que seja resistir. É algo a que você pode dizer “não”.

Quando estudamos a vida de Davi, vemos um grande homem que alcançou coisas maravilhosas com a bênção de Deus. Ele é incomparável em muitos aspectos, e é chamado homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22). Urias, por sua vez, ainda receberá sua recompensa. Não temos dúvidas de que ele, um estrangeiro em Israel, estará entre os heróis de Deus quando Cristo vier reclamar os Seus.

A breve biografia que a Bíblia dá de Urias nos encoraja a viver uma vida que fala em favor de Deus – uma vida não dirigida pelas paixões, pelo desejo de poder, riqueza ou privilégios, mas uma vida possuída pelo desejo de servir a Jesus, nosso Senhor e Salvador, e ser fiel a Ele. A pergunta é feita pelo poeta: “Quem é o guerreiro feliz?/Quem o guerreiro ideal?/Ao qual todo soldado devia desejar ser igual?”* Uma pista para a resposta se encontra nesta observação: “Não pode haver limite à utilidade de uma pessoa que, pondo de parte o eu, oferece margem à operação do Espírito Santo em seu coração, e vive uma vida inteiramente consagrada a Deus” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 159).

* Selected Poetry of William Wordsworth (New York: The Modern Library, 2002), p. 510.

Mãos à Bíblia

Urias é chamado de “o heteu”. No mundo do Antigo Testamento, cultura, nacionalidade, etnia e religião eram muito interconectadas. O Antigo Testamento está cheio de exemplos de estrangeiros que aceitaram o Deus de Israel, e a Bíblia considera positivamente sua assimilação. No caso de Urias, a assimilação ocorreu tanto pelo casamento como pela religião.

4. Que exemplos temos de estrangeiros que foram assimilados em Israel? Js 6:25; Rt 1:1-16; Et 8:17; Is 56:3-7

Patrick Boyle |Watford, Inglaterra

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