segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Abiatar - 08/11/2010 a 13/11/2010

Segunda, 8 de novembro

Exposição

O chamado


O chamado para o sacerdócio (Hb 5:1). A transliteração hebraica kehunnah (“sacerdócio”) se refere ao ofício ou função de um sacerdote. O ofício ou função tem um objetivo definido. Portanto, o chamado não visava a dar status, mas a cumprir um propósito específico. Da mesma forma, um indivíduo não era chamado ao sacerdócio com base em sua popularidade, capacidade intelectual ou adesão ao status quo. Sua responsabilidade era cumprir a vontade de Deus ao auxiliar no processo de redenção. A transliteração hebraica kahan (“sacerdote”) significa “mediar em serviços religiosos”. O sacerdote, portanto, devia ser o representante de Deus, instalado para mediar em favor do povo. Hebreus 5:1 declara: “Todo sumo sacerdote é escolhido dentre os homens e designado para representá-los em questões relacionadas com Deus e apresentar ofertas e sacrifícios pelos pecados”. Condescender com atividades que fossem contrárias aos propósitos de Deus, portanto, resultava em sérias consequências.

O chamado para mediar (Ex 20:19). A pressuposição do papel do sacerdote é melhor compreendida pela definição de pecado como uma distorção da ordem divina na Criação e um rompimento da comunhão entre Deus e os seres humanos (o relacionamento vertical). Consequentemente, Deus, em Sua misericórdia, reagiu ao problema do pecado (mal), iniciando um sacerdócio. Durante o período do Antigo Testamento, os sumos sacerdotes faziam expiação a Deus em favor do povo. O serviço do sumo sacerdote tinha duplo papel. Êxodo 20:19 diz: “Fala tu mesmo conosco, e ouviremos. Mas que Deus não fale conosco, para que não morramos”. Isso ilustra a gravidade do mal e a necessidade de um mediador.

Os regulamentos do chamado (Ex 28:4). O sacerdócio é caracterizado por numerosos e detalhados regulamentos. Era requerido que o sumo sacerdote e os sacerdotes subordinados se vestissem de acordo com certas especificações a fim de refletir o conceito de santidade.

O chamado para Abiatar (1Rs 1:5-10; 2:27; 1Cr 15:11). Durante o reinado de Davi, Abiatar foi nomeado sacerdote. Ele mostrou lealdade ao rei Davi, o que demonstrou quando levou a arca da aliança e partilhou das dificuldades do rei (1Rs 2:26). Enquanto estava fazendo o que era certo aos olhos de Deus, foi protegido por Ele, e seus deveres sacerdotais foram preservados. 1 Samuel 22:17-20 traz a narrativa de quando Saul resolveu matar todos os sacerdotes de Deus, mas Abiatar foi o único que escapou. Isso indica a proteção de Deus sobre a vida de Abiatar. Contudo, Abiatar demonstrou um comportamento errôneo quando aprovou ilegalmente a nomeação de Adonias como rei. Este é um claro exemplo de como escolhas erradas podem desqualificar uma pessoa para o sacerdócio.

Em princípio, os desafios que Abiatar enfrentou não são diferentes dos que enfrentamos hoje. Talvez o risco de se colocar ao lado do direito e perder amigos em resultado disso tenha sido demais para Abiatar; ou talvez a falta de dedicação em sua relação com Deus o tenha deixado vulnerável ao mal.

Nós também somos membros do sacerdócio, como é dito em 1 Pedro 2:9; e a instrução é que anunciemos “as grandezas dAquele que ... [nos] chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (NVI).

A essência do chamado (1Pe 2:9; 2Co 3:18). A definição da natureza intrínseca do chamado não deve ser compreendida meramente no contexto de “fazer”. Não é difícil, nem mesmo incomum, que indivíduos condescendam com o fingir ser religiosos puramente com o intuito de criar uma impressão que agrade as multidões. Esse tipo de comportamento indica atos baseados no dever, em vez de no relacionamento. O chamado é melhor entendido no contexto de “ser”. “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados” (2Co 3:18), indicando assim um estado em que o ser é transformado de glória em glória pelo Espírito do Senhor. A frase “estamos sendo transformados” vem do grego metamorphoo, que significa “mudar de forma”. Assim, pode ser aplicado o princípio homilético do desenvolvimento espiritual. A vida transformada capacita a pessoa a viver em vitória e a exercer o ofício do sacerdócio com retidão.

É Deus que escolhe nos nomear para servir no sacerdócio. Consequentemente, não devemos considerar o ofício como algo comum. Devemos cultivar uma paixão proporcional ao chamado. É esta paixão que nos impele a permanecer comprometidos com Deus e a partilhar fielmente Seu evangelho com outros. No final, nosso compromisso com Ele nos capacitará a fazer as escolhas certas.

Mãos à Bíblia

2. Quais eram algumas das funções de Abiatar como sacerdote? 1Sm 23:9-13; 2Sm 15:24; 17:15-22

Além de atuar na função sacerdotal, Abiatar havia passado por trauma pessoal e, como Davi, era um refugiado sem-teto. Isso o permitia entender as frustrações, temores e traições que Davi e seus homens devem ter frequentemente sentido devido à contínua perseguição. No Novo Testamento, o autor de Hebreus nos diz que Jesus pode ser nosso Sumo Sacerdote por identificar-Se completamente conosco (Hb 2:17).

Rory Mendez | Londres, Inglaterra

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